Pular para o conteúdo principal

Prova de História - Segundo império: Mão de obra e racismo


Conheça meu curso intensivo de História do Brasil

https://go.hotmart.com/P57899543C

Para não perder as novidades, inscreva-se no Canal e clique no sino:

https://www.youtube.com/channel/UC23whF6cXzlap-O76f1uyOw/videos?sub_confirmation=1


1.  


A restituição da passagem

As famílias chegadas a Santos com passagens de 3ª classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a 45 anos, sendo agricultores e destinando-se à lavoura do estado de São Paulo, como colonos nas fazendas ou estabelecendo-se por conta própria em terras adquiridas ou arrendadas de particulares ou do governo, fora dos subúrbios da cidade, podem obter a restituição da quantia que tiverem pago por suas passagens.

Adaptado de O immigrante, nº 1, janeiro de 1908

A publicação da revista O immigrante fazia parte das ações do governo de São Paulo que tinham como objetivo estimular, no final do século XIX e início do XX, a ida de imigrantes para o estado. Para isso, ofereciam-se inclusive subsídios, como indica o texto.

Essa diretriz paulista era parte integrante da política nacional da época que visava à garantia da:

a) oferta de mão de obra para a cafeicultura   
b) ampliação dos núcleos urbanos no interior   
c) continuidade do processo de reforma agrária   
d) expansão dos limites territoriais da federação   

  
  
2.   A  partir da década de 1840, o café se consolidou como o principal produto de exportação do Brasil. Em função da cafeicultura, criou-se toda uma rede de infraestrutura, com aparelhamento dos portos, melhoria dos transportes, instituição de novos mecanismos de crédito e estímulo à vinda de imigrantes europeus para diversificação da mão de obra.

A cafeicultura definiu o deslocamento do polo econômico do país para as zonas:
a) Recôncavo Baiano e Chapada Diamantina.   
b) Grão-Pará e Costa de Sauípe.   
c) Vale do Paraíba e oeste paulista.   
d) Sertão pernambucano e Triângulo mineiro.   
e) Vale do Itajaí e oeste catarinense.   
  
3.   Leia atentamente o texto abaixo sobre a implantação do transporte ferroviário no Brasil do século XIX.

No século XIX, os caminhos de ferro simbolizavam o progresso material das nações. O Mundo Ocidental conheceu um fenômeno denominado coqueluche ferroviária para expressar a grande expansão das vias férreas, na época. (...) O Brasil manifestou interesse pelas ferrovias ainda na primeira metade do século XIX, quando esse sistema de transporte engatinhava nos países desenvolvidos. A expansão da economia primário-exportadora demandava uma infraestrutura de transporte eficiente que reduzisse os custos de ocupação das fronteiras. (...) A precariedade dos transportes por tropas representava um ponto de estrangulamento no processo de crescimento da produção agrária no país.BORGES, B.G. Ferrovia e modernidade. Revista UFG, Dez. 2011, Ano XIII n. 11, p. 28-29.


Acerca desse contexto histórico, é CORRETO afirmar que:
a) grande parte do financiamento para construção das estradas de ferro no Brasil vinha de investimentos ingleses. Isto porque a Inglaterra era a principal potência capitalista da época e lucrava com a exportação de bens de capital, isto é, de equipamentos necessários para a produção de outros produtos ou serviços.   
b) a construção das estradas de ferro exigia um conhecimento técnico especializado e, por isso, eram realizadas, exclusivamente, por operários imigrantes europeus, contratados pelo Estado Imperial Brasileiro.   
c) as estradas de ferro contribuíram para a integração direta das áreas produtoras de café, no interior, com os portos de exportação do produto, no litoral. Com isso, houve menor necessidade de investimentos nas áreas urbanas, em cidades situadas no percurso das ferrovias.   
d) os investimentos financeiros feitos pelos fazendeiros do café na construção de estradas de ferro acabaram contribuindo para o seu endividamento e, consequentemente, para o aumento do preço do produto e para a crise da cafeicultura no Brasil.   
e) houve uma ampla integração entre as províncias produtoras de café e as províncias do Norte do Brasil, grandes consumidoras deste produto, contribuindo para o aumento do lucro dos cafeicultores.   
  
