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#partiuauladoarão
1.
(Unicamp 2018) “ODORICO
Eu sei. É um
movimento subversivo procurando me intrigar com a opinião pública e criar
problemas à minha administração. Sei, sim. É uma conspiração. Eles não queriam
o cemitério. Desde o princípio foram contra. E agora que o cemitério está
pronto caem de pau em cima de mim, me chamam de demagogo, de tudo...”
(...)
“ODORICO
Pois eu quero que
depois o senhor soletre esta gazeta de ponta a ponta. Neco Pedreira o senhor
conhece?
ZECA
Conheço não sinhô.
ODORICO
É o dono do jornal.
Elemento perigoso. Sua primeira missão como delegado é dar uma batida na
redação dessa gazeta subversiva e sacudir a marreta em nome da lei e da
democracia...”
(Dias Gomes, O bem amado. 12.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2014, p. 40 e 68.)
A peça de Dias
Gomes é uma crítica a um momento histórico e político da sociedade brasileira.
Odorico Paraguassu tornou-se um personagem emblemático desse período porque por
meio dele
a) simbolizou-se
a defesa da democracia a qualquer custo. Essa defesa resultou em uma sociedade
cindida entre o respeito à lei e o seu uso particular, temas políticos comuns
aos países latino-americanos nos anos de 1970.
b) representaram-se
o atropelo da lei constitucional, a relativização da liberdade de imprensa e a
construção de um inimigo interno que justificasse o arbítrio das decisões do
executivo, próprios aos Anos de Chumbo.
c) explicitaram-se
as leis que regiam a vida política e social de uma nação subdesenvolvida da
América Latina na década de 1970, marcada pela inércia e pela cumplicidade dos
cidadãos com a corrupção sistêmica do país.
d) fez-se
a defesa da democracia e do respeito irrestrito à lei constitucional para um
projeto de nação brasileira da década 1970, que enfrentava o espírito
demagógico dos políticos latino-americanos.
Resposta:
[B]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
O diálogo presente no texto
de Dias Gomes expõe algumas características da Ditadura Militar brasileira,
especificamente dos chamados Anos de Chumbo, entre1968 e1978. Ausência de um
texto constitucional, restrição à liberdade de imprensa e expressão e
construção de um inimigo interno que justificasse a perseguição governamental
foram marcas desse período que o personagem Odorico Paraguassu reproduzia na
peça.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]
Os “Anos de Chumbo” correspondem ao período de maior despotismo da
ditadura militar no Brasil, a partir da edição do AI-5, em 1968, até o fim do
governo Médici, em 1974. Odorico Paraguassu revela, no excerto,
arbitrariedade, autoritarismo e tirania, ao ordenar ao delegado a destruição do
jornal que lhe fazia oposição: “Sua primeira missão como delegado é dar uma
batida na redação dessa gazeta subversiva e sacudir a marreta em nome da lei e
da democracia...”. Assim, é um personagem emblemático desse período,
pois, para atingir seus objetivos políticos, passa por cima de leis
constitucionais e inibe a liberdade de imprensa.
2.
(Unicamp 2018) “Como
na Argentina: Os corpos brotam do chão, como na Argentina. Corpo não é
reciclável. Corpo não é reduzível. Dá para dissolver os corpos em ácido, mas
não haveria ácido que chegasse para os assassinados do século. Valas mais
fundas, mais escombros, nada adianta. Sempre sobra um dedo acusando. O corpo é
como o nosso passado, não existe mais e não vai embora. Tentaram largar o corpo
no meio do mar e não deu certo. O corpo boia. O corpo volta. Tentaram forjar o
protocolo – foi suicídio, estava fugindo – e o corpo desmentia tudo. O corpo
incomoda. O corpo faz muito silêncio. Consciência não é biodegradável. Memórias
não apodrecem. Ficam os dentes.”
(Luís Fernando Veríssimo, “Como na Argentina”, em A mãe do Freud. Porto
Alegre: L&PM Editores, 1985, p. 46.)
O texto se refere
a) ao
trauma coletivo das políticas repressivas e crimes de Estado praticados pelos
regimes ditatoriais latino-americanos.
b) à
memória dos exilados fugidos dos regimes ditatoriais latino-americanos da
segunda metade do século XX.
c) ao
movimento dos Montoneros, em busca de seus filhos e netos desaparecidos no
período da ditadura na Argentina.
d) aos
julgamentos em andamento contra o clientelismo do regime peronista praticada na
Argentina.
Resposta:
[A]
Os países latino-americanos
passaram por regimes ditatoriais bastante repressores entre as décadas de 1960
e 1980. O texto ressalta a dor das lembranças deixadas pela violência desses
regimes.
3.
(Uece 2018) De
1964 até o final da década de 1970, as produções e manifestações artísticas
brasileiras bem como os movimentos culturais foram marcados
a) por
um processo crescente de censura, que objetivava o fim da liberdade de
expressão artística e impunha às massas uma cultura de concordância com o
regime militar.
b) pela
produção livre de todo e qualquer conteúdo artístico-cultural, e pelo incentivo
do Estado e dos meios de comunicação de massa para sua veiculação ao grande
público.
c) pela
inexistência de uma arte de contestação, uma vez que toda a comunidade da
cultura e das artes estava imbuída do ideal de país apresentado pelos governos
do período.
d) pelo
grande incremento da cultura popular de contestação ao governo, através do
apoio irrestrito dos grandes meios de comunicação de massa, como as emissoras
de rádio e TV.
Resposta:
[A]
Somente a alternativa [A]
está correta. O regime militar no Brasil, 1964-1985, foi caracterizado por uma
centralização do poder nas mãos dos generais que impuseram uma forte censura na
imprensa e nas diversas manifestações artísticas e culturais. Não havia
liberdade de expressão, o regime apoiava músicas ufanistas que enalteciam a
nação.
4.
(Uerj simulado 2018) O
que houve em 1964 não foi uma revolução. As revoluções fazem-se por uma ideia,
em favor de uma doutrina. Nós simplesmente fizemos um movimento para derrubar
João Goulart. Foi um movimento contra e não por alguma coisa. Era contra a
subversão, contra a corrupção. Em primeiro lugar, nem a subversão nem a
corrupção acabam. Você pode reprimi-las, mas não as destruirá. Era algo
destinado a corrigir, não a construir algo novo, e isso não é revolução.
GENERAL ERNESTO GEISEL, 1981.
GASPARI, Elio. A ditadura acabada. Rio de Janeiro: Intrínseca,
2016.
As palavras do
ex-presidente Geisel (1974-1979) reforçam o entendimento de que o movimento
analisado foi resultado de:
a) revolta
popular
b) democracia
direta
c) intervenção
golpista
d) previsão
constitucional
Resposta:
[C]
Somente a alternativa [C]
está correta. As palavras do ex-presidente Ernesto Geisel mostram claramente
que em 1964 ocorreu um golpe e não uma revolução. “O que houve em 1964 não foi
uma revolução. As revoluções fazem-se por uma ideia, em favor de uma doutrina.
