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ESTUDANDO PARA O ENEM COM QUESTÕES COMENTADAS





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1. (Enem 2016) Participei de uma entrevista com o músico Renato Teixeira. Certa hora, alguém pediu para listar as diferenças entre a música sertaneja antiga e a atual. A resposta dele surpreendeu a todos: “Não há diferença alguma. A música caipira sempre foi a mesma. É uma música que espelha a vida do homem no campo, e a música não mente. O que mudou não foi a música, mas a vida no campo”. Faz todo sentido: a música caipira de raiz exalava uma solidão, um certo distanciamento do país “moderno”. Exigir o mesmo de uma música feita hoje, num interior conectado, globalizado e rico como o que temos, é impossível. Para o bem ou para o mal, a música reflete seu próprio tempo.
BARCINSKI. A. Mudou a música ou mudaram os caipiras? Folha de São Paulo, 4 jun. 2012 (adaptado).
A questão cultural indicada no texto ressalta o seguinte aspecto socioeconômico do atual campo brasileiro:
a) Crescimento do sistema de produção extensiva.
 b) Expansão de atividades das novas ruralidades.
 c) Persistência de relações de trabalho compulsório.
 d) Contenção da política de subsídios agrícolas.
 e) Fortalecimento do modelo de organização cooperativa.
Resposta:
[B]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia]
Nas últimas décadas aconteceram processos de modernização da agropecuária e forte urbanização do interior do Brasil com o surgimento de pequenas cidades e cidades médias no interior de São Paulo, Centro-Oeste e Sul. Também aconteceu uma expansão das redes de transportes, comunicações e informática nas zonas rurais. Estes processos conduziram a “novas ruralidades” e apresentam reflexo na cultura e nos padrões de consumo, a exemplo do declínio da música sertaneja “tradicional” e avanço da música sertaneja “moderna” com formas como o “sertanejo universitário”.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
Sociologicamente, é um equívoco considerar que a cultura é estanque. Na realidade, ela está em constante transformação, e a música sertaneja é um bom exemplo dessa mudança. Devido a alterações nas formas de produção, o campo brasileiro produziu aquilo que se pode chamar de “novas ruralidades”, que carregam consigo novas produções culturais e relações sociais.

2. (Enem 2016) A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região.
HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA. S. (Org.). Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.
A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela
a) restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes.
 b) convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio.
 c) presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos.
 d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados.
 e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano.
Resposta:
[C]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia]
Na África Ocidental, o papel das mulheres é destacado no comércio informal de mercadorias variadas com destaque para alimentos, roupas e artesanato. Esta característica cultural e econômica foi herdada pelo Brasil em decorrência da entrada de população negra escrava no período colonial.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
O texto retrata uma característica da cultura africana que foi trazida para o Brasil pela escravidão, e se tornou uma das maiores características escravistas brasileiras: o chamado escravismo de ganho (escravos que faziam serviços urbanos, como o comércio ambulante). O destaque do texto é que tanto na África quanto no Brasil esse trabalho era exercido de maneira significativa pelas mulheres.

3. (Enem PPL 2013) Do outro lado do Atlântico, a coisa é bem diferente. A classe média europeia não está acostumada com a moleza. Toda pessoa normal que se preze esfria a barriga no tanque e a esquenta no fogão, caminha até a padaria para comprar o seu próprio pão e enche o tanque de gasolina com as próprias mãos.
SETTI, A.
A diferença entre os costumes assinalados no texto e os da classe média brasileira é consequência da ocorrência no Brasil de
a) automação do trabalho nas fábricas, relacionada à expansão tecnológica.
 b) ampliação da oferta de empregos, vinculada à concessão de direitos sociais.
 c) abertura do mercado nacional, associada à modernização conservadora.
 d) oferta de mão de obra barata, conjugada à herança patriarcal.
 e) consolidação da estabilidade econômica, ligada à industrialização acelerada.
Resposta:
[D]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
A questão faz uma comparação entre a classe média brasileira e a europeia. No Brasil, é comum a classe média possuir empregados domésticos e se utilizar de certos signos de distinção. Já na Europa, a classe média não faz questão desse tipo de diferenciação. Isso pode ser explicado, em grande parte, pela desigualdade social e pela herança patriarcal e escravocrata de nossa sociedade. Aqui, a divisão entre senhor e escravo nos leva a desejar ser o senhor. Quem não é senhor, é escravo. Assim, a classe média se utiliza desses serviços para se distinguir do restante da população.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia]
Como mencionado corretamente na alternativa [D], ao contrário do Brasil, a Europa não disponibiliza a reserva da mão de obra barata e pouco qualificada não tendo, portanto, o hábito de manter serviçais para a funcionalidade do cotidiano. Estão incorretas as alternativas: [A], porque o texto não faz referência ao processo industrial; [B], porque a concessão de direitos sociais para as empregadas domésticas e a ascensão da classe C no Brasil está reduzindo a oferta de mão de obra para o cotidiano das famílias; [C], porque embora tenha ocorrido abertura do mercado nacional no país, tal fato não justifica a problemática do texto; [E], porque a consolidação da estabilidade econômica começa a solapar no Brasil, o hábito da contratação de mão de obra para o cotidiano das famílias.

