O Governo de Washington Luís foi o último da “República Velha” ou “República do café-com-leite”. Ele não chegou a concluir o mandato. Foi deposto pelo movimento chamado “Revolução de 30”.
Washington Luís Pereira de Souza nasceu na cidade de Macaé (RJ), em 26 de Outubro de 1869. Ele foi filho de um rico fazendeiro dono de muitos escravos. Estudou no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, na Faculdade de Direito de Recife e se formou em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1891.
Washington Luís foi nomeado promotor público na cidade de Barra Mansa (RJ), mas deixou o cargo para trabalhar como advogado em Batatais, interior de São Paulo. Participou ativamente da sociedade de Batatais, escreveu artigos para os jornais da cidade e foi eleito vereador e presidente da Câmara, cargo que na época valia como o de prefeito.
Apesar de teimoso, Washington Luís era alegre e bem humorado. Participava de reuniões com os amigos para ouvir músicas e poesias. Gostava de cantar trechos de ópera e até marchinhas de carnaval. Num desses encontros, conheceu Sofia Paes de Barros, neta do Barão de Piracicaba.
Washington e Sofia se casaram no dia 4 de março de 1900 e tiveram quatro filhos. Após o casamento, se mudaram para São Paulo. Ele foi eleito deputado estadual em 1904 e assumiu a Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo em 1905. Foi prefeito da cidade de São Paulo por duas vezes: em 1913, foi escolhido pelos vereadores e, em 1917, foi eleito com voto direto.
Anos depois, Washington Luís foi presidente do Estado de São Paulo (1920-1924) e investiu na construção de rodovias. Adotou o lema: “Governar é construir estradas”. Ele adorava carros. Até participou de alguns ralis automobilísticos no começo dos anos vinte.
O nome de Washington Luís foi indicado para a presidência da Republica pelo grupo que controlava a “política do café-com-leite”. Na eleição direta, não teve concorrentes. Foi eleito como candidato único. Passou a exercer a presidência da República em 15 de novembro de 1926.
Logo no início do Governo, chegou ao fim a Coluna Prestes. O Governo de Washington Luís não estava mais ameaçado pelas rebeliões tenentistas, mas ele se negou a assinar o pedido de anistia aos envolvidos nos levantes, inclusive aos “rebeldes de 1924” que deram origem à Coluna Prestes.
Em dezembro de 1926, Washington Luís assinou a lei da reforma monetária que criava uma nova moeda: o cruzeiro. O presidente reprimiu o avanço do movimento operário com a Lei Celerada, de 1927. Essa lei aplicava censura à imprensa e limitava o direito de reunião.
A situação de Washington Luís começou a se complicar com a crise mundial de 1929, iniciada com a quebra da Bolsa de Nova Iorque. O café, que representava 70% das exportações brasileiras, teve seu preço diminuído no mercado internacional. Além disso, havia uma superprodução de café nas fazendas e um grande estoque do produto nas mãos do Governo.
Mesmo enfraquecidos, o presidente Washington Luís e os cafeicultores de São Paulo indicaram como sucessor na presidência o paulista Julio Prestes. Os estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul não concordaram com a indicação e criaram a Aliança Liberal, que lançou como candidato a presidente o gaúcho Getulio Vargas e a vice-presidente o paraibano João Pessoa.
Júlio Prestes venceu as eleições presidenciais de 1º de março de 1930. Mas o resultado foi contestado por suspeita de fraude. Além disso, o assassinato de João Pessoa, candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, agravou os movimentos de oposição ao Governo. Militares se rebelaram nos quartéis e manifestantes tomaram as ruas do Rio de Janeiro, atearam fogo aos jornais fiéis ao Governo e exigiram a saída de Washington Luís.
Getúlio Vargas e outros políticos iniciaram uma conspiração e o presidente Washington Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930, pelos chefes das forças armadas. Uma junta provisória de Governo assumiu o poder, composta pelos generais Tasso Fragoso e Mena Barreto e pelo almirante Isaías de Noronha. O movimento ficou conhecido como “Revolução de 30”.
No Palácio Guanabara, Washington Luís pensou em resistir. Porém, vinte e um dias antes do término de seu mandato, após garantia de que seus ministros, familiares e amigos estariam seguros, foi deposto e levado preso ao Forte Guanabara.
Em 21 de Novembro de 1930, embarcou para um longo exílio na Suíça, Portugal e Estados Unidos. Retornou ao país em 1947 e não se envolveu mais em política. Dedicou-se ao estudo e a pesquisa de Historia. Morreu em São Paulo em 04 de Agosto de 1957.
Fonte: www.presidencia.gov.br
Professor Arão bom dia!
ResponderExcluirNão estou conseguindo ler nada á respeito do tema - Washington Luis, o último presidente da 1º Republica - está tudo em branco ou com pouco visibilidade. Podes me ajudar! Obrigada Val
Obrigado pelo comentário. Já providenciei o ajuste.
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