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Questões discursivas com gabarito comentado - Mundo Contemporâneo - O assunto mais cobrado na UERJ desde 2010



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1. (Pucrj 2013)  “O que aconteceu, como muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo nacional. Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do sistema industrial [...] o resultado foi superprodução e especulação. Isso por sua vez provocou o colapso [do sistema econômico mundial]”

(HOBSBAWM, E. A era dos extremos)

O trecho acima se refere à crise econômica ocorrida em 1929. Considerando a avaliação apresentada, faça o que se pede.

a) Caracterize duas medidas tomadas pelo governo americano no combate à crise.
b) Explique como a crise mundial afetou a economia brasileira.


Resposta:

a) Após vencer as eleições F.D. Roosevelt, com apoio do congresso americano, criou e aprovou uma série de leis que foram nomeadas de New Deal ("Novo Acordo"). Estas leis forneceriam ajuda social às famílias e pessoas que necessitassem, forneceriam empregos através de parcerias entre o governo, empresas e os consumidores. Diversas agências governamentais foram criadas para administrar os programas de ajuda social. A mais importante delas foi a Federal Agency Relief Administration, criada em 1933, que seria responsável pelo fornecimento de fundos aos governos estatais, para que estes empregassem tais fundos em programas de ajuda social. Outros órgãos governamentais similares foram criados com o intuito de administrar e/ou empregar trabalhadores na construção de obras públicas. Outros órgãos foram criados com o intuito de organizar programas de recuperação, como a Agricultural Adjustment Administration, com o intuito de regular a produção de produtos agropecuários em uma dada fazenda. Outro órgão similar, o National Recovery Administration, criada em 1933, passou a reforçar leis antimonopólio, estabeleceu salários mínimos e limites na carga horária de trabalho.
b) Um dos aspectos mais relevantes da crise foi a queda dos preços agrícolas. Para países como o Brasil, cuja pauta de exportações nesse momento era dominada pela produção de café, a baixa nos preços e a perda de liquidez do mercado internacional atingiu profundamente a estrutura econômica do país.



  
2. (Ufpr 2013)  “A descolonização, essa ‘troca de soberania’, não teve como causa exclusiva a luta dos povos por sua libertação.”

(FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas à independência – séculos XIII a XX. SP: Cia das Letras, 1996, p. 346)

Comente essa frase, dissertando sobre os fatores que influenciaram de forma geral os movimentos de emancipação nacional das colônias europeias na Ásia e na África dos anos 1940 a 1970. Em seguida, explique por que o autor referiu-se à descolonização como “troca de soberania”.


Resposta:

Além das lutas movidas pelos povos dominados da África e Ásia, pode-se considerar o enfraquecimento das potências colonizadoras europeias, fruto da Segunda Guerra Mundial e os interesses das potências emergentes, Estados Unidos e União Soviética, que não possuíam colônias e precisavam aumentar suas áreas de influência, no contexto da Guerra Fria. A ideia da troca de soberania está associada à manutenção de uma situação de dependência das áreas descolonizadas que, apesar de terem seus próprios governos, sofreram imposições das novas potências.



  
3. (Fuvest 2013)  As guerras napoleônicas, entre o final do século XVIII e as primeiras décadas do século XIX, tiveram consequências diretas muito importantes para diversas regiões do mundo. Mencione e explique uma delas, relativa
a) ao leste da Europa;
b) ao continente americano.


Resposta:

a) No leste da Europa, as guerras napoleônicas levaram os ideais de liberalismo e nacionalismo que auxiliaram na transformação dos regimes monárquicos existentes nesta região.
b) No continente americano, as guerras napoleônicas influenciaram em especial a história do Brasil, que ao receber a corte portuguesa, fugindo das tropas napoleônicas, vai precipitar a transformação da vida na colônia, agora elevada à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves, o que lhe trouxe inúmeros privilégios que como colônia não conheceria.



  
4. (Pucrj 2013) 


A foto acima registra os representantes da China (Zhou Enlai) e da Índia (J. Nehru) na conferência de países “não alinhados”, realizada em Bandung, na Indonésia, em abril de 1955. Considerando a importância desse encontro político, faça o que se pede.

a) Cite e explique um dos objetivos da reunião em Bandung.
b) Explique o princípio do “não alinhamento” que marcou essa conferência.


