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Questões dissertativas de História do Brasil


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Questão 1: Examine a evolução da postura diplomática brasileira em relação à livre navegação nos rios Amazonas e da Bacia do Prata durante o Império e a Primeira República. A análise deve considerar as diferentes conjunturas políticas e econômicas que moldaram a posição do Brasil nesse período, bem como os argumentos utilizados para justificar as decisões tomadas. Extensão máxima do texto: 60 linhas 

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 Questão 2: Com base nos seus conhecimentos sobre o Brasil no contexto da História Contemporânea, analise como a visão do Brasil sobre a ordem econômica internacional se desenvolveu, especialmente a partir da década de 1960, considerando a perspectiva de países em desenvolvimento e a busca por autonomia em relação aos países desenvolvidos. Explore os argumentos e estratégias diplomáticas utilizadas pelo Brasil nesse contexto. Extensão máxima do texto: 60 linhas.

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Respostas Modelo

Questão 1:

Resposta Modelo:

A postura diplomática brasileira em relação à livre navegação nos rios Amazonas e da Bacia do Prata, durante o Império e a Primeira República, foi marcada por uma mescla de pragmatismo e defesa da soberania nacional. As conjunturas políticas e econômicas, bem como as pressões externas, moldaram as decisões do Brasil, levando a diferentes abordagens ao longo do tempo.
A questão da navegação no Rio Amazonas ganhou relevância no século XIX, com o crescente interesse de potências estrangeiras, como a Inglaterra, na exploração da região amazônica. O Império, ciente da sua fragilidade militar e política em relação à Inglaterra, adotou uma postura inicialmente conciliatória. Reconhecendo a disparidade de poder, o governo brasileiro optou por ceder à pressão inglesa e permitir a navegação fluvial por navios estrangeiros. Essa estratégia visava ganhar tempo e evitar um confronto direto com uma nação mais poderosa, enquanto a diplomacia buscava alcançar, em longo prazo, uma revisão dos acordos desfavoráveis impostos pela conjuntura da época.
Já na Bacia do Prata, a política externa brasileira se viu diante de um dilema geopolítico: garantir a livre navegação nos rios Paraná e Paraguai, essenciais para o comércio e comunicação com a província do Mato Grosso, e ao mesmo tempo lidar com as rivalidades regionais e as ambições expansionistas de países vizinhos, como a Argentina. Nesse contexto, o Brasil se viu obrigado a equilibrar seus interesses econômicos e sua posição de potência regional
A Guerra do Paraguai (1864-1870) representou um ponto de inflexão na política brasileira para a Bacia do Prata. A vitória brasileira consolidou a livre navegação nos rios da região, mas também gerou desconfianças e ressentimentos por parte de países vizinhos, tornando a diplomacia um instrumento ainda mais crucial para a manutenção da estabilidade regional.
A ascensão de Rio Branco ao posto de Ministro das Relações Exteriores, no início do século XX, marcou uma nova fase na política externa brasileira. Sua atuação se caracterizou pela defesa intransigente da soberania nacional, como se evidencia na Resolução da Questão do Acre, combinada com uma habilidade diplomática notável na negociação de acordos e tratados. Rio Branco compreendia a importância do poder e da firmeza na defesa dos interesses brasileiros, mas também reconhecia o valor da diplomacia e do diálogo na construção de soluções pacíficas e duradouras.

A comparação entre a política externa do Império e a da Primeira República em relação à livre navegação fluvial revela uma evolução significativa. Se no Império a fragilidade do país o levou a ceder a pressões externas, na Primeira República, com a consolidação da soberania nacional e a ascensão de uma diplomacia mais profissional, o Brasil passou a defender seus interesses de forma mais assertiva, sem abrir mão do diálogo e da busca por soluções negociadas.

Questão 2:

Resposta Modelo:

A partir da década de 1960, a diplomacia brasileira se deparou com a crescente internacionalização da economia e a necessidade de posicionar o país nesse novo cenário, buscando conciliar desenvolvimento com a defesa de seus interesses como nação em desenvolvimento. As fontes fornecidas revelam a busca constante por autonomia em relação aos países desenvolvidos e a defesa de uma ordem econômica internacional mais justa e equitativa. A Política Externa Independente (PEI), implementada no início da década de 1960, buscava justamente ampliar a margem de manobra do Brasil no cenário internacional. A PEI defendia o não alinhamento automático com os blocos de poder da Guerra Fria e a busca por soluções pacíficas para os conflitos internacionais, refletindo a busca por um papel mais ativo e autônomo do Brasil no sistema internacional. A internacionalização da economia e a crescente interdependência entre os países trouxeram consigo novos desafios. A dependência de países em desenvolvimento em relação ao financiamento externo e a assimetria nas relações comerciais se tornaram obstáculos para o desenvolvimento. O Brasil, ciente dessas dificuldades, passou a defender, nos foros internacionais, a necessidade de reformas na ordem econômica internacional.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), criada em 1964, se tornou um importante palco para a defesa dos interesses dos países em desenvolvimento. O Brasil, por exemplo, teve uma participação ativa na UNCTAD, buscando um tratamento especial e diferenciado para os produtos básicos, a fim de reduzir as desigualdades e promover o desenvolvimento. A partir da década de 1970, a crise do petróleo e o aumento da dívida externa dos países em desenvolvimento colocaram em evidência a fragilidade da ordem econômica internacional e a necessidade de reformas mais profundas. O Brasil, por sua vez, buscou articular, junto a outros países em desenvolvimento, propostas para a renegociação da dívida e a criação de mecanismos financeiros mais justos. As fontes demonstram que a diplomacia brasileira, ao longo das décadas, buscou conciliar a inserção do país na economia globalizada com a defesa de seus interesses como nação em desenvolvimento. A busca por autonomia, expressa na defesa de reformas na ordem econômica internacional, na diversificação de parcerias e na busca por soluções pacíficas para os conflitos, marcou a atuação do Brasil no cenário internacional. No entanto, a crescente complexidade da economia mundial e as assimetrias de poder impuseram limites à autonomia do país, tornando ainda mais desafiadora a tarefa da diplomacia brasileira.


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