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1. A liberdade política é esta tranquilidade de
espírito que provém da opinião que cada um tem sobre a sua segurança; e para
que se tenha esta liberdade é preciso que o governo seja tal que um cidadão não
possa temer outro cidadão. Quando o poder legislativo está reunido ao poder
executivo, não existe liberdade. Tampouco existe liberdade se o poder de julgar
não for separado do poder legislativo e do executivo.
Montesquieu. O
espírito das leis, 1748.
O direito eleitoral ampliado, a dominação do
parlamento, a debilidade do governo, a insignificância do presidente e a
prática do referendo não respondem nem ao caráter, nem à missão que o Estado
alemão deve cumprir tanto no presente como no futuro próximo.
Jornal Kölnishe
Zeitung, 04/08/1919. Adaptado de REIS FILHO, Daniel Aarão (org.). História
do século XX. Volume 2. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Os trechos apresentam aspectos do pensamento
político em duas épocas distintas: o liberalismo proposto por Montesquieu no
século XVIII e a crise do liberalismo na crítica de um jornal alemão na
recém-estabelecida República de Weimar.
Identifique um dos princípios liberais
expresso no texto de Montesquieu e a opinião no texto do jornal alemão que
contradiz esse princípio. Apresente, também, um fator que explique a crise do
liberalismo no período entre as duas grandes guerras.
Resposta:
Um dos princípios liberais: a divisão
dos poderes em três, como forma de não concentrar o poder nas mãos de apenas
uma pessoa;
Opinião do jornal que contradiz o
princípio: "a dominação do
parlamento, a debilidade do governo, a insignificância do presidente";
Com a crise econômica que
abateu o mundo no período entre-guerras, o sistema liberal entrou em colapso,
com especial destaque para a Crise de 1929, nos EUA. Em países europeus já
debilitados pela Primeira Guerra, como a Alemanha, a crise econômica fortaleceu
a formação de regimes de extrema direita, como o Fascismo.
2. As transformações ocorridas nas Américas durante a
Era das Revoluções Atlânticas estiveram marcadas por dois grandes eventos,
ambos igualmente radicais: (a) a Revolução Americana, que, com a independência
das 13 colônias em 1776, causou uma primeira séria fratura na ordem do Antigo
Regime e cujo pioneirismo na criação da primeira república moderna não seria
esquecido e (b) a Revolução de Santo Domingo, no Haiti, nos anos de 1790, a
qual veio associada a uma gigantesca, única e bem sucedida rebelião de escravos
nos tempos modernos. Esta libertou os escravos e criou a segunda república
independente do novo mundo.
a) Explique a contribuição da Revolução
Americana para a ideia de República no mundo moderno.
b) Caracterize como os cidadãos franceses,
em meio às próprias experiências revolucionárias iniciadas em 1789 na
metrópole, reagiram à rebelião dos escravos em sua colônia e à subsequente
abolição da escravidão.
Resposta:
a) O estudante poderá
ressaltar, no caso da República americana, a adoção da igualdade de condição
entre todos os homens livres e pactuantes do novo contrato. Poderá também
sublinhar o direito à liberdade, que a partir de então foi apresentada
como universal, não mais restrita aos ingleses (a chamada liberdade dos
ingleses), podendo por conseguinte ser reivindicada para todos os homens.
Porém, a contribuição mais importante que o candidato poderá ressaltar diz
respeito às primeiras experiências com o governo representativo,
ensaiadas na jovem república. A ideia de que o povo deve governar por meio de
representantes e de que esse corpo eleitoral deve ser o responsável pela
seleção dos governantes viria complementar a união em curso entre os princípios
republicanos e o liberalismo que marcaram o final do século XVIII.
O estudante ainda poderá falar das diferenças entre as formas de
governos, associando a experiência americana à adoção do presidencialismo,
contrastando-o com o parlamentarismo ou mesmo com o regime de colegiado. E, por
último, poderá explicar a particularidade da República americana
diferenciando-a das repúblicas da antiguidade (associadas ou à democracia
direta ateniense ou à república romana aristocrática, dirigida pelo Senado) e
das repúblicas aristocráticas de Veneza, da Holanda e mesmo da Polônia até o
final do século XVIII.
b) O estudante deverá recordar
como, em meio aos intensos debates e ações radicais que marcaram a escalada
revolucionária de 1789 aos anos do Terror, os franceses da metrópole
guardaram as bandeiras da “liberdade, igualdade e fraternidade” para si apenas.