Resposta:

a) O estudante poderá citar como um dos objetivos da Conferência de Bandung: a) a defesa dos movimentos de independência nacional ocorridos nos países africanos e asiáticos; b) o combate à pobreza e à exploração econômica; c) o combate ao colonialismo. A Conferência de Bandung esteve relacionada com o processo de descolonização vivido pelos continentes asiático e africano. O principal tema da Conferência tratou das lutas nacionais pela independência, o objetivo geral era evitar uma nova guerra mundial e reduzir as tensões entre americanos e soviéticos durante a Guerra Fria.
b) Realizada em plena Guerra Fria a conferência desenvolveu o conceito de Terceiro Mundo, e apresentou os princípios básicos do não-alinhamento, que pode ser entendido como uma posição diplomática geopolítica de equidistância das duas super-portências. Nessa Conferência, foram enunciados os princípios que deveriam orientar as relações entre as nações grandes e pequenas. Tais princípios foram adotados posteriormente como os principais fins e objetivos da política de não-alinhamento e os critérios centrais para pertencer ao Movimento. Dentre eles o estudante pode citar: a) o respeito aos direitos humanos e aos princípios da Carta das Nações Unidas; b) o respeito à soberania e integridade territorial de todas as nações; c) o reconhecimento da igualdade entre todas as nações, grandes e pequenas. d) a condenação à interferência nos assuntos internos de outro país; e) a condenação de todo país que exerça pressão, política ou militar, sobre outros países. f) a busca de solução pacífica para todos os conflitos internacionais, em conformidade com a Carta da ONU.



  
5. (Pucrj 2013)  Visões eurocêntricas, a partir das ideias de superioridade racial e intolerância religiosa, acompanharam e justificaram a violência da dominação das potências ocidentais de fins do século XIX. Considerando os povos colonizados “pouco desenvolvidos” ou “em estado de barbárie”, os governantes dessas potências não raramente fizeram uso de um suposto “sentido de missão” para justificar as suas práticas de dominação.

a) Cite duas áreas de influência (colônias ou não) das potências europeias nas Américas, no referido período, e identifique as potências que dominavam tais áreas.
b) As elites locais, em sua maioria, também corroboraram, à época, as ideias de progresso e de civilização veiculadas pelas potências europeias. Medidas autoritárias e repressivas foram dirigidas ao elemento nativo, somadas a políticas de “branqueamento” de populações, pela via da imigração.
Dê o exemplo de dois países latino-americanos que se destacaram no período pondo em execução essas práticas.


Resposta:

a) Dentre os países que podem ser citados e as potências europeias que foram influentes no período, estão: Argentina, Chile e Uruguai (grande influência do Reino Unido); México (influências da Alemanha e França); Brasil (influências do Reino Unido e França); Guianas (colônias pertencentes à Holanda, Reino Unido e França); Cuba (colônia da Espanha até 1898); Jamaica (colônia da Inglaterra); etc.
b) Exemplos latino-americanos mais recorrentes para se falar dessa europeização e da repressão às populações indígenas e de origem africana nesses países: Peru e Bolívia (onde o índio permanece submetido); Chile e Argentina (com a promoção de campanhas militares para extermínio de populações indígenas, na Araucanía chilena e na Patagônia argentina); Argentina, Brasil e Uruguai (com massiva importação de migrantes europeus); América Central, Venezuela, Colômbia, Brasil (mantendo a repressão à população de origem africana); etc.



  
6. (Ufmg 2013)  Analise o trecho:

Em 1933, Hitler exercia um fascínio alucinado na população alemã. Não era para menos: uma ideologia simplista devolvia aos alemães o prestígio ufanista que a derrota na Primeira Guerra Mundial havia tirado. O respaldo de Hitler tinha suas raízes no apelo com que sua ideologia manipulava o lado emocional e místico das massas.

SÁTIKO, Angélica; WUENSCH, Ana Miriam. Pensando melhor: iniciação ao filosofar. São Paulo: Saraiva, 1997, p. 289. (Adaptado).

