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Mercenários e Rebelião - Dez mil Mercenários em apuros

 

Não é incomum que notícias da imprensa me tragam a memória algum fato histórico. Hoje pela manhã li notícias de que o grupo Wagner, um grupo mercenário que atua pela Rússia na Guerra da Ucrânia, estaria se rebelando contra o seu contratante, o governo de Putin. Embora sejam histórias diferentes, o ato de rebeldia e as forças mercenárias me trouxeram a memória Anábase de Xenofonte e esse é o nosso assunto de hoje.

Anábase, como um gênero literário, encontra sua origem em uma obra específica: "Anábase" de Xenofonte. Esta narrativa detalha uma jornada épica e perigosa realizada por dez mil mercenários gregos que se encontravam no exército persa de Ciro, o Jovem, um príncipe que desafiou seu irmão, o rei Artaxerxes II, em uma tentativa de tomar o trono da Pérsia.

Em uma época de deuses e heróis, quando a civilização grega florescia com filosofia e arte, uma história de coragem e resistência emergiu das profundezas do Império Persa. Esta é a história de dez mil guerreiros gregos, liderados por um homem chamado Xenofonte, e sua incrível jornada de volta para casa.

Tudo começou com Ciro, o Jovem, irmão do poderoso rei Artaxerxes II da Pérsia. Cego pela ambição, Ciro decidiu depor seu irmão e assumir o trono. Para isso, ele contratou um exército de mercenários gregos, conhecidos como os Dez Mil, liderados por Cleárco, um soldado espartano, e convidou-os a se unirem a ele em sua campanha. Atraídos pela perspectiva de riqueza e glória, os gregos aceitaram o convite e partiram em direção à Pérsia. Xenofonte, um ateniense de nascimento, juntou-se a eles, não como um soldado, mas como um observador.

No entanto, a campanha de Ciro não teve o resultado esperado. A batalha decisiva ocorreu em Cunaxa. Foi uma luta feroz, mas Ciro, em sua ânsia de matar seu irmão, lançou-se à frente de suas tropas e foi morto, deixando os mercenários gregos em uma posição perigosa e isolada no coração do império persa. Os Dez Mil se encontraram em uma situação desesperadora. Estavam no coração do Império Persa, cercados por inimigos e sem um líder. Agora, eles teriam que lutar para sobreviver e encontrar um caminho de volta para casa. Xenofonte, que estava entre os soldados gregos, emergiu como uma figura chave durante essa crise. Ele tomou a iniciativa de reunir os sobreviventes e liderá-los em uma jornada rumo ao norte, em direção ao Mar Negro, onde poderiam encontrar aliados gregos e retornar à sua terra natal. Ele assumiu o comando dos Dez Mil e começou a árdua tarefa de conduzi-los de volta à Grécia.

A viagem foi repleta de perigos e dificuldades. Os mercenários gregos tiveram que enfrentar terras desconhecidas, hostis e povos estrangeiros. Eles enfrentaram ataques de tribos bárbaras, atravessaram terras inóspitas e escalaram montanhas cobertas de neve e sobreviveram a condições climáticas adversas. Além disso, a fome, a exaustão e a constante ameaça dos persas os assombravam a cada passo. A cada passo, a morte os espreitava, mas eles continuaram, impulsionados pela esperança de ver sua terra natal novamente.

Finalmente, após um longo e extenuante percurso, os gregos alcançaram a cidade grega de Trapezunte, no Mar Negro, onde encontraram segurança e apoio. Eles conseguiram retornar às suas casas, completando uma jornada extraordinária que testou sua coragem, resistência e determinação.

A narrativa de Xenofonte em "Anábase" cativou os leitores ao longo dos séculos, não apenas por sua ação emocionante, mas também por retratar as complexidades da condição humana em situações extremas. A obra é um testemunho do espírito indomável dos mercenários gregos e a tenacidade de Xenofonte como líder. Sua escrita habilidosa captura não apenas os eventos da jornada, mas também as emoções, as tensões e as reflexões dos personagens.

Além disso, "Anábase" de Xenofonte é considerada uma importante fonte histórica. A obra fornece informações valiosas sobre a geografia, as culturas e as sociedades encontradas durante a campanha, bem como insights sobre as táticas militares empregadas na época. Esses detalhes históricos enriquecem ainda mais a narrativa, tornando-a um documento fascinante para estudiosos e entusiastas da história antiga.

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Professor Arão Alves


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