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1.
A restituição da passagem
As famílias chegadas a Santos com
passagens de 3ª classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a 45 anos, sendo
agricultores e destinando-se à lavoura do estado de São Paulo, como colonos nas
fazendas ou estabelecendo-se por conta própria em terras adquiridas ou
arrendadas de particulares ou do governo, fora dos subúrbios da cidade, podem
obter a restituição da quantia que tiverem pago por suas passagens.
Adaptado de O immigrante,
nº 1, janeiro de 1908
A publicação da revista O immigrante fazia
parte das ações do governo de São Paulo que tinham como objetivo estimular, no
final do século XIX e início do XX, a ida de imigrantes para o estado. Para
isso, ofereciam-se inclusive subsídios, como indica o texto.
Essa diretriz paulista era parte integrante da
política nacional da época que visava à garantia da:
a) oferta de mão de obra para a cafeicultura
b) ampliação dos núcleos urbanos no interior
c) continuidade do processo de reforma agrária
d) expansão dos limites territoriais da federação
2.
A partir da década de 1840,
o café se consolidou como o principal produto de exportação do Brasil. Em
função da cafeicultura, criou-se toda uma rede de infraestrutura, com
aparelhamento dos portos, melhoria dos transportes, instituição de novos
mecanismos de crédito e estímulo à vinda de imigrantes europeus para
diversificação da mão de obra.
A cafeicultura definiu o deslocamento do polo econômico do país
para as zonas:
a) Recôncavo Baiano
e Chapada Diamantina.
b) Grão-Pará e Costa
de Sauípe.
c) Vale do Paraíba e
oeste paulista.
d) Sertão
pernambucano e Triângulo mineiro.
e) Vale do Itajaí e
oeste catarinense.
3.
Leia atentamente o texto abaixo
sobre a implantação do transporte ferroviário no Brasil do século XIX.
No século XIX, os caminhos
de ferro simbolizavam o progresso material das nações. O Mundo Ocidental
conheceu um fenômeno denominado coqueluche ferroviária para expressar a grande
expansão das vias férreas, na época. (...) O Brasil manifestou interesse pelas
ferrovias ainda na primeira metade do século XIX, quando esse sistema de
transporte engatinhava nos países desenvolvidos. A expansão da economia
primário-exportadora demandava uma infraestrutura de transporte eficiente que
reduzisse os custos de ocupação das fronteiras. (...) A precariedade dos
transportes por tropas representava um ponto de estrangulamento no processo de
crescimento da produção agrária no país.BORGES, B.G. Ferrovia e modernidade. Revista
UFG, Dez. 2011, Ano XIII n. 11, p. 28-29.
Acerca desse contexto
histórico, é CORRETO afirmar que:
a) grande parte do financiamento para construção das
estradas de ferro no Brasil vinha de investimentos ingleses. Isto porque a
Inglaterra era a principal potência capitalista da época e lucrava com a
exportação de bens de capital, isto é, de equipamentos necessários para a
produção de outros produtos ou serviços.
b) a construção das estradas de ferro exigia um
conhecimento técnico especializado e, por isso, eram realizadas, exclusivamente,
por operários imigrantes europeus, contratados pelo Estado Imperial Brasileiro.
c) as estradas de ferro contribuíram para a integração
direta das áreas produtoras de café, no interior, com os portos de exportação
do produto, no litoral. Com isso, houve menor necessidade de investimentos nas
áreas urbanas, em cidades situadas no percurso das ferrovias.
d) os investimentos financeiros feitos pelos fazendeiros
do café na construção de estradas de ferro acabaram contribuindo para o seu
endividamento e, consequentemente, para o aumento do preço do produto e para a
crise da cafeicultura no Brasil.
e) houve uma ampla integração entre as províncias
produtoras de café e as províncias do Norte do Brasil, grandes consumidoras
deste produto, contribuindo para o aumento do lucro dos cafeicultores.
4.
Tratava-se
de um parlamentarismo sem povo. Os partidos, criados pelas camadas
economicamente dominantes, sem ideários muito nítidos, coagiam e manipulavam
um eleitorado ínfimo, sem traduzir-lhes os interesses concretos. O caráter
oligárquico definia tais partidos. Mais que isso, esta definição provinha de
uma oligarquia enriquecida pelo oficialismo, em que só o controle do poder
suscitava às maiorias vindas, do nada, levando-as a recear participação
popular.