A partir da analise do trecho e considerando outros conhecimentos sobre o assunto,
a) RELACIONE o desfecho da Primeira Guerra Mundial com ascensão do nazismo na Alemanha.
b) APRESENTE duas características da política nazista.
c) EXPLIQUE o papel desempenhado pela propaganda política no regime nazista na Alemanha.  


Resposta:

a) Adolf Hitler utilizou o orgulho ferido dos alemães após a assinatura do Tratado de Versalhes, que representou uma grande humilhação para a Alemanha, para despertar o sentimento nacionalista no povo, que apoiaria o seu partido político, o nazismo.
b) Anticomunismo, militarismo. Pode-se citar ainda: antissemitismo, antiliberalismo, antiparlamentarismo, superioridade da raça ariana, expansionismo em busca do “espaço vital”, xenofobia, nacionalismo exacerbado e totalitarismo.
c) Na Alemanha, desenvolveu-se um culto à imagem do líder, sendo implantada a censura a todos os meios de comunicação. Com isso, houve o fortalecimento do regime nazista.
A propaganda era conduzida pelo Ministro da Educação do Povo e da Propaganda, Joseph Goebells, e tinha como meta exercer severo controle sobre a Educação e a comunicação, com o objetivo de consolidar a aprovação popular do Partido Nazista, da doutrina do Partido e do Führer. Seus métodos eram sensacionalistas e desonestos, seguindo a filosofia de que “uma mentira dita cem vezes torna-se verdade”.



  
7. (Uerj 2013)  O filme O Ovo da Serpente tem como cenário a cidade de Berlim, no ano de 1923. Trata-se, sobretudo, de uma fábula de advertência. Dez anos antes da subida dos nazistas ao poder, já se podia ver um fantasma rondando as vielas da Alemanha e pressupor que, em meio à desordem, à crise econômica e ao vácuo político, uma semente de radicalismo e violência estava para brotar. Como afirma um dos personagens, a vitória só chegaria em alguns anos, quando os jovens do país se tornassem adultos e se vissem cansados de viver em uma terra amargurada. Ao cabo da trama, sentencia-se que o fascismo era uma ameaça perceptível: “É como o ovo de uma serpente. Através das finas membranas, você pode claramente discernir o réptil já perfeito”.



O filme O ovo da serpente retrata o contexto de crise alemã após a Primeira Guerra Mundial, que favoreceu a subida ao poder de Hitler, principal figura do Partido Nazista.
Retire do texto dois problemas da sociedade alemã que contribuíram para a ascensão do nazismo ao poder em 1933. Indique, também, a ação tomada pelo Partido Nazista em relação a cada um desses problemas.


Resposta:

Dois dos problemas e respectiva ação:
• desordem social / instauração do Estado corporativo e centralizador para enfrentar a crise das propostas liberais
• crise econômica / intervencionismo estatal para controlar os conflitos entre capital e trabalho
• vácuo político / fim do sistema político representativo liberal, com o estabelecimento do partido único e fortalecimento de Hitler como liderança nacional



  
8. (Fuvest 2013)  Observe a foto abaixo, tirada no Gueto de Varsóvia, em 1943, durante a ocupação nazista da Polônia.


a) Por que o menino porta uma estrela nas costas e o que essa estrela representava nas zonas de domínio nazista?
b) Explique a dinâmica de funcionamento do Gueto de Varsóvia e o que ele representou na dominação nazista da Polônia.  


Resposta:

a) Após a “Noite dos Cristais”, em 1938, o líder nazista Reinhard Heydrich, recomendou que todos os judeus fossem obrigados a usar uma identificação para diferenciá-los do restante da população. Esse sistema de identificação foi adotado na Polônia, a partir de 1939, quando todos os judeus acima de 12 anos passaram a ser obrigados a costurar uma Estrela de Davi amarela em suas roupas.
b) Após a invasão da Polônia pelos nazistas, em 1940, um pequeno distrito no sudoeste de Varsóvia foi escolhido para o confinamento de cerca de 400.00 judeus. Cercado por um muro havia apenas uma entrada e saída do “gueto”. No começo a população confinada tinha uma vida difícil, mas com um pequeno nível de conforto, e aos poucos as condições foram piorando, com a chegada de novos contingentes de judeus, com a maioria vivendo em precárias condições de vida.



