Analise os conflitos armados ocorridos na América Latina nos
séculos XIX e XX, destacando os interesses das potências europeias e concluindo
sobre os reflexos nas expressões do poder nacional político, econômico e
militar, relacionados ao subcontinente em evidência.
Elabore uma análise dos séculos XIX e XX quantos aos
conflitos armados que tiveram lugar na América Latina nos séculos XIX e XX,
identificando os interesses tantos dos países envolvidos quanto des potências
europeias envolvidas e avaliando seus impactos na configuração do poder
nacional em termos políticos, econômicos e militares no referido subcontinente.
Não há dúvidas de que os
conflitos armados ocorridos na América Latina nos séculos XIX e XX foram
responsáveis por gerar reflexos significativos nas expressões política,
econômica e militar do poder nacional dos países envolvidos. Alguns desses
conflitos chegaram a envolver interesses de potências externas ao continente.
GUERRAS DE INDEPENDÊNCIA
Os confrontos armados iniciaram
no século XIX, a partir de 1808, com as guerras de independência contra as
metrópoles Espanha e Portugal. A indefinição de fronteiras entre os vice-reinos
espanhóis, aliada à descoberta de riquezas e à disputa por acessos em regiões
fronteiriças, provocou vários confrontos entre os países da região ao longo
desses dois séculos.
Após as guerras de independência,
a delimitação e a demarcação dos estados recém-formados foram as principais
causas de conflitos na região e contribuíram significativamente para a
construção de identidades nacionais distintas para cada país. Paralelo a isso,
houve uma busca pela incorporação, no patrimônio das nações recém-formadas, das
terras “não ocupadas”, como no caso do movimento de expansão das fronteiras
brasileiras. Isso gerou novas áreas de atrito e novos confrontos que, em muitos
casos, estenderam-se até os dias atuais.
GOVERNOS NACIONALISTAS E A GUERRA
FRIA
No século XX, a região foi
marcada por fortes governos nacionalistas, como o de Getúlio Vargas, no Brasil,
e o de Perón, na Argentina. Esses governos tendiam a uma defesa mais acirrada
dos pretensos direitos dos seus países, levando a sistemáticas zonas de tensão.
A Guerra Fria somou-se a essa situação, com o desenvolvimento da ideia de áreas
de segurança estratégica, que tendiam a confrontar os países na defesa de seus
interesses particulares.
Essa conjuntura só começou a mudar a partir da década de 1990, com o início da integração em blocos econômicos, como o MERCOSUL e a Comunidade Andina de Nações.
PRINCIPAIS CONFLITOS ARMADOS
O estopim para as guerras de
independência (1808 a 1829) foi a dificuldade da Espanha em controlar os seus
vice-reinos americanos após a invasão francesa da Península Ibérica. Esses
conflitos resultaram na formação de diversos países independentes, com destaque
para o Brasil, Argentina e México.
A guerra da Cisplatina (1825 a
1828) envolveu Brasil e Argentina na disputa pelo controle da foz do Rio da
Prata. A indefinição nos combates, aliada aos interesses ingleses que desejavam
manter o monopólio do comércio na área, levou à criação do Estado-tampão do
Uruguai.
Ao norte do continente, a Guerra
Estados Unidos-México (1846 a 1848) nasceu da recusa mexicana em vender, aos
americanos, a Califórnia e Califórnia e territórios adjacentes por cerca de 25
milhões de dólares. A derrota mexicana fez o país perder cerca de 50% do seu
território, enquanto os EUA ampliaram o seu em mais de 25%. Esse contexto foi
responsável por reduzir, significativamente, a força política, militar e
econômica mexicana, ao mesmo tempo que consolidou os EUA como potência na
região.
Menos de 20 anos depois, a Guerra
da Tríplice Aliança (1864 a 1870) foi motivada pela invasão, por ordem de
Solano López, dos territórios brasileiro e argentino com a finalidade formar o
“Grande Paraguai”. A vitória do Brasil, Argentina e Uruguai ocasionou a
destruição da infraestrutura econômica, política e militar do Paraguai. O
Brasil terminou a guerra economicamente comprometido e com enormes dívidas
junto a bancos ingleses, com o exército fortalecido politicamente e a monarquia
no início do declínio que levaria a sua queda em 1889.
