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Questões Comentadas - Revolta da Vacina Conflito de canudos República Oligárquica e política dos governadores

 

1.   Observe a charge de Storni, publicada na revista Careta em 19.02.1927.

 


Divulgada durante a Primeira República brasileira, a charge faz referência a uma

a) ação corrupta que permitia o desvio de verbas públicas.   

b) prática política que facilitava a continuidade do domínio oligárquico.   

c) proposição constitucional que determinava a obrigatoriedade do voto.   

d) experiência política que favorecia a soberania do voto popular.   

e) lei eleitoral que visava garantir a fidelidade do eleitor.   

 

   

Resposta da questão 1:
 [B]

 

A charge publicada em 1927 faz referência a uma prática política comum ocorrida no Brasil no contexto da Primeira República, 1889-1930. Trata-se do voto de cabresto no qual o coronel exercia um forte controle político no seu curral eleitoral facilitando a permanência do poder político. Gabarito [B].  

 

  

2.   O evento conhecido como Convênio de Taubaté ocorreu na chamada República Oligárquica ou República Velha e, vigorou, conforme a historiografia brasileira, até 1930. Acerca do Convênio de Taubaté é correto afirmar que:

 

a) os recursos do governo federal deveriam ser canalizados para estruturar a produção de borracha no Norte do país. Esta medida possibilitou uma maior integração econômica entre o Norte e o Sudeste do Brasil.   

b) estabeleceu uma proposta de diversificação da agricultura brasileira, incentivando a produção de milho, feijão e soja. Minas Gerais foi o primeiro estado a adotar esta iniciativa.   

c) buscava beneficiar os produtores de café, estabelecendo algumas medidas como a criação de estoques reguladores e a proibição de novas plantações de café.   

d) pretendia integrar a criação pecuária do Sul do Brasil com o estado de Mato Grosso, resultando numa maior produção de carne bovina para o mercado interno e para atender às demandas de exportação.   

 

 

 

Resposta da questão 2:
 [C]

 

Aprovado no governo de Rodrigues Alves, o Convênio de Taubaté, 1906, foi uma política de valorização do preço do café, principal produto de exportação. O Estado interferia na economia comprando e queimando o café para regular o estoque. O Convênio beneficiava os produtores de café do Sudeste e prejudicava outros estados não produtores, pois era a União que comprava o produto, daí a socialização das perdas. Gabarito [C].  

 

3.   Nunca se viu uma campanha como esta, em que ambas as partes sustentaram ferozmente as suas aspirações opostas. Vencidos os inimigos, vós lhes ordenáveis que levantassem um viva à República e eles o levantavam à Monarquia e, ato contínuo, atiravam-se às fogueiras que incendiavam a cidade, convencidos de que tinham cumprido o seu dever de fiéis defensores da Monarquia(Gazeta de Notícias, 28.10.1897 apud Maria de Lourdes Monaco Janotti. Sociedade e política na Primeira República.)

 O texto é parte da ordem do dia, 06.10.1897, do general Artur Oscar e trata dos momentos finais de Canudos. Para o militar, o principal motivo da luta dos canudenses era a

a) restauração monárquica, embora hoje saibamos que a rejeição à República era apenas uma das razões da rebeldia.   

b) valorização dos senhores rurais, ligados ao monarca, cujo poder era ameaçado pelo crescimento e enriquecimento das cidades.   

c) restauração monárquica, que, hoje sabemos, era de fato a única razão da longa resistência dos sertanejos.   

d) valorização do meio rural, embora hoje saibamos que Antônio Conselheiro não apoiava os incêndios provocados por monarquistas nas cidades republicanas.   

e) restauração monárquica, o que fez com que a luta de Antônio Conselheiro recebesse amplo apoio dos monarquistas do sul do Brasil.   

 

 

 

Resposta da questão 3: [A]

 

O movimento de Canudos, liderado pelo beato Antônio Conselheiro, reuniu sertanejos pobres da região nordeste, cansados da exploração cotidiana exercida pelos fazendeiros e seus jagunços, e fortalecidos pelo sentimento religioso de salvação eterna, garantida pela crença no retorno de D. Sebastião. Conselheiro e seus seguidores criticavam o governo republicano, dentre outras coisas, pela separação da Igreja, julgando que o distanciamento entre governo e Igreja representava uma traição à religião.  

 

4.   Leia os trechos a seguir.

 

A – “Nunca me anuviou o espírito o fantasma da restauração monárquica. A atitude dos adeptos do regime decaído (...) deixou-me desde a primeira hora a convicção de que a República não tinha adversários, que devessem ser temidos. Consolidar as novas instituições não era, portanto, atacar e destruir inimigos, (...), mas completar a organização de aparelhos democráticos e normalizar as suas funções.” (CAMPOS SALES, Manuel Ferraz de. Da Propaganda à Presidência. Brasília: Ed. da UNB, p.69)

 

B – “(...) a institucionalização da República não poderia comportar a existência de um parlamento com substância liberal, formado a partir de escolhas individuais dos cidadãos e segmentado segundo clivagens político-partidárias. (...) A estabilidade deve derivar de um arranjo entre o governo nacional e os chefes estaduais, tentando definir o que deveria ser chamado de parte não constitucional do pacto político.” (LESSA, Renato. A Invenção Republicana: Campos Sales, as bases e a decadência da Primeira República Brasileira. Rio de Janeiro: IUPERJ; São Paulo: Vértice, 1988, p. 100)

 

De acordo com a leitura dos textos, podemos concluir que:

a) Campos Sales temia a restauração monárquica e, tentando evitá-la, concebeu a política dos governadores, mecanismo explicado pelo texto B, de Renato Lessa.   

b) Os dois textos abordam a necessidade de se institucionalizar o regime republicano no Brasil, mas elaboram diagnósticos diferentes: enquanto Campos Sales afirma que não havia risco de restauração monárquica no Brasil, para Renato Lessa, o risco da restauração era real.   

c) Para Renato Lessa, a estabilidade da República dependia de um acordo entre o governo federal e os chefes estaduais, o que foi articulado por Campos Sales, que, em seu texto, defende a necessidade de se consolidar a obra republicana, não por medo de ameaças monárquicas, mas por necessidade do próprio regime.   

d) O texto A afirma que, apesar da não existência de uma ameaça de restauração monárquica iminente, a República deveria se proteger dessa eventual ameaça, estabelecendo medidas restritivas no campo político, tema discutido pelo texto B.   

e) O texto B defende a ideia de que a consolidação do novo regime republicano seria feita pela adoção de fórmulas democráticas e liberais. No texto A, Campos Sales anuncia as medidas necessárias para instituir o Estado liberal e democrático no país.   

 


Resposta da questão 4:
 [C]

 A questão aborda a Política dos Governadores, instituída pelo presidente Campos Salles, no início da República. Esta política foi fundamental para consolidar o poder das oligarquias na cena política nacional e nos estados. Tratava-se de um pacto em que o Governo Federal apoiava os governos estaduais sem restrições em troca de estes, fazendo uso de seus coronéis, elegerem bancadas pró-Governo Federal para a Assembleia Legislativa, de forma que nem o governo federal e nem os governos estaduais enfrentassem qualquer tipo de oposição.  

 


 


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