  
9. (Unesp 2013)  O Governo Provisório foi deposto; a maioria de seus membros está presa. O poder soviético proporá uma paz democrática imediata a todas as nações. Ele procederá à entrega aos comitês camponeses dos bens dos grandes proprietários, da Coroa e da Igreja... Ele estabelecerá o controle operário sobre a produção, garantirá a convocação da Assembleia Constituinte para a data marcada... garantirá a todas as nacionalidades que vivem na Rússia o direito absoluto de disporem de si mesmas.
O Congresso decide que o exercício de todo o poder nas províncias é transferido para os Soviets dos deputados operários, camponeses e soldados, que terão de assegurar uma disciplina revolucionária perfeita. O Congresso dos Soviets está persuadido de que o exército revolucionário saberá defender a Revolução contra os ataques imperialistas.

(Proclamação do Congresso dos Soviets, outubro de 1917. Apud Marc Ferro. A Revolução Russa de 1917, 1974.)

O documento, divulgado em outubro de 1917, relaciona diversas decisões do novo governo russo.
Quais eram as principais diferenças políticas e sociais entre o governo que se iniciava (Congresso dos Soviets) e o que se encerrava (Governo Provisório)? Cite uma das realizações do novo governo, explicando o contexto em que se deu.


Resposta:

A Revolução Russa ocorreu em duas etapas. A partir de fevereiro de 1917, formou-se um governo provisório, que aboliu a monarquia e desenvolveu uma política de tendência liberal, porém preservou a Rússia na Primeira Guerra. O Partido Bolchevique – comunista – tomou o poder em outubro e formou o governo soviético sob o comando de Lênin. Umas das primeiras medidas adotadas foi a retira do país da guerra, além de outras que colocaram a Rússia no caminho do socialismo.



  
10. (Uerj 2013) 



Operários da siderúrgica ArcelorMittal protestam, em Marselha, contra plano do governo de Nicolas Sarkozy de aumentar a idade mínima de aposentadoria para 62 anos. Desde que a degradação da economia grega chamou atenção para os deficits explosivos europeus, os governos do continente se sucedem em anúncios de medidas de austeridade. Na Grécia, cortam-se salários e aposentadorias, aumentam-se impostos, e o resultado é uma economia de 30 bilhões de euros. A Espanha adiantou-se ao perigo e decidiu fazer cortes de 65 bilhões. Principal economia do continente, a Alemanha de Angela Merkel promete cortar 80 bilhões de euros até 2014.

Adaptado de .

A imagem e o texto apresentados refletem momentos de grave crise social em duas épocas distintas. Na década de 1930, a solução encontrada para a crise foi o estabelecimento do Estado do Bem-estar Social. Este modelo, contudo, vem sendo contestado nas duas últimas décadas em função das decisões do Consenso de Washington, assinado por alguns países em 1989.
Apresente uma proposta do Consenso de Washington para a crise das sociedades capitalistas. Em seguida, aponte a prática do Estado de Bem-estar Social que contraria a proposta apresentada.


Resposta:

Uma das propostas e respectiva prática contrária:
• retorno ao Estado mínimo / maior intervenção estatal
• processo de privatizações / criação ou ampliação de empresas estatais
• desregulamentação da economia / atuação do Estado no financiamento da economia
• diminuição dos investimentos públicos em programas sociais / produção de uma legislação social como obrigação do Estado e direito da população



  
11. (Uff 2012)  Ao visitarem a Índia em 1912, o casal de sociólogos ingleses, Beatriz e Sidney Webb, afirmaram:

“Igualmente claro é que o indiano às vezes é um trabalhador excepcionalmente relutante para suar. Ele não se importa muito com o que ganha. Prefere quase definhar de fome do que trabalhar demais. Por mais baixo que seja seu nível de vida, seu nível de trabalho é ainda menor – pelo menos quando está trabalhando para um patrão que não lhe agrada. E suas irregularidades são impressionantes!”

(Beatriz e Sidney Webb, 1912. Apud: Said, Edward. Cultura & Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 259).


A leitura do texto acima sugere uma situação de tensão no domínio colonial inglês na Índia.
a) Indique duas razões para a luta pela independência da Índia em 1947;
b) Analise a utilização do trabalho como forma de resistência no processo de independência indiano.


