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Nazismo Alemão


O Nazismo Alemão
Fatores como o início da Grande Depressão de 1929, desemprego maciço, as humilhações do Tratado de Versalhes (1919), o descontentamento social com o regime democrático ineficaz, o apoio do povo alemão aos partidos socialistas e o temor de uma revolução socialista, levou a alta burguesia alemã, empresários e o clero a apoiaram a extrema direita do espectro político, optando por extremistas de partidos como o Partido Nazista.
De 1925 a 1930, o governo alemão passou de uma democracia para um regime conservador-nacionalista do presidente e herói da Primeira Guerra Mundial Paul Von Hindemburg , que se opôs à natureza liberal democrática da República de Weimar. O partido que apoiou um estado mais autoritário, foi o Partido Popular (o Deutschnationale Volkspartei, DNVP ou "Nacionalistas"), porém depois de 1929, cada vez mais, o público passou à apoiar os nacionalistas mais radicais.
Nas eleições de 1928, quando as condições econômicas tinham melhorado após o fim da hiperinflação de 1922-23, os nazistas ganharam apenas 12 lugares no Reichstag. Após a Crise de 1929, nas eleições de 1930, eles ganharam 107 lugares, tornando-se o segundo maior partido parlamentar. Após as eleições de julho de 1932, os nazistas tornaram-se o maior partido no Reichstag, com 230 lugares. Porém o Partido Nazista não conseguiu uma maioria parlamentar até a nomeação de Hitler como chanceler. Hindenburg mostrou-se relutante em dar qualquer significativo poder para Hitler, mas o ex-chanceler Franz Von Papen e Hitler trabalharam em uma aliança entre os nazistas e o DNVP com a intenção de criar um regime autoritário e organizado: a fim de controlar Hitler, foi nomeado um gabinete ministerial que permitiria que Hitler assumisse o cargo de chanceler sujeito ao controle dos conservadores tradicionais, sendo que os nazistas seriam uma minoria no gabinete. Após tentativas do General Kurt Von Schleicher para formar um governo viável, von Schleicher colocou pressão em Hindenburg por intermédio de seu filho Oskar Von Hindenburg para eleger Hitler chanceler, bem como intrigas de ex-chanceler Franz Von Papen, líder do Partido do Centro Católico. Assim em 30 de Janeiro de 1933 Adolf Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha (Reichskanzler) por Hindenburg, sendo o gabinete ministerial em seguida dissolvido por Hitler.
Embora os nazistas tivessem ganho a maior parte dos votos nas duas eleições gerais do Reichstag em 1932, não tinham maioria, e apenas uma pequena parcela no parlamento aceitava suas propostas, o DNVP-NSDAP.
Na noite de 27 de fevereiro de 1933 o edifício do Reichstag foi incendiado e o neozelandês comunistaMarinus van der Lubbe foi encontrado no interior do edifício. Segundo testemunhas, Lubbe foi encontrado extremamente vermelho, completamente fora de si, e gritava sem parar a palavra "Revolução! Revolução!". Ele foi preso e acusado de iniciar o incêndio. O evento teve um efeito imediato sobre milhares de anarquistas, socialistas e comunistas em todo o Reich, muitos dos quais foram enviados para o campo de concentração de Dachau. Os alemães passaram a se perguntar se o incêndio seria um sinal para iniciar uma revolução comunista.
Durante o mesmo ano de 1933, o Partido Nazista eliminara toda a oposição. Os social-democratas (SPD), apesar dos esforços para apaziguar Hitler, foram proibidos no parlamento em Junho. Entre junho e julho os Nacionalistas (DNVP), o Partido Popular (DVP) e o Partido do Estado (DStP) foram desmantelados. O Partido do Centro Católico dissolveu-se em 5 de julho de 1933. Em 14 de Julho de 1933 a Alemanha foi oficialmente declarado um estado de partido único por um decreto-lei:
O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães constitui o único partido político da Alemanha.