Opuseram-se ferozmente não apenas à rebelião de escravos em Santo Domingo como
à libertação de sua colônia (apelidada à época de a “joia francesa do Caribe”).
Ironicamente, coube aos revolucionários haitianos, inspirados nessas mesmas
ideias metropolitanas, combaterem os canhões e da marinha da França
revolucionária que foram submetê-los e tentar mantê-los sob o jugo colonial.
3. Analise o trecho publicado na Enciclopédia pelo
filósofo francês Denis Diderot.
A autoridade do príncipe é limitada pelas
leis da natureza e do Estado. [...] O príncipe não pode, portanto, dispor de
seu poder e de seus súditos sem o consentimento da nação e independentemente da
escolha estabelecida no contrato de submissão [...].
Autoridade
política, Enciclopédia, 1751.
A partir da leitura do trecho e considerando
outros conhecimentos sobre o assunto,
a) IDENTIFIQUE
a corrente de pensamento a qual pertenceu Denis Diderot.
b) DEFINA
o sistema político criticado pelo trecho.
c) EXPLIQUE
um dos motivos que mobilizou Diderot e muitos de seus contemporâneos a
se oporem ao sistema político vigente.
Resposta:
a) Denis Diderot foi um filósofo iluminista enciclopedista e comungava
dos ideais do liberalismo político.
b) Diderot criticava o
absolutismo monárquico, que é a construção de um Estado centralizador e
autoritário na forma de uma monarquia nacional.
c) Os pensadores
iluministas refletiam em seus escritos a visão de mundo da burguesia, que tinha
sua ascensão política e econômica, bem como suas liberdades individuais
limitadas pelas características do Antigo Regime (Absolutismo Monárquico). O
aluno poderá citar entre os motivos das críticas feitas pelos iluministas:
– o poder absoluto dos reis;
– a divisão da sociedade em estamentos;
– as relações de servidão feudal;
– o dirigismo econômico e os monopólios
mercantilistas;
– a intolerância religiosa;
– a aproximação entre Igreja e Estado por
meio do padroado.
4.
Durante o século XVIII, ganhou corpo na Europa o Iluminismo, um
movimento intelectual que propunha a transformação das relações sociopolíticas
que caracterizavam o Antigo Regime.
Montesquieu e Rousseau, citados abaixo, são pensadores cujas ideias
exemplificam as posições iluministas.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais,
ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer as leis, o
de executar as resoluções públicas, e o de julgar os crimes ou as divergências
dos indivíduos.
MONTESQUIEU, Charles de. O espírito
das leis. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982. p. 187.
(Pensamento Político).
A primeira e mais importante consequência decorrente dos princípios até
aqui estabelecidos é que só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado de
acordo com a finalidade de sua instituição, que é o bem comum, porque, se a
oposição dos interesses particulares tornou necessário o estabelecimento das
sociedades, foi o acordo desses mesmos interesses que o possibilitou.[...]
Somente com base nesse interesse comum é que a sociedade pode ser governada.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Os
pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 43.
a) A partir dos fragmentos
textuais acima, identifique uma característica do Antigo Regime e explique-a.
b) Explique outras duas
características do Antigo Regime às quais se opunha o pensamento iluminista.
Resposta:
a)
CARACTERÍSTICAS DO ANTIGO REGIME IDENTIFICADAS NOS TEXTOS
- Absolutismo monárquico:
concentração dos poderes nas mãos dos reis, a quem cabia fazer as leis (poder
legislativo), executar as resoluções públicas (poder executivo) e julgar os
crimes ou as divergências entre os indivíduos (poder judiciário).
