A Nova Ofensiva Russa na Ucrânia e a Reação de Zelenskiy
Em uma recente entrevista à Agence-France Presse, o
presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy afirmou que, embora as tropas russas
tenham avançado de cinco a dez quilômetros, elas foram contidas pelas forças
ucranianas. No entanto, ele alertou que essa ofensiva pode ser apenas o início
de uma campanha mais ampla.
A Situação em Kharkiv
Zelenskiy destacou que, apesar de a situação em Kharkiv
estar "controlada", ainda não está "estabilizada". Ele
enfatizou a grave escassez de defesas aéreas da Ucrânia, mencionando que o país
tem apenas 25% do que necessita para se proteger adequadamente. Este apelo visa
pressionar os aliados ocidentais a acelerar o envio de mais sistemas de defesa
aérea e caças modernos, como os F-16, para que a Ucrânia possa alcançar
paridade aérea com a Rússia.
No campo de batalha, as forças ucranianas enfrentam sérias
dificuldades, incluindo problemas de moral e a necessidade de mais tropas para
substituir o pessoal exausto no front. A nova lei de mobilização, que reduz a
idade de alistamento e impõe penalidades mais severas para os que evitam o
recrutamento, tem gerado impopularidade e tensão entre os soldados. Muitos
combatentes estão lutando continuamente há mais de dois anos.
Críticas ao Ocidente e a Resposta Russa
Zelenskiy também criticou a postura do Ocidente, que,
segundo ele, deseja um fim rápido para a guerra, sem considerar as implicações
de uma vitória russa. Ele destacou a ironia da situação, onde o Ocidente teme
tanto uma derrota russa quanto uma derrota ucraniana, criando um impasse
difícil de resolver.
Por outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin,
justificou a ofensiva como uma retaliação aos bombardeios ucranianos nas
regiões de fronteira, com o objetivo de criar uma "zona de
segurança". De acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra, entre 9 e
15 de maio, as forças russas capturaram 278 km². As autoridades ucranianas
afirmaram ter repelido tentativas de avanço russo em Kharkiv, mas acusaram as
tropas russas em Vovchansk de usar civis como "escudos humanos", uma
acusação que ainda não foi verificada de forma independente.
Defesa e Evacuação
Segundo Oleh Synegubov, as tropas ucranianas estão
reforçando suas defesas na área de Vovchansk para melhorar a situação tática e
garantir a manutenção da linha de defesa contra as ofensivas russas. Desde o
início desse ataque, a Ucrânia já evacuou quase 10.000 pessoas da região
fronteiriça nordeste, buscando proteger os civis e minimizar as baixas em áreas
de conflito intenso. No entanto, essa evacuação também evidencia a seriedade da
ameaça russa na região.
Análise Militar e Mobilização
Analistas militares sugerem que a ofensiva no nordeste pode
ter o objetivo de sobrecarregar ainda mais as tropas e recursos ucranianos. A
Rússia parece estar aproveitando sua vantagem em termos de mão de obra e
munição. Oleksandr Syrsky, chefe do exército ucraniano, afirmou que a Rússia
está tentando forçar a Ucrânia a mobilizar ainda mais tropas de suas reservas.
Enquanto isso, Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações
Exteriores da Rússia, afirmou em entrevista à TASS que os Estados Unidos estão
em um estado de guerra indireta com Moscou há muito tempo e estão
"brincando com fogo" em relação à Ucrânia. Ele alertou que a situação
pode se tornar incontrolável e levar a uma crise dramática.
A Escassez de Recursos e o Desafio de Manter a Linha de
Defesa
No campo de batalha, a situação é preocupante para os
ucranianos. Comandantes como Oleksandr Kozachenko enfrentam uma escassez
crítica de munição. Sua unidade, equipada com obuseiros M777 fornecidos pelos
EUA, está disparando bem menos projéteis do que o necessário para conter os
ataques russos. A região de Donetsk sofre bombardeios diários, com ataques de
artilharia ou aéreos russos ocorrendo pelo menos uma dúzia de vezes por dia.
Ruínas de casas, blocos de apartamentos e edifícios administrativos são uma visão
comum nas cidades e vilas da região.
O Impacto da Nova Lei de Mobilização
A nova lei que fortalece o esforço de mobilização de Kyiv
entrou em vigor em 18 de maio, mas pode levar meses até que os novos recrutas
cheguem ao front para reforçar as tropas exaustas. O coronel Pavlo Palisa, da
93ª Brigada Mecanizada, destacou que, mesmo que as forças ucranianas resistam
até que toda a munição e armas americanas cheguem à linha de frente, o desafio
à frente permanece assustador. Ele observou que "os recursos do inimigo,
tanto em termos de mão de obra quanto de material, não podem ser comparados com
os nossos".
A Situação na Ásia: Coreia do Norte
Saindo da Ucrânia, na Ásia, o líder norte-coreano Kim Jong
Un ordenou uma aceleração na produção de armas nucleares do país. De acordo com
a mídia estatal KCNA, isso ocorreu no mesmo dia em que ele supervisionou um
teste de mísseis balísticos táticos com um novo sistema de orientação. Durante
uma visita a uma fábrica de armas, Kim deu essa ordem para enfrentar o que ele
chamou de "confronto militar imprudente dos inimigos" e reforçar a
dissuasão nuclear do país.
Esses lançamentos e o discurso ocorreram um dia após os
Estados Unidos e a Coreia do Sul realizarem exercícios conjuntos com caças
furtivos, simulando combates aéreos. Esse movimento de Kim Jong Un se encaixa
na teoria do realismo estrutural, criando uma postura de dissuasão nuclear que
força outros países a pensar duas vezes antes de qualquer ação militar contra a
Coreia do Norte.
Conclusão
A situação na Ucrânia continua tensa, com uma nova ofensiva
russa e desafios internos de mobilização e defesa. Enquanto isso, na Ásia, a
Coreia do Norte intensifica suas atividades nucleares em resposta às manobras
militares dos EUA e da Coreia do Sul. Ambas as situações refletem a
complexidade e a volatilidade das relações internacionais contemporâneas.
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