4. (Enem 2016) O conceito de função social da cidade incorpora a organização do espaço físico como fruto da regulação social, isto é, a cidade deve contemplar todos os seus moradores e não somente aqueles que estão no mercado formal da produção capitalista da cidade. A tradição dos códigos de edificação, uso e ocupação do solo no Brasil sempre partiram do pressuposto de que a cidade não tem divisões entre os incluídos e os excluídos socialmente.
QUINTO JR., L. P. Nova legislação urbana e os velhos fantasmas.
Estudos Avançados (USP), n. 47, 2003 (adaptado).
Uma política governamental que contribui para viabilizar a função social da cidade, nos moldes indicados no texto, é a
a) qualificação de serviços públicos em bairros periféricos.
 b) implantação de centros comerciais em eixos rodoviários.
 c) proibição de construções residenciais em regiões íngremes.
 d) disseminação de equipamentos culturais em locais turísticos.
 e) desregulamentação do setor imobiliário em áreas favelizadas.
Resposta:
[A]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
A busca por uma cidade que atenda a todos os seus moradores põe em xeque o modelo de desenvolvimento capitalista. Assim, o Estado se torna responsável por valorizar não somente o centro urbano, mas também as regiões periféricas, tradicionalmente aquelas mais carentes de serviços públicos.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia]
A qualificação social dos serviços públicos em bairros periféricos significa oferecer, ampliar e melhorar a qualidade das escolas, creches, postos de saúde e centros de lazer, cultura e esportes. Trata-se de uma medida importante para promover a inclusão social e reduzir a segregação socioespacial nas cidades brasileiras caracterizadas por desigualdade social profunda.

5. (Enem 2015) TEXTO I
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.
CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
TEXTO II
Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem intimados para deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional.
SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.
Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se perpetuariam na memória construída sobre o conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da
a) manipulação e incompetência.
 b) ignorância e solidariedade.
 c) hesitação e obstinação.
 d) esperança e valentia.
 e) bravura e loucura.
Resposta:
[E]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
No primeiro texto, na afirmação “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo” podemos notar uma conotação de bravura em referência aos sertanejos. Já no segundo texto, na afirmação “que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses” podemos notar uma conotação de loucura em referência aos sertanejos.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]
O texto I, excerto da terceira parte da obra “Os sertões”, de Euclides da Cunha, descreve a luta dos sertanejos que, destemidamente enfrentam a morte, não se rendem e são exterminados de forma sumária. O texto II, de Henrique Macedo Soares, militar na última expedição contra Canudos, descreve o grupo como um bando de fanáticos liderado pelo peregrino Antônio Conselheiro, acreditando que ele poderia libertá-los da situação de extrema pobreza ou garantir-lhes a salvação eterna na outra vida. Assim, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da bravura e loucura, como se afirma em [E].

6. (Enem PPL 2013) Grupo escolar
Sonhei com um general de ombros largos
que fedia
e que no sonho me apontava a poesia
enquanto um pássaro pensava suas penas
e já sem resistência resistia.
O general acordou e eu que sonhava
face a face deslizei à dura via
vi seus olhos que tremiam, ombros largos,
vi seu queixo modelado a esquadria
vi que o tempo galopando evaporava
(deu para ver qual a sua dinastia)
mas em tempo fixei no firmamento
esta imagem que rebenta em ponta fria:
poesia, esta química perversa,
este arco que desvela e me repõe
nestes tempos de alquimia.
BRITO, A. C. In: HOLLANDA, H. B. (Org.). 26 Poetas Hoje: antologia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 1998.
O poema de Antônio Carlos Brito está historicamente inserido no período da ditadura militar no Brasil. A forma encontrada pelo eu lírico para expressar poeticamente esse momento demonstra que
a) a ênfase na força dos militares não é afetada por aspectos negativos, como o mau cheiro atribuído ao general.
 b) a descrição quase geométrica da aparência física do general expõe a rigidez e a racionalidade do governo.
 c) a constituição de dinastias ao longo da história parece não fazer diferença no presente em que o tempo evapora.
 d) a possibilidade de resistir está dada na renovação e transformação proposta pela poesia, química que desvela e repõe.
 e) a resistência não seria possível, uma vez que as vítimas, representadas pelos pássaros, pensavam apenas nas próprias penas.
Resposta:
[D]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
A resistência durante a ditadura militar, devido ao elevado grau de censura e repressão, tinha que ser feita de maneira moderada e, muitas vezes, disfarçada. A poesia, então, representou uma das principais formas de resistência ao regime.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]
“Desvelar” é sinônimo de “expor”, “desvendar”; uma vez que a oposição à ditadura militar não poderia ser explícita, a poesia é um modo do eu lírico resistir, pois, assim como a química, ou como a alquimia, permite transformar elementos.

