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PUC - Questões discursivas de História com gabarito comentado


Curso gratuito  On-line de História do Brasil para provas discursivas. Professor Arão Alves:
http://araoalves.blogspot.com.br/2013/10/curso-de-historia-do-brasil-para-provas.html



1. (Pucsp 2012)  JOGOS OLÍMPICOS

Ao longo do século XX, grandes eventos esportivos revestiram-se, muitas vezes, de significado político. Nas décadas de 1970 e 1980, três edições dos Jogos Olímpicos foram alvo de boicotes por parte de alguns países. Interesses econômicos e esportes também se misturaram. As disputas entre países e cidades para sediar eventos esportivos internacionais são muito acirradas e plenas de estratégias diversas. Despertam tanta atenção do público quanto as próprias competições esportivas.


Para analisar essas relações, leia os textos, observe o mapa e consulte as tabelas.


“A Guerra Fria chegou aos Jogos Olímpicos em 1980. Os Estados Unidos lideraram um boicote massivo aos jogos de Moscou, em protesto contra a invasão do Afeganistão pela União Soviética, em 1979. Os Jogos Olímpicos sempre procuraram se desvincular das injunções políticas, porém, em 1980, o evento se converteu num peão da Guerra Fria, no confronto de gato e rato entre as duas superpotências: os Estados Unidos e a União Soviética”.

(DEUTSCHE Welle. Moscow 1980: Cold War, Cold Shoulder. DW-World.DE, 31-07-2008. In: http://www.dw.de/dw/article/0,2144,3524906,00.html, acesso em 15 de maio de 2012, tradução nossa)

“Propor a candidatura de Paris* aos Jogos de 2012 representou, acima de tudo, propor um enredo. Diferentes fatos e realidades foram combinados numa só história, marcada por grandes eventos – como o do renascimento do olimpismo em Paris, graças a Pierre de Coubertin –, grandes homens (o próprio Coubertin), grandes lugares do passado, presente e futuro. Ao narrar o encontro da grande cidade com o espírito olímpico, esse enredo não significava um mero truque para a ação, mas constituía seu centro, pois embasava o discurso que justificava o que estava sendo feito.”

Michel LUSSAULT. L'Homme Spacial. Paris: Éditions du Seuil, 2007. p. 234-235, tradução nossa)

(*) Paris perdeu a indicação para Londres, onde se realizarão os Jogos Olímpicos de 2012.

Quadro de medalhas – Jogos Olímpicos de Montreal (1976)
País
Ouro
Prata
Bronze
Total
União Soviética
49
41
35
125
Alemanha Oriental
40
25
25
90
Estados Unidos
34
35
25
94
Alemanha Ocidental
10
12
17
39
Japão
9
6
10
25
Polônia
7
6
13
26
Bulgária
6
9
7
22
Cuba
6
4
3
13
Romênia
4
9
14
27
Hungria
4
5
13
22

Quadro de medalhas – Jogos Olímpicos de Moscou (1980)
País
Ouro
Prata
Bronze
Total
União Soviética
80
69
46
195
Alemanha Oriental
47
37
42
126
Bulgária
8
16
17
41
Cuba
8
7
5
20
Itália
8
3
4
15
Hungria
7
10
15
32
Romênia
6
6
13
25
Grã-Bretanha
5
7
9
21
Polônia
3
14
15
32
Suécia
3
3
6
12

Quadro de medalhas – Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984)
País
Ouro
Prata
Bronze
Total
Estados Unidos
83
61
30
174
Romênia
20
16
17
53
Alemanha Ocidental
17
19
23
59
China
15
8
9
32
Itália
14
6
12
32
Canadá
10
18
16
44
Japão
10
8
14
32
Nova Zelândia
8
1
2
11
Iugoslávia
7
4
7
18
Coreia do Sul
6
6
7
19

Quadro de medalhas – Jogos Olímpicos de Pequim (2008)
País
Ouro
Prata
Bronze
Total
China
51
21
27
99
Estados Unidos
36
38
37
111
Rússia
23
21
27
71
Grã-Bretanha
19
13
15
47
Alemanha
16
10
15
41
Austrália
14
15
17
46
Coreia do Sul
13
10
8
31
Japão
9
6
10
25
Itália
8
10
10
28
França
7
16
17
40

