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31. Estamos, pois, de acordo
quando, ao ver algum objeto, dizemos: "Este objeto que estou vendo agora tem
tendências para assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter defeitos, não
consegue ser tal como o ser em questão, e lhe é, pelo contrário,
inferior". Assim, para podermos fazer estas reflexões, é necessário que
antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima o dito
objeto, ainda que imperfeitamente.
PLATÃO, Fédon. São Paulo:
Abril Cultural, 1972.
Na epistemologia platônica,
conhecer um determinado objeto implica
a) estabelecer semelhanças
entre o que é observado em momentos distintos.
b) comparar o objeto observado
com uma descrição detalhada dele.
c) descrever corretamente as
características do objeto observado.
d) fazer correspondência entre
o objeto observado e seu ser.
e) identificar outro exemplar
idêntico ao observado.
Resposta:
[D]
Os
objetos, segundo Platão, existem de forma perfeita no mundo das ideias. Assim,
tudo aquilo que vemos e sentimos são coisas que têm correspondência a algo que
existe nesse plano.
32. O processo de justiça é um
processo ora de diversificação do diverso, ora de unificação do idêntico. A
igualdade entre todos os seres humanos em relação aos direitos fundamentais é o
resultado de um processo de gradual eliminação de discriminações e, portanto,
de unificação daquilo que ia sendo reconhecido como idêntico: uma natureza
comum do homem acima de qualquer diferença de sexo, raça, religião etc.
BOBBIO, N. Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos.
Rio de Janeiro: Campus, 2000.
De acordo com o texto, a
construção de uma sociedade democrática fundamenta-se em:
a) A norma estabelecida pela
disciplina social.
b) A pertença dos indivíduos à
mesma categoria.
c) A ausência de
constrangimentos de ordem pública.
d) A debilitação das
esperanças na condição humana.
e) A garantia da segurança das
pessoas e valores sociais.
Resposta:
[B]
O
ato de considerar a existência de uma natureza humana comum abre espaço para
que todos os seres humanos sejam considerados portadores de uma mesma
dignidade. É nesse sentido que se pode criar uma sociedade democrática e que
respeite a diversidade cultural.
33. A experiência do movimento
organizado de mulheres no Brasil oferece excelente exemplo de como se pode
utilizar a lei um favor da melhoria do status
jurídico, da condição social, do avanço no sentido de uma presença mais efetiva
no processo de decisão política. Ao longo de quase todo o século XX, com mais
intensidade em algumas décadas do que em outras, as mulheres brasileiras
conseguiram obter vitórias expressivas. Algumas vezes, abolindo dispositivos
legais discriminatórios, outras conseguindo aprovar novas leis.
TABAK, F. A lei como instrumento de mudança social. In: TABAK, F.;
VERUCCI, F. A difícil igualdade: os
direitos da mulher como direitos humanos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994.
A atuação do movimento
social abordado no texto resultou, na década de 1930, em
a) direito de voto.
b) garantia de cotas.
c) acesso ao trabalho.
d) organização partidária.
e) igualdade de oportunidades.
Resposta:
[A]
As
mulheres passaram a ter o direito ao voto em 1932 no Brasil, como resultado de
uma forte atuação política que elas tiveram no período, sobretudo desde a
Proclamação da República.
34. A democracia deliberativa
afirma que as partes do conflito político devem deliberar entre si e, por meio
de argumentação razoável, tentar chegar a um acordo sobre as políticas que seja
satisfatório para todos. A democracia ativista desconfia das exortações à
deliberação por acreditar que, no mundo real da política, onde as desigualdades
estruturais influenciam procedimentos e resultados, processos democráticos que
parecem cumprir as normas de deliberação geralmente tendem a beneficiar os
agentes mais poderosos. Ela recomenda, portanto, que aqueles que se preocupam
com a promoção de mais justiça devem realizar principalmente a atividade de
oposição crítica, em vez de tentar chegar a um acordo com quem sustenta
estruturas de poder existentes ou delas se beneficia.
YOUNG. I. M. Desafios ativistas à democracia deliberativa. Revista
Brasileira de Ciência Política. n. 13. jan.-abr. 2014.
As concepções de democracia
deliberativa e de democracia ativista apresentadas no texto tratam como
imprescindíveis, respectivamente,
a) a decisão da maioria e a
uniformização de direitos.
b) a organização de eleições e
o movimento anarquista.
c) a obtenção do consenso e a
mobilização das minorias.
d) a fragmentação da
participação e a desobediência civil.
e) a imposição de resistência
e o monitoramento da liberdade.