Aquele que tentar manter ou formar um novo partido será punido com trabalhos forçados por três anos ou com prisão de seis meses a três anos, se a ação não estiver sujeita a penalidade maior, em conformidade com outros regulamentos.
O Reichstag aprovou em 24 de maio de 1933 o Ato de Autorização pelo qual transmitia suas funções legislativas ao poder executivo - no caso Hitler. Durante o regime nazista o Reichstag reuniu-se em torno de 12 vezes, nunca sustentou debates, votações, ou discursos — com exceção dos de Hitler –, tendo aprovado somente quatro leis (A Lei de Reconstrução de 30 de maio de 1934 — no qual abolia a autonomia dos estados da Alemanha –, e as três leis anti-semitas de Nuremberg em 15 de novembro de 1935). Inúmeros ministérios deixaram de se reunir no regime nazista — embora continuassem existindo na teoria — como o Conselho Secreto do Gabinete (Geheimer Kabinettsrat) e o Conselho de Defesa do Reich (Reichsverteidigungsrat), cujas funções passaram a ser executadas por Hitler.
Com a morte de Hindenburg em 2 de Agosto de 1934, Hitler fundiria os cargos de Reichspräsident e Reichskanzler no novo título Fuhrer und Reichskanzler, tornando-se chefe das forças armadas, então o exército passou à prestar um juramento de fidelidade à Hitler. Em Outubro de 1933, a Alemanha retirou-se da Sociedade das Nações, uma organização que Hitler desprezava.
A A Alemanha, por fim, transformou-se em um estado nacionalista, onde não-arianos e oponentes do nazismo eram excluídos da administração, e o sistema judiciário tornou-se subserviente ao nazismo. Campos de concentração foram criados para receber prisioneiros políticos, sendo durante a Segunda guerra mundial utilizados para reunir judeus ciganos e eslavos.
A "Revolução Nazista" e a nazificação da cultura
Hitler denominou sua ascensão e o processo para remoção dos judeus da sociedade alemã de "revolução", defendendo que tal processo de higiene racial seria o estopim da volta (daí revolução) da Alemanha aos tempos do grandioso Império Alemão. A Bandeira da República de Weimar foi substituída pela bandeira da suástica do partido nazista no dia 15 de setembro de 1935.
Em 22 de setembro de 1933 foi criada a Câmara de Cultura do Reich, com a intenção de nazificar a cultura, sob o comando do Dr. Goebbels: "A fim de levar a cabo uma política de cultura alemã, é preciso unir os artistas de todas as esferas numa organização coesa sob a direção do Reich. O Reich deve não somente determinar as linhas do progresso mental e espiritual, mas também orientar e organizar as profissões". Sete subcâmaras foram criadas para orientar e controlar toda a cultura: imprensa, belas-artes, literatura, música, cinema e rádio. Todos os profissionais dessas áreas foram obrigados a associar-se às câmaras, que podiam expulsar ou recusar pessoas por "falta de confiança política". Ou seja: como em todo e qualquer regime militar, agora o Reich conduziria o pensamento do povo alemão, e todos os controladores de massa (mídia e cultura) seriam agora controlados pelo Reich.[5]
Expansionismo
A Alemanha nazista desejava mais matérias-primas e auto-suficiência em alimentos, queria as colônias sob o controle da França e Reino Unido, desejava também o petróleo e o trigo da União Soviética. Conforme Hitler afirmou em Mein Kampf, ele desejava também a união de toda a "raça" alemã que vivia em outros países (Renânia, Áustria, nos Sudetos da Tchecoslováquia e em Dantizig na Polônia) e expandir a Alemanha para territórios eslavos, para conseguir o Lebensraum (Espaço Vital) para a raça alemã viver, instalando a "Nova ordem", muitos consideram este expansionismo uma tentativa de "dominar o mundo".