- Ideologia do “direito divino”
dos reis: a concepção de que o poder dos reis derivava diretamente de Deus
servia de justificava ao poder absolutista dos monarcas.
b) O ANTIGO REGIME À LUZ DAS CRÍTICAS DO
ILUMINISMO
- Ausência de leis que
garantissem as liberdades individuais, sendo a vontade do soberano a “lei” da
nação.
- Sociedade estamental, em que
os costumes tornavam quase impossível qualquer mudança de condição social, e a
nobreza-clero tinha mais direitos do que os artesãos-camponeses.
- Manutenção dos privilégios da
nobreza, que perdera o poder típico da ordem feudal, mas transformara-se numa
nobreza cortesã, vivendo à sombra do monarca e recebendo privilégios da parte
deste.
- Restrições à participação
política da burguesia, classe que emergiu na época final da Idade Média e se
consolidara durante a Idade Moderna, mas que continuava alijada do poder.
- A política econômica do
Mercantilismo, caracterizada pela grande interferência do Estado na ordem
econômica, com vistas a alcançar aquilo que se tinha como fundamental para a
prosperidade nacional: a acumulação de metais preciosos e a balança comercial
favorável.
- Manutenção de muitas práticas
fiscais (impostos/taxas) do período medieval (corveia, por exemplo), as quais
sustentavam o modo de vida da corte e da nobreza cortesã.
- Profunda relação entre a
Igreja e o Estado, restringindo, muitas vezes, a liberdade religiosa e de
pensamento.
5.
No apogeu da crítica ao Antigo Regime, o filósofo e escritor francês
Denis Diderot (1713-1784) afirmou: “Os homens somente serão livres quando o
último rei for enforcado nas tripas do último padre”. Ao lado de D´Alembert,
Rousseau, Montesquieu, Voltaire e outros pensadores do seu tempo, Diderot produziu
a famosa Enciclopédia, obra em 33 volumes, com 71.818 artigos e 2.885
ilustrações, redigida entre 1750 e 1772. Essa obra integrava um importante
movimento filosófico conhecido como Iluminismo, que realizou forte crítica às
monarquias de então e aos costumes da época, consolidando a modernidade.
a) Aponte duas das principais
ideias do Iluminismo.
b) Analise a relação entre o
pensamento iluminista e o surgimento do despotismo esclarecido, adotado por
algumas monarquias europeias.
Resposta:
a) Serão consideradas,
positivamente, as citações sobre as principais ideias do Iluminismo e suas
respectivas características, entre outras citações afins ou correlatas:
- O Iluminismo foi um movimento cultural e filosófico que agitou as
elites durante o século XVIII na Europa, que mobilizou a razão no sentido de
transformar a sociedade e o pensamento existentes e representou um momento de
intenso intercâmbio cultural.
- A principal ideia era o uso da razão e não da consciência religiosa
como instrumento para a emancipação humana.
- O Iluminismo constituiu-se como um conjunto de concepções de grande
influência em diversos domínios: político, filosófico, social, econômico e
cultural.
- Outro pressuposto fundamental consistia na defesa da liberdade humana,
reivindicando o fim de tudo aquilo que prendesse ou mantivesse os homens na
servidão. Ele contestava o Absolutismo monárquico que defendia a tese do poder
divino dos reais, visto defender a soberania como emanação da vontade da
população. Nesse sentido, entendia que o poder deveria ser dividido, que sua
autoridade não deveria residir exclusivamente na vontade dos monarcas, daí
derivaram todos os esforços da criação dos três poderes – tal como propugnou
Montesquieu – e a reflexão sobre o poder nas mãos dos reis e imperadores, bem
como a defesa do constitucionalismo.
- Além de uma reação ao Absolutismo, o Iluminismo também representou uma
reação contra a influência da Igreja na política e na vida sociocultural.
Assim, reivindicava a necessidade de um ensino laico e da liberdade de culto.
Para Voltaire, por exemplo, era fundamental a tolerância religiosa a fim de se
evitarem as guerras e a perseguição. O peso da Igreja na vida cultural e a
censura que esta promovia, a resistência às novas ideias entendidas como
perigosas também surgia como um obstáculo a vencer.