Resposta:
[C]
Tal como está apresentado
no texto, a democracia deliberativa tem como pressuposto a busca por consensos,
ou seja, acordos que atendam a todas as partes. A democracia ativista, em
contrapartida, tem como princípio a atuação das parcelas menos favorecidas da
sociedade, uma vez que elas tendem a não ter seus interesses atendidos.
35. A teoria da democracia participativa é construída
em torno da afirmação central de que os indivíduos e suas instituições não
podem ser considerados isoladamente. A existência de instituições
representativas em nível nacional não basta para a democracia; pois o máximo de
participação de todas as pessoas, a socialização ou “treinamento social”
precisa ocorrer em outras esferas, de modo que as atitudes e as qualidades
psicológicas necessárias possam se desenvolver. Esse desenvolvimento ocorre por
meio do próprio processo de participação. A principal função da participação na
teoria democrática participativa é, portanto, educativa.
PATEMAN, C. Participação e teoria democrática. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
Nessa teoria, a associação entre
participação e educação tem como fundamento a
a) ascensão das camadas
populares.
b) organização do sistema
partidário.
c) eficiência da gestão
pública.
d) ampliação da cidadania
ativa.
e) legitimidade do processo
legislativo.
Resposta:
[D]
A participação na
democracia está intimamente vinculada ao exercício da cidadania. Nesse sentido
é que a democracia participativa tende a garantir uma cidadania mais ativa do
que outras formas de organização, como a democracia representativa.
36. De alcance nacional, o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) representa a incorporação à
vida política de parcela importante da população, tradicionalmente excluída pela
força do latifúndio. Milhares de trabalhadores rurais se organizaram e
pressionaram o governo em busca de terra para cultivar e de financiamento de
safras. Seus métodos – a invasão de terras públicas ou não cultivadas –
tangenciam a ilegalidade, mas, tendo em vista a opressão secular de que foram
vítimas e a extrema lentidão dos governos em resolver o problema agrário, podem
ser considerados legítimos.
CARVALHO, J. M. Cidadania no
Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006
(adaptado).
Argumenta-se que as
reivindicações apresentadas por movimentos sociais, como o descrito no texto,
têm como objetivo contribuir para o processo de
a) inovação instituição.
b) organização partidária.
c) renovação parlamentar.
d) estatização da propriedade.
e) democratização do sistema.
Resposta:
[E]
Movimentos
como o MST têm como objetivo reivindicar políticas distributivas, ou seja, de
que o acesso a bens e a direitos seja distribuído de forma mais democrática,
exatamente como afirma a alternativa [E].
37. Tendo se livrado do entulho
do maquinário volumoso e das enormes equipes de fábrica, o capital viaja leve,
apenas com a bagagem de mão, pasta, computador portátil e telefone celular. O
novo atributo da volatilidade fez de todo compromisso, especialmente do compromisso
estável, algo ao mesmo tempo redundante e pouco inteligente: seu
estabelecimento paralisaria o movimento e fugiria da desejada competitividade,
reduzindo a priori as opções que
poderiam levar ao aumento da produtividade.
BAUMAN, Z. Modernidade líquida.
Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
No texto, faz-se referência
a um processo de transformação do mundo produtivo cuja consequência é o(a)
a) regulamentação de leis
trabalhistas mais rígidas.
b) fragilização das relações
hierárquicas de trabalho.
c) decréscimo do número de
funcionários das empresas.
d) incentivo ao investimento
de longos planos de carreiras.
e) desvalorização dos postos
de gerenciamento corporativo.
Resposta:
[C]
As
novas formas de produção e de empresa são caracterizadas, entre outras coisas,
pela flexibilidade das relações de trabalho e pela utilização de máquinas
robotizadas. Como resultado, as empresas passam a necessitar menos de
empregados, exatamente como a afirmativa [C] estabelece.
38. Arrependimentos terminais
Em Antes de partir,
uma cuidadora especializada em doentes terminais fala do que eles mais se
arrependem na hora de morrer. “Não deveria ter trabalhado tanto”, diz um dos
pacientes. “Desejaria ter ficado em contato com meus amigos”, lembra outro.
“Desejaria ter coragem de expressar meus sentimentos.” “Não deveria ter levado
a vida baseando-me no que esperavam de mim”, diz um terceiro. Há cem anos ou
cinquenta, quem sabe, sem dúvida seriam outros os arrependimentos terminais.