Adriana
Lopez; Carlos Guilherme Mota. História
do Brasil: uma interpretação.
A leitura do texto e o
conhecimento do sistema político brasileiro do Segundo Reinado permitem
afirmar que:
a) o poder moderador conduzia o processo, as maiorias
eram forjadas e o poder legislativo era subordinado ao poder executivo;
b) havia um pluripartidarismo que expressava uma rica
diversidade de ideários;
c) era expressiva a participação popular nos partidos,
fato que era estimulado pelo sufrágio universal;
d) o parlamentarismo adotado no Brasil concentrou a
autoridade no poder legislativo;
e) em função do bipartidarismo e das diversidades
ideológicas, um partido defendia os interesses da aristocracia rural, enquanto
o outro apoiava os setores urbanos populares e os camponeses.
5.
Os colonos que emigram, recebendo
dinheiro adiantado, tornam-se, pois, desde o começo, uma simples propriedade de
Vergueiro & Cia. E em virtude do espírito de ganância, para não dizer mais,
que anima numerosos senhores de escravos, e também da ausência de direitos em
que costumam viver esses colonos na província de São Paulo, só lhes resta
conformarem-se com a ideia de que são tratados como simples mercadorias ou como
escravos.
(Thomas
Davatz. Memórias de um colono no Brasil (1850), 1941.)
O texto aponta problemas
enfrentados por imigrantes europeus que vieram ao Brasil para
a) trabalhar nas primeiras fábricas, implantadas na
região Sudeste do país, para reduzir a dependência brasileira de manufaturados
ingleses.
b) substituir a mão de obra escrava nas lavouras de café
e cana-de-açúcar, após a decretação do fim da escravidão pela lei Áurea.
c) trabalhar no sistema de parceria, estando submetidos
ao poder político e econômico de fazendeiros habituados à exploração da mão de
obra escrava.
d) substituir a mão de obra indígena na agricultura e na
pecuária, pois os nativos eram refratários aos trabalhos que exigiam sua
sedentarização.
e) trabalhar no sistema de colonato, durante o período da
grande imigração, e se estabeleceram nas fazendas de café do Vale do Paraíba e
litoral do Rio de Janeiro.
6.
Convencidos
de que a escravidão estava destinada a desaparecer, da mesma maneira que os
americanos da época estavam convencidos da inevitabilidade da democracia (uma
convicção nunca compartilhada pelos brasileiros), os latifundiários brasileiros
decidiram preparar-se para o inevitável.
(DA
COSTA, Emília Viotti. Da Monarquia à República. Momentos decisivos. São
Paulo: Brasiliense, 1985, p. 245.)
Assinale a alternativa que
apresenta corretamente elementos relativos à conjuntura de transição do
trabalho escravo para o trabalho livre.
a) Os fazendeiros ofereceram aos escravos leis sociais
que os beneficiavam, tais como a lei do Ventre Livre e dos Sexagenários.
b) O governo imperial propôs indenizar todos os
fazendeiros que perderiam seus escravos com a abolição.
c) O movimento abolicionista foi o principal fator na
libertação dos escravos das fazendas.
d) A contratação de imigrantes chineses foi a opção mais
rentável e os chinos adaptaram-se muito bem aos trópicos.
e) A vinda dos imigrantes europeus substituiu, ao menos
momentaneamente, o braço escravo no trabalho nas fazendas de café.
9.
“Por ora, a cor do Governo é
puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só, porque a
colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo assistiu bestializado,
atônito, surpreso, sem conhecer que significava. Muitos acreditavam
sinceramente estar vendo uma parada”. Aristides Lobo
A citação acima faz
referência:
a) ao golpe civil-militar instaurado no Brasil, no ano de
1964.
b) às transmissões efetuadas pela imprensa televisiva
sobre as multidões que ocuparam as ruas em 2015, contra a corrupção e o governo
do PT.
c) à instauração da República no Brasil, no ano de 1889.
d) à chamada Revolução de 30, que depôs o governo eleito
com apoio do Movimento Tenentista, colocou Getúlio Vargas no Poder e convocou
uma Assembleia Constituinte.
e) à instalação do Estado Novo durante o governo de
Getúlio Vargas entre 1937-1945.
10.