4.   Tratava-se de um parlamentarismo sem povo. Os partidos, criados pelas ca­madas economicamente dominantes, sem ideários muito nítidos, coagiam e manipu­lavam um eleitorado ínfimo, sem traduzir­-lhes os interesses concretos. O caráter oligárquico definia tais partidos. Mais que isso, esta definição provinha de uma oligar­quia enriquecida pelo oficialismo, em que só o controle do poder suscitava às maio­rias vindas, do nada, levando-as a recear participação popular.

Adriana Lopez; Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação.


A leitura do texto e o conhecimento do siste­ma político brasileiro do Segundo Reinado permitem afirmar que: 
a) o poder moderador conduzia o processo, as maiorias eram forjadas e o poder legis­lativo era subordinado ao poder executivo;    
b) havia um pluripartidarismo que expressa­va uma rica diversidade de ideários;    
c) era expressiva a participação popular nos partidos, fato que era estimulado pelo su­frágio universal;    
d) o parlamentarismo adotado no Brasil con­centrou a autoridade no poder legislativo;    
e) em função do bipartidarismo e das diver­sidades ideológicas, um partido defendia os interesses da aristocracia rural, en­quanto o outro apoiava os setores urbanos populares e os camponeses.   
  
5.   Os colonos que emigram, recebendo dinheiro adiantado, tornam-se, pois, desde o começo, uma simples propriedade de Vergueiro & Cia. E em virtude do espírito de ganância, para não dizer mais, que anima numerosos senhores de escravos, e também da ausência de direitos em que costumam viver esses colonos na província de São Paulo, só lhes resta conformarem-se com a ideia de que são tratados como simples mercadorias ou como escravos.
(Thomas Davatz. Memórias de um colono no Brasil (1850), 1941.)


O texto aponta problemas enfrentados por imigrantes europeus que vieram ao Brasil para
a) trabalhar nas primeiras fábricas, implantadas na região Sudeste do país, para reduzir a dependência brasileira de manufaturados ingleses.   
b) substituir a mão de obra escrava nas lavouras de café e cana-de-açúcar, após a decretação do fim da escravidão pela lei Áurea.   
c) trabalhar no sistema de parceria, estando submetidos ao poder político e econômico de fazendeiros habituados à exploração da mão de obra escrava.   
d) substituir a mão de obra indígena na agricultura e na pecuária, pois os nativos eram refratários aos trabalhos que exigiam sua sedentarização.   
e) trabalhar no sistema de colonato, durante o período da grande imigração, e se estabeleceram nas fazendas de café do Vale do Paraíba e litoral do Rio de Janeiro.   
  
6.   Convencidos de que a escravidão estava destinada a desaparecer, da mesma maneira que os americanos da época estavam convencidos da inevitabilidade da democracia (uma convicção nunca compartilhada pelos brasileiros), os latifundiários brasileiros decidiram preparar-se para o inevitável.
(DA COSTA, Emília Viotti. Da Monarquia à República. Momentos decisivos. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 245.)


Assinale a alternativa que apresenta corretamente elementos relativos à conjuntura de transição do trabalho escravo para o trabalho livre.
a) Os fazendeiros ofereceram aos escravos leis sociais que os beneficiavam, tais como a lei do Ventre Livre e dos Sexagenários.   
b) O governo imperial propôs indenizar todos os fazendeiros que perderiam seus escravos com a abolição.   
c) O movimento abolicionista foi o principal fator na libertação dos escravos das fazendas.   
d) A contratação de imigrantes chineses foi a opção mais rentável e os chinos adaptaram-se muito bem aos trópicos.   
e) A vinda dos imigrantes europeus substituiu, ao menos momentaneamente, o braço escravo no trabalho nas fazendas de café.    
  

