Dicas do Professor Arão Alves
Grupo de estudo para as específicas da Uerj: https://www.facebook.com/groups/660763183949872/Curso gratuito de História do Brasil para específica: http://araoalves.blogspot.com.br/2013/10/curso-de-historia-do-brasil-para-provas.html
Questões
1. (Pucsp 2012)
A CIDADE DO PRESENTE E DO FUTURO
Leia os textos e observe os
mapas:
Sobre a urbanização e a
cidade que se desenvolvia na Revolução Industrial:
“Pode-se admitir que, dado o ritmo com que o
industrialismo se introduziu no Mundo Ocidental, o problema de construir
cidades adequadas era quase insolúvel (...) Como construir uma cidade coerente,
a partir de esforços de mil competidores individuais, que não conheciam outra
lei que não a sua doce vontade? Como integrar as novas funções mecânicas num
tipo novo de planta que pudesse ser traçado e rapidamente desenvolvido – se a
própria essência de tal integração dependia do firme controle das autoridades
públicas que muitas vezes não existiam, e que, quando existiam, não exercitavam
poder algum (...)? Como criar uma infinidade de novas comodidades e novos
serviços para trabalhadores que não podiam mesmo alugar a não ser os mais
miseráveis tipos de abrigo?”.
Lewis MUMFORD. A cultura das cidades. Belo Horizonte:
Itatiaia, 1961. p. 203-204
Sobre a urbanização e a
cidade do presente e do futuro no século XXI:
“Nosso habitat é mais e mais urbano, e o
será ainda mais no prazo de uma geração. Daqui a 25 anos, as organizações
urbanas deverão, de fato, acolher cerca de 3 bilhões de habitantes suplementares,
o que representará quase o dobro do número atual. A população urbanizada se
estabilizará em torno de 6 bilhões e 700 milhões de almas – sobre um total de
10 bilhões de seres humanos. Compreende-se facilmente que o problema, que
afetará os países do Sul, e também os do Norte, está à altura de suas cifras:
vertiginoso. Para fazer frente a esse movimento, será necessário desenvolver
políticas (de infraestrutura, de moradia, sociais, econômicas e culturais)
inventivas e enérgicas que não poderão se fundar na reciclagem das ações
realizadas no curso do século XX”.
Michel
LUSSAULT. L' Homme Spatial [O Homem Espacial]. Paris: Éditions du Seuil.
2007, p. 267, tradução nossa.
Redija um texto comparando a atual onda
urbanizadora com a do período da Revolução Industrial. Considere:
• os contextos internacionais (históricos e
geográficos) e as condições técnicas em que esses dois momentos de urbanização
ocorrem;
• os problemas sociais (moradia, mobilidade nos
espaços urbanos, acesso a serviços) enfrentados pelas cidades dos séculos 18 e
19 e pelas atuais;
• as perspectivas urbanas para os próximos anos do
século 21.
Resposta:
A partir do
século XVIII, alavancadas pela disseminação das manufaturas promovidas pela
Revolução Industrial, as cidades europeias conheceram um período de crescimento
demográfico e expansão de seu espaço físico, com a implantação de
infraestrutura em transportes e energia, e na formação de guetos, os bairros
operários cujas condições eram de extrema miséria, pois a industrialização acentuou
a concentração de renda com a separação definitiva entre capital e trabalho.
Todo esse processo esteve baseado na mentalidade liberal iluminista, que
supervalorizou as ações individuais e colocou em segundo plano as ações
sociais, numa época em que, na Inglaterra, o Estado estava sob controle da
burguesia – desde e a Revolução Gloriosa – e representava seus interesses. No
século XIX ocorreram melhorias nos equipamentos urbanos, contudo, a segregação
socioespacial se manteve, haja vista que os maiores investimentos públicos eram
direcionados aos bairros mais ricos.
As cidades do
século XXI caracterizam-se por reproduzir o meio
técnico-científico-informacional liderando as atividades do capitalismo
financeiro, e dessa forma, atraindo a população que se integra no sistema
produtivo por meio dela, consolidando a segregação socioespacial já criada no
século XVIII, principalmente por estar mais acentuada em novas regiões,
consideradas emergentes, e em países ainda considerados como periféricos que,
apesar de ganharem projeção, alcançam maior concentração industrial, mas
preservam as fortes desigualdades socioeconômicas.
As
perspectivas das cidades para o século XXI apontam para a migração da população
para as cidades, processo já iniciado no século XX e, agora, intensificado. Em
razão disso, prevê-se um crescimento desordenado, pontuado por tentativas de
organizar um espaço cuja estrutura e serviços terão de atender aos quase sete
bilhões de pessoas.
2. (Pucrj 2012) O tema da redução da
jornada de trabalho é, ainda hoje, uma questão envolta em polêmicas.
a) Nas imagens 1 e 2 estão
explicitados, respectivamente, pontos de vista a favor e contra a redução da
jornada de trabalho no Brasil. Explique cada um dos pontos de vista
apresentados.
b) Dentre outros pontos a
favor da redução da jornada, destacam-se as melhorias da qualidade de vida e da
qualificação do trabalhador. Explique esses dois argumentos.