- O próprio nome do movimento, Luzes – tal como era conhecido na França
– indica a negação da presença da Igreja como algo medieval, como uma era de
obscurantismo e superstição que atravancaram o desenvolvimento humano. Outro
desdobramento importante desse ideário foi a defesa da renovação, da produção e
da difusão de novos saberes tal como preconizada por Diderot e D´Alembert na
elaboração d´A enciclopédia.
- Uma outra ideia fundamental presente no
Iluminismo é a defesa de uma maior igualdade entre os homens, tal como surge
nos textos de Rousseau e naquilo que definiu como vontade geral. Este pensador
critica a desigualdade existente e reivindica maior participação política dos
indivíduos no interior do Estado. Em suma, o Iluminismo utilizou a razão para
combater a fé e a liberdade para se contrapor ao despotismo, transformando
radicalmente o pensamento e as concepções de mundo posteriores.
- Outro desdobramento nesse sentido foi o desenvolvimento do liberalismo
e das doutrinas liberais no século XIX. Elas revelam a reação do Iluminismo a
várias práticas econômicas existentes no bojo do que se convencionou chamar de
Mercantilismo.
- O ideário iluminista foi desenvolvido por diferentes pensadores e suas
bases encontram-se em Spinoza (1632-1677), John Locke (1632-1704), Pierre Bayle
(1647-1706) e até mesmo em Isaac Newton (1643-1727).
- O Iluminismo desenvolveu-se entre a segunda metade do século XVIII e o
início do século XIX, quando dá lugar a outras correntes de pensamento
doutrinas políticas, econômicas e filosóficas.
- Um de seus epicentros do Iluminismo foi a França, mas também
manifestou-se em vários outros países como a Inglaterra, os Estados germânicos,
a Itália, a Escócia, os Países Baixos e a Rússia.
- Sob este conceito – Iluminismo – estão reunidas diversas tradições
filosóficas, políticas, econômicas, sociais e até mesmo atitudes religiosas.
Pode-se falar mesmo em diferentes expressões do Iluminismo diferenciadas pelos
países no momento em que surgem e devido ao seu caráter. Assim é possível falar
em Iluminismo tardio, Iluminismo germânico de Kant e Herder, iluminismo
católico.
- Um pressuposto fundamental é entender o Iluminismo como uma visão de
mundo que prega a necessidade da ação para transformar ou reformar o mundo.
b) Serão consideradas,
positivamente, as análises sobre as inter-relações entre o pensamento
iluminista e o despotismo esclarecido, que levem em conta aspectos afins ou
correlatos:
- O desenvolvimento do ideário iluminista acabou inspirando e
pressionando os monarcas reinantes a adotarem alguns de seus preceitos, tendo
surgido alguns personagens que coadjuvaram alguns Estados europeus a
implementarem reformas na condução dos aspectos políticos e administrativos.
Isto representou uma mudança social e politicamente mais abrangente, que foi
denominada como despotismo esclarecido (ou ilustrado, ou ainda absolutismo
ilustrado), uma expressão que identifica uma forma de governar característica
da Europa continental a partir da segunda metade do século XVIII.
- Embora o poder dos soberanos não fosse questionado e estes se
mantivessem à frente da condução dos assuntos ou negócios dos Estados, foram
assumidos ou incorporados determinados princípios reformistas do Iluminismo. Ou
seja, surgiu uma alteração no princípio que fundamentava o poder real desde a
Idade Média, inclusive o direito divino dos reis, sendo adotadas algumas ideias
defendidas pelo Iluminismo, havendo uma combinação entre estes. Desta forma a
autoridade absoluta dos reis foi abrandada por reformas cujos princípios
inspiravam-se no pensamento iluminista, conferindo sobrevida ao Antigo Regime.
- O despotismo esclarecido desenvolveu-se em vários países destacando,
sobretudo, providências ou medidas aplicadas à economia, visando superar alguns
entraves que a mantinham atrasada e essencialmente agrícola, coadjuvando no
desenvolvimento da burguesia junto ao Estado.