Nós simplesmente fizemos um movimento para derrubar João Goulart (...) “Era
algo destinado a corrigir, não a construir algo novo, e isso não é revolução”.
5. (Pucsp 2018) Assinale a alternativa que contém medidas do
Pacote de Abril, lançado pelo governo Ernesto Geisel em 1977.
a) Ampliação do quorum para aprovação de emendas constitucionais, eleição
direta para senadores biônicos, criação do Estado do Tocantins, suspensão da
Lei Falcão e liberação da propaganda eleitoral, diminuição do mandato
presidencial.
b) Eleições indiretas para governador e para um senador por Estado,
ampliação do mandato do presidente da república e das bancadas do Norte e
Nordeste na Câmara dos Deputados, restrição da propaganda eleitoral com a Lei
Falcão.
c) Aprovação da Lei da Anistia, reforma partidária e fim do bipartidarismo,
nomeação dos prefeitos dos municípios das capitais pelos governadores estaduais,
ampliação do mandato do presidente da república e dos senadores.
d) Restrição do quorum para aprovação de emendas constitucionais, eleições
diretas para governadores, senadores e deputados, e indicação, pelos governadores,
de prefeitos e vereadores, restrição da propaganda eleitoral com a Lei Falcão.
Resposta:
[B]
Dentre as medidas aprovadas
por Geisel em Abril de 1977, estavam a ampliação do mandato do executivo
federal, a volta de eleições indiretas para governador e senador e a Lei
Falcão, regimento que limitava a propaganda eleitoral visando tornar o processo
eleitoral mais igualitário.
6. (Mackenzie 2018) “As diferenças entre o
regime representativo, vigente entre 1945 e 1964, e o regime militar são
claras”.
Boris Fausto, História do Brasil.
13ª ed. São Paulo: EDUSP, 2009, p. 513
Dentre as diferenças
mencionadas, é correto afirmar que
a) a liberdade sindical e o
pluripartidarismo, vigentes no primeiro período, foram suplantados pelo
controle sindical por parte do governo e pela inexistência de partidos
políticos de oposição ao novo regime.
b) a plena democracia e a
liberdade de expressão e a associação, vigentes no primeiro período, foram
suplantados pelos deputados classistas e pela outorga da “Polaca”, em 1967.
c) as eleições indiretas e o
poder decisório do Congresso, vigentes no primeiro período, foram suplantados
pela sistemática perseguição aos opositores e pela imposição dos Atos
Institucionais, a partir de 1965.
d) a Constituição de 1946 e a
liberdade de expressão, vigentes no primeiro período, foram suplantados pela
outorga da Constituição de 1967 e pelas eleições diretas para a escolha dos
presidentes militares.
e) o controle dos políticos
profissionais e o poder decisório do Congresso, vigentes no primeiro período,
foram suplantados pela alta cúpula militar, pelos órgãos de informação e
repressão e pela burocracia técnica.
Resposta:
[E]
Somente a alternativa [E] está correta. A
República Liberal Populista 1946-1964 foi uma experiência relativamente
democrática entre duas ditaduras: Ditadura do Estado Novo, 1937-1945 e a
Ditadura Militar, 1964-1985. Isso significa que no regime militar havia um
forte aparato de repressão e censura nas diversas instituições públicas e
políticas bem diferentes em relação ao período anterior.
7. (Famerp 2017) O chamado “milagre brasileiro”, ocorrido durante o
regime militar (1964-1985), foi marcado
a) pela implantação da
indústria de base, impulsionada pelo ingresso de fortes investimentos
norte-americanos e europeus.
b) pelo crescimento econômico
acelerado, associado ao aumento da desigualdade social e ao endividamento
externo.
c) pela superação da
hiperinflação, que corroia os salários dos trabalhadores e inviabilizava novos
investimentos.
d) pela queda das atividades
industriais, que provocou uma retração na produção e no consumo de bens duráveis.
e) pelo apoio à produção de
café voltada à exportação, estimulada pela ampliação dos mercados consumidores
na Europa.
Resposta:
[B]
Somente a alternativa [B] está correta. O denominado “Milagre
Brasileiro” ocorreu no contexto da ditadura militar, 1964-1985, sendo que o
auge deste “milagre” aconteceu no governo do presidente militar Emílio
Garrastazu Médici, 1969-1974. O Milagre Brasileiro consistiu em um crescimento
econômico que se deu graças aos empréstimos internacionais que provocavam o
aumento da dívida externa, aumento da desigualdade social, arrocho salarial, ou
seja, o modelo econômico apesar do crescimento da economia gerava sérios danos
sociais.
8. (Udesc 2017) “Um, dois, três, quatro, cinco, mil... Queremos
eleger o presidente do Brasil!”
Estas
palavras foram entoadas por grande parcela da população que, no primeiro
semestre de 1984, foi às ruas reivindicar eleições diretas para a presidência
da República. Este movimento, conhecido como “Diretas já!”, tornou-se um marco
do processo de redemocratização política no Brasil.
Analise
a alternativa correta sobre este processo.
a) A emenda constitucional
Dante de Oliveira, que restabeleceria as eleições diretas para presidência da
República, teve sua votação iniciada em 25 de abril de 1984, na Câmara dos
Deputados. Houve grande mobilização popular, apoio de lideranças políticas e intelectuais
que tomaram as galerias do congresso para acompanhar a votação. Ao final,
perante a aprovação da emenda, as multidões entoaram o Hino Nacional pelas ruas
de várias capitais do país.
b) As eleições diretas para
presidente e para governador no Brasil foram restabelecidas simultaneamente, em
1985, por meio de uma medida provisória outorgada pelo então presidente
Figueiredo, seguindo a política de uma abertura lenta, gradual e segura,
promovida na gestão de Ernesto Geisel. O primeiro presidente eleito
democraticamente após a instauração desta medida foi Tancredo Neves.
c) Estima-se que no dia 25 de
janeiro de 1984 cerca de 200 mil pessoas se reuniram na Praça da Sé, em São
Paulo, para apoiar o comício organizado por lideranças oposicionistas em nome
das eleições diretas, o qual contou com a participação de Lula, Ulisses
Guimarães e Leonel Brizola. Apesar da adesão popular, a emenda que
restabeleceria as eleições diretas para presidência não obteve o número de
votos necessários na Câmara dos Deputados.
d) O movimento das “Diretas
Já!” obteve como resultado imediato o restabelecimento das eleições diretas
para a presidência da República. O primeiro presidente eleito democraticamente
foi Tancredo Neves, em 1985 e afastado do cargo dois anos depois, pelo processo
de impeachment, o qual contou com forte adesão popular e, em especial, dos
jovens que foram às ruas como “caras pintadas”.
e) A aprovação da emenda Dante
de Oliveira na Câmara dos Deputados, em 1984, foi resultado direto da pressão
popular. Apesar disso vale lembrar que, em 1982, o então presidente Figueiredo
já havia reintroduzido eleições diretas para governador e criado, desta
maneira, grande expectativa a respeito das eleições presidenciais.
