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A Ampliação do Grupo Brics e seus Impactos #BRICS

 


Você já ouviu falar dos BRICS? Esse grupo formado por grandes economias emergentes - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - está prestes a ganhar novos integrantes!

Isso mesmo, em 2024 o clube dos BRICS não será mais tão exclusivo. Seis novos países receberam o convite para ingressar: Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Irã, Egito e, pasme, a Etiópia.

Esses seis países receberam recentemente um convite oficial para ingressar no grupo a partir de 1o de janeiro de 2024. Embora o convite possa parecer uma surpresa, na verdade essas adesões já vinham sendo negociadas há algum tempo nos bastidores.

Dentre os novos membros, a Etiópia foi a que mais surpreendeu. Apesar de ser uma grande economia africana, com 120 milhões de habitantes e um dos maiores PIBs do continente, o país não vinha sendo cogitado para integrar os BRICS agora. África do Sul e Brasil que não estavam tão empolgados com a expansão acabaram fazendo indicações, e, enquanto a África do Sul indicou a Etiópia, O Brasil indicou a Argentina. Para vocês terem uma noção, a oposição argentina já brada aos quatro ventos de que se vencer a eleição presidencial, o país não entrará para o Brics.

Contudo, a Etiópia tem apresentado taxas de crescimento impressionantes nos últimos anos, de dois dígitos em muitos períodos. O país possui planos de desenvolvimento ambiciosos, visando se consolidar como uma potência regional até 2030.

A ampliação dos BRICS é importante porque aumenta muito o peso econômico e populacional do grupo no cenário mundial. Com os novos membros, o bloco passa a representar cerca de 35-37% do PIB global, ultrapassando os 33% do G7. Além disso, os BRICS passam a congregar 46% da população mundial.

Especialistas apontam que essa expansão dos BRICS está diretamente relacionada à nova política externa chinesa sob o comando de Xi Jinping. Até recentemente, a China mantinha uma postura de discrição no cenário internacional, focada em seu próprio desenvolvimento interno. Porém, Xi Jinping passou a adotar uma atitude mais assertiva, buscando ampliar a influência chinesa no exterior por meio de alianças como os BRICS.

Portanto, a ampliação do grupo representa uma mudança significativa na geopolítica global, com o fortalecimento de economias emergentes como contraponto às tradicionais potências ocidentais. Os próximos anos dirão como essas transformações remodelarão o equilíbrio de poder entre as nações.

A ascensão da China nos últimos 40 anos é realmente inacreditável. Entre 1994 e 2022, houve  uma taxa média de crescimento de 8,7%, o que transformou a importância do país, tanto no mundo quanto no Brics, o que demonstra que, embora afete, a expansão afeta mais países como o Brasil e a África do Sul do que o gigante asiático. #Geopolítica

Agora, nos últimos anos, parece que não vão mais aceitar um papel coadjuvante no cenário internacional. Ela está determinada a assumir um papel de protagonismo global, com grandes projetos como a Nova Rota da Seda e maiores investimentos no exterior, o que é uma expansão crescente já há algum tempo. A China também não vai mais apenas absorver provocações sem responder. Ela está saindo da defensiva. Claro que sua reação tem uma lógica e intensidade própria, afinal, a estabilidade faz parte do cenário necessário aos seus projetos de longo prazo. #RotaDaSeda

A ampliação do BRICS para incluir novos membros é um sinal claro dessa nova postura chinesa. O bloco agora se espalha por diversas regiões, com novos integrantes da América Latina e do Oriente Médio, como Arábia Saudita e Irã - dois países que nem se falavam até pouco tempo atrás.

A China está basicamente dizendo que vai lidar diplomaticamente com todos esses países, inclusive aliados tradicionais dos EUA, como a Arábia Saudita. Peitando os desafios internacionais com ousadia, ao invés de evitá-los.

O Brasil inicialmente resistiu a essa expansão dos BRICS. Apesar do discurso público do Lula celebrando a ampliação, nos bastidores o Itamaraty expressou certo desconforto, alegando que isso poderia comprometer os objetivos originais do grupo. O governo brasileiro concordou com a ampliação, mas pediu em troca à China apoio a uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, para aumentar o papel de países como Brasil e Índia. Será que a China estaria disposta a aceitar mudanças que diminuíssem seu 1/5 de poder no Conselho de segurança, seu poder de veto que, por acaso, recentemente foi usado pela Rússia em relação a ampliação da atuação de equipes humanitárias no território sírio.

A China nunca apoiaria uma reforma do Conselho, pois isso enfraqueceria seu próprio poder de veto. No final, o Brasil conseguiu um avanço parcial: a declaração do BRICS em Johannesburgo falou da importância de maior participação do Brasil e outros países nos assuntos globais e na ONU. Um recado sutil à China. #relaçõesinternacionais

A entrada da Etiópia nos BRICS também é significativa. O país enfrenta tensões internas, e sua inclusão manda um recado de que a China está disposta a se envolver diplomaticamente para estabilizar a região.

Outro ponto importante das discussões do BRICS foi a questão do dólar americano como moeda internacional. China e Rússia queriam um discurso mais duro, falando no fim da hegemonia do dólar. Já a Índia, mais próxima aos EUA, resistiu. O compromisso foi uma declaração genérica sobre reforçar o uso de moedas locais no comércio, sem confrontar diretamente o dólar.

Enfim, a diplomacia terá um papel cada vez mais crucial à medida que o BRICS ampliado passa de 5 para 11 membros, cada um com sua própria visão e objetivos. Equilibrar todas essas demandas exigirá muita habilidade política, e os minoritários terão que exercitar a diplomacia com grande habilidade.

A entrada de novos membros no Brics representa uma mudança sísmica na geopolítica, desafiando a crescente reconstrução de uma unidade ocidental. Equilibrar visões tão díspares exigirá muita habilidade diplomática. Resta ver como o Brasil se sairá nesse novo tabuleiro.

É uma história fascinante cujos próximos capítulos aguardamos com expectativa. O mundo segue em transformação diante de nossos olhos.

 

Ficamos por aqui,

Grande abraço do professor Arão Alves



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