Encerrando os conflitos do século
XIX, as desavenças sobre a exploração de nitratos feitas pelo Chile no
território da Bolívia, levaram os dois países e o Peru a se enfrentarem na
Guerra do Pacífico, de 1879 a 1884. Com a vitória, o Chile incorporou a região
peruana de Taparacá e a boliviana de Antofogasta. A perda retirou da Bolívia
sua saída para o mar e comprometeu política, econômica e militarmente os dois
perdedores. Por outro lado, fortaleceu o Chile nos mesmos três aspectos. Cabe
ressaltar o interesse inglês em manter o domínio sobre a exploração e o
comércio dos recursos naturais da região através de suas empresas chilenas.
No século XX, a região da América Latina passou por diversos conflitos armados, muitos dos quais foram influenciados pelos interesses de potências estrangeiras. Alguns desses conflitos tiveram início em decorrência de questões políticas internas, enquanto outros foram motivados por disputas territoriais ou ideológicas.
Um dos conflitos mais significativos ocorridos na América Latina no século XX foi a Revolução Mexicana (1910-1920). Esse conflito teve início quando o ditador Porfirio Díaz se recusou a realizar reformas sociais e políticas que eram reivindicadas pela população. A revolta popular acabou resultando na queda de Díaz e no estabelecimento de um governo constitucional. No entanto, a instabilidade política persistiu no país, com diferentes facções lutando pelo poder. Esse conflito acabou atraindo a atenção dos Estados Unidos, que intervieram no país em diversas ocasiões.
Outro conflito importante foi a Guerra do Chaco (1932-1935), que envolveu o Paraguai e a Bolívia. A guerra teve início em decorrência de disputas territoriais na região do Chaco, uma área rica em petróleo. O conflito foi extremamente sangrento e resultou na morte de milhares de pessoas de ambos os lados. Os Estados Unidos e a Argentina se envolveram no conflito, com a Argentina fornecendo armas e equipamentos para o Paraguai, enquanto os Estados Unidos tentavam mediar a paz entre as duas nações.
Outro conflito importante foi a Guerra das Malvinas (1982), que envolveu a Argentina e o Reino Unido. A disputa territorial teve início quando a Argentina invadiu as Ilhas Malvinas, que eram controladas pelo Reino Unido. O conflito acabou resultando na derrota da Argentina e no fortalecimento da posição britânica na região. A guerra também teve impactos significativos na política interna argentina, com o governo militar que estava no poder perdendo ainda mais legitimidade.
Durante o período que vai de 1828
a 1995, Peru e Equador se enfrentaram em seis ocasiões em conflitos como os do
Putumayo e o do Alto Cenepa, que ocorreram na região da Cordilheira do Condor
pela posse de áreas de acesso ao Rio Amazonas. No entanto, a paz definitiva só foi
alcançada em 1998 com a Declaração de Paz do Itamaraty, mediada pelos
garantidores do Protocolo do Rio de Janeiro, de 1942. Apesar do conflito ter
sido longo, ele se restringiu a uma disputa nacionalista, sem grandes
interesses econômicos, servindo apenas para inflamar o sentimento patriótico e
valorizar o poder militar interno a cada nova escaramuça.
Em outra ocasião, entre 1932 e 1935, Bolívia e Paraguai entraram em conflito na disputa por pretensas reservas de petróleo no Chaco Boreal e pelo acesso da Bolívia ao mar através do Rio Paraguai. O Paraguai saiu vitorioso, anexando cerca de ¾ da região disputada, enquanto a Bolívia perdeu parte do seu território. A guerra comprometeu economicamente os dois países e gerou ressentimentos e disputas políticas que se estendem até aos dias atuais. Vale destacar o interesse da empresa inglesa Royal Dutch Shell em explorar possíveis reservas petrolíferas no Chaco paraguaio.
Nas décadas de 1960 e 1970, movimentos guerrilheiros comunistas espalharam-se por toda a América Latina, valendo-se da luta armada, sequestros e assassinatos para a tomada do poder pela força. Em resposta, grande parte dos países foram abalados derrubada de governos, substituídos, em grande parte, pela tutela das forças armadas. A união dos seguimentos desses países, conseguiram abafar os movimentos de resistência armada na maioria das dos Estados em que ocorreram.
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