Resposta:
[C]
Apesar da grande
mobilização popular a favor da volta das eleições diretas ao país após um
período de 20 anos, a emenda Dante de
Oliveira, que propunha o voto direto, não foi aprovada pelo Congresso. Em
1985, Tancredo Neves foi eleito presidente via eleição indireta.
9.
(Enem (Libras) 2017) Falavam em fuzilamentos, em
gente que era embarcada nos aviões militares e atirada em alto-mar. Havia muita
confusão. Sempre que há mudança violenta de poder, a regra dos entendidos é
sumir, evaporar-se, não se expor, nos primeiros momentos da rebordosa, um
sargento qualquer pode decidir sobre um fuzilamento. Depois as coisas se
organizam, até mesmo a violência é estruturada, até mesmo o arbítrio. Mas quem,
no meio tempo, foi fuzilado, fuzilado fica.
CONY, C. H. Quase memória. São Paulo: Cia. das
Letras, 1995.
A narrativa refere-se ao seguinte aspecto da
segurança nacional durante a Ditadura Militar:
a) Institucionalização da
repressão como política estatal.
b) Normatização da censura
como mecanismo de controle.
c) Legitimação da propaganda
como estratégia psicossocial.
d) Validação do conformismo
como salvaguarda do consenso.
e) Ordenação do bipartidarismo
como prerrogativa institucional.
Resposta:
[A]
Quando o texto afirma que “(...) depois as coisas se organizam, até
mesmo a violência é estruturada, até mesmo o arbítrio (...)” ele descreve
uma prática política da Ditadura Militar brasileira: a institucionalização ou
legalização da repressão, consolidada pelo Ato Institucional nº 5.
10. (Udesc 2017) Em 1974, o
então presidente Ernesto Geisel deu início institucionalmente ao processo de
abertura política que deveria garantir o fim do regime militar, por meio de uma
transição caracterizada como lenta, gradual e segura. A iniciativa
governamental, porém, não foi a única relevante para o fim da ditadura militar.
A respeito do fim da ditadura militar
no Brasil, assinale a alternativa correta quanto às outras iniciativas
relevantes:
a) A mobilização da juventude que ganhou as ruas das principais capitais do
país nas reivindicações pelo impeachment do presidente Fernando Collor
de Melo.
b) A formação e atuação de movimentos sociais como, por exemplo, o
Movimento do Custo de Vida, que contava com o apoio das Comunidades Eclesiais
de Base e das Comissões Pastorais da Periferia Urbana.
c) As denúncias contra o regime militar e as torturas, que eram publicadas
semanalmente nos principais jornais do país, durante toda a década de 1970.
d) A interferência direta do governo norte-americano que, desde o início
era contrário ao regime militar, não mediu esforços para a reinstauração da
democracia no Brasil.
e) O fortalecimento do Mercosul que possibilitou a criação de uma rede de
auxilio mútuo para a reorganização democrática no Brasil, Argentina, Chile,
Paraguai e Uruguai.
Resposta:
[B]
Movimentos sociais, como os
citados na alternativa [B], e populares, como a Campanha pelas Diretas Já,
mostraram a força da população brasileira e, por isso, ajudaram a levar a
Ditadura ao fim.
11.
(Uemg 2017) Texto
I
“Foram cinco anos de Geisel e mais seis de
Figueiredo, completando onze anos de interminável abertura, imune aos reclamos
da sociedade, que, a despeito do vigor da resistência democrática, não
conseguiu abreviar essa longuíssima transição, que culminou na tremenda
frustração do Colégio Eleitoral e da traumática morte televisionada de Tancredo
Neves.”
FICO, Carlos. Brasil: transição inconclusa. In: FICO, Carlos; ARAÚJO,
Maria Paula & GRIN, Mônica (Orgs.). Violência na história: memória,
trauma e reparação. Rio de Janeiro: Ponteio, 2012, p. 31.
Texto II
“Uma concepção de democracia considera que
uma sociedade democrática é aquela em que o povo dispõe de condições de
participar de maneira significativa na condução de seus assuntos pessoais e na
qual os canais de informação são acessíveis e livres. Outra concepção de
democracia é aquela que considera que o povo deve ser impedido de conduzir seus
assuntos pessoais e os canais de informação devem ser estreitamente
controlados.”
CHOMSKY, Noam. Mídia: propaganda política e manipulação. Tradução
Fernando Santos.
São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013, p. 9-10.
Da comparação entre os textos I e II depreende-se que, no Brasil, o processo de redemocratização
caracterizou-se por
a) conservar ideias
autoritárias sobre a participação popular na vida política.
b) inaugurar novos direitos
sociais com a vitória da campanha pelas Diretas Já.
c) incorporar justas punições
aos torturadores abrangidos pela Lei de Anistia.
d) estimular práticas cidadãs
em decisões relativas aos investimentos públicos.
Resposta:
[A]
Fica claro pelo primeiro texto que, no
Brasil, durante a reabertura política pós-ditadura, foi difundido o tipo de
democracia apresentada no segundo texto como aquele que “considera que o povo deve ser impedido de conduzir seus assuntos
pessoais e os canais de informação devem ser estreitamente controlados”. A
despeito do desejo popular pela reabertura do regime, as autoridades militares
conduziram o processo como melhor lhe conveio, levando longos onze anos para
promover uma eleição indireta para a presidência.
12.
(Pucpr 2017) “Nunca fomos tão felizes”,
exclamava o slogan oficial difundido pela TV nos anos 1970, em pleno
“milagre econômico”, que pode ter uma leitura ambígua. Como exclamação, traduz
uma sensação de felicidade coletiva inédita. Por outro lado, se dita em tom
irônico, coloca em dúvida o próprio sentido propagandístico da frase. A
ambiguidade traduz involuntariamente as contradições da economia brasileira,
esfera em que o regime bradou seus maiores feitos.”
Fonte: NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar
Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014. P. 147
Durante o regime militar houve o chamado
“milagre econômico” que pode ser explicado como:
a) Um período de pleno emprego
em que houve maior distribuição de renda e diminuição do custo de vida.
b) O uso de fatores como
isentar investidores estrangeiros de alguns impostos, conceder crédito a
empresários, e promover grandes obras de infraestrutura.
c) Política econômica de
investimentos unicamente estatais em diversos setores, desde pequenos
produtores rurais a indústria de bens de produção duráveis.
d) Aceleração de consumo e
ampliação do poder aquisitivo, principalmente devido ao aumento da igualdade
social.
e) Plano econômico do ministro
da fazenda Delfim Netto para conceder crédito ao empresariado, enquanto o
governo também investia em políticas sociais de combate a miséria.
Resposta:
[B]
Somente a alternativa [B]
está correta. Durante o Regime Militar, em especial no governo do presidente
Médici, 1969-1974, o país viveu o denominado “Milagre Brasileiro”. Tal plano
econômico consistia em atrair capital estrangeiro para investir em
infraestrutura com a criação das “obras faraônicas”. O resultado desta política
econômica foi o aumento da dívida externa, um crescimento econômico sem
distribuição de renda e um arrocho salarial com a desvalorização do salário
mínimo, entre outros.