Redija um texto sobre o tema, explorando os dados oferecidos na prova e considerando:

a) Os boicotes de 1976, 1980 e 1984 como formas de manifestação política e sua relação com o contexto geral da Guerra Fria;
b) As variações de desempenho dos países antes e depois do fim da Guerra Fria;
c) A importância dos grandes eventos esportivos como expressão de poderio econômico e de força na política internacional dos países.
d) O interesse dos países (e de cidades) em sediar os grandes eventos esportivos.


Resposta:

Exemplo de resolução, considerando a linguagem e o conteúdo esperado de alunos do Ensino Médio:

Os Jogos Olímpicos vão muito além da confraternização e da prática de modalidades esportivas. Apresentam um significado simbólico, geopolítico e econômico ao longo da história. Vários Estados Nacionais utilizam os Jogos para afirmar o nacionalismo e seu poder nas esferas política e financeira.
No período da Guerra Fria (1945-1991), União Soviética (potência socialista) e Estados Unidos (potência capitalista) e seus principais aliados mediam forças também nas Olimpíadas. São exemplos, os investimentos dos países do socialismo real, resultaram na liderança da União Soviética no quadro de medalhas em 1976. Além dos soviéticos, destacam-se países como Cuba e Alemanha Oriental em várias edições dos jogos. Os bons resultados procuravam ser associados aos “avanços sociais” proporcionados pelo sistema socialista. Em contraposição, no mundo capitalista, destacam-se os Estados Unidos e a Alemanha Ocidental.
Os Jogos foram utilizados para marcar posições geopolíticas. Os EUA e vários dos seus aliados promoveram o boicote aos Jogos de Moscou (1980) como crítica a invasão soviética no Afeganistão. Em resposta, nos Jogos de Los Angeles (1984), a União Soviética e alguns de seus aliados boicotaram os Jogos.
Com o término da Guerra Fria, os jogos refletiram as mudanças geopolíticas e econômicas da Nova Ordem Mundial, a Rússia e vários de seus antigos aliados do Leste Europeu, perderam um pouco de força. Novos países passaram a participar dos jogos devido aos processos de fragmentação territorial decorrentes de conflitos étnicos e religiosos, são exemplos: Ucrânia, Croácia e Eritreia.
Nos anos 2000, a ascensão dos países emergentes já se faz sentir nos Jogos, Pequim foi escolhida como sede em 2008 e a China investiu sobremaneira para ficar a frente dos EUA no quadro de medalhas. Em 2012, EUA e China ficam nas primeiras posições, justamente, as maiores economias do mundo e com tendência a rivalizar cada vez mais no campo geopolítico. A escolha do Rio de Janeiro para sede em 2016, também é um exemplo de crescimento do poder dos países emergentes. Também reflete o anseio de uma cidade que empreende processos de revitalização interna com o objetivo de desempenhar um papel mais relevante no cenário global como polo de atração de investimentos e de eventos. Seul (1988) e Barcelona (1992) tiveram expressivas transformações urbanas e econômicas.
Portanto, para 2016, aguarda-se um esforço chinês de “revanche” em relação aos EUA e investimentos do Brasil que objetivam fazer com que o país fique pelo menos entre os 10 melhores colocados no quadro de medalhas, que não é “oficial”, mas é o centro das atenções durante o evento.



  
2. (Pucrj 2012)  “O movimento operário brasileiro viveu anos de fortalecimento entre 1917 e 1920, quando as principais cidades brasileiras foram sacudidas por greves. Vários grupos operários no Brasil e no mundo acreditavam que havia chegado o momento de colocar um fim à exploração capitalista e construir uma nova sociedade.”

Movimento Operário In: www.cpdoc.fgv.br

a) Identifique um acontecimento mundial, à época, que se relacione diretamente com o fortalecimento do movimento operário no Brasil.
b) Caracterize duas propostas do movimento operário brasileiro, durante a Primeira República.