Na
imagem, o autor procura representar as diferentes gerações de uma família
associada a uma noção consagrada pelas elites intelectuais da época, que era a
de
a) defesa da democracia racial.
b) idealização do universo
rural.
c) crise dos valores
republicanos.
d) constatação do atraso
sertanejo.
e) embranquecimento da
população.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[A]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
A cafeicultura era o
carro-chefe da economia do Segundo Reinado brasileiro e, por isso, tinha total
atenção do governo. Devido à pressão inglesa pelo fim da escravidão e à
consequente assinatura da Lei Eusébio de Queiroz, o governo brasileiro passou a
incentivar a vinda de imigrantes europeus para suprir a falta dos escravos nas
nossas lavouras.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de
Geografia]
Como mencionado corretamente
na alternativa [A], a imigração estrangeira garantia a demanda da mão de obra
para a cafeicultura, substituindo a mão de obra escrava. Estão incorretas as
alternativas: [B], porque o objetivo da imigração era a absorção pela
cafeicultura; [C], porque a redistribuição de terras não era pertinente no
século XIX; [D], porque o objetivo era a absorção da mão de obra nas fazendas,
e, portanto, o povoamento do território nacional.
Resposta da questão 2:
[C]
Somente a proposição [C] está
correta. O café começou a ser produzido em larga escala no Brasil primeiramente
na região do Vale da Paraíba e depois foi migrando para o Oeste Paulista. No
Vale da Paraíba, a produção de café se deu em estilo tradicional através de
trabalho escravo, latifúndio e exportação enquanto no Oeste Paulista a dinâmica
foi outra, ocorreu à transição do trabalho escravo para o trabalho livre com a
chegada dos imigrantes e a modernização da economia com ferrovias e o
surgimento de atividades industriais.
Resposta da questão 3:
[A]
Somente a alternativa [A]
está correta. A questão aponta para o surgimento das ferrovias no século XIX
vinculado à Revolução Industrial Inglesa. Estas ferrovias representavam o
progresso, fundamental para transportar produtos e dispensar o transporte de
animais como mulas e burros. No caso do Brasil, no século XIX, a expansão da
economia cafeeira necessitava escoar a produção do interior das fazendas para o
Porto de Santos. Daí o surgimento das ferrovias. A Inglaterra, pioneira na
Revolução Industrial, possuía interesse no financiamento com a exportação de
bens de capital para diversos lugares do mundo.
Resposta da questão 4:
[A]
Somente a alternativa [A]
está correta. O texto menciona o surgimento dos partidos políticos no Brasil
durante o Período Regencial, 1831-1840. Os partidos políticos, Liberal e
Conservador, representavam os interesses da elite agrária sem qualquer
interesse em defender as camadas populares. Ao longo do Segundo Reinado,
1840-1889, vigorou o Parlamentarismo às avessas e o poder moderador no qual o
imperador detinha muito poder estando acima dos partidos e do próprio
legislativo.
Resposta da questão 5:
[C]
Durante o Segundo Reinado, no
período em que o tráfico intercontinental esteve proibido, o governo brasileiro
apoiou a vinda de imigrantes para substituir o trabalho escravo nas lavouras de
café. Os imigrantes eram trazidos a partir do sistema de parceria, no qual recebiam uma ajuda de custo para fazer a viagem
e, por isso, ficavam presos à companhia que os ajudou até que pagassem suas
dívidas.
Resposta da questão 6:
[E]
Durante o Segundo Reinado,
1840-1889, ocorreu um processo de modernização econômica no Brasil com o
surgimento de indústrias, ferrovias, bancos e a transição do trabalho escravo
para o trabalho livre com a chegada de imigrantes europeus para substituir os
escravos na lavoura de café. Esta modernização estava vinculada à produção de
café em larga escala que necessitava de muita mão de obra e transporte para
escoar a safra até o porto de Santos.
Resposta da questão 9:
[C]
Somente a alternativa [C]
está correta. A questão remete ao 15 de novembro de 1889, a proclamação da
República no Brasil. O famoso texto do escritor Aristides Lobo menciona a
participação dos militares neste acontecimento e que o povo assistiu
bestializado, confirmando a famosa frase de Lima Barreto “o Brasil não tem
povo, tem público”.
Resposta da questão 10:
[E]
A tela materializa o
pensamento dos defensores da teoria do embranquecimento da população
brasileira: através do relacionamento com brancos, uma família consegue
“evoluir” de negra para mestiça e, daí, para branca. Tal teoria amparava-se no
racismo predominante na sociedade brasileira e afirmava ser uma “evolução” o
embranquecimento das gerações futuras brasileiras.
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