13. (Espm 2017) Por
outro lado, o governo liquidou um dos direitos mais valorizados pelos
assalariados urbanos – a estabilidade no emprego após dez anos de serviço, garantida
pela CLT. A fórmula surgiu com a criação do Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS), na prática em substituição à estabilidade. Ainda que a adesão
ao fundo não fosse por lei obrigatória, ela tomou de fato esse caráter. Sem a
opção pelo FGTS passou a ser impossível obter emprego. O fundo é constituído
por importâncias recolhidas mensalmente, na forma de um depósito bancário em
nome do trabalhador. Ele só poderia ser levantado em casos específicos, como
dispensa injusta, compra de casa própria, casamento, aposentadoria.
Boris Fausto. História do
Brasil.
A criação do FGTS ocorreu:
a) no Estado Novo, sob a
ditadura de Getúlio Vargas;
b) no governo de Eurico Dutra;
c) no governo de Juscelino
Kubitschek;
d) após o golpe de 1964, no
governo do general Castelo Branco;
e) após a redemocratização, no
governo de José Sarney.
Resposta:
[D]
Somente a alternativa [D]
está correta. O texto do historiador Boris Fausto menciona o surgimento da CLT,
Consolidação das Leis Trabalhistas, elaborada pelo governo Vargas, 1930-1945.
Estas leis trabalhistas contemplavam apenas os trabalhadores urbanos, defendia
a estabilidade no emprego após dez anos de trabalho. Em 1966, no governo do
presidente militar Castelo Branco, a estabilidade foi substituída pelo FGTS,
fundo de garantia por tempo de serviço, com a empresa depositando uma quantia
todo mês na conta do trabalhador.
14. (Puccamp 2017) [...] Renegando os princípios da democracia
representativa, os ‘revolucionários’ de 1964 recorreram a um arsenal de
instrumentos de exceção (atos institucionais, atos complementares,
decretos-leis), graças aos quais ficaram mais de 20 anos no poder. A
implantação da ditadura e da violência generalizada não ocorreu de imediato.
Foi uma escalada que resultou do surgimento de uma oposição civil ao novo
regime e de divergências no interior das próprias hostes golpistas. [...]
(KUPPER, Agnaldo e CHENSO, Paulo A. História crítica do Brasil. São
Paulo: FTD, 1998, p. 278)
Com base no arsenal a que o
texto se refere, pode-se afirmar que, nesse período, os governos
a) abriram a economia ao
capital estrangeiro, reduzindo ou proibindo todo o comércio com os países
socialistas.
b) procuraram reduzir a
atuação direta do Estado em setores estratégicos da economia, como em serviços
de saúde e na indústria bélica.
c) montaram uma rede de órgãos
repressivos com o objetivo de manter acuados não apenas grupos sociais de
esquerda, mas toda a sociedade.
d) adotaram a política econômica
neoliberal com o objetivo de amenizar as desigualdades sociais geradas pelo
funcionamento do mercado.
e) resgataram a plenitude
política do cidadão ao revogar os atos de exceção do regime militar, determinar
eleições diretas e restaurar o habeas corpus.
Resposta:
[C]
O governo militar, através
dos Atos Institucionais – em especial o AI-5 – estabeleceu uma organização de
governo amparada na legalidade da censura, da tortura e da repressão. E toda a sociedade
estava sujeita à repressão imposta pelo governo, desde que se manifestasse
contra o mesmo.
15.
(Uece 2017) O
Ato Institucional Nº 5, ou AI-5, de 1968, caracterizou, a partir de sua
emissão, os governos brasileiros durante o regime militar. Sobre o AI-5, é
correto afirmar que
a) marcou
uma distensão dos governos militares, promovendo direitos sociais, liberdade de
manifestação e representação política, além da garantia plena dos Direitos
Humanos.
b) representou
o estabelecimento das metas de reformas estruturais do governo do presidente
João Goulart, o que conduziria o país ao golpe militar que implantaria um
governo ditatorial.
c) promoveu
a transição, lenta e gradual, do regime autoritário e ditatorial para o regime
democrático chamado Nova República, uma vez que estabeleceu eleições diretas
para presidente para o ano de 1970.
d) iniciou
a fase mais dura do regime militar, pois deu, aos presidentes militares,
poderes como decretar o recesso do congresso, cassar mandatos de parlamentares
e suspender o direito ao habeas corpus para alguns crimes.
Resposta:
[D]
O AI-5 inaugura os chamados “Anos de Chumbo”
da Ditadura brasileira. Tal ato dava ao executivo a prerrogativa de interferir
no legislativo, nos estados e nos municípios, legalizava a censura prévia,
proibia as manifestações públicas de caráter político e suspendia o direito ao habeas corpus.
16.
(Uefs 2017) Reconhecida
como uma das maiores manifestações populares já ocorridas no país, as “Diretas
Já!” foram marcadas por enormes comícios onde figuras perseguidas pela ditadura
militar, membros da classe artística, intelectuais e representantes de outros
movimentos militavam pela aprovação do projeto de lei. Em janeiro de 1984,
cerca de 300.000 pessoas se reuniram na Praça da Sé, em São Paulo. Três meses depois,
um milhão de cidadãos tomou o Rio de Janeiro. Algumas semanas depois, cerca de
1,7 milhões de pessoas se mobilizaram em São Paulo. (DIRETAS JÁ!... 2016).
A efetivação da
reivindicação contida na campanha das “Diretas Já” dependia
a) da
aprovação de uma Emenda Constitucional para restabelecer a eleição direta para
o cargo de presidente da República.
b) da
derrubada e da prisão do último presidente militar, que resistia em deixar o
poder.
c) da
eleição direta para governadores dos estados e prefeitos municipais, cargos que
ainda eram ocupados por pessoas da confiança dos militares.
d) do
restabelecimento da eleição direta para todos os cargos eletivos do Poder
Legislativo.
e) da
interferência do Supremo Tribunal de Justiça, encarregado de autorizar ou não
as grandes manifestações públicas em favor das eleições diretas.
Resposta:
[A]
Somente a proposição [A] está correta. A
Emenda Dante de Oliveira, conhecida como “Diretas Já”, de 1984, visava aprovar
uma Emenda Constitucional estabelecendo eleição direta para presidente da
República que não acontecia desde 1960. Apesar de todas as manifestações e
passeatas, a proposta não foi aprovada considerando que muitos parlamentares
faltaram no dia da votação.
17. (Mackenzie 2017) A respeito da transição
democrática no Brasil, assim escreveu o historiador Marcos Napolitano:
“Se
a transição democrática começou contrariando a vontade de milhões de
brasileiros que não puderam influenciar no destino político do país, os valores
democráticos exercitados nos últimos anos pela oposição civil como um todo
marcaram época e foram o contraponto das dinâmicas políticas do regime. Aquela
derrota não poderia apagar a presença de amplos setores da sociedade que
desejavam participar, após 21 anos de coerção social e política em nome da
Segurança Nacional”.