“Gostaria de ter sido mais útil à minha pátria.” “Deveria ter sido mais
obediente a Deus.” “Gostaria de ter deixado mais patrimônio aos meus
descendentes.”
COELHO, M. Folha de São Paulo, 2 jan. 2013.
O texto compara
hipoteticamente dois padrões morais que divergem por se basearem
respectivamente em
a) satisfação pessoal e
valores tradicionais.
b) relativismo cultural e
postura ecumênica.
c) tranquilidade espiritual e
costumes liberais.
d) realização profissional e
culto à personalidade.
e) engajamento político e
princípios nacionalistas.
Resposta:
[A]
Esta
questão é essencialmente de interpretação de texto. A comparação entre o padrão
moral atual de satisfação pessoal (de “não deveria ter levado a vida
baseando-me no que esperavam de mim”) com o padrão de valores tradicionais
(como “Deveria ter sido mais obediente a Deus”) revela o caráter temporário de
nossas crenças e valores.
39. A favela é vista como um
lugar sem ordem, capaz de ameaçar os que nela não se incluem. Atribuir-lhe a
ideia de perigo é o mesmo que reafirmar os valores e estruturas da sociedade
que busca viver diferentemente do que se considera viver na favela. Alguns
oficiantes do direito, ao defenderem ou acusarem réus moradores de favelas,
usam em seus discursos representações previamente formuladas pela sociedade e
incorporadas nesse campo profissional. Suas falas se fundamentam nas
representações inventadas a respeito da favela e que acabam por marcar a
identidade dos indivíduos que nela residem.
RINALDI, A. Marginais, delinquentes e vítimas: um estudo sobre a
representação da categoria favelado no tribunal do júri da cidade do Rio de
Janeiro. In: ZALUAR, A.; ALVITO, M.
(Orgs.).
Um século de favela. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 1998.
O estigma apontado no texto
tem como consequência o(a)
a) aumento da impunidade
criminal.
b) enfraquecimento dos
direitos civis.
c) distorção na representação
política.
d) crescimento dos índices de
criminalidade.
e) ineficiência das medidas
socioeducativas.
Resposta:
[B]
A
única alternativa possível de ser correta é a [B]. O estigma apresentado no
texto, vinculado a uma visão negativa, preconceituosa e distorcida das favelas,
faz com que seus habitantes tenham dificuldade no acesso a direitos
fundamentais, como liberdade de ir e vir e acesso à justiça.
40. Objetos trivializados por seu largo uso, os
relógios são mais que instrumentos indispensáveis à rotina diária: apontam para
um modo historicamente construído de lidar com o tempo. O emprego mais rigoroso
e cotidiano de instrumentos que registram a passagem do tempo pode ser
constatado pela produção massificada de relógios: em espaços públicos, no
ambiente doméstico e nos incontáveis movimentos do homem urbano, outrora na
algibeira, atualmente no pulso. Em seus ponteiros, a sucessão dos instantes é
padronizada em unidades fixas: horas, minutos, segundos.
SILVA FILHO, A.
L. M. Fortaleza: imagens da cidade.
Fortaleza: Museu do Ceará: Secult-CE. 2001 (adaptado).
Durante o século XX, essa forma de conceber
o tempo, experimentada sobretudo no espaço urbano, traz indícios de uma cultura
marcada pela
a) organização do tempo de
modo orgânico e pessoal.
b) recusa ao controle do tempo
exercido pelos relógios.
c) democratização nos usos e apropriações do tempo cotidiano.
d) necessidade de uma maior
matematização do tempo cotidiano.
e) utilização do relógio como
experiência natural de elaboração do tempo.
Resposta:
[D]
O
surgimento da sociedade moderna foi acompanhado por um maior controle do tempo.
Nesse contexto, o relógio se tornou o principal instrumento de marcação do
tempo, e não mais outros elementos da vida cotidiana, como o nascer e o pôr do
sol.
Parabéns!!
ResponderExcluirTudo organizado e com gabarito para quem está pesquisando com pressa e sem tempo.
Obrigado.
ExcluirFico feliz que tenhas gostado.
ResponderExcluirmuito bom!!!
ResponderExcluirObrigado.
Excluirna 40, por que não pode sr a letra c ?
ResponderExcluirNão há democratização nos usos do tempo, principalmente quando pensamos no trabalho. Boa parte disso pode ser percebido na visão fordista de tempo e produção, característico de boa parte do século XX.
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