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1.
(Enem (Libras) 2017) Os guaranis encontram-se
hoje distribuídos pela Bolívia, Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina. A
condição de guarani remete diretamente para a ideia de pertencimento e para as
relações de parentesco. Daí a importância da concepção de território como
espaço de comunicação. Eles têm parentes nos diversos países e seguem se
visitando regularmente. Os guaranis seguem com noções e conceitos próprios de
fronteira, uma ideia mais sociológica e ideológica, que inclui, exclui e define
quem pertence e quem não pertence a determinado grupo social.
O
dilema das fronteiras na trajetória guarani. Entrevista
especial com Antônio Brand. Disponível em: www.ihuonline.unisinos.br. Acesso
em: 15 ago. 2013 (adaptado).
De acordo com o texto, o processo de
demarcação das terras reivindicadas por esse povo enfrenta como dificuldade
o(a)
a) valor de desapropriação das
áreas legalizadas.
b) engajamento de jovens na
luta pela reforma agrária.
c) escassez de zonas
cultiváveis nas regiões contíguas.
d) tensão entre identidade
coletiva e normatizações das nações limítrofes.
e) contradição entre sustento
extrativista e desmatamento das florestas tropicais.
Resposta:
[D]
[Resposta do
ponto de vista da disciplina de Geografia]
A alternativa [D]
está correta porque o texto expõe o aspecto dúbio do conceito de território,
contrapondo-se a fronteira política a fronteira
definida pela nação guarani. As alternativas seguintes são incorretas porque
não fazem menção ao tema do texto.
[Resposta do
ponto de vista da disciplina de Sociologia]
A noção de
identidade utilizada pelos guaranis não se limita às fronteiras nacionais.
Assim, o processo de demarcação de suas terras se torna mais complexo do que
aquele enfrentado por outros grupos indígenas.
2.
(Enem PPL 2017) No primeiro semestre do ano
de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte judicial
brasileira, prolatou decisão referente ao polêmico caso envolvendo a demarcação
da reserva indígena Raposa Serra do Sol, onde habitam aproximadamente dezenove
mil índios aldeados nas tribos Macuxi, Wapixana, Taurepang, Ingarikó e Paramona
– em julgamento paradigmático que estabeleceu uma série de conceitos e
diretrizes válidas não só para o caso em questão, mas para todas as reservas
indígenas demarcadas ou em processo de demarcação no Brasil.
SALLES, D. J. P. C. Disponível em: www.ambito-juridico.com.br.
Acesso em: 30 jul. 2013 (adaptado).
A demarcação de terras indígenas, conforme o
texto, evidencia a
a) ampliação da população
indígena na região.
b) função do Direito na
organização da sociedade.
c) mobilização da sociedade
civil pela causa indígena.
d) diminuição do preconceito
contra os índios no Brasil.
e) pressão de organismos
internacionais em defesa dos índios brasileiros.
Resposta:
[B]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
A
demarcação de terras indígenas só pode ocorrer por uma decisão das mais altas
instâncias de poder. Assim, o texto evidencia justamente a importância de um
ordenamento jurídico capaz de garantir certos direitos de cidadania.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia]
A demarcação de terras
indígenas no Brasil é uma atribuição da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) após
estudos antropológicos e interdisciplinares aprofundados. A demarcação e
homologação das terras indígenas podem acontecer sem maiores questionamentos
por outros agentes sociais. Todavia, por vezes, a demarcação é questionada,
levando a conflitos fundiários. Quando todas as instâncias judiciárias
inferiores não são suficientes, os conflitos podem chegar ao STF (Supremo
Tribunal Federal), que em 2009 decidiu que a Reserva Indígena Raposa Serra do
Sol era totalmente indígena e que os fazendeiros produtores de arroz tinham que
se retirar. Nos últimos anos, graves conflitos entre povos indígenas e
latifundiários aconteceram em MS, MT, BA e MA.
3. (Uece 2019) Antes da chegada dos
portugueses às terras americanas,
a) havia dois grupos étnicos
habitando a região hoje chamada Brasil: os Tupis e os Tapuias.
b) falavam-se alguns poucos
dialetos, variantes de uma mesma língua geral, o Nheengatu, apesar de existir
um grande número de grupos indígenas.
c) uma variedade de
comunidades nativas, etnicamente diferentes, espalhava-se pelo território da
futura América portuguesa.
d) havia uma só sociedade
indígena vivendo em harmonia, igualitarismo e paz; desconhecia-se a violência
da guerra, trazida para cá pelos europeus.
Resposta:
[C]
A população nativa
brasileira, aquela com a qual os portugueses tiveram contato a partir de 1500,
era bastante diversificada, sendo dividida em diferentes tribos, que se
distinguiam pela língua e por costumes culturais.
4.