Resposta:

a) O estudante deve identificar a Revolução Socialista na Rússia, em 1917 ou a criação da Internacional Comunista, que estimularam as organizações anticapitalistas pelo mundo afora. No Brasil, além de, em um primeiro momento, fomentar as ações dos grupos anarquistas, estimulou a criação de organizações comunistas.
b) Foram propostas do movimento operário durante a Primeira República:
- um conjunto de direitos para a proteção do trabalho perante o capital. Entre eles, os candidatos podem identificar: o estabelecimento de uma jornada máxima de trabalho de 8 horas diárias, férias remuneradas após um ano de trabalho; regulamentação do trabalho feminino e infantil de forma a limitar os abusos em relação às mulheres e menores de idade; salários que permitissem a sobrevivência da família trabalhadora; direitos previdenciários que contemplassem aposentadoria, pensões e assistência médica;
- a organização de associações políticas, como, por exemplo, o Partido Comunista e o Bloco Operário e Camponês;
- a realização de ações como a “greve geral”, a criação da imprensa operária, entre outras; e,
- a realização de manifestações anarco-sindicalistas.



  
3. (Pucrj 2012)  “No campo da política mundial, eu dedicarei esta nação à política da boa vizinhança – uma vizinhança que resulte do respeito mútuo e, devido a isso, respeite o direito dos outros – uma vizinhança que respeite suas obrigações e respeite a santidade dos seus acordos para com todos os seus vizinhos do mundo inteiro”.
Discurso de posse de Franklin D. Roosevelt, em 1933.

Fonte: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/eua_vizinhanca.htm

a) Apresente dois objetivos da política de Roosevelt, relacionando-os ao contexto mundial do entre-guerras.
b) Identifique dois efeitos da política inaugurada por esse discurso para as relações entre os países americanos no contexto da Segunda Guerra Mundial.


Resposta:

a) Foram objetivos do governo Roosevelt no contexto do entre-guerras:
- o estímulo do panamericanismo;
- cooperação diplomática baseada no princípio da “Boa Vizinhança”;
- ampliação das trocas comerciais entre os países americanos.
A relação com o contexto do entre-guerras esteve associada à maior integração entre os países americanos com vistas à cooperação e garantia de matérias primas para a entrada dos Estados Unidos na Guerra. Tendo em vista a crise econômica de 1929, a ampliação do comércio interamericano, em bases de cooperação e amizade, ajudaria igualmente a recuperação dessas economias.
b) A partir do início da Segunda Guerra Mundial:
- foram realizadas Conferências Interamericanas (Panamá/1939, Havana/1940 e Rio de Janeiro/1942) que reafirmaram o panamericanismo e a cooperação mútua;
- formou-se uma solidariedade continental ao repúdio norte-americano ao ataque japonês às bases de Pearl Harbour;
- realizou-se a Conferência de janeiro de 1942, tendo em vista o rompimento das relações diplomáticas com os países do Eixo;
- ocorreu o aumento do intercâmbio cultural, incentivado pela criação do Escritório para a Coordenação de Assuntos Interamericanos, dirigido por Nelson Rockfeller; e,
- intensificou-se o comércio de bens materiais e culturais, assim como as ações na área de saúde pública.



  
4. (Pucrj 2012)  Surpreendidas pela invasão napoleônica em 1807, as duas Coroas ibéricas tiveram desdobramentos políticos diferenciados. No caso espanhol, a captura do Rei Fernando VII por Napoleão acelerou a luta pela autonomia nas cidades e províncias de todo o Império. No caso português, a transmigração da família real para a colônia permitiu desdobramentos mais lentos ao Império luso.

Tendo em vista a conjuntura descrita acima,
a) cite duas medidas tomadas pelo Príncipe Regente D. João, a partir de 1808, que tenham favorecido a manutenção do controle português sobre as províncias brasílicas e seus territórios;
b) identifique uma característica das independências na América hispânica também encontrada nos movimentos pela independência ocorridos na América portuguesa.


