A luta pelo voto feminino no Brasil foi marcada por desafios. A seguir, você encontrará uma questão dissertativa que explora a trajetória das mulheres no movimento sufragista brasileiro, Vamos à Questão?
1- O movimento sufragista feminino no Brasil enfrentou uma longa trajetória até a obtenção do direito ao voto na década de 1930. A partir desse contexto, analise os principais obstáculos enfrentados pelo movimento sufragista feminino brasileiro desde o início da Primeira República. Em sua resposta, discuta:
(i) o papel das primeiras lideranças feministas;
(ii) o impacto da cultura patriarcal no atraso do sufrágio; e
(iii) as conquistas e limitações iniciais do movimento.
Resposta Modelo:
O movimento sufragista feminino no Brasil enfrentou um longo e árduo caminho, moldado pela resistência da sociedade patriarcal e por um sistema político que restringia a participação pública das mulheres. Desde a Primeira República, figuras como Bertha Lutz, Leolinda Daltro e outras pioneiras lideraram uma luta que buscava romper com as convenções sociais, desafiando o status quo que mantinha as mulheres isoladas da esfera política. Essas lideranças, influenciadas pelas ideias do feminismo europeu e norte-americano, esforçaram-se para trazer ao Brasil debates sobre os direitos das mulheres, organizando associações e eventos que pressionavam pela inclusão feminina no processo político.
A cultura patriarcal profundamente enraizada no Brasil foi o maior entrave ao avanço do movimento sufragista, pois consolidava uma percepção das mulheres como figuras restritas ao espaço privado e ao exercício do papel de esposas e mães. Esse cenário era ainda mais complexo em uma sociedade marcada pelo analfabetismo e pela desigualdade social, que impedia a difusão das ideias feministas entre camadas populares. Instituições como a Igreja Católica e a elite política e intelectual conservadora, por sua vez, viam no sufrágio feminino uma ameaça à ordem social estabelecida, argumentando que o direito ao voto corromperia os valores familiares e cristãos.
A conquista do voto feminino em 1932 e sua inclusão na Constituição de 1934 foram vitórias marcantes, porém limitadas. Nesse primeiro momento, o voto feminino ainda era restrito a mulheres que ocupassem postos de trabalho formais, uma limitação que excluía grande parte da população feminina, especialmente a rural. Apenas em 1946 o Brasil consolidaria o sufrágio universal, permitindo finalmente a participação política plena das mulheres, mas o caminho até essa conquista reflete as barreiras históricas que o movimento enfrentou e que ainda persistem de outras formas na sociedade brasileira.
Assim, o movimento sufragista feminino brasileiro não só inaugurou uma era de reivindicação de direitos civis, mas também pavimentou o caminho para outras pautas feministas. A trajetória de Bertha Lutz e de outras figuras foi um marco na história política nacional, e, apesar das limitações impostas, o sufrágio feminino tornou-se um símbolo de resistência contra a opressão de gênero e um passo essencial para a democratização do país.
Citação:
“O voto feminino no Brasil enfrentou resistências ferrenhas durante a Primeira República. Somente nas décadas de 1920 e 1930, com a atuação de figuras como Bertha Lutz e outras feministas, o movimento começou a ganhar tração significativa.” (Marques, Teresa Cristina de Novaes. O voto feminino no Brasil. Brasília: Câmara dos Deputados, 2019, pp. 15-18)
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