Resposta:

a) O estudante poderá citar:
- O movimento nacionalista iniciado pelos intelectuais hindus;
- Os interesses das elites locais em relação ao domínio inglês no território indiano;
- O enfraquecimento da Inglaterra como potência colonial após a Segunda Guerra Mundial, pois a conjuntura internacional tornou-se desfavorável à manutenção do domínio colonial pelas potências europeias;
- O movimento de desobediência civil que inclui o boicote aos produtos britânicos e a recusa ao pagamento de impostos;
- O papel de Gandhi na construção da própria ideia de Independência.
b) O texto permite perceber que o descaso do indiano com o trabalho, principalmente daquele que “está trabalhando para um patrão que não lhe agrada”, numa referências aos empreendimentos ingleses na Índia, nesse sentido, a resistência ao trabalho tornar-se-ia uma resistência à dominação dos ingleses, enquanto uma estratégia de desobediência não violenta.



  
12. (Unb 2012)  Julgue o item a seguir, a respeito do processo de integração de espaços no mundo.

Ao fim da Segunda Guerra, a Europa perdeu a posição de supremacia: o Leste do continente submeteu-se à liderança soviética e a Europa Ocidental precisou do apoio norte-americano para se soerguer economicamente.


Resposta:

Correto. A Segunda Guerra Mundial é considerada um divisor de águas na História; a partir de então o mundo passou a vir uma situação de bipolarização, com duas superpotências disputando a hegemonia internacional, no que se convencionou chamar “guerra fria”. Estados Unidos e União Soviética ampliaram a política expansionista, utilizando armas ideológicas, procurando caracterizar seus interesses a partir do conflito entre capitalismo e socialismo.



  
13. (Ufmg 2012)  Analise estes mapas:

Mapa 1




Mapa 2





Nos Mapas 1 e 2 estão representados dois contextos históricos que envolvem a produção de energia nuclear no século XX.

a) Cite esses dois contextos.
b) Explique a produção de energia nuclear em cada um desses dois contextos históricos.


Resposta:

a) O mapa 1 se refere ao contexto da Guerra Fria, destacando os países membros das alianças militares daquela época, a OTAN e o Pacto de Varsóvia. O mapa 2 destaca o período pós Guerra Fria, desde os anos 90 do século passado.
b) Durante a Guerra Fria, a produção de energia nuclear esteve intimamente ligada à produção de armamentos, com alto poder de destruição, determinando uma condição de certo equilíbrio nas disputas envolvendo as duas superpotências. No pós Guerra Fria, destaca-se a produção de energia nuclear como principal alternativa aos derivados de petróleo (apesar de o uso militar não desaparecer).



  
14. (Uerj 2012) 



O destino da menina que foi a cara de uma guerra

Ela se transformou no símbolo da Guerra do Vietnã (1959-1975). Hoje, Phan Thi Kim Phuc ainda carrega as marcas do bombardeio, mas se esforça para superar o trauma. A bomba foi lançada sobre seu vilarejo, quando tinha 9 anos, por soldados do Vietnã do Sul contra tropas norte-vietnamitas. A operação foi coordenada por militares americanos.
No regime comunista, Phan obteve a autorização para estudar medicina em Cuba, onde conheceu seu marido. Na viagem de lua de mel, o avião fez uma escala no Canadá, de onde o casal nunca mais saiu. Nos anos 1990, a vietnamita passou a atuar como ativista de direitos humanos, tornou-se embaixadora da Unesco e criou uma fundação. Até hoje, Phan se lembra dos comentários do então presidente americano Richard Nixon, que duvidava da autenticidade da foto que correu o mundo, na qual ela foge nua após o ataque com bomba de napalm.

Adaptado de www.estadao.com.br, 13/12/2009

A Guerra do Vietnã, no sudeste asiático, foi um dos conflitos mais sangrentos do século XX, estando diretamente relacionado às tensões do contexto internacional, nas décadas de 1960 e 1970.
Identifique um fator que caracteriza a Guerra do Vietnã como um conflito típico da Guerra Fria. Apresente, também, duas consequências desse conflito para esse país.