Em março de 1936, Hitler ordenou que o exército alemão ocupasse a Renânia, região cortada pelo rio Reno na fronteira entre França e Alemanha, conforme estabelecido no Tratado de Versalhes, essa região devia permanecer desmilitarizada, mas Hitler ignorou esta regra. A maioria dos franceses não reagiu à ocupação da Renânia, pois estavam politicamente divididos: havia conflitos entre os partidos políticos marxistas, de base operária e os partidos políticos tradicionais, simpatizantes do fascismo. Também acreditavam que o inimigo do capitalismo democrático era o comunismo da União Soviética e não o nazismo. E os generais franceses não ficaram preocupados com a ação militar alemã na fronteira da França, muitos ainda confiavam nos métodos utilizados pelo exército na Primeira Guerra Mundial, e elaboraram uma estratégia de defesa prevendo uma guerra de trincheiras, com exércitos imóveis garantindo suas posições, ordenando a construção de uma longa fortificação percorrendo a fronteira germano-francesa, conhecido como Linha Magino Maginot .
Em março de 1938, Hitler anexou a Áustria à Alemanha, com o apoio do partido nazista austríaco, que preparou o caminho político para essa anexação, denominada Anschluss (União), que também era proibido pelo Tratado de Versalhes. A Anschluss foi confirmada por um plebiscito em abril de 1938 sobre o lema ein Volk, ein Reich, ein Führer! (um Povo, um Império, um Líder!), o próprio Hitler foi visitar a Áustria, afirmando que o povo alemão nunca mais seria separado.[
Logo depois Hitler passou a reivindicar também a anexação da região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, habitada por 3 milhões de alemães, a Alemanha nazista acusou falsamente os tchecos de violência e opressão contra os alemães, a imprensa da Alemanha, comandada por Goebbels fez anúncios sobre ondas maciças de violência. Para discutir essa questão, convocou-se em setembro de 1938 o Acordo de Munique, que reuniu os líderes das potências européias. A reunião era supostamente idéia de Mussolini, mais na realidade, Hitler tivera a idéia. Dela participaram, Hitler, Mussolini, e os primeiros-ministros Neville Chamberlain (Reino Unido) e Édouard Daladier (França), os representados dos interesses da Tchecoslováquia foram impedidos de participar da reunião. Pensando que essa seria a última reivindicação territorial de Hitler, a França e o Reino Unido permitiu a anexação dos Sudetos ao Reich, porém, seguindo ordens secretas, além de ocupar os Sudetos, invadiram toda a Tchecoslováquia em março de 1939, desrespeitando a Conferência de Munique, mesmo assim a França e o Reino Unido não se manifestaram energicamente contra as ofensivas nazistas, mais alertaram que não aceitaram uma nova reivindicação alemã.
No dia 27 de agosto de 1939, a Alemanha nazista e a União Soviética assinaram um pacto de não-agressão, o Pacto Ribbentrop-Molotov (assim chamado por ter sido efetuado pelos ministros dos exteriores da Alemanha e da União Soviética), França e Reino Unido anteriormente estavam em negociações com a União Soviética, porém, não desejavam de fato uma aliança, ao contrário da Alemanha. O acordo não somente garantia a neutralidade da União Soviética no caso da Alemanha invadir outros países — uma vez que naquele momento Hitler não teria condições de lutar em duas frentes –, como uma parte secreta do acordo estabelecia que a Polônia seria invadida e dividida entre as duas potências. Hitler começou a exigir da Polônia um acordo comercial germano-polonês que incluía a construção de uma linha ferroviária e a militarização de Dantzig, no que foi negado pela Polônia. Pouco tempo depois em 1º de Setembro de 1939, tropas alemãs invadiram o território polonês pelo oeste, sendo seguidas pelas tropas russas que em 17 de setembro de 1939, invadiram o lado leste, em menos de um mês, o precário exército polonês foi derrotado, os governos do Reino Unido e França entregaram ultimatos à Alemanha, avisando que deveria retirar suas tropas da Polônia, não houve resposta e em 3 de setembro declararam guerra à Alemanha, começava a Segunda Guerra Mundial.

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