Marcos Napolitano. O regime militar brasileiro, 1964-1985. São
Paulo: Atual, 1998, p. 99.
Assinale a alternativa
correta acerca do contexto referido pelo texto.
a) A Lei da Anistia, de 1979,
concedeu liberdade ampla e irrestrita a todos os envolvidos, direta ou
indiretamente, na luta contra a Ditadura. Exemplo disso foi a condenação de
militares envolvidos em práticas de torturas.
b) A eleição direta de
Tancredo Neves e José Sarney marcou a transição para o regime democrático no
Brasil. A morte prematura de Tancredo, por sua vez, mergulhou o país em uma
crise política institucional.
c) A derrota das Diretas-Já
não impediu a mobilização da sociedade civil. Reflexo disso foi a
instalação da Assembleia Constituinte, em 1987, resultando na promulgação da
“Constituição Cidadã”, no ano seguinte.
d) A transição democrática foi
marcada por intensos debates sobre os artigos da nova Constituição. Exemplo
disso foi a pressão exercida pelo presidente Sarney para a aprovação da emenda
da reeleição.
e) Apesar de consolidada, a
democracia no Brasil passou, desde o início da Nova República, por momentos
instáveis. Reflexo disso foi a vitória fraudulenta de Fernando Collor de Mello,
em 1989.
Resposta:
[C]
Napolitano expressa no
texto que a derrota da mobilização popular na campanha pelas “Diretas Já” não
tirou o ímpeto da sociedade na busca pela volta da democracia. Assim, a
escritura da Constituição de 1988 é resultado dessa busca.
18. (Ufjf-pism 3 2017) Leia os trechos abaixo e,
em seguida, responda ao que se pede:
Trecho do discurso de posse
do Marechal Humberto Castelo Branco, em 1964
Defenderei e cumprirei com
honra e lealdade a Constituição do Brasil, inclusive o Ato Institucional que a
integra. Cumprirei e defenderei ambos com determinação, pois serei escravo das
leis do país e permanecerei em vigília para que todos as observem com exação e
zelo. Meu governo será o das leis, o das tradições e princípios morais e
políticos que refletem a alma brasileira. O que vale dizer que será um governo
firmemente voltado para o futuro, tanto é certo que um constante sentimento de
progresso e aperfeiçoamento constitui a marca e também o sentido de nossa
história política e social.
Disponível em:
http://www.bradoretumbante.org.br/historia/generais-no-poder/as-promessas
Acessado em 13/10/2016.
Trecho do discurso de posse
do General Emilio Garrastazu Médici,em 1969
Homem da fronteira, creio
em um mundo sem fronteira entre os homens. Sinto por dentro aquele patriotismo
aceso dos fronteiriços, que estende ponte aos vizinhos, mas não aceita injúrias
nem desdéns e não se dobra na afirmação do interesse nacional. Creio em um
mundo sem fronteiras entre países e homens ricos e pobres. E sinto que
poderemos ter um mundo sem fronteiras ideológicas, onde cada povo respeite a
forma de outros povos viverem, onde os avanços científicos fiquem na mão de
todo homem, na mão de todas as nações, abrindo-se à humanidade a opção de uma
sociedade aberta. Fronteiriço, não sei, não vejo, não sinto, não aceito outra
posição do Brasil no mundo que não seja a posição de altivez.
Disponível em:
http://www.alertatotal.net/2015/12/discurso-de-posse-de-emilio-garrastazu.html
Acessado em 13/10/2016
De acordo com os dois
trechos é CORRETO afirmar que:
a) os dois presidentes
assumiram os mesmos compromissos políticos de respeitarem a constituição
democrática do Brasil, falando em nome do povo que os elegeu garantindo
conduzir o país a um futuro de progresso.
b) há uma descontinuidade
entre o primeiro discurso e o segundo, uma vez que Castelo Branco promete
exercer um governo firme característico da ditadura que se inicia, mas que se
modifica com Emílio Médici que investe na abertura política.
c) são parte de um processo
mais longo de endurecimento político dos governos militares, reforçando a
necessidade de firmeza no confronto com as diferenças, numa intenção de defesa
do projeto militar pelo crescimento do país.
d) eleitos de forma indireta,
tanto Castelo Branco quanto Médici buscaram conquistar o apoio popular
prometendo governar com as leis, respeito aos direitos civis e moralizar o
país, diminuindo a distância entre ricos e pobres.
e) a manutenção dos governos
militares dependia da posição de ataque às diferenças econômicas e políticas
entre o Brasil e os outros países, defendendo que o modelo do Brasil deveria
ser expandido para todo mundo.
Resposta:
[C]
Somente a proposição [C]
está correta. Na primeira metade da década de 1960, a Guerra Fria estava muita
tensa devido a Revolução Cubana, Guerra do Vietnã e o assassinato do presidente
dos EUA, Kennedy, em 1963. Os governos brasileiros, Jânio Quadros e João
Goulart, geravam desconfiança dentro da ótica estadunidense. O Brasil vivia uma
crise econômica devido a uma herança maldita da Era JK, 1956-1960, e também
pela ineficiência de Jânio Quadros e Jango em retomar o crescimento econômico.
Quando Jango defendeu as Reformas de Base em 1964, o país ficou dividido entre
conservadores contrários ao plano e progressistas favoráveis a Jango. Os
militares em nome da “ordem”, da “lei”, da “segurança nacional” (isto é, contra
o comunismo) deram um golpe e adotaram um regime truculento que violou os
direitos humanos. Somente em 1985 os civis voltaram a governar. Os discursos de
posse dos presidentes militares, Castelo Branco em 1964 e Médici em 1969, estão
inseridos neste cenário de “defesa” do país, seguir a lei e gerar crescimento
econômico.
19. (Mackenzie 2018) O excerto abaixo aponta
para uma dimensão de análise a respeito das ditaduras implantadas na América
Latina. Leia-o.
“Esse plano [de análise],
por mais difuso, é de mais difícil apreensão. Ficou patente nos boicotes que
industriais e comerciantes realizaram no Chile para desgastar a presidência de
Salvador Allende; na conhecida ‘Marcha da Família com Deus pela Liberdade’,
realizada em São Paulo em protesto contra João Goulart pouco antes de sua
deposição; na lealdade de parte das camadas médias e altas chilenas para com a
figura incensada do general Augusto Pinochet; nas redes de cumplicidade com o
sistema repressivo durante o regime militar na Argentina”.
Maria Lígia Prado e Gabriela Pellegrino. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2016, p.168
No contexto considerado, o
texto aponta para uma cultura política autoritária que, nas sociedades em
questão,
a) se limitava à atuação
repressiva das autoridades militares, em consonância com setores populares, em
busca de melhores perspectivas políticas e econômicas.
b) ultrapassava o domínio das
Forças Armadas e do Estado e se disseminava por meio de posturas autoritárias
de extensos setores sociais que apoiaram os golpes.
c) ultrapassava a articulação
política interna e criava condições para uma aliança de amplos setores sociais
com grandes potências imperialistas do continente europeu.
d) criava condições para o
surgimento de grupos sociais opositores, com destacada atuação parlamentar e
guerrilheira contra os regimes de exceção no continente.
e) impossibilitava qualquer
organização de grupos civis, pois concentrava todo e qualquer poder em grupos
das Forças Armadas articulados com os governos nacionais.