Resposta:

a) Qualquer ideia de unidade territorial e política-administrativa prévia entre as distintas províncias brasílicas, sem vínculos entre si, dependia necessariamente da submissão e obediência direta a Lisboa. Tal situação viu-se transformada quando, com a vinda da Corte para o Brasil, a unidade do ponto de vista político-administrativo foi transferida de Lisboa para a nova sede da colônia, no Rio de Janeiro.
Assim, o estudante poderá citar quaisquer medidas que tenham contribuído, direta ou indiretamente, para fortalecer essa tentativa de manter as províncias e seus territórios unidos sob o domínio português no Brasil. Por exemplo:
- a transferência para a nova capital das Secretarias de Estado (Conselho do Estado, Mesas do Desembargo do paço e da Consciência e Ordens, Conselho Supremo Militar e Conselho da Fazenda);
- a abertura dos portos às nações amigas;
- a revogação do Alvará de 1785 que proibia a instalação de manufaturas no Brasil;
- a criação do banco do Brasil e a instalação da Junta de Comércio;
- a elevação do Brasil em 1815 à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves;
- a criação da imprensa régia;
- a transformação da cidade do Rio de Janeiro em sede da Corte; e,
- as práticas de concessão de terras e títulos de nobreza.
Mais diretamente ligados à ideia da expansão territorial, o candidato poderá citar:
- a invasão de Caiena (Guiana Francesa), em 1809, mantendo-a sob domínio português até 1815;
- a invasão da região do Rio da Prata, em 1811 pela primeira vez e depois em 1816, quando foi anexada a Banda Oriental (atual Uruguai), com o nome de Província Cisplatina.
b) Quanto às características comuns entre as independências da América ibérica, pode-se mencionar:
- o fato de tanto a América espanhola como a portuguesa partilharem da mesma conjuntura política europeia como ponto de partida – isto é, o Bloqueio napoleônico e a guerra e invasão das respectivas metrópoles;
- a intensa luta pela autonomia das províncias, observadas nos dois casos: com esfacelamento dos vice-reinos hispânicos (iniciado grosso modo em 1810 e estendendo-se até 1825) e com o a independência proclamada por D. Pedro no Rio de Janeiro, em 1822; e,
- o importante papel exercido pelos britânicos no auxílio às guerras para a criação dos novos estados-nação independentes e, logo, na manutenção e expansão do comércio com as demais nações europeias.



  
5. (Pucrj 2010)  Na Alemanha, após a derrubada do muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, realizou-se um debate sobre a possibilidade de transformar a data em festa nacional. A decisão foi um retumbante não, pois na história da Alemanha a data nem sempre foi motivo de comemorações: em 9 novembro de 1923 houve o Putsch (golpe) da cervejaria de Munique, de Hitler; em 9 novembro de 1938, o ataque nazista da Noite dos Cristais, prelúdio do holocausto.

a) O debate sobre a memória histórica explicitou dois modelos de Estado nacional experimentados na recente história da Alemanha: a grande Alemanha nazista e o Estado reunificado pós-comunista. IDENTIFIQUE e EXPLIQUE uma diferença entre esses dois sistemas políticos que simbolizam duas faces da história do século XX.

b) IDENTIFIQUE outros muros que, em nossa atualidade, tenham sido levantados, separando seres humanos, ideologias, consciências.


Resposta:

a) Espera-se que o aluno compare o Estado nazista e o Estado liberal democrático, identificando e analisando uma entre as diferenças listadas a seguir. O estado nazista estruturava-se (1) na identificação entre o partido e o Estado; (2) na equivalência entre a vontade do Führer e as normas legais; (3) na anulação da autonomia das instituições políticas e (4) no dirigismo econômico, voltado a sustentar o esforço de guerra e a conquista do “espaço vital”.

Ao passo que o Estado liberal democrático baseia-se (1) no pluripartidarismo e em um sistema representativo de governo; (2) em um estado de direito que defende a igualdade perante a lei; (3) na autonomia e equilíbrio dos poderes; (4) bem como no princípio da livre-competição, conjugado à preocupação do bem-estar social.

b) Os alunos poderão citar dois ou mais dos exemplos a seguir.

