Olá, meus amigos e minhas amigas, a Rússia lançou hoje cedo,
um dos seus maiores ataques de mísseis em semanas contra a cidade de Kyiv e
suas adjacências na Ucrânia. Esse ataque, segundo informações do governo de
Kiev, resultou em pelo menos 17 pessoas
feridas e provocou danos a edificações
escolares, residenciais e instalações industriais. É um cenário que realmente
demanda nossa atenção e reflexão.
É interessante o fato de que o ataque
ocorreu poucas horas após a visita do conselheiro de segurança nacional
dos EUA, Jake Sullivan a Kiev,. Seria isso mera
coincidência, ou contem alguma mensagem implícita?
Como é comum acontecer em situações como essas, durante o
ataque mais de 25.000 cidadãos buscaram
refúgio nas estações de metrô da cidade. As imagens e vídeos compartilhados nas
redes sociais mostravam as pessoas aglomeradas em espaços subterrâneos, numa
cena que já nos acostumamos a ver em fotos de momentos com esses.
As autoridades ucranianas reportaram que a Rússia lançou uma
combinação de dois mísseis balísticos e 29 mísseis de cruzeiro contra a região
de Kyiv. Embora não seja possível verificar de forma independente, segundo
eles, todos foram interceptados e abatidos. Mas e as crateras vistas nas fotos?
Eles dizem que foram os destroços que fizeram aqueles estragos e as crateras. Ainda segundo uma declaração da força aérea, eles
estão desconfiados de que os mísseis
balísticos tenham origem norte-coreana
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, expressou sua
preocupação, e chamou atenção para o terror constante que a população enfrenta,
tanto de dia quanto de noite. Ele aproveitou para destacar a importância do
apoio mundial, especialmente no fornecimento de sistemas de defesa aérea para o
país.
Segundo relatório do exército ucraniano, nos dois primeiros anos de
conflito, mais de 8.000 mísseis foram lançados contra a Ucrânia.
O método utilizado para o ataque envolveu bombardeiros
estratégicos e o lançamento de mísseis diretamente do território russo, visando
Kyiv de diferentes direções.
Mesmo considerando que os fragmentos dos mísseis ainda serão
analisados, já há que afirme que a
Rússia gastou aproximadamente 390 milhões de dólares nesse ataque sobre Kyiv.
Bom, como vocês sabem,
o Chefe do Comitê Militar da OTAN, Rob Bauer, esteve lá em Kiev. Durante sua estadia, ele procurou atuar como
uma espécie de colting de auto ajuda, tanto para manter o moral ucraniano,
quanto o moral do ocidente. Fez um apelo
para que os aliados da Ucrânia não adotem uma postura excessivamente pessimista
em relação à capacidade do país de resistir às forças russas. Além disso,
destacou a urgência de acelerar o envio de pacotes de ajuda significativos para
o país.
Esta visita de Bauer não foi um evento qualquer. Marca a primeira vez que uma delegação militar da OTAN realizou uma visita oficial a Kyiv desde fevereiro de 2022.
Como sabemos, e ele sabe melhor do que nós, a situação
enfrentada pelas forças ucranianas é desafiadora, com escassez de munições e
pessoal, especialmente no leste do país, onde as forças russas têm conseguido
avançar gradualmente.
Durante sua participação no Fórum de Segurança de Kyiv, Bauer fez declarações fortes e emotivas sobre a necessidade de apoio à Ucrânia. Veja o que ele disse: "A Ucrânia precisa de mais suporte. E precisa agora. O tempo aqui não é medido em dias, semanas ou meses. É medido em vidas humanas. Em nações aliadas, uma semana é simplesmente uma semana. Na Ucrânia, uma semana pode significar a perda de uma mãe, um pai, uma criança, um amigo, um amor, para sempre." Ele também elogiou a resiliência da Ucrânia e sua capacidade de adaptação rápida, que tem alterado vários aspectos da guerra moderna.
Bauer também teve importantes encontros durante sua estadia
em Kiev, incluindo uma reunião com
Oleksandr Syrskyi, o Chefe do Exército da Ucrânia, para discutir a situação
atual dos combates. Syrskyi destacou, em uma publicação no Facebook, que
conversaram sobre suprimentos de munição e defesa aérea. Com o Ministro das
Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, Bauer discutiu perspectivas para o
treinamento de combate dos militares ucranianos e a cooperação nas indústrias
de defesa.