Resposta:
[B]
Somente a alternativa [B]
está correta. O historiador Daniel Aarão Reis em sua obra “Ditadura e
Democracia no Brasil”, afirma que havia uma ampla aliança civil e militar
(heterogênea e contraditória) que permitiu a vitória do golpe de Estado em
1964. Diversos pensadores afirmam que o presidente João Goulart sofria uma intensa
e grave campanha liderada por empresários, imprensa, setores da Igreja bem como
o governo dos EUA. Daí a ideia de uma ditadura civil-militar.
20. (Ufpr 2017) Considere
o fragmento abaixo:
Como resultados dessas políticas
de Estado, foi possível estimar ao menos 8.350 indígenas mortos no período de
investigação da CNV, em decorrência da ação direta de agentes governamentais ou
da sua omissão. Essa cifra inclui apenas aqueles casos aqui estudados em
relação aos quais foi possível desenhar uma estimativa. O número real de
indígenas mortos no período deve ser exponencialmente maior, uma vez que apenas
uma parcela muito restrita dos povos indígenas afetados foi analisada e que há
casos em que a quantidade de mortos é alta o bastante para desencorajar
estimativas.
(RELATÓRIO, Comissão Nacional da Verdade. Violação dos Direitos Humanos
dos Povos Indígenas, v. 2. Texto 5. 2014. p. 205.)
Sobre
a questão indígena na Ditadura Militar, assinale a alternativa correta.
a) Projetos como a construção
das hidrelétricas de Itaipu e de Tucuruí, no rio Tocantins, impulsionaram o
desenvolvimento econômico de várias comunidades indígenas, graças aos projetos
executados pela FUNAI.
b) Apesar das mortes
contabilizadas no relatório da CNV, após o golpe civil-militar, os indígenas
passaram a ser valorizados no novo período econômico que se iniciou no Brasil.
c) No período da Ditadura
Militar, foi criada a Guarda Nacional Indígena, uma milícia armada integrada
exclusivamente por responsáveis pelo policiamento nas áreas indígenas para
manutenção de sua cultura.
d) Com o golpe civil-militar,
devido às construções de grandes obras, a mão de obra indígena começou a ser
parcialmente valorizada pelo governo Figueiredo, que percebeu a aptidão dos
indígenas para a manufatura.
e) Após o golpe civil-militar,
um novo período econômico se iniciou no Brasil, com construções de grandes
obras nas quais os indígenas passaram a ser tratados como obstáculos para o
desenvolvimento nacional.
Resposta:
[E]
Somente a alternativa [E]
está correta. A questão aponta para o grande número de indígenas mortos durante
a ditadura militar. A proposta era a “ocupação”, integração, modernização e
desenvolvimento, ou seja, crescimento econômico. As grandes empresas em nome do
lucro iniciaram as obras sem levar em consideração o impacto ambiental e as
comunidades ribeirinhas gerando desmatamento e mortes destes nativos.
21.
(Ucpel 2017) Dez
anos depois da saída do marechal Castello Branco de sua casa de Ipanema para o
palácio Laranjeiras, o General Ernesto Geisel preparava-se para ocupar a
Presidência da República.
Receberia uma
ditadura militar que apoiara, sabendo que dentro dela está montada uma máquina
de extermínio das lideranças esquerdistas. Não havia mais guerrilha, muito
menos terrorismo.
Sobrara a máquina.
GASPARI, Elio. A
ditadura escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 464.
Um exemplo da ação
da máquina descrita por Gaspari durante o governo de Geisel foi:
a) a
morte do operário Santo Dias da Silva, em São Paulo, durante repressão a um
movimento grevista em 1979.
b) a
detenção de 1700 estudantes da PUC de São Paulo, após invasão de suas
dependências por forças policiais em setembro de 1977.
c) a
captura e morte do ex-capitão do exército Carlos Lamarca, que havia aderido a
luta armada contra o regime no sertão da Bahia em agosto de 1971.
d) a
mal sucedida atuação de militares no atentado do Riocentro, com a finalidade
imputar a grupos de esquerda a ação terrorista em maio de 1981.
e) a
morte do estudante universitário Edson Luis em enfrentamentos com a polícia
numa manifestação ocorrido no Rio de Janeiro em março de 1968.
Resposta:
[B]
Cronologicamente, o único
evento ocorrido durante o governo Geisel está apresentado na alternativa [B].
Todas as demais alternativas apresentam eventos ocorridos em outros governos do
Regime Militar.
22. (G1 - ifsul 2017) O período da História do Brasil entre
os anos de 1969 e 1973 foi marcado por forte crescimento da economia. Nesta
época o Brasil era uma Ditadura Militar, governado pelo general Médici. O termo
“milagre” está relacionado com este rápido e excepcional crescimento econômico
pelo qual passou o Brasil neste período.
Disponível em:
. Acesso em:
23 jul. 2016.
O crescimento econômico brasileiro começou a diminuir a partir de 1974
com uma crise mundial provocada
a) pelo aumento do
juro internacional.
b) pelo choque do
petróleo.
c) pela inflação
mundial.
d) pelo superavit na balança comercial
brasileira.
Resposta:
[B]
Somente a alternativa [B]
está correta. A questão menciona o “Milagre Brasileiro”, período em que a
economia brasileira cresceu em ritmo acelerado graças a empréstimos no exterior
aumentando a dívida externa. Foi durante o governo do general Médici,
1969-1974, que ocorreu o auge deste “Milagre Econômico”. Vale dizer que este
referido crescimento econômico não foi acompanhado por distribuição de renda,
provocando arrocho salarial e desvalorização do salário mínimo. Com a Primeira
Crise Mundial do Petróleo em 1974 o milagre econômico começou a declinar, ainda
assim, no governo Geisel, 1974-1978, a economia cresceu em média ao ano, mas a triste
realidade do “Milagre Brasileiro” ocorreu no governo de presidente militar João
Baptista Figueiredo, 1979-1985, quando o Brasil e a América Latina viveram a
década perdida, a década de 1980.
23.
(G1 - ifba 2017) “(...)
Há soldados armados, amados ou não/ Quase todos perdidos de armas na mão/ Nos
quartéis lhe ensinam uma antiga lição/ De morrer pela pátria e viver sem razão
(...).”
(Fonte: VANDRÉ, Geraldo. Pra não
dizer que não falei das flores. Geraldo Vandré no Chile, 1968. Disponível
em: https://www.letras.mus.br/geraldo-vandre/46168/. Acesso em: 04/09/2016.).