7. (Enem 2016) Texto I
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro.
SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).
São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
Texto II
Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas.
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da
a) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado.
 b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias.
 c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados.
 d) transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval.
 e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza.
Resposta:
[C]
Ao desprezarem a diversidade cultural indígena, os europeus que chegaram ao continente americano demonstram seu etnocentrismo, que se manifesta tanto na linguagem que utilizam, quanto nas atitudes que tomam nesses novos territórios.

8. (Enem PPL 2014) Canto dos lavradores de Goiás
Tem fazenda e fazenda
Que é grande perfeitamente
Sobe serra desce serra
Salta muita água corrente
Sem lavoura e sem ninguém
O dono mora ausente.
Lá só tem caçambeiro
Tira onda de valente
Isso é que é grande barreira
Que está em nossa frente
Tem muita gente sem terra
Tem muita terra sem gente.
MARTINS, J. S. Cativeiro da terra. São Paulo: Ciências Humanas, 1979.
No canto registrado pela cultura popular, a característica do mundo rural brasileiro no século XX destacada é a
a) atuação da bancada ruralista.
 b) expansão da fronteira agrícola.
 c) valorização da agricultura familiar.
 d) manutenção da concentração fundiária.
 e) implementação da modernização conservadora.
Resposta:
[D]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
A concentração fundiária, ou seja, a concentração de muitas terras nas mãos de poucos proprietários, sempre foi uma característica presente na História do Brasil. No século XX, ela também se fez presente, como mostra a letra da canção: “tem muita gente sem terra”.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
O século XX foi aquele em que a economia mais se desenvolveu no país. Ao mesmo tempo, isso foi acompanhado pelo aumento da concentração fundiária, seja para produzir produtos para exportação, ou por própria impossibilidade dos pequenos produtores sobreviverem.

9. (Enem 2013) Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos cavalos; depois destes, marchava o Embaixador do Rei do Congo magnificamente ornado de seda azul para anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza.
“Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro”, Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no Brasil colonial. In: CATELLI JR., R. Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo: Brasiliense, 1994 (adaptado).
Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um processo de
a) exclusão social.
 b) imposição religiosa.
 c) acomodação política.
 d) supressão simbólica.
 e) ressignificação cultural.
Resposta:
[E]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
O Congado, ou Festa do Rei Congo, é um movimento de sincretismo religioso realizado no Brasil desde os tempos coloniais. A festa é uma mistura de cultos católicos e africanos, na qual se comemora, ao mesmo tempo, a vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário e a vida do negro Chico-Rei.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
A festa da Coroação do Rei do Congo, também chamada de Congado, é uma importante manifestação cultural brasileira. Ela surgiu durante o período colonial, a partir de um processo de ressignificação cultural de festas africanas. Desta maneira, somente a alternativa [E] pode ser considerada correta.

10. (Enem 2013) No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles.
PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado).
Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as
a) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração.
 b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes.
 c) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas.
 d) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais.
 e) perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras.
Resposta:
[D]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
Como o texto deixa claro, havia uma disputa social em torno de que tipo de carnaval deveria ser adotado: o similar ao de Veneza (valorizado pelas camadas superiores) ou o entrudo (valorizado pelas camadas populares).
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
A cultura está em constante alteração. O texto evidencia que tal alteração é resultado de disputas de poder, que definem o teor das manifestações culturais e a sua inserção social. No caso, o carnaval atual pode ser interpretado exatamente nesta chave, como uma tradição resultante de disputas sociais no fim do século XIX.

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Comentários

  1. Muito obrigada , seu trabalho é excelente. Me ajudou muito .Os comentários são bem completos !

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  2. Obrigado, pelo apoio. Fico feliz que tenha sido útil!!

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