Resposta:
a) As imagens
são duas campanhas publicitárias divergentes. A 1 é favorável à redução da
jornada de trabalho para 40 horas, o que pode beneficiar os trabalhadores,
visto que não haveria redução de salários. A 2 é desfavorável, visto que a
redução da jornada de trabalho poderia trazer prejuízos para as empresas,
inclusive as pequenas, pois aumentaria os custos com salários devido a
necessidade de novas contratações. O aumento de custos poderia reduzir a
competitividade das empresas brasileiras frente a entrada de produtos
importados de países como a China onde o custo com a mão de obra é mais baixo.
Em alguns casos, poderia haver até o deslocamento de empresas brasileiras para
a China.
b) Com a redução da jornada
de trabalho, o trabalhador teria mais tempo para a família e para o lazer,
melhorando sua qualidade de vida. Também haveria mais tempo para o trabalhador
estudar e se qualificar melhor, o que poderia beneficiar as empresas devido ao
aumento de produtividade e o trabalhador em razão do aumento de seus
rendimentos.
3.
(Pucrj 2012) Em 2009, foi instituído,
pelo governo municipal do Rio de Janeiro, o projeto Porto Maravilha. Segundo
documentos oficiais, sua finalidade é promover a reestruturação da região
portuária da cidade,
“por
meio da ampliação, articulação e requalificação dos seus espaços públicos, visando à melhoria da qualidade de vida de
seus atuais e futuros moradores e à sustentabilidade ambiental e socioeconômica da área. O
projeto tem como limites as Avenidas Presidente Vargas, Rodrigues Alves, Rio
Branco, e Francisco Bicalho.”
(Adaptado de
CDURP/Prefeitura do Rio de Janeiro, Projeto Porto Maravilha).
a) Segundo o geógrafo Milton
Santos, o espaço é um acúmulo desigual de tempos. As formas observáveis na
paisagem das cidades e as funções a elas reservadas podem variar através dos
tempos. Considerando os objetivos do projeto, apresente um exemplo que ilustre
a manutenção de uma forma urbana com nova função na região destacada.
b) A posição oficial sobre o
projeto é que ele beneficiará as pessoas que vivem naquela parte da cidade.
Considerando os efeitos do processo de gentrificação, cite um argumento
contrário a essa visão.
Resposta:
a)
Considerando a região portuária do Rio de Janeiro, que sofreu uma deterioração
nas últimas décadas, uma das formas de revitalização com a manutenção da forma,
mas com mudança na função, é o uso de armazéns antigos outrora usados para
depósitos de mercadorias, para novos empreendimentos do setor terciário, ou
seja, comércio, serviços e atividades artísticas.
b) Em muitas cidades
ocorreram processos de gentrificação, ou seja, de “enobrecimento” social
provocada pela revitalização urbana de áreas que estavam desvalorizadas e
ocupadas por grupos sociais mais pobres. O processo acontece pela ação do
Estado e por agentes privados responsáveis pela especulação imobiliária. Por
exemplo, a compra de terrenos e imóveis antigos, sua demolição ou
requalificação, o aumento do preço dos imóveis e dos aluguéis estimula a saída
dos moradores mais pobres e a chegada de moradores das classes média e alta.
Portanto, o grande desafio seria conciliar a valorização da região portuária
com a inclusão social.
4. (Pucrj 2012) Redes sociais como ferramenta de protesto: arma de mudança?
Muita gente vem
incensando as mídias sociais como elementos revolucionários fundamentais nas
rebeliões que vêm ocorrendo no norte da África e Oriente Médio. O consenso
atual é o de que as redes criadas por elas são capazes de facilitar a mudança
de um regime político, dando início a uma nova onda de democratização ao redor
do mundo. Essas mídias sozinhas, no entanto, não instigam revoluções e, como
qualquer ferramenta, têm pontos fracos e pontos fortes.
(Adaptado de
http://campanhaseideias.blogspot.com/2011/02/redes-sociais-como-ferramenta-de.html.
Acesso em agosto de 2011).
a) Explique como a compressão
espaço-tempo, na atualidade, amplia o sucesso das mídias sociais nos eventos em
destaque.
b)
Selecione um
ponto forte e outro fraco das redes geradas pelas mídias sociais nos eventos
regionais em curso.
Resposta:
a) O processo
de globalização é caracterizado pela aceleração dos fluxos de informações e de
ideologias por meio da difusão das telecomunicações e da informática. A
expansão da Internet e das redes sociais nos últimos anos, além de dinamizar as
relações interpessoais e econômicas, começa a influir de maneira mais frequente
em questões sociais e políticas.
b) O ponto forte, no caso
da Primavera Árabe (Egito, Tunísia, Líbia, Iêmen e Síria), movimento por
democracia contra regimes autoritários, foi a utilização da tecnologia da
informação (celulares e redes sociais da Internet) para acelerar o movimento
quanto a difusão dos acontecimentos e mobilização dos manifestantes e dos
grupos políticos. Foram instrumentos importantes, considerando que mídias
tradicionais como a televisão e o rádio estavam submetidas à censura
governamental. O ponto fraco é que, por vezes, as novas mídias também são
utilizadas para divulgar informações falsas e difundir ideias de extremistas
que geram conflitos, a exemplo do filme que difamava o profeta Maomé e que
provocou protestos contra os EUA em vários países muçulmanos, em 2012.
Professor Arão Muito bom dia! Obrigada mais uma vez pela dedicação e empenho. Irei fazer a discursiva de Geografia e com absoluta certeza esse conteúdo enviado pelo o Sr. há de ajudar.
ResponderExcluirKelly - Rio de Janeiro