(Mackenzie 2019) “A grande lavoura açucareira na colônia brasileira
iniciou-se com o uso extensivo da mão de obra indígena (...) Do ponto de vista
dos portugueses, no período de escravidão indígena, o sistema de relações de
trabalho era algo que fora pormenorizadamente elaborado. Tal período foi também
aquele em que o contato entre os europeus e o gentio começou a criar categorias
e definições sociais e raciais que caracterizaram continuamente a experiência
colonial.”
(Schwartz, Stuart B. Segredos Internos: Engenhos e escravos na
sociedade colonial. São Paulo: Cia das Letras, 2005, p. 57)
Sobre o trabalho
escravo durante o período colonial é correto afirmar que
a) o
uso da mão de obra indígena estendeu-se durante todo o período colonial. No
primeiro momento, durante a extração do pau-brasil, os portugueses utilizavam o
escambo. No segundo momento, a partir da produção canavieira, foi organizada a
escravidão dos povos indígenas.
b) desde
o primeiro contato com os portugueses, os indígenas foram submetidos ao
trabalho escravo. Seja na extração do pau-brasil seja na grande lavoura
canavieira, o sistema escravista baseado na mão de obra nativa predominou
diante de outras formas de trabalho.
c) a
partir da necessidade de mão de obra para a produção canavieira, os povos
indígenas foram submetidos à escravidão. Porém, a partir da chegada dos
primeiros grupos de africanos, a escravidão indígena foi paulatinamente
abandonada até chegar ao fim em meados do século XVII.
d) a
escravidão indígena foi implantada durante o chamado Período Pré-colonial e
tinha como objetivo usar o máximo de mão de obra para a extração do pau-brasil.
Com a implantação da grande lavoura e a chegada dos africanos, a escravidão
indígena perdeu força e foi abandonada no século XVIII.
e) após
utilizar o trabalho indígena com o escambo, os portugueses recorrem à sua
escravização. Isso se deve à necessidade portuguesa de mão de obra para a
grande lavoura e à indisposição indígena para o trabalho aos moldes europeus.
No século XVII, é substituída definitivamente pela escravidão africana.
Resposta:
[A]
Apesar de possuírem
características culturais que dificultavam sua utilização nas grandes lavouras,
os indígenas foram submetidos à escravidão pelos portugueses a partir do ciclo
do açúcar. Num primeiro momento, como mão de obra principal. Depois, como mão
de obra secundária junto aos negros africanos.
5. (Unicamp 2019) Entre os séculos XVII e
XVIII, o nheengatu se tornou a língua de comunicação interétnica falada por
diversos povos da Amazônia. Em 1722, a Coroa exortou os carmelitas e os
franciscanos a capacitarem seus missionários a falarem esta língua geral
amazônica tão fluentemente como os jesuítas, já que em 1689 havia determinado
seu ensino aos filhos de colonos.
(Adaptado de José Bessa Freire, Da “fala boa” ao português na Amazônia
brasileira. Ameríndia, Paris, n. 8, 1983, p.25.)
Com base na passagem acima,
assinale a alternativa correta.
a) Os jesuítas criaram um
dicionário baseado em línguas indígenas entre os séculos XVI e XIX, que foi
amplamente usado na correspondência e na administração colonial nos dois lados
do Atlântico.
b) O texto permite compreender
a necessidade de o colonizador português conhecer e dominar a língua para poder
disciplinar os índios em toda a Amazônia durante o período pombalino e no
século XIX.
c) O aprendizado dessa língua
associava-se aos projetos de colonização, visando ao controle da mão de obra
indígena pelos agentes coloniais, como missionários, colonos e autoridades.
d) A experiência do nheengatu
desapareceu no processo de exploração da mão de obra indígena na Amazônia e em
função da interferência da Coroa, que defendia o uso da língua portuguesa.
Resposta:
[C]
A partir da expansão
territorial que proporcionou a colonização da região amazônica, Portugal
precisou estabelecer uma melhor comunicação entre colonizadores e colonizados,
visando a ampliação da dominação portuguesa. Nesse contexto, o aprendizado da
língua indígena pelos colonizadores era fundamental.
6.
(Ufrgs 2018) Leia o segmento abaixo, do
escritor indígena Ailton Krenak.
Os fatos e a história recente dos últimos
500 anos têm indicado que o tempo desse encontro entre as nossas culturas é um
tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um encontro entre as
culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa data e
num tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos
convivendo com esse contato desde sempre.
KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In: NOVAES, Adauto (org.). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia das Letras, 1999. p.
25.
Considerando a história indígena no Brasil,
a principal ideia contida no segmento é
a) negação da conquista
europeia na América, em 1500.
b) ausência de transformação
social nas sociedades ameríndias.
c) exclusão dos povos
americanos da história ocidental.
d) estagnação social do
continente sul-americano após a chegada dos europeus.
e) continuidade histórica do
contato cultural entre ocidentais e indígenas.
Resposta:
[E]
A explanação do escritor
indígena é bastante clara: desde o primeiro momento de contato, nunca mais a
relação cultural entre indígenas e brancos deixou de acontecer no Brasil,
sempre trazendo consequências para os dois lados.
