Um dia desses, assistindo um de nossos jornais da TV fechada,
notei uma divergência entre um jornalista e uma especialista convidada acerca
da política externa do Brasil no atual momento. A especialista apresentava a
possibilidade de equidistância do Brasil e trazia maior complexidade para os
interesses chineses de médio e longo prazo, que, conforme já comentei em um de
meus vídeos do canal, necessitam de estabilidade e não de guerras sistêmicas.
Será que o Brasil deve se decidir por um dos dois lados? Se
não fizermos isso estaremos contradizendo nossos princípios democráticos?
A política externa do Brasil é um tema de grande importância
e complexidade, com muitas questões a serem consideradas e princípios
históricos a serem seguidos. De acordo com a literatura especializada, existem
elementos norteadores que orientam as decisões da política externa brasileira,
tais como a orientação pacifista, a juridicista e a pragmática. Estes elementos
são baseados em princípios tradicionais, como não intervenção, respeito à
autodeterminação, não ingerência em assuntos internos de outros Estados e
solução pacífica de controvérsias. No entanto, a aplicação destes princípios
não são imutáveis, enrijecidos e parallizantes. Mantendo-se a cerne
principiológica, o núcleo, tem sido
atualizada ao longo do tempo, incluindo o campo dos direitos humanos, da
democracia e do meio ambiente.
O atributo "tradicional" destaca o fato de que a
diplomacia brasileira é única e, ao mesmo tempo, segue um padrão geral que se
adapta às circunstâncias de cada época. Fazer parte de nossa melhor tradição
diplomática, desde a independência, é dar um sentido realista à nossa política
externa, recusando iniciativas sem fundamento e evitando mudanças radicais de
doutrina e comportamento.
Note que, quando cito o aspecto da indecisão, para alguns, pendular, tento diferenciá-la da equidistância. Se em sociedades polarizadas, para alguns, é necessário posicionar-se, gostaria de lembrar que a equidistância, o não alinhamento é um eloquente posicionamento, uma mensagem de que o mundo não é tão simples quanto a bipolaridade pode nos levar a achar. Lembram de Bandung, em 1953, ou Belgrado em 1961? Por fim, a solução pacífica das controvérsias não se esgota após uma agressão. Notem como, historicamente o Brasil tem evitado participar de missões de paz orientadas pelo capítulo sete da carta de São Francisco, nossa preferência sempre foi o capítulo 6. Lembram das Guerra da Coreia? Das pressões que os Estados Unidos fizeram para que nós participássemos? Nossa opção foi pela paz, mesmo fazendo parte do mundo ocidental capitalista, em plena guerra fria, não cedemos às pressões e não enviamos tropas, como queria o Tio San.
A política externa brasileira é uma ação diplomática
singular, com uma continuidade quase inerente, graças à sua capacidade de
adaptação ao longo do tempo. Esta adaptação contribui para a previsibilidade
das análises sobre a política externa do Brasil e permite ao país manter seus
valores e princípios de forma constante.
A credibilidade internacional de um país é fundamental e
depende, em grande parte, da sua atuação externa baseada em valores e
princípios. A política externa inconsistente, oportunista ou ideologicamente
flutuante tende a minar a confiança dos outros países e prejudicar a
credibilidade externa. Por isso, é importante que o Brasil mantenha seu legado
de atuação externa baseada em valores e princípios sólidos e consistentes.
Os editoriais de boa parte da imprensa têm esquecido de
nossa histórica posição diplomática, que representa princípios de Estado, e a
associa a governos, seja ao anterior, seja ao atual, exigindo que o Brasil se
declare alinhado ao ocidente democrático. Nunca foi tão necessário o estudo da
História da política exterior brasileira. Defender a democracia é uma coisa,
defender soluções bélicas é outra totalmente diferente.
CONHEÇA MEUS CURSOS:
CURSO COMPLETO DE HISTÓRIA DO BRASIL (1500-2010) - TEORIA E
EXERCÍCIOS - 𝗡í𝘃𝗲𝗹 𝗘𝗻𝘀𝗶𝗻𝗼
𝗠é𝗱𝗶𝗼
𝗲
𝗖𝗼𝗻𝗰𝘂𝗿𝘀𝗼
𝗣ú𝗯𝗹𝗶𝗰𝗼
- Otimizado, objetivo, mas sem perder a profundidade necessária, inclusive, às
provas discursivas tipo Fuvest, Uerj etc.
O Curso tem validade de um ano, e, dentro desse período, você
assiste às aulas de teorias e de exercícios na ordem que quiser e quantas vezes
quiser.
EsPCEx - Curso completo de História para o concurso
Todo o conteúdo de História mundial e do Brasil, cobradas no
edital EsPCEx para você arrebentar. Estude quando e onde quiser, sem se
preocupar com expiração. Além disso, você terá direito a todas as atualizações
e materiais complementares acrescidos, sem nenhum custo a mais, e de forma
vitalícia.
CURSO de SIMULADOS SEMANAIS PARA O CACD - 1ª FASE
https://historiaemgotasacademy.com/cartflows_step/content-marketing-landing-3/
CURSO CACD 3ª FASE
https://historiaemgotasacademy.com/cartflows_step/content-marketing-landing-3-2/
Questões semanais e correção personalizada
CURSO PREPARATÓRIO - 𝗣C/𝗖𝗔𝗘𝗠
- 𝗘𝗖𝗘𝗠𝗘
- 𝗛𝗶𝘀𝘁ó𝗿𝗶𝗮
𝗱𝗼
𝗕𝗿𝗮𝘀𝗶𝗹
𝗲
𝗛𝗶𝘀𝘁ó𝗿𝗶𝗮
𝗠𝘂𝗻𝗱𝗶𝗮𝗹
https://historiaemgotasacademy.com/cartflows_step/content-marketing-landing-2/
Curso disponível anualmente entre outubro e abril. Faça a
sua reserva
CURSO DE REVISÃO ESPAÇADA DE HISTÓRIA DO BRASIL, HISTÓRIA
MUNDIAL E POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA PARA O CACD
cacd, eceme, cpcaem, relações internacionais, política externa brasileira, Brasil e Ocidente, Alinhamento ou equidistância, História da política externa brasileira, Relações Brasil-Ocidente, Política externa do Brasil, Equilíbrio político internacional, Alianças internacionais do Brasil, Diplomacia brasileira, Diplomacia e política externa, Brasil e a América Latina, Alinhamento político do Brasil, Diplomacia e segurança internacional, Relações políticas Brasil-Mundo, Brasil na cena internacional, Política externa na América Latina, Estados Unidos e Brasil, Alianças estratégicas do Brasil, História das relações internacionais do Brasil, Brasil e a União Europeia, Brasil e o G20, História da diplomacia brasileira, Política externa e desenvolvimento, Brasil e a ONU, Diplomacia e defesa nacional, Alinhamento ou independência política, Política externa econômica do Brasil, Brasil e o Mercosul, História da política externa da América Latina, Brasil e as Américas, Diplomacia e relações internacionais.
Comentários
Postar um comentário