• A separação militar, após a guerra entre Coréia do Sul e Coréia do Norte, com a divisão do território coreano por duas cercas paralelas que formam, na década de 1950, a fronteira mais militarizada do mundo.
• A separação, começada em 1980, entre Índia e Paquistão por uma cerca de arame farpado que pretende fechar a fronteira com o Paquistão e deve isolar totalmente os dois países.
• A criação do chamado “Muro de Belfast”, na Irlanda do Norte: uma cerca de concreto e arame farpado construída no início dos anos 1970 que divide setores protestantes e católicos.
• A construção de um extenso muro entre Tijuana, no México, e El Paso, no Texas, na fronteira dos Estados Unidos com o México, considerado o maior corredor de imigração do mundo.
• O Muro da Cisjordânia, uma muralha que separa Israel da Cisjordânia, cuja construção está sendo realizada pelo governo israelense.



  
6. (Pucrj 2009)  A "Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão", votada em 1789 pela Assembleia Nacional Constituinte, foi um ato fundamental da Revolução Francesa e contém os princípios que inspirarão muitas constituições modernas. Em seus primeiros artigos, afirma que "os homens nascem livres e iguais em Direitos" e que as distinções devem se basear na "utilidade comum".
Em 1948 a ONU aprovou a "Declaração Universal dos Direitos do Homem" e retomou em sua abertura as palavras dos revolucionários franceses: "Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade".
a) IDENTIFIQUE dois direitos reivindicados pela Declaração de 1789 e EXPLIQUE por que eram revolucionários, para a época.
b) INDIQUE uma instituição ou agência criada nos últimos sessenta anos para a defesa internacional dos direitos humanos.


Resposta:

a) O próprio texto faz menção à reivindicação da liberdade e da igualdade jurídica contida no primeiro artigo da Declaração de 1789. Proclamar que os homens nascem e permanecem livres e iguais em direito significava, naquele contexto, opor-se à estrutura da sociedade estamental - vigente no antigo Regime francês - fundamentada na concessão ou exclusão de privilégios específicos para grupos de indivíduos que pertencem a diferentes estratos da sociedade. Além disso, para cada estamento as leis e a obediência às leis seria diversificada: os direitos e os deveres de um nobre eram diferentes das de um servo, os mercadores de uma cidade podiam ser isentos de impostos por um período, apenas não nobres poderiam ser submetidos a tortura, por exemplo.

b) Espera-se que os candidatos apresentem um conhecimento geral das principais instituições que foram desenvolvidas no mundo para garantir a defesa dos direitos humanos em termos globais desde a "Declaração Universal dos Direitos do Homem" da ONU. Bastará, portanto, que indiquem órgãos que vêm atuando fortemente nesse sentido, como a ONU, a UNESCO e a Anistia Internacional, por exemplo.



  
7. (Pucsp 2009)  OS CAMINHOS DO PETRÓLEO

"A grande sensação do momento [1a década do século XX] na capital era a expansão, já em números razoáveis, dos primeiros automóveis [...] Os cientistas portugueses consultados pelo jornal estavam divididos quanto ao futuro daquele meio de transporte: havia quem visse nele o princípio de uma época revolucionária [...] Outros, como o professor José Medeiros, viam no combustível utilizado - a gasolina - a razão primeira para a falta de futuro daquela máquina, devido à raridade mundial de tal combustível, de que as poucas jazidas existentes à face do planeta não asseguram mais que um par de anos de abastecimento a tão inútil como fugaz descoberta".
Miguel Souza Tavares. Equador. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004, p. 325-326

"Em 2003, o consumo mundial de energia chegou a 9,7 bilhões de toneladas equivalente de petróleo (TEP). A fonte de energia mais utilizada é o petróleo (33,9%), seguida do carvão (24%), do gás (21,7%), da biomassa (9,3%), da nuclear (5,6%) e da energia hidrelétrica (5,5%). O conjunto dos países desenvolvidos consome 6,3 bilhões de TEP e tem uma população em torno de 1,5 bilhões de indivíduos, enquanto o restante da população mundial (4,5 bilhões de pessoas) consome 3,5 bilhões de TEP de energias industriais e 1 bilhão de TEP de energias artesanais (lenha, biomassa, dejetos vegetais e animais)."
Marie-Françoise Durand et al. Atlas de La mondialisation. Paris: Presses de Sciences Po, 2006, p. 74.