O trecho da canção
acima representa críticas do autor em relação ao momento histórico do Brasil,
caracterizado:
a) Pela
experiência democrática no Brasil, governo de João Goulart, e forte presença
militar no Estado, como demonstra o trecho da música.
b) Pelo
Governo Militar no Brasil, que respeitou as garantias individuais dos cidadãos,
a exemplo, a manutenção das eleições diretas para Presidente da República.
c) Pela
"Democracia restringida", pois ocorreu uma reformulação da política
no país com a garantia da participação popular nesse processo.
d) Pela
manutenção dos direitos trabalhistas, repressão aos movimentos sociais e
diminuição da desigualdade social.
e) Pela
Ditadura Militar, que determinou a censura, perseguição política e repressão
àqueles contrários ao regime, a exemplo do autor da canção citada.
Resposta:
[E]
A canção Pra não dizer que não falei das flores
foi escrita no contexto da Ditadura Militar, período marcado pela forte
repressão contra aqueles que se levantavam contra o regime.
24. (Fuvest 2017) Não
nos esqueçamos de que este é um tempo de abertura. Vivemos sob o signo da
anistia que é esquecimento, ou devia ser. Tempo que pede contenção e paciência.
Sofremos todo ímpeto agressivo. Adocemos os gestos. O tempo é de perdão. (...)
Esqueçamos tudo isto, mas cuidado! Não nos esqueçamos de enfrentar, agora, a
tarefa em que fracassamos ontem e que deu lugar a tudo isto. Não nos esqueçamos
de organizar a defesa das instituições democráticas contra novos golpistas
militares e civis para que em tempo algum do futuro ninguém tenha outra vez de
enfrentar e sofrer, e depois esquecer os conspiradores, os torturadores, os
censores e todos os culpados e coniventes que beberam nosso sangue e pedem
nosso esquecimento.
Darcy Ribeiro. “Réquiem”, Ensaios insólitos. Porto Alegre:
L&PM, 1979.
O texto remete à anistia e
à reflexão sobre os impasses da abertura política no Brasil, no período final
do regime militar, implantado com o golpe de 1964. Com base nessas referências,
escolha a alternativa correta.
a) A presença de censores na
redação dos jornais somente foi extinta em 1988, quando promulgada a nova
Constituição.
b) O projeto de lei pela
anistia ampla, geral e irrestrita foi uma proposta defendida pelos militares
como forma de apaziguar os atos de exceção.
c) Durante a transição
democrática, foram conquistados o bipartidarismo, as eleições livres e gerais e
a convocação da Assembleia Constituinte.
d) A lei de anistia aprovada
pelo Congresso beneficiou presos políticos e exilados, e também agentes da
repressão.
e) O esquecimento e o perdão
mencionados integravam a pauta da Teologia da Libertação, uma importante
diretriz da Igreja Católica.
Resposta:
[D]
A Lei de Anistia, aprovada
em 1979, amparava-se em duas proposições: (1) concedia perdão político aos
exilados e (2) eximia de culpa os agentes militares e civis que feriram os
direitos humanos ao longo da vigência do regime.
25. (Uece 2017) Atente ao seguinte excerto:
“[...] Várias figuras importantes tiveram seus direitos políticos cassados.
Muitas prisões, apreensões e queima de livros considerados subversivos foram
feitos pelos órgãos repressivos. Reformas na máquina administrativa e mudanças
nas leis trabalhistas foram promovidas logo no início do governo Castelo
Branco: as greves foram praticamente proibidas e os salários arrochados, isto
é, mantidos em níveis bastante baixos”.
Antônio Pedro e Lizânias de Souza Lima. História sempre presente. v.
3. 1ª ed.
São Paulo, FTD, 2010. p. 280.
O momento da História
Republicana do Brasil a que o excerto acima se refere é
a) a implantação do Estado
Novo, em 1937, quando o regime ditatorial se fez notar com todas as suas
características.
b) o início do período da Nova
República, em 1985, marcado pela liberdade de mercado e pelo forte controle
social por parte do Estado.
c) o início do período dos
Governos Militares instalados após o golpe de 1964 que depôs o Presidente João
Goulart e que durou até 1985.
d) o período posterior à morte
do Presidente Getúlio Vargas, em 1954, quando as forças opositoras alcançaram o
poder e impuseram sua política.
Resposta:
[C]
Somente a proposição [C]
está correta. O texto citado remete ao regime militar no Brasil, 1964-1985, quando
ocorreram censura, repressão, violência e inúmeras violações aos direitos
humanos. Foram criados inúmeros Atos Institucionais e órgãos repressivos e,
também, mudanças nas leis trabalhistas como a criação do FGTS em 1966
substituindo a estabilidade no emprego. Embora o “Milagre Brasileiro” mostrasse
números animadores, o arrocho salarial foi muito forte prejudicando a vida dos
brasileiros mais humildes.
26. (G1 - ifpe 2017) Carlos
Lacerda, que quatro anos antes agradecera a Deus a chegada dos tanques, foi
levado preso para um quartel, por ordem do general Jayme Portella, para
desagrado do comandante do I Exército, Syseno Sarmento, que acabara de
encarcerar o ex-presidente Juscelino Kubitschek, capturado quando descia as
escadas do Teatro Municipal. JK foi levado para uma unidade da Baixada
Fluminense, onde o deixaram num alojamento sujo, com privada sem tampo, sofá
rasgado e goteira [...]. Em Goiânia, onde seria paraninfo de uma turma de
estudantes de direito, o advogado Sobral Pinto, que, em 1963, denunciara a
bolchevização do país e um ano depois estava no DOPS soltando comunistas, foi
preso de pijama e chinelos, aos 75 anos.
GASPARI, E. As ilusões armadas.
1. A ditadura envergonhada. 2. ed. rev. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. 432
p., pp. 343-344.
O autor do texto apresenta informações
relativas ao período histórico brasileiro conhecido como Ditadura Civil-Militar
(1964-1985). Com relação à ideia global do texto e a partir de seus
conhecimentos sobre o tema, é CORRETO afirmar que
a) a Ditadura Civil-Militar não se limitava a perseguir, prender e torturar
comunistas ou membros da esquerda brasileira.
b) muitas prisões de personagens de esquerda foram necessárias para se
alcançar a estabilidade do regime político instaurado em 1964.
c) os militares no poder estavam saneando a vida política nacional por meio
da prisão de líderes civis corruptos e populistas.
d) o zelo militar na defesa dos ideais democráticos ia ao ponto de prender
civis considerados perigosos à estabilidade democrática.
e) muitas
lideranças políticas civis estavam traindo a democracia brasileira, o que as
tornava alvo da repressão política da Revolução de 31 de Março.
Resposta:
[A]
Somente
a alternativa [A] está correta. O golpe militar implantado no Brasil em 1964
teve como justificativa a manutenção da ordem combatendo os comunistas e
pessoas ligadas a esquerda brasileira. No entanto, o texto mostra que os
governos militares prenderam e reprimiram muitas personalidades que não eram de
esquerda e muito menos comunistas.
27.
