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Os Donos do Poder -Raymundo Faoro - Breve análise

 


 "Os Donos do Poder: Formação do Patronato Político Brasileiro" é uma obra clássica da história brasileira, escrita por Raymundo Faoro e publicada originalmente em 1958. O livro apresenta uma análise crítica da estrutura de poder brasileira, desde os primórdios do país até meados do século XX.

Em "Os Donos do Poder", Faoro apresenta uma análise crítica da estrutura de poder no Brasil, mostrando como o patrimonialismo se constitui em traço essencial da vida política do país.

Como afirma o autor, "o patrimonialismo se constitui, assim, em traço essencial da vida política do Brasil, e sua compreensão é fundamental para a análise da realidade do país" (p. 25).

Esse patrimonialismo é resultado de uma economia colonial que foi organizada de forma a atender aos interesses metropolitanos e a beneficiar a elite brasileira local, criando uma estrutura econômica e social profundamente desigual e excludente, como aponta Faoro:

 "A economia colonial foi organizada de forma a atender aos interesses metropolitanos e a beneficiar a elite brasileira local, criando-se assim uma estrutura econômica e social profundamente desigual e excludente" (p. 39).

Essa estrutura desigual e excludente se manifesta também na administração pública, que é apropriada pelos grupos de interesse que detêm o poder político, como afirma Faoro:

"A administração pública, longe de ser uma instituição voltada para o bem comum, é apropriada pelos grupos de interesse que detêm o poder político, e seu uso é orientado para a satisfação desses interesses" (p. 73).

Dessa forma, a oligarquia agrária se uniu à burocracia estatal para consolidar um sistema de poder patrimonialista que se perpetua no tempo por meio do controle da máquina estatal e do uso da corrupção e do clientelismo para garantir o apoio de suas bases eleitorais, como argumenta Faoro:

"A oligarquia agrária se uniu à burocracia estatal para consolidar um sistema de poder patrimonialista que se perpetua no tempo por meio do controle da máquina estatal e do uso da corrupção e do clientelismo para garantir o apoio de suas bases eleitorais" (p. 131).

Por fim, Faoro destaca como a cultura jurídica brasileira é marcada pela submissão dos interesses públicos aos interesses privados da elite política e econômica, o que resulta em um sistema de justiça que favorece os poderosos e perpetua as desigualdades sociais e econômicas do país, como aponta o autor:

 "A cultura jurídica brasileira é marcada pela submissão dos interesses públicos aos interesses privados da elite política e econômica, o que resulta em um sistema de justiça que favorece os poderosos e perpetua as desigualdades sociais e econômicas do país" (p. 244).

Assim, o livro "Os Donos do Poder" apresenta uma análise crítica da estrutura de poder no Brasil, mostrando como a herança colonial, a oligarquia agrária e a burocracia estatal se combinam para criar um sistema de poder patrimonialista que favorece a elite política e econômica, em detrimento do bem comum. As citações presentes no texto são importantes para fundamentar as afirmações do autor e mostram como a estrutura de poder no Brasil se mantém, mesmo após diversas mudanças políticas e institucionais ao longo da história do país. Como destaca Faoro,

"a herança patrimonialista ainda está presente na cultura política do país, e sua superação exige uma mudança profunda na mentalidade e nas estruturas políticas e sociais do Brasil" (p. 279).

Apesar de ter sido publicado há mais de cinco décadas, o livro de Faoro continua atual e relevante para a compreensão da realidade política e social brasileira. As análises apresentadas pelo autor ainda se aplicam a diversos aspectos da sociedade brasileira, como a desigualdade social e econômica, a corrupção e a falta de compromisso com o bem comum por parte das elites políticas e econômicas. Por isso, "Os Donos do Poder" é uma leitura fundamental para todos aqueles que buscam compreender a realidade política e social do Brasil e refletir sobre caminhos possíveis para superar as estruturas patrimonialistas que ainda permeiam a vida pública do país.


 

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