Se você está se preparando para concursos de alto nível, como o CACD da Diplomacia ou a ECEME, sabe que o domínio profundo de questões históricas é fundamental. Nesta postagem, Professor Arão Alves apresenta um conjunto de questões no estilo Cebraspe (Certo ou Errado) que exploram a integração do território no período Vargas, o papel do Plano de Metas no governo JK, a complexa dinâmica de consolidação do Estado americano no século XVIII, entre outros temas cruciais. Você terá a chance de avaliar seu conhecimento, identificar pontos de melhoria e ganhar vantagem sobre a concorrência.
1- 1- Em relação a História da República brasileira
ao longo da segunda metade do século XX, julgue o seguinte item como certo ou
errado:
( ) Se
o governo JK se apóia nas Superintendências de Desenvolvimento Regional para a
integração e desenvolvimento das regiões brasileiras, os governos militares
irão dar preferência a investimentos pontuais e polos de desenvolvimento.
2 - Sobre o processo de “state building” que daria origem aos EUA no
último quartel do século XVIII, julgue o item abaixo.
( ) A constituição americana foi ratificada
rapidamente e praticamente sem críticas por todos os treze estados, uma vez que
havia sido elaborada consensualmente por representantes de cada um deles.
3-
Sobre o processo de “state building” que daria origem aos EUA no
último quartel do século XVIII, julgue o item abaixo.
(
) A montagem de um estado central foi razão de muitas objeções de
estados ciosos de sua autonomia que temiam estar substituindo uma opressão
metropolitana por outra ainda pior, que seria um governo forte na própria
América. Sob este ponto de vista, a
constituição dos EUA é na verdade um documento cujo principal objetivo é
colocar limites à ação do estado.
4-
Sobre o processo de “state building” que daria origem aos EUA no
último quartel do século XVIII, julgue o item abaixo.
( ) Não existia
Estados Unidos da América em 1776. Durante mais de uma década após o 4 de
Julho, não estava claro se a unidade das 13 colônias seria possível de ser
viabilizada.
Questão 1 Resposta:
Errado.
Explicação: Durante o governo
Juscelino Kubitschek, foi criada a SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento
do Nordeste), em 1959, sob a liderança de Celso Furtado, com o objetivo de
fomentar o desenvolvimento econômico e social da região Nordeste. No entanto,
JK não criou outras superintendências além da SUDENE. A afirmação de que o
governo JK se apoiou em múltiplas superintendências está incorreta. Por outro
lado, os governos militares (1964-1985) não abandonaram o modelo de
superintendências regionais, mas o expandiram. Criaram, por exemplo, a SUFRAMA
(Superintendência da Zona Franca de Manaus), em 1967, para promover a
industrialização na Amazônia Ocidental, e a SUDAM (Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia), em 1966, que substituiu a SPVEA (Superintendência
do Plano de Valorização Econômica da Amazônia), criada em 1953. Além dessas, os
governos militares concentraram-se em projetos estruturantes, como a construção
de rodovias (ex.: a Transamazônica), em um esforço de ocupar e integrar a
região Norte. Portanto, a afirmação é incorreta ao sugerir que os governos
militares priorizaram investimentos pontuais e polos de desenvolvimento em
detrimento de superintendências, pois eles também utilizaram amplamente essas
estruturas para seus objetivos de integração territorial e desenvolvimento
regional.
Questão 2 Resposta: Errado.
A Constituição dos Estados Unidos
(1787) não foi ratificada de forma rápida ou sem críticas. Sua elaboração gerou
intensos debates durante a Convenção da Filadélfia e, posteriormente, enfrentou
forte resistência no processo de ratificação por parte dos estados. Havia
divisões entre federalistas, que defendiam um governo central forte para
garantir a estabilidade e o progresso econômico, e antifederalistas, que temiam
a concentração de poder e a possível supressão das liberdades estaduais e
individuais. Essa tensão resultou em debates acalorados nos estados, com
particular resistência em Nova York, Virgínia e Rhode Island. A ratificação só
foi possível mediante promessas de adicionar emendas que garantissem direitos
fundamentais, resultando na inclusão da Declaração de Direitos (Bill of Rights)
em 1791. Esses debates evidenciam a complexidade do processo, em que o consenso
esteve longe de ser pleno.
Questão 3
Resposta: Certo.
A relutância em aceitar um governo central forte foi uma das principais razões para as dificuldades na formação do Estado americano. Muitos estados, temendo que o novo governo central replicasse a opressão do controle metropolitano britânico, defenderam uma estrutura descentralizada. Isso se refletiu nos Artigos da Confederação, que deram aos estados quase total soberania. A Constituição de 1787, embora estabelecesse um governo central mais robusto, incluiu mecanismos explícitos para limitar o poder estatal. O sistema de checks and balances e a separação de poderes refletem esse objetivo. Além disso, a inclusão da Declaração de Direitos (Bill of Rights) foi uma resposta direta às preocupações de que o governo federal poderia restringir as liberdades individuais e estaduais. A Constituição americana, assim, é tanto um marco na formação de um Estado central como um instrumento projetado para equilibrar a autoridade desse governo com os direitos dos cidadãos e dos estados.
Questão 4
Resposta: Certo.
Embora o nome "Estados
Unidos da América" tenha sido adotado na Declaração de Independência em
1776, a unidade das 13 colônias estava longe de ser garantida. Durante mais de
uma década, as colônias funcionaram sob os Artigos da Confederação, que
estabeleciam um governo central fraco e conferiam ampla autonomia aos estados.
Problemas como a falta de arrecadação tributária centralizada, a ausência de um
exército nacional permanente e divergências entre os estados quanto à política
comercial e territorial evidenciaram as fragilidades do arranjo confederativo.
Foi somente com a adoção da Constituição em 1787 e sua ratificação subsequente
que os Estados Unidos começaram a funcionar como uma união sólida. Essa década
de incertezas mostra que a unidade foi um processo gradual, com debates
intensos sobre a forma e o alcance do governo central.
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