9.   “Por ora, a cor do Governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só, porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo assistiu bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer que significava. Muitos acreditavam sinceramente estar vendo uma parada”. Aristides Lobo


A citação acima faz referência:
a) ao golpe civil-militar instaurado no Brasil, no ano de 1964.   
b) às transmissões efetuadas pela imprensa televisiva sobre as multidões que ocuparam as ruas em 2015, contra a corrupção e o governo do PT.   
c) à instauração da República no Brasil, no ano de 1889.   
d) à chamada Revolução de 30, que depôs o governo eleito com apoio do Movimento Tenentista, colocou Getúlio Vargas no Poder e convocou uma Assembleia Constituinte.   
e) à instalação do Estado Novo durante o governo de Getúlio Vargas entre 1937-1945.    
  
10.  

Na imagem, o autor procura representar as diferentes gerações de uma família associada a uma noção consagrada pelas elites intelectuais da época, que era a de
a) defesa da democracia racial.   
b) idealização do universo rural.   
c) crise dos valores republicanos.   
d) constatação do atraso sertanejo.   
e) embranquecimento da população.   
 
Gabarito: 

Resposta da questão 1:
 [A]


[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]

A cafeicultura era o carro-chefe da economia do Segundo Reinado brasileiro e, por isso, tinha total atenção do governo. Devido à pressão inglesa pelo fim da escravidão e à consequente assinatura da Lei Eusébio de Queiroz, o governo brasileiro passou a incentivar a vinda de imigrantes europeus para suprir a falta dos escravos nas nossas lavouras.


[Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia]

Como mencionado corretamente na alternativa [A], a imigração estrangeira garantia a demanda da mão de obra para a cafeicultura, substituindo a mão de obra escrava. Estão incorretas as alternativas: [B], porque o objetivo da imigração era a absorção pela cafeicultura; [C], porque a redistribuição de terras não era pertinente no século XIX; [D], porque o objetivo era a absorção da mão de obra nas fazendas, e, portanto, o povoamento do território nacional.  

Resposta da questão 2:
 [C]


Somente a proposição [C] está correta. O café começou a ser produzido em larga escala no Brasil primeiramente na região do Vale da Paraíba e depois foi migrando para o Oeste Paulista. No Vale da Paraíba, a produção de café se deu em estilo tradicional através de trabalho escravo, latifúndio e exportação enquanto no Oeste Paulista a dinâmica foi outra, ocorreu à transição do trabalho escravo para o trabalho livre com a chegada dos imigrantes e a modernização da economia com ferrovias e o surgimento de atividades industriais.  

Resposta da questão 3:
 [A]


Somente a alternativa [A] está correta. A questão aponta para o surgimento das ferrovias no século XIX vinculado à Revolução Industrial Inglesa. Estas ferrovias representavam o progresso, fundamental para transportar produtos e dispensar o transporte de animais como mulas e burros. No caso do Brasil, no século XIX, a expansão da economia cafeeira necessitava escoar a produção do interior das fazendas para o Porto de Santos. Daí o surgimento das ferrovias. A Inglaterra, pioneira na Revolução Industrial, possuía interesse no financiamento com a exportação de bens de capital para diversos lugares do mundo.  

Resposta da questão 4:
 [A]


Somente a alternativa [A] está correta. O texto menciona o surgimento dos partidos políticos no Brasil durante o Período Regencial, 1831-1840. Os partidos políticos, Liberal e Conservador, representavam os interesses da elite agrária sem qualquer interesse em defender as camadas populares. Ao longo do Segundo Reinado, 1840-1889, vigorou o Parlamentarismo às avessas e o poder moderador no qual o imperador detinha muito poder estando acima dos partidos e do próprio legislativo.   

Resposta da questão 5:
 [C]


Durante o Segundo Reinado, no período em que o tráfico intercontinental esteve proibido, o governo brasileiro apoiou a vinda de imigrantes para substituir o trabalho escravo nas lavouras de café. Os imigrantes eram trazidos a partir do sistema de parceria, no qual recebiam uma ajuda de custo para fazer a viagem e, por isso, ficavam presos à companhia que os ajudou até que pagassem suas dívidas.  

Resposta da questão 6:
 [E]


Durante o Segundo Reinado, 1840-1889, ocorreu um processo de modernização econômica no Brasil com o surgimento de indústrias, ferrovias, bancos e a transição do trabalho escravo para o trabalho livre com a chegada de imigrantes europeus para substituir os escravos na lavoura de café. Esta modernização estava vinculada à produção de café em larga escala que necessitava de muita mão de obra e transporte para escoar a safra até o porto de Santos.  


