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Enem - Questões temáticas - questões com gabarito comentado



1.
  

Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem movimento. Essa obra retrata  
a) a confraternização de uma população socialmente marginalizada.    
b) o inconformismo da população de baixa renda da capital.    
c) o cotidiano da burguesia contemporânea da capital.   
d) a instabilidade de uma realidade rural do Brasil    
e) a solidariedade da população nordestina.    
  
2.   TEXTO I

Já existe, em nosso país, uma consciência nacional que vai introduzindo o elemento da dignidade humana em nossa legislação, e para qual a escravidão é uma verdadeira mancha. Essa consciência resulta da mistura de duas correntes diversas: o arrependimento dos descendentes de senhores e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos.
NABUCO, J. O abolicionismo. Disponível em www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 12 out 2011 (adaptado)

TEXTO II

Joaquim Nabuco era bom de marketing. Como verdadeiro estrategista, soube trabalhar nos bastidores para impulsionar a campanha abolicionista, utilizando com maestria a imprensa de sua época. Criou repercussão internacional para a causa abolicionista, publicando em jornais estrangeiros lidos e respeitados pelas elites brasileiras. Com isso, a campanha ganhou vulto e a escravidão se tornou um constrangimento, uma vergonha nacional, caminhando assim para o seu fim. 

COSTA e SILVA, P. “Um abolicionista bom de marketing”. Disponível em www.revistadehistoria.com.br. Acesso em 27 de jan. 2012 (adaptado)

Segundo Joaquim Nabuco, a solução do problema escravista no Brasil ocorreria como resultado da:  
a) Evolução moral da sociedade.    
b) Vontade política do Imperador.    
c) Atuação isenta da Igreja Católica.    
d) Ineficácia econômica do trabalho escravo.    
e) Implantação nacional do movimento republicano.    
  
3.         No princípio do século XVII, era bem insignificante e quase miserável a Vila de São Paulo. João de Laet davalhe 200 habitantes, entre portugueses e mestiços, em 100 casas; a Câmara, em 1606, informava que eram 190 os moradores, dos quais 65 andavam homiziados*.

*homiziados: escondidos da justiça

            Nelson Werneck Sodré. Formação histórica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1964.

            Na época da invasão holandesa, Olinda era a capital e a cidade mais rica de Pernambuco. Cerca de 10% da população, calculada em aproximadamente 2.000 pessoas, dedicavam-se ao comércio, com o qual muita gente fazia fortuna. Cronistas da época afirmavam que os habitantes ricos de Olinda viviam no maior luxo.

            Hildegard Féist. Pequena história do Brasil holandês. São Paulo: Moderna, 1998 (com adaptações).

Os textos apresentados retratam, respectivamente, São Paulo e Olinda no início do século XVII, quando Olinda era maior e mais rica. São Paulo é, atualmente, a maior metrópole brasileira e uma das maiores do planeta. Essa mudança deveu-se, essencialmente, ao seguinte fator econômico:
a) maior desenvolvimento do cultivo da cana-de-açúcar no planalto de Piratininga do que na Zona da Mata Nordestina.   
b) atraso no desenvolvimento econômico da região de Olinda e Recife, associado à escravidão, inexistente em São Paulo.   
c) avanço da construção naval em São Paulo, favorecido pelo comércio dessa cidade com as Índias.   
d) desenvolvimento sucessivo da economia mineradora, cafeicultora e industrial no Sudeste.   
e) destruição do sistema produtivo de algodão em Pernambuco quando da ocupação holandesa.   
  
4.   O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os criados. Eles eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras pessoas de "classe média" na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele também se curvou às circunstâncias a que não podia escapar.

            Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações).

Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime dividia-se tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero e 30 Estado, é correto afirmar que o autor do texto, ao fazer referência a "classe média", descreve a sociedade utilizando a noção posterior de classe social a fim de
a) aproximar da nobreza cortesã a condição de classe dos músicos, que pertenciam ao 30 Estado.   
b) destacar a consciência de classe que possuíam os músicos, ao contrário dos demais trabalhadores manuais.   
c) indicar que os músicos se encontravam na mesma situação que os demais membros do 30 Estado.   
d) distinguir, dentro do 30 Estado, as condições em que viviam os "criados de libré" e os camponeses.   
e) comprovar a existência, no interior da corte, de uma luta de classes entre os trabalhadores manuais.   
  
5.   No dia 7 de outubro de 2001, Estados Unidos e Grã-Bretanha declararam guerra ao regime Talibã, no Afeganistão.
Leia trechos das declarações do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e de Osama Bin Laden, líder muçulmano, nessa ocasião:

George Bush:
Um comandante-chefe envia os filhos e filhas dos Estados Unidos à batalha em território estrangeiro somente depois de tomar o maior cuidado e depois de rezar muito. Pedimos-lhes que estejam preparados para o sacrifício das próprias vidas. A partir de 11 de setembro, uma geração inteira de jovens americanos teve uma nova percepção do valor da liberdade, do seu preço, do seu dever e do seu sacrifício. Que Deus continue a abençoar os Estados Unidos.

Osama Bin Laden:
Deus abençoou um grupo de vanguarda de muçulmanos, a linha de frente do Islã, para destruir os Estados Unidos. Um milhão de crianças foram mortas no Iraque, e para eles isso não é uma questão clara. Mas quando pouco mais de dez foram mortos em Nairóbi e Dar-es-Salaam, o Afeganistão e o Iraque foram bombardeados e a hipocrisia ficou atrás da cabeça dos infiéis internacionais. Digo a eles que esses acontecimentos dividiram o mundo em dois campos, o campo dos fiéis e o campo dos infiéis. Que Deus nos proteja deles.

(Adaptados de O Estado de S. Paulo. 8/10/2001)

Pode-se afirmar que
a) a justificativa das ações militares encontra sentido apenas nos argumentos de George W. Bush.   
b) a justificativa das ações militares encontra sentido apenas nos argumentos de Osama Bin Laden.   
c) ambos apóiam-se num discurso de fundo religioso para justificar o sacrifício e reivindicar a justiça.   
d) ambos tentam associar a noção de justiça a valores de ordem política, dissociando-a de princípios religiosos.   
e) ambos tentam separar a noção de justiça das justificativas de ordem religiosa, fundamentando-a numa estratégia militar.   
 
Gabarito:  

Resposta da questão 1:

 [A]


A questão pode ser respondida sem nenhum conhecimento sobre Heitor dos Prazeres ou sua obra. Basta que o estudante consiga interpretar o quadro, identificando nele uma “população socialmente marginalizada” – os negros – em meio a uma “confraternização” – mostrada a partir de danças e instrumentos.  

Resposta da questão 2:
 [A]

Como ambos os textos deixam claro, Nabuco associou o “ter escravos” ao “constrangimento”, deixando claro que, para a sociedade do Segundo Reinado, a escravidão era uma herança moral vergonhosa.  

Resposta da questão 3:
 [D]

A questão retrata o crescimento de São Paulo ao longo de séculos, desde o período colonial até à República, destacando atividades econômicas diferentes desde a mineração – na região vizinha, passando pelo café e, posteriormente, pela industrialização.  

Resposta da questão 4:
 [C]

É a única resposta possível, a partir da ideia de que o terceiro estado era formado majoritariamente pelas camadas populares, que viviam em situação de pobreza, assim como os músicos da corte, forçados a aceitar uma situação na qual os serviços eram pagos com alimentação e moradia. No entanto, vale lembrar que a burguesia, inclusive os setores mais ricos, também eram membros do terceiro estado.  

Resposta da questão 5:
 [C]


A questão é uma interpretação dos dois textos apresentados e não deve considerar outros conhecimentos sobre os conflitos em questão, nem a opinião sobre os dois personagens citados. Nos textos, a evocação a Deus é determinante para justificar suas ações.  

Links para aulas com o Professor Arão Alves

História do Brasil



Primeiro  império - 1º parte



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