Resposta:

A Guerra do Vietnã representou a bipolarização característica da época, uma disputa entre os modelos capitalista e socialista, encarnados pelo Vietnã do Sul e pelo Vietnã do Norte, sendo que este último garantia apoio aos guerrilheiros do vietcong, que lutaram no sul contra o governo e contra os estadunidenses. Ao contrário que do muitos pensam, a Guerra não envolveu diretamente as duas nações e não houve participação de forças soviéticas (apesar da presença de armas e financiamento).
O final da Guerra promoveu a unificação dos vietnamitas em um único Estado, que adotou o modelo socialista de governo e economia.



  
15. (Ufes 2012)  “Nos anos oitenta do século passado, em plena Guerra Fria, após a queda de um avião no mar, um grupo de cadetes militares americanos se vê isolado em uma ilha deserta. Percebendo que as chances de resgate são mínimas, os jovens se aproximam pelo medo e desespero. À medida que vão tomando conta da ilha, a competição pelo poder começa a dividi-los em dois grupos. Ralph lidera um grupo e prega a engenhosidade civilizada e cooperação, mas Jack não quer saber nada disso e constrói uma facção de caçadores impiedosos. Essa poderosa mudança de consciência transforma garotos normais em assassinos primitivos, iniciando uma batalha devastadora do bem contra o mal e trazendo à baila a perturbadora metáfora do selvagem que há dentro de todos nós”.

(LOPES, José de Sousa Miguel. O senhor das Moscas: os labirintos do poder. In: A diversidade cultural vai ao cinema. TEIXEIRA, Ines Castro;
LOPES, José de Sousa Miguel (orgs.). Belo Horizonte: Atlântica, 2006, p. 65).

Explique

a) o que foi a Guerra Fria;
b) o que é civilização e o que é barbárie.


Resposta:

a) - Foi a tensão entre o mundo capitalista e o socialista, iniciada logo após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) e que não se limitou ao confronto ideológico e às ações de caráter bélico.
- O confronto denominado Guerra Fria manifestou-se de diversas formas: na corrida espacial, nos modelos de desenvolvimento econômico e social e no acesso da população a bens de consumo.
- Durante a Guerra Fria, em ambos os lados, houve perseguição política a artistas e intelectuais que questionavam ou eram suspeitos de criticar os governos de seus países.
- No imaginário do Ocidente, os EUA se projetavam como tendo o padrão de consumo desejado, sedutoramente apresentado ao mundo através dos filmes de Hollywood. Além disso, ostentavam enorme poderio econômico e bélico, expresso em seu papel de agente financiador da reconstrução e do desenvolvimento do mundo capitalista e no avanço da pesquisa e produção de artefatos atômicos. Já a URSS, que teve de fazer um enorme esforço de reconstrução pós-guerra, destacava-se por apresentar políticas de pleno emprego, ampliação de programas sociais e um projeto de sociedade igualitária.
- Essa rivalidade entre as potências resultou em incidentes diplomáticos e militares, colocando o mundo em situação de alerta e temor. O ponto culminante foi quando, em 1962, o governo de Cuba autorizou a instalação de mísseis soviéticos em seu território. Após um período dramático da negociação, em que os dois países fizeram concessões mútuas, a URSS desmantelou suas bases em Cuba.
- Essa rivalidade entre as duas potências se transformou em outros tipos de tensões após a queda do muro de Berlim e da implosão do mundo soviético no início da década de 90 do século passado.

b) POSSIBILIDADE 1 - Atualmente, não há atividade intelectual-história, literatura, moral, política, ciência social, estética – que não se pergunte o que é ser civilizado, e, em consequência o que é barbárie.

POSSIBILIDADE 2 - De fato, se no passado a tradição cientificista europeia e anglo-saxã embasada em um discurso da razão, civilidade e urbanização como elementos julgadores e hierarquizados do real designava civilização como o conjunto de caracteres em oposição à barbárie – rudeza, ferocidade, selvageria dos estranhos e inferiores povos latino-americanos, africanos, asiáticos – hoje após as invasões e bombardeios no Iraque e Afeganistão e também os ataques terroristas é necessário relativizar a condição de civilizado e ponderar que o equilíbrio entre a civilização e a barbárie é tão frágil, que por vezes, esses dois extremos trocam de lugar. 





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