Resposta da questão 9:
 [C]


Somente a alternativa [C] está correta. A questão remete ao 15 de novembro de 1889, a proclamação da República no Brasil. O famoso texto do escritor Aristides Lobo menciona a participação dos militares neste acontecimento e que o povo assistiu bestializado, confirmando a famosa frase de Lima Barreto “o Brasil não tem povo, tem público”.  

Resposta da questão 10:
 [E]


A tela materializa o pensamento dos defensores da teoria do embranquecimento da população brasileira: através do relacionamento com brancos, uma família consegue “evoluir” de negra para mestiça e, daí, para branca. Tal teoria amparava-se no racismo predominante na sociedade brasileira e afirmava ser uma “evolução” o embranquecimento das gerações futuras brasileiras.  







Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Questões discusivas com gabarito comentado - Renascimento Cultural

Para não perder as novidades, inscreva-se no Canal HIstória em gotas:   https://www.youtube.com/channel/UC23whF6cXzlap-O76f1uyOw/videos?sub_confirmation=1 1 .    Um dos aspectos mais importantes da nova ordem decorrente do Renascimento foi a formação das repúblicas italianas. Dentre elas, se destacaram Florença e Veneza. Essas repúblicas inovaram no sentido das suas formas de governo, assim como na redefinição do lugar do homem no mundo, inspirando a partir daí novas formas de representá-lo. a) Tomando o caso de Florença, explique como funcionavam as repúblicas italianas, levando em conta a organização política e os vínculos entre os cidadãos e a cidade, e indique o nome do principal representante das ideias sobre a política florentina no século XVI. b) Analise o papel de Veneza no desenvolvimento do comércio europeu, e suas relações com o Oriente.     2 .    As imagens abaixo ilustram alguns procedimentos utilizados por um novo modo de conhecer e explicar a realid

Questões discussivas com gabarito sobre Primeira guerra e crise de 29

Para não perder as novidades, inscreva-se no Canal e clique no sino: https://www.youtube.com/channel/UC23whF6cXzlap-O76f1uyOw/videos?sub_confirmation=1 #partiuauladoarão 1 . (Unifesp 2011)  Numa quinta-feira, 24 de outubro de 1929, 12.894.650 ações mudaram de mãos, foram vendidas na Bolsa de Nova Iorque. Na terça-feira, 29 de outubro do mesmo ano, o dia mais devastador da história das bolsas de valores, 16.410.030 ações foram negociadas a preços que destruíam os sonhos de rápido enriquecimento de milhares dos seus proprietários. A crise da economia capitalista norte-americana estendeu-se no tempo e no espaço. As economias da Europa e da América Latina foram duramente atingidas. Franklin Delano Roosevelt, eleito presidente dos Estados Unidos em 1932, procurou combater a crise e os seus efeitos sociais por meio de um programa político conhecido como New Deal . a) Identifique dois motivos da rápida expansão da crise para fora da economia norte-americana.

Iluminismo - questões discursivas com gabarito comentado

Conheça meu curso intensivo de História do Brasil https://go.hotmart.com/P57899543C 1 .    A liberdade política é esta tranquilidade de espírito que provém da opinião que cada um tem sobre a sua segurança; e para que se tenha esta liberdade é preciso que o governo seja tal que um cidadão não possa temer outro cidadão. Quando o poder legislativo está reunido ao poder executivo, não existe liberdade. Tampouco existe liberdade se o poder de julgar não for separado do poder legislativo e do executivo. Montesquieu. O espírito das leis, 1748 . O direito eleitoral ampliado, a dominação do parlamento, a debilidade do governo, a insignificância do presidente e a prática do referendo não respondem nem ao caráter, nem à missão que o Estado alemão deve cumprir tanto no presente como no futuro próximo. Jornal Kölnishe Zeitung , 04/08/1919. Adaptado de REIS FILHO, Daniel Aarão (org.). História do século XX. Volume 2. Rio de Janeiro: Record, 2002. Os trechos apresentam aspe