Bom gente, mudando de assunto, embora tendo ao seu alcance
apenas as palavras como armas, os discursos de António Guterres, o
secretário-geral da ONU, em um encontro com líderes da União Europeia, não
deixa de ter sua importância
Guterres chegou trazendo uma mensagem poderosa para todos
nós. Falando aos repórteres, antes das
discussões, ele pintou o quadro do mundo atual como caótico, onde
superpotências estão em desacordo, criando um cenário de impunidade. Ele
destacou ainda como países e grupos
armados agem como se pudessem fazer o que quisessem, sem prestar contas a
ninguém.
Segundo ele, numa situação assim, é de suma importância se
apegar aos princípios fundamentais: a Carta da ONU, o direito internacional, a
integridade territorial dos países e o direito humanitário internacional. Com
base nesses princípios, ele defende a necessidade de uma paz que respeite
integralmente esses valores, especialmente no que diz respeito à Ucrânia,
enfatizando a soberania e integridade territorial do país.
Mas é claro que ele não se restringiu ao conflito europeu. Da mesma forma, mencionou a situação em Gaza,
chamando a atenção para a necessidade de um cessar-fogo, condenando os ataques
terroristas de 7 de outubro e outras violações do direito humanitário
internacional pelo Hamas, bem como a preocupante quantidade de baixas civis na
região, algo sem precedentes em seu mandato como secretário-geral.
Guterres ressaltou o princípio básico do direito
humanitário internacional: a proteção dos civis, afirmando que devemos nos
manter firmes aos princípios, tanto na Ucrânia quanto em Gaza, sem aplicar dois
pesos e duas medidas.
Mas parece que ele não estava sozinho. Em paralelo, Mark
Rutte, o primeiro-ministro holandês, compartilhou suas preocupações sobre a
situação cada vez mais desesperadora em Gaza, que piora a cada dia. Ele fez um
apelo urgente por uma pausa imediata nos combates para facilitar a entrada de
ajuda em Gaza, garantir que a assistência chegue com segurança àqueles que
precisam e para a libertação dos reféns. Rutte também instou Israel a se abster
de iniciar uma ofensiva terrestre em grande escala em Rafah, destacando a
vulnerabilidade da população local.
A preocupação maior, segundo Rutte, é garantir que o
conflito não se alastre para regiões mais amplas, um lembrete da importância de
buscar soluções que promovam a paz e a estabilidade, respeitando os princípios
fundamentais do direito internacional e a proteção dos civis em todos os
cenários de conflito.
Como tenho dito, a insistência de Neytaneaho tem contribuído
para um isolamento cada vez maior na comunidade internacional. Adeclaração
feita recentemente por Josep Borrell, o alto representante da União Europeia
para assuntos exteriores, traz algumas novidades em relação à posição da UE
sobre o conflito no Oriente Médio. Borrell expressou sua satisfação pelo fato
de os Estados membros da UE estarem considerando adotar uma declaração sobre
Israel que vai muito além das conclusões de outubro, quando foi feito um apelo
por pausas humanitárias no conflito.
O rascunho de oito parágrafos desta declaração expressa uma
forte condenação ao Hamas pelos seus "ataques terroristas brutais e
indiscriminados" e reitera o apoio ao direito de Israel de se defender. No
entanto, o que realmente chama a atenção é a linguagem acentuadamente
intensificada no parágrafo 22, onde é destacada a profunda preocupação do Conselho Europeu com
a situação humanitária catastrófica em Gaza, enfatizando seu efeito
desproporcional sobre civis, especialmente crianças, além do risco iminente de fome. O documento também ressalta a necessidade urgente de acesso humanitário
completo, rápido, seguro e sem impedimentos em toda a Faixa de Gaza, por todos
os meios possíveis. A iniciativa Amalthea, que como vocês sabem, tem esse nome
inspirado na ninfa da mitologia grega que teria uma cabra com cujo leite
amamentou Zeus, abre uma rota marítima
de emergência de Chipre para Gaza, complementando as rotas terrestres
principais, e é saudada pelo Conselho Europeu, que também aponta a necessidade
de rotas terrestres e passagens adicionais.
Borrell parece otimista sobre a aprovação das conclusões pelo Conselho, que avançam significativamente em relação às primeiras conclusões de outubro. No entanto, alguns diplomatas consideram o texto frágil. Um deles comentou sobre a fragilidade do texto, sugerindo que alterações podem desfazer o consenso como se desmancha uma malha.