O petróleo foi, no século XX, a principal matriz energética da produção econômica e da infraestrutura da vida social.
Sua importância provocou e ainda provoca tensões de várias ordens: conflitos ligados à sua exploração, distribuição e comercialização; preocupações quanto à possibilidade de esgotamento do recurso; alertas sobre os danos ambientais por ele causados.
A partir de seus conhecimentos, dos textos e dos mapas anteriores, produza um texto que considere:

1. A presença do petróleo na vida social, na tecnologia e na economia do século XX e início do século XXI;
2. As relações entre consumidores e produtores e os conflitos associados à disputa por essa fonte de energia;
3. As perspectivas futuras dessa matriz energética e o risco (ou não) de seu esgotamento rápido.


Resposta:

A expansão do uso dos motores de combustão interna, no início do século XX, inaugurou uma nova fase no uso da energia, originando a Era do Petróleo. Desde então o número de veículos no mundo cresceu rapidamente: em 1955 já eram 100 milhões; em 1980, 400 milhões; e em 2007 havia em circulação perto de 980 milhões.
A expansão do uso do petróleo só foi possível graças ao crescimento da exploração e ao aperfeiçoamento da tecnologia de extração, destilação, refinação e transporte do produto. Com isso a produção mundial subiu de 191 milhões de toneladas anuais, em 1929, para 772 milhões, em 1955, chegando a 3.953 milhões de toneladas em 2006.
Durante décadas, o baixo preço do petróleo permitiu que, em sociedades desenvolvidas, milhões de pessoas adotassem um estilo de vida baseado na intensa circulação de veículos e no alto consumo de energia derivada dessa fonte.
As relações econômicas e as disputas geopolíticas que se estabelecem em torno do petróleo derivam da posição de cada país em relação à produção, consumo, importação e exportação do produto. Vejamos a situação de alguns países em função do petróleo:
          Países que consomem muito petróleo e não têm produção: dependem da importação, como ocorre no Japão, na Alemanha e na França;
          Países com elevada produção e elevado consumo de petróleo: podem ficar dependentes da importação. É o caso dos Estados Unidos, com a 3ª maior produção e a 1º importação mundial, e o da China, 5º maior produtor mundial e 3º maior importador;
          Países com elevada produção de petróleo e baixo consumo interno: nesse caso os excedentes são exportados, como ocorre na Arábia Saudita, maior exportador mundial;
          Países de elevada produção de petróleo, alto consumo interno e que, mesmo assim, têm excedentes para exportação: é o caso da Rússia, 5º maior consumidor e 2ª maior exportador mundial.
A dependência energética tornou essencial para diversas potências econômicas e militares o controle das fontes, das refinarias e do suprimento de petróleo; na moderna sociedade industrial é imprescindível, para o bom funcionamento da economia, abastecimento adequado de derivados de petróleo.
Por causa disso, o petróleo tornou-se o eixo de diversas ações geopolíticas, bastando lembrar conflitos como a guerra do Golfo (1990-1991) e a recente invasão do Iraque pelos Estados Unidos (2003).
Para os pessimistas, uma crise energética encerrará a civilização urbano-industrial que conhecemos hoje: o crescimento acelerado do uso dos combustíveis fósseis faz com que se aproxime rapidamente o esgotamento de suas jazidas, e a luta pela posse das últimas reservas energéticas será inevitável.
Na tentativa de reduzir a dependência do petróleo, países buscam reabilitar fontes de energia que se consideravam ultrapassadas (como o carvão) e desenvolver fontes alternativas de energia, de preferência mais limpas, que não prejudiquem o meio ambiente, como a eólica e a solar, por exemplo.
Analisando a matriz energética mundial de 2005, vemos o petróleo participando com 32% do total de consumo. Para 2025 essa participação deve cair para 27%, índice ainda muito elevado, o que amplia a controvérsia em torno do esgotamento ou não das fontes petrolíferas.
No final da década de 1990 diversos especialistas passaram a afirmar que o mundo estava se aproximando do pico máximo de produção petrolífera, que seria em torno de 35 bilhões de barris de petróleo por ano (perto da produção atual). Mas essa teoria foi contestada.
Frente à polêmica, em 2003 o Departamento de Energia dos Estados Unidos fez um estudo da situação. A OPEP, paralelamente, financiou uma pesquisa no mesmo sentido. Em 2005 foi anunciado que a teoria do pico era alarmista e que, mantidos os níveis de consumo daquele ano, ainda haveria petróleo para mais de 100 anos. Segundo o que foi divulgado na época, o mundo teria ainda cerca de 4,7 trilhões de barris de petróleo: as reservas já comprovadas somariam 1,4 trilhões de barris; as novas tecnologias de extração poderiam retirar mais um trilhão de barris de locais de difícil prospecção; as reservas não convencionais (xisto betuminoso e areias petrolíferas) forneceriam mais 1,3 trilhões de barris; e, finalmente, haveria ainda 1 trilhão de barris a serem descobertos.
O problema é que a distribuição geográfica desses recursos é muito irregular. Em apenas 24 países estão 1,2 trilhão dos 1,4 trilhões de barris das reservas comprovadas. Para agravar essa situação, quase 50% dessas reservas concentram-se em cinco países, todos do Oriente Médio (Arábia Saudita, Irã, Iraque, EAU e Kuwait).
Portanto o petróleo ainda é um dos fatores-chave da geopolítica mundial e deverá manter essa posição no médio prazo, ou seja, nos próximos 20 ou 25 anos. No longo prazo, podemos imaginar que o petróleo perderá sua importância e que outras fontes tomarão seu lugar, tanto na economia quanto na geopolítica.

