O conflito entre as duas Coréias, de 1950 a 1953, levou americanos e soviéticos a medirem forças por meio de terceiros, no auge da "guerra fria".
As origens da guerra da Coréia, entre forças da República Popular Democrática da Coréia e da China, de um lado, e da República da Coréia e seus aliados do outro, remontam ao fim da segunda guerra mundial, em 1945, quando ficou estabelecido que o paralelo 38º dividiria a península da Coréia em duas zonas: a do norte, ocupada por soviéticos, e a do sul, sob controle americano. Fracassadas as negociações para reunificar o país, realizaram-se eleições separadas em 1947, instalando-se em cada zona um governo independente, dos quais só o do sul foi reconhecido pelas Nações Unidas. Em 1948 constituíram-se dois estados autônomos: a República Popular Democrática da Coréia (Coréia do Norte) e a República da Coréia (Coréia do Sul). No ano seguinte, a maior parte das tropas estrangeiras retirou-se dos dois países.
Forças comunistas do norte atacaram repetidamente a Coréia do Sul e a invadiram em 25 de junho de 1950. Dois dias depois o presidente dos Estados Unidos, Harry S. Truman, enviou tropas para a Coréia do Sul, embora sem autorização do Congresso para declarar guerra.
As tropas da Coréia do Norte avançaram rapidamente e logo capturaram a capital sul-coreana, Seul, sendo sua ofensiva detida em Taejon. O general Douglas MacArthur, comandante supremo das forças americanas no Extremo Oriente, assumiu a chefia das tropas de uma coalizão internacional sob a égide da ONU, que reconquistou a Coréia do Sul e cruzou o paralelo 38º, até à fronteira da Manchúria.
Os chineses, preocupados com os avanços dos americanos, advertiram que sua presença na Coréia do Norte obrigaria à entrada da China na guerra. MacArthur ignorou a advertência e lançou em novembro a ofensiva denominada Home by Christmas (em casa no Natal). No mesmo mês, soldados chineses atravessaram o rio Yalu e atacaram toda a extensão da frente. Em fins de dezembro, as tropas chinesas e da Coréia do Norte recapturaram Seul.
Em fevereiro de 1951, a Assembléia Geral da ONU aprovou resolução pela qual condenava a China como potência agressora. Os chineses responderam com uma segunda ofensiva contra a Coréia do Sul. Em meados de março, as tropas da ONU retomaram Seul e, depois de sucessivos contra-ataques, conseguiram cruzar novamente o paralelo 38º. MacArthur pretendia levar o conflito ao território chinês, mas o perigo de uma nova guerra mundial levou o presidente Truman a substituí-lo pelo general Matthew Ridgway e, em maio de 1952, pelo general Mark W. Clark.
Enquanto isso, desde julho de 1951 tentava-se na ONU a suspensão das hostilidades, por meio de conversações de paz. Em 27 de julho de l953 foi assinado o armistício, que fixou as fronteiras entre as duas Coréias segundo as últimas linhas de batalha, na altura do paralelo 38o. Seguiu-se um processo de repatriação de prisioneiros oriundos dos diferentes países envolvidos na guerra.
Um balanço de perdas mostra que a guerra da Coréia teve grandes proporções: as tropas da ONU tiveram 118.515 mortos, dos quais cerca de setenta mil eram sul-coreanos, 33.729 americanos e 4.786 de outras nacionalidades; e 264.581 feridos. Na ausência de cifras oficiais, estimou-se em 1.600.000 o número de baixas entre norte-coreanos e chineses. Calculou-se ainda que morreram cerca de três milhões de civis norte-coreanos e 500.000 sul-coreanos.
Autoria: Cristiana Martins Lunardelli
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