(Enem 2017) No
período anterior ao golpe militar de 1964, os documentos episcopais indicavam
para os bispos que o desenvolvimento econômico, e claramente o desenvolvimento capitalista,
orientando-se no sentido da justa distribuição da riqueza, resolveria o
problema da miséria rural e, consequentemente, suprimiria a possibilidade do
proselitismo e da expansão comunista entre os camponeses. Foi nesse sentido que
o golpe de Estado, de 31 de março de 1964, foi acolhido pela igreja.
MARTINS, J. S. A política do Brasil: lúmpen e
místico. São Paulo: Contexto. 2011 (adaptado).
Em que pesem as
divergências no interior do clero após a instalação da ditadura civil-militar,
o posicionamento mencionado no texto fundamentou-se no entendimento da
hierarquia católica de que o(a)
a) luta
de classes é estimulada pelo livre mercado.
b) poder
oligárquico é limitado pela ação do Exército.
c) doutrina
cristã é beneficiada pelo atraso do interior.
d) espaço
político é dominado pelo interesse empresarial.
e) manipulação
ideológica é favorecida pela privação material.
Resposta:
[E]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
Às vésperas do Golpe de
1964, a Igreja Católica, preocupada com o apoio popular às tendências
comunistas, buscou apoiar mudanças materiais no campo para impedir o aumento de
ideais revolucionários comunistas no país.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
O
Comunismo de inspiração soviética era ateu e, por isso, era bastante criticado
e combatido pela Igreja Católica. Por considerar que a população pobre é mais
sensível a esse tipo de teoria política, o texto aponta que a Igreja, naquele
momento histórica, foi favorável ao golpe militar.
28. (Unicamp 2017) “O tropicalismo buscava
revolucionar a linguagem e o comportamento na vida cotidiana, incorporando-se
simultaneamente à sociedade de massa e aos mecanismos do mercado de produção
cultural. Criticava ao mesmo tempo a ditadura e uma estética de esquerda
acusada de menosprezar a forma artística. Articulava aspectos modernos e
arcaicos, buscava retomar criticamente a tradição brasileira e absorver
influências estrangeiras de modo ‘antropofágico’.”
Marcelo Ridenti, “Cultura”, em Daniel Aarão Reis (org.), Modernização,
ditadura e democracia: 1964-2010. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p.
256.
O tropicalismo, no contexto
cultural brasileiro dos anos 1960 e 1970,
a) foi influenciado pelo
manifesto antropofágico e propunha digerir aspectos da cultura mundial – como a
guitarra elétrica e a televisão – para difundir o ideal de uma sociedade
alinhada com os interesses da modernização econômica da ditadura.
b) era um movimento que
criticava a ditadura, associada à Jovem Guarda, e a esquerda, identificada com
a Bossa Nova, propondo uma leitura imparcial para a cultura, como se observa na
música popular e na dramaturgia do Teatro Oficina.
c) criticava o Cinema Novo e a
glamorização da “estética da fome”, preferindo abrir-se para os movimentos
internacionais, como fizeram o modernismo em relação ao futurismo e a vanguarda
do grupo do Teatro Opinião.
d) usava referências eruditas
e populares, incorporava aspectos da música pop mesclada a aspectos regionais e
expressava críticas à ditadura e ao patrulhamento praticado por alguns fãs das
canções de protesto.
Resposta:
[D]
O tropicalismo amparou-se
na antropofagia, na ênfase à cultura propriamente brasileira e na exaltação dos
movimentos sociais iniciados em 1968 mundo afora. Foi, por isso, igualmente
criticada pela direita (governo ditatorial, no caso) e pela esquerda (oposição
ditatorial, então), mas resistiu e transformou-se num dos mais importantes
movimentos artísticos brasileiros.
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
ATO INSTITUCIONAL Nº 5, DE 13 DE DEZEMBRO DE
1968.
“O PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL, ouvido o Conselho de Segurança Nacional,
(...)
Resolve editar o seguinte:
(...)
Art. 4º - No
interesse de preservar a Revolução, o Presidente da República, ouvido o
Conselho de Segurança Nacional, e sem as limitações previstas na Constituição,
poderá suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10
anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais.
Parágrafo
único - Aos membros dos Legislativos federal, estaduais e municipais, que
tiverem seus mandatos cassados, não serão dados substitutos, determinando-se o
quorum parlamentar em função dos lugares efetivamente preenchidos.
Art. 5º - A
suspensão dos direitos políticos, com base neste Ato, importa, simultaneamente,
em:
I - cessação
de privilégio de foro por prerrogativa de função;
II - suspensão
do direito de votar e de ser votado nas eleições sindicais;
III -
proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política;
IV -
aplicação, quando necessária, das seguintes medidas de segurança:
a)
liberdade vigiada;
b)
proibição de frequentar determinados lugares;
c)
domicílio determinado; (…)
Art. 10º - Fica suspensa a garantia de habeas corpus,
nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e
social e a economia popular.”
Retirado de:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/AIT/ait-05-68.htm. Acesso em 24/05/2017.
29. (Pucsp 2017) As medidas previstas pelo texto tiveram vários desdobramentos políticos
efetivos, entre os quais:
a) O restabelecimento da democracia, o combate à subversão e a garantia da
ordem.
b) A concentração de poderes no Executivo, a repressão às oposições e a
restrição de liberdades.
c) A harmonia entre os poderes, a consolidação da Revolução e a segurança.
d) O predomínio do
Legislativo, a consolidação do sistema jurídico e a garantia das liberdades.
Resposta:
[B]
O AI-5 dava ao Executivo o
direito de interferir no Legislativo federal, estadual e municipal, o que
ampliava os poderes do presidente militar. Além disso, o Ato previa punições
aos chamados crimes contra a segurança
nacional, o que, ao fim e ao cabo, significava que qualquer ato contrário
ao regime seria reprimido e punido.
30. (Enem 2016) Batizado por Tancredo Neves
de “Nova República”, o período que marca o reencontro do Brasil com os governos
civis e a democracia ainda não completou seu quinto ano e já viveu dias de
grande comoção. Começou com a tragédia de Tancredo, seguiu pela euforia do
Plano Cruzado, conheceu as depressões da inflação e das ameaças da
hiperinflação e desembocou na movimentação que antecede as primeiras eleições
diretas para presidente em 29 anos.
O álbum dos presidentes: a história vista pelo JB. Jornal do Brasil.
15 nov. 1989.
O período descrito
apresenta continuidades e rupturas em relação à conjuntura histórica anterior.
Uma dessas continuidades consistiu na
a) representação do
legislativo com a fórmula do bipartidarismo.
b) detenção de lideranças
populares por crimes de subversão.
c) presença de políticos com
trajetórias no regime autoritário.
d) prorrogação das restrições
advindas dos atos institucionais.
e) estabilidade da economia
com o congelamento anual de preços.
Resposta:
[C]
O período mencionado pela
questão – entre 1985 e 1989 – corresponde ao governo de José Sarney. No qual
foi comum a presença de políticos que fizeram carreira durante a Ditadura – o
próprio Sarney, ACM, Paulo Maluf, Ulysses Guimarães, entre outros – nos
círculos políticos.
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