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War Proxy ou Guerra por Procuração - Diplomacia, Guerra e Relações Internacionais

 

Proxy war é uma forma de conflito em que duas ou mais potências opostas utilizam terceiros para lutar em seu nome. As forças proxy podem ser outras nações, grupos armados ou até mesmo indivíduos. O principal objetivo de uma guerra proxy, também conhecida como guerra por procuração, é alcançar objetivos estratégicos ou políticos sem se envolver em confrontos militares diretos com a potência oposta. Desde a antiguidade, essa estratégia já era usada, muito comum, inclusive no Império romano, que usava, muitas vezes, a estratégia para enfraquecer determinadas nações, incitando, por meio de jogadas diplomáticas, o enfrentamento entre elas, sem o seu próprio envolvimento direto, apenas, usando um ditado contemporâneo, “assistindo de camarote o circo pegar fogo”.

No entanto, as guerras por procuração não são exclusividade da Idade Antiga. Alguns historiadores, inclusive, identificam na política do apaziguamento, uma espécie de dessa prática, que contava com um desfecho de enfrentamento entre Rússia e Alemanha, que, como sabemos, foi frustrada pelo pacto germano-soviético. Mas nenhum exemplo é mais claro do que o da segunda metade do século XX.

As guerras proxy têm sido uma característica comum das relações internacionais desde a Guerra Fria. Durante este período, os Estados Unidos e a União Soviética muitas vezes apoiavam lados opostos em conflitos ao redor do mundo. Exemplos incluem a Guerra do Vietnã, a da Coréia,  Guerra do Afeganistão soviético, além de  várias guerras civis pelo mundo afora.

 

As guerras proxy podem ter consequências significativas para os países e regiões envolvidos. Esses conflitos muitas vezes levam ao deslocamento de civis, abusos de direitos humanos e desestabilização de regiões inteiras. Além disso, as guerras proxy podem escalar para um confronto militar direto se uma das potências opostas decidir se envolver diretamente.

 

O uso de forças proxy permite que as potências opostas mantenham uma negação plausível e evitem responsabilidade direta por quaisquer consequências negativas. Isso ocorre porque as forças proxy geralmente não são controladas diretamente pelas potências opostas e podem ter suas próprias agendas e interesses. No entanto, isso também pode tornar difícil controlar as ações das forças proxy e garantir que estejam agindo de acordo com os interesses da potência de suporte.

 

Um dos maiores desafios das guerras proxy é que elas muitas vezes prolongam o conflito e dificultam a obtenção de uma solução pacífica. Isso ocorre porque as forças proxy podem ter seus próprios interesses e agendas que não estão alinhados com os da potência de suporte. Além disso, o uso de forças proxy pode criar um ciclo de violência, à medida que cada lado busca aumentar o conflito por meio de seus proxies.

 

Nos últimos anos, as guerras por procuração continuaram a ser uma característica das relações internacionais. Por exemplo, na Guerra Civil Síria, várias potências regionais e globais apoiaram lados opostos, levando a um conflito prolongado que resultou no deslocamento de milhões de pessoas e devastação generalizada, sem contar na formação de grupos extremistas que acabaram fugindo ao controle dos países que pensavam controlar os seus aliados por procuração.

 

Em conclusão, as guerras proxy são uma forma de conflito que pode ter consequências de longo alcance para os países e regiões envolvidos. Embora permitam que as potências opostas alcancem seus objetivos estratégicos e políticos sem confronto militar direto, também podem prolongar conflitos, levar a abusos de direitos humanos e desestabilizar regiões inteiras. Estaria o mundo entrando em uma imprevisível guerra por procuração no Conflito da Ucrânia? Será que há interesses mais profundos que buscam enfraquecer ou minar determinados recursos de poder. A História, como sempre, refrigerados os espíritos, nos trará respostas mais seguras para essa pergunta.

Um abraço,

Professor Arão Alves


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