Ao chegar à cúpula de líderes da UE em Gaza, Borrell fez
comentários contundentes sobre a escassez de alimentos e medicamentos na
região, classificando-a como "um fracasso da humanidade". Ele disse
que a situação atual em Gaza não é apenas uma crise humanitária, mas sim uma falha coletiva da humanidade, resultante de
bombardeios, e não de desastres naturais. Borrell argumentou que a única
maneira de aliviar a crise é com Israel respeitando mais os civis e permitindo
mais apoio a Gaza.
Ele destacou a importância crítica de enviar alimentos e
medicamentos para a população, mencionando que, apesar dos esforços de ajuda,
as pessoas, especialmente as crianças, continuam sofrendo de fome e necessitam
de medicamentos essenciais. Ele disse que espera que o Conselho envie uma mensagem forte a
Israel para cessar o bloqueio à entrada de alimentos em Gaza, e assim tentar
mitigar o sofrimento humano na região.
Bom, gente, apesar das tenções e das alianças militares como a Aukus, a diplomacia lança um sopro de esperança na Ásia pacífico, mais precisamente no front diplomático entre a China e a Austrália.
Recentemente, um porta-voz do Ministério das Relações
Exteriores da China falou sobre a possibilidade de iniciar conversas com a
Austrália sobre questões marítimas. Isso é bem interessante, especialmente
considerando as tensões crescentes em várias nações que margeiam o Mar do Sul
da China, o que tem gerado preocupações sobre a segurança regional.
Essa conversa sobre as negociações marítimas veio à tona no
último dia da visita do ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, à
Austrália. Durante a visita, ele teve encontros com seu homólogo australiano e
outros líderes do país para discutir comércio e diferenças sobre a segurança
regional.
A Austrália e a China, que são grandes parceiras comerciais,
estão tentando reconstruir suas relações depois de um período tenso em 2020. Não
sei se vocês lembram, mas tudo começou quando Canberra pediu uma investigação
independente sobre as origens da COVID-19, e como resposta, Pequim impôs
barreiras comerciais. Mas, desde a mudança no governo australiano há dois anos,
a maioria dessas barreiras foi suspensa.
Como temos vosto nos últimos vídeos, questões marítimas têm sido um ponto sensível, e o tema também envolve os dois países, especialmente com as crescentes confrontações no Mar do Sul da China, uma via, que como sabemos é vital sob o ponto de vista econômico e a China reivindica quase na íntegra, apesar de haver reivindicações sobrepostas por várias nações do Sudeste Asiático.
Lin Jian, o porta-voz do ministério, mencionou que ambos os
países concordaram em restaurar e estabelecer diálogos em vários campos,
incluindo diplomacia, comércio, tecnologia, educação e aplicação da lei, e
também estão considerando iniciar conversas sobre questões marítimas.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, expressou
preocupações sobre comportamentos inseguros e desestabilizadores no Mar do Sul
da China, especialmente diante dos confrontos entre embarcações chinesas e
filipinas em águas disputadas.
Além disso, em novembro, a Austrália criticou a China por
uma interação naval considerada "insegura e pouco profissional", que
resultou em ferimentos a mergulhadores militares australianos. E, em uma
declaração conjunta este mês, a Austrália e o grupo regional da ASEAN
enfatizaram que todos os países devem evitar ações unilaterais no Mar do Sul da
China que ameacem a paz, segurança e estabilidade na área disputada.
No campo do comércio, após um encontro com o premier de Nova
Gales do Sul em Sydney, Wang ressaltou o apoio de muitos australianos à
melhoria e desenvolvimento das relações bilaterais. Ele demonstrou otimismo
sobre o fortalecimento do diálogo e cooperação entre China e Austrália em
vários setores, como energia, mineração, produtos agrícolas e laticínios. Além
disso, o ministério do comércio da China saudou a decisão da Austrália de
suspender medidas antidumping contra turbinas eólicas chinesas, mostrando
disposição para trabalhar juntos em questões de mudança climática.
Não sei vocês, mas eu vibro, claro que sem otimismo
exagerado, quando a diplomacia ocupa posição de destaque e quando o diálogo
substitui as armas e os testes balísticos.
Ficamos por aqui, se esse texto foi útil pra você, faça um
comentário, compartilhe em suas redes sociais, dê um like, e é claro, se ainda
não for inscrito, inscreva-se. Ok, gente, um grande
abraço do professor Arão Alves.
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