grupo de estudo para específicas da UERJ: https://www.facebook.com/groups/660763183949872/



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Para não perder as novidades, inscreva-se no Canal e clique no sino: https://www.youtube.com/channel/UC23whF6cXzlap-O76f1uyOw/videos?sub_confirmation=1 #partiuauladoarão 1 . (Unifesp 2011)  Numa quinta-feira, 24 de outubro de 1929, 12.894.650 ações mudaram de mãos, foram vendidas na Bolsa de Nova Iorque. Na terça-feira, 29 de outubro do mesmo ano, o dia mais devastador da história das bolsas de valores, 16.410.030 ações foram negociadas a preços que destruíam os sonhos de rápido enriquecimento de milhares dos seus proprietários. A crise da economia capitalista norte-americana estendeu-se no tempo e no espaço. As economias da Europa e da América Latina foram duramente atingidas. Franklin Delano Roosevelt, eleito presidente dos Estados Unidos em 1932, procurou combater a crise e os seus efeitos sociais por meio de um programa político conhecido como New Deal . a) Identifique dois motivos da rápida expansão da crise para fora da economia norte-americana.

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Conheça meu curso intensivo de História do Brasil https://go.hotmart.com/P57899543C 1 .    A liberdade política é esta tranquilidade de espírito que provém da opinião que cada um tem sobre a sua segurança; e para que se tenha esta liberdade é preciso que o governo seja tal que um cidadão não possa temer outro cidadão. Quando o poder legislativo está reunido ao poder executivo, não existe liberdade. Tampouco existe liberdade se o poder de julgar não for separado do poder legislativo e do executivo. Montesquieu. O espírito das leis, 1748 . O direito eleitoral ampliado, a dominação do parlamento, a debilidade do governo, a insignificância do presidente e a prática do referendo não respondem nem ao caráter, nem à missão que o Estado alemão deve cumprir tanto no presente como no futuro próximo. Jornal Kölnishe Zeitung , 04/08/1919. Adaptado de REIS FILHO, Daniel Aarão (org.). História do século XX. Volume 2. Rio de Janeiro: Record, 2002. Os trechos apresentam aspe