- Os Déspotas Esclarecidos continuavam implementaram reformas
administrativas, políticas, jurídicas e econômicas, bem como incentivaram
reformas no ensino e incorporaram uma maior dose de tolerância e de liberdade
ao pensamento e a certas práticas. Isto representou a consolidação daquilo que
entendemos como a modernidade, que exerceu impulsos sensíveis no processo de
modernização na Europa.
- Do ponto de vista político o despotismo esclarecido representa uma
abertura da monarquia a determinadas pressões sociais, aproximando-se dos
intelectuais, da burguesia em expansão e acolhendo, no interior do Estado,
segmentos de uma burocracia administrativa, em especial os magistrados, que
passam a adquirir cada vez mais importância na condução do governo. Lentamente
agentes patrimoniais deram lugar a funcionários que ingressam na burocracia estatal,
cujo exercício profissional encontra-se definido principalmente na retração do
princípio da hereditariedade no cargo.
- Do ponto de vista religioso o despotismo
esclarecido não encontrou homogeneidade, embora seja caracterizado pela
ampliação da tolerância e pela ênfase sobre a laicização. De qualquer modo, em
alguns países caracterizou-se por um espírito secular e, em outros casos, foi
demasiado hostil a certas expressões religiosas. Em alguns países o déspota
manteve alianças com a religião.
- Em Portugal, o expoente do despotismo
esclarecido foi o marquês de Pombal, ministro do rei D. José I; na Prússia, o
rei Frederico II; na Rússia, a representante do despotismo esclarecido foi
Catarina II; na Suécia, foi Gustavo III; na Áustria destacaram-se d. Maria
Teresa e seu ministro Kaunitz, bem como José II; nos Estados italianos os
principais representantes foram o arquiduque Leopoldo de Habsburgo e o
grão-duque da Toscana; no Reino de Nápoles, o ministro Bernardo Tanuci; na
Espanha, os reis Filipe V, Fernando VI e Carlos III.
6. No século XVIII, surgiram novas ideias que
despertaram o interesse de muitos adeptos que rejeitavam as tradições e
almejavam explicações racionais para compreender os fenômenos naturais e
sociais. Como ficaram conhecidos os pensadores desse período e de que modo
esses pensadores influenciaram monarcas e ministros europeus?
Resposta:
Os pensadores
dessa época ficaram conhecidos como Iluministas. O movimento iluminista, também
denominado de “Ilustração”, nasceu no final do século XVIII, época da Revolução
Gloriosa na Inglaterra e influenciou toda uma grande geração de pensadores,
principalmente na França. A força desse movimento que contestava o absolutismo,
fez com que diversos monarcas adotassem algumas de suas ideias, num processo de
adaptação parcial, com vistas a reduzir as críticas que sofriam. Esses
governantes foram denominados “Déspotas Esclarecidos”. Déspotas por preservaram
a maior parte das práticas absolutistas e esclarecidos por conhecerem e a
adotarem algumas características iluministas.
7. Na segunda metade do século XVIII, ganha força na França um movimento
intelectual conhecido como "Enciclopedismo", cujos autores de maior
destaque foram os filósofos Denis Diderot e Jean d'Alembert.
Sobre
o "Enciclopedismo", responda:
qual
era o objetivo no que concerne ao ideal científico e filosófico do seu tempo, e
quais foram suas repercussões?
Resposta:
O
enciclopedismo procurou consagrar o racionalismo em substituição ao pensamento
mítico e valorizar a prática científica. Contribuiu para a difusão dos ideiais
liberais preconizados pelos principais pensadores do século XVIII, que
alicerçaram ideologicamente a Independência dos Estados Unidos, a Revolução
Francesa e as lutas de independência na América Latina.
8. O liberalismo tornou-se ideologia predominante na sociedade ocidental a
partir da segunda metade do século XIX.
a)
Quais direitos naturais que o liberalismo se propõe a garantir?
b)
Quais as principais características do liberalismo econômico?
c)
Quais correntes de pensamento se opuseram ao liberalismo no século XIX?
Resposta:
a)
Direitos à vida, à liberdade e à igualdade perante a lei.
b)
Não-intervenção do Estado na economia.
c)
Em termos conservadores, o absolutismo; em termos progressistas, as diversas
correntes socialistas, com destaque para o socialismo científico ou marxista.
9. O liberalismo econômico, que incorporou a máxima "deixai fazer,
deixai passar", criada em meados do século XVIII, objetivava romper com as
práticas tradicionais do mercantilismo.
a)
Aponte duas características do liberalismo que o diferenciavam do
mercantilismo.
b)
Explique como o liberalismo econômico contribuiu para o fim do sistema
colonial.
Resposta:
a)
A condenação da intervenção do Estado na economia e a afirmação do trabalho
humano como fonte geradora das riquezas constituem-se em fundamentos do
liberalismo.
b)
O liberalismo econômico, ao condenar as ideias de monopólio e de pacto
colonial, características essenciais do sistema colonial, propiciou uma série
de reivindicações que resultou no processo de independência das colônias
americanas, pondo fim ao sistema colonial.
10. "Seria mais correto chamarmos o Iluminismo de ideologia
revolucionária... Pois o Iluminismo implicava a abolição da ordem política e
social vigente na maior parte da Europa"
Eric J. Hobsbawm. A Era das
Revoluções, 1789-1848.
Descreva
a ordem política e social que o Iluminismo criticava e pretendia destruir.
Resposta:
O
texto de Hobsbawm refere-se ao Antigo Regime, que vigorava em boa parte da
Europa na Idade Moderna. Caracterizava-se, no campo político, pela monarquia
absoluta, baseada na teoria do direito divino (o poder emana de Deus); no campo
social, pela sociedade de privilégios, baseada no nascimento. O movimento
iluminista tinha como bandeira a luta pela igualdade e pela liberdade - elementos
básicos para se alcançar o progresso humano por meio do desenvolvimento
científico.
11. A revolução intelectual que se efetivou na Europa no século XVIII,
divulgada principalmente a partir da edição da Enciclopédia, dirigida por
Diderot e D'Alembert, ficou conhecida como Iluminismo. A esse respeito,
responda:
a)
Qual o significado histórico do Iluminismo?
b)
Qual a relação entre as ideias iluministas e a Revolução Francesa de 1789?
Resposta:
a)
O pensamento iluminista, além de formular críticas ao Antigo Regime, serviu de
sustentação teórica aos movimentos que consolidaram os Estados Liberais nos
séculos XVIII e XIX.
b)
Os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade que norteavam a Revolução
Francesa, foram fundamentados nas obras dos pensadores iluministas.
12. "Que nunca percam de vista
o Soberano e a Nação o fato da terra ser a única fonte das riquezas e que a
agricultura as multiplica.
Que a propriedade dos bens de raiz e
das riquezas mobiliárias seja assegurada aos seus possuidores legítimos, pois a
segurança de propriedade é o fundamento essencial da ordem econômica da
Sociedade. (...)
Que seja mantida a inteira liberdade
de comércio; pois a política de comércio interior e exterior mais segura, mais
exata, mais proveitosa à Nação e ao Estado consiste na plena liberdade de
concorrência."
(François Quesnay, "Maximes
Generales du Gouvernement Economique.")
As
ideias de Quesnay, médico do rei francês Luís XV, explicitam as bases da
Fisiocracia, pensamento econômico do século XVIII, crítico do Mercantilismo
praticado na Europa até então.
a)
Retire do texto uma passagem em que se verifica contradição com as práticas
mercantilistas.
b)
Apresente uma relação entre Fisiocracia e Iluminismo.
Resposta:
a)
"Que seja mantida a inteira liberdade de comércio, pois a política de
comércio interior e exterior mais segura, mais exata, mais proveitosa à Nação e
ao Estado, consiste na plena liberdade de concorrência."
b)
A fisiocracia deriva da fundamentação do iluminismo nas "Leis
Naturais", as quais foram atribuídas pelos fisiocratas à economia.
Bom material.
ResponderExcluirmuito obrigada, me ajudou bastante
ResponderExcluirMuito obrigada! me ajudou muito nos meus estudos :)
ResponderExcluirExcelentes questões.Cria condições para o aluno pensar bastante.
ResponderExcluirMuito obrigado pelos comentários de todos. Grande abraço.
ResponderExcluir