7. (Espm 2018) A
colonização levou à exploração do trabalho indígena e foi responsável por muita
dizimação. É ainda na conta da colonização que se deve pôr o recrudescimento
das guerras indígenas, que, se já existiam internamente, eram agora provocadas
também pelos colonos, os quais faziam aliados na mesma velocidade com que
criavam inimigos. Havia nesse contexto índios aldeados e aliados dos
portugueses, e índios inimigos.
Uma das
atribuições dos índios aldeados era tomar parte nas guerras promovidas pelos
portugueses contra índios hostis e servir como povos estratégicos para impedir
a entrada de estrangeiros.
Os índios
aldeados e aliados foram mobilizados para expulsar os franceses de Villegagnon,
o qual, por sua vez se uniu a índios amigos que apoiaram a incursão francesa
na baía da Guanabara.
(Lilia Moritz Schwarcz. Brasil uma Biografia)
A respeito do texto é correto assinalar
que:
a) os indígenas aldeados e aliados dos portugueses, na guerra contra os
franceses de Villegagnon, eram os Tupinambás;
b) os indígenas aldeados e aliados dos portugueses, na guerra contra os
franceses de Villegagnon, eram os Araucanos;
c) os indígenas que apoiaram os franceses de Villegagnon foram os Tapuias;
d) os indígenas que apoiaram
os franceses de Villegagnon foram os Tupinambás;
e) os indígenas que apoiaram os franceses de Villegagnon foram os Charruas.
Resposta:
[D]
Os franceses, na fundação
da França Antártica, tiveram a ajuda dos Tamoios, nome pelo qual eram
conhecidos os Tupinambás que viviam na Guanabara.
8.
(Fuvest 2018) A respeito dos espaços
econômicos do açúcar e do ouro no Brasil colonial, é correto afirmar:
a) A pecuária no sertão
nordestino surgiu em resposta às demandas de transporte da economia mineradora.
b) A produção açucareira
estimulou a formação de uma rede urbana mais ampla do que a atividade aurífera.
c) O custo relativo do frete
dos metais preciosos viabilizou a interiorização da colonização portuguesa.
d) A mão de obra escrava
indígena foi mais empregada na exploração do ouro do que na produção de açúcar.
e) Ambas as atividades
produziram efeitos similares sobre a formação de um mercado interno colonial.
Resposta:
[C]
Uma das principais
características e consequências do Ciclo do Ouro no Brasil Colonial foi a
intensa interiorização da colonização, uma vez que as minas de ouro se
encontravam no interior da Colônia, em especial em Minas Gerais.
9. (Espm 2018) Leia o texto:
Por unanimidade o STF
(Supremo Tribunal Federal) negou pedido do governo de Mato Grosso em demanda
do estado contra indígenas.
(Folha de São Paulo; 17/08/2017)
A questão entre o Mato
Grosso e os indígenas era relativa:
a) ao pedido de indenização
reclamado pelo governo de Mato Grosso por causa de desapropriação de terras
incluídas na Reserva Raposa Terra do Sol;
b) à concessão de terras
mato-grossenses, pela FUNAI, aos índios pataxós, o que fez o governo do estado
reclamar a revogação da concessão;
c) ao pedido de indenização,
reclamado pelo governo de Mato Grosso, por causa de desapropriação de terras
incluídas no Parque do Xingu e em reservas ocupadas por índios nambiquaras e
parecis;
d) à disputa pelos territórios
da chamada Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (RENCA);
e) à disputa de territórios da
Reserva Indígena de Amambaí habitada por índios guarani e kaiowá.
Resposta:
[C]
Desde a determinação do
governo Dilma Roussef de obediência ao previsto na Constituição Federal de 1988
sobre o direito indígena às reservas de terra, disputas envolvendo os estados,
os grandes proprietários de terra e os indígenas ganharam a Justiça. Num dos
casos recentes mais polêmicos, o governo do Mato Grosso pleiteou junto à
Justiça uma indenização por terras devolutas a reservas indígenas no estado, o
que foi negado pela Justiça.
10.
(Unioeste 2017) Leia
as indicações abaixo sobre as questões indígenas no Brasil:
I
“Logo
que cheguei à província do Paraná, de que fui presidente pouco mais de sete
mezes, de 28 de setembro de 1885 a 4 de maio de 1886, tive que me avir com os
chamados índios de Guarapuava. Vagava pelas ruas de Curityba uma turma semi-nua
dessa gente, reclamando ferramentas, roupas, dinheiro, etc., e lamentando-se de
haverem sido maltratados por brasileiros e despojados de terras que lhe
pertenciam”.
TAUNAY, Visconde de. Entre os Nossos Índios. São Paulo: Melhoramentos.
1931, p. 84.
II
“A antropóloga
Manuela Carneiro da Cunha, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo,
argumenta que: essas reservas superlotadas, cujos recursos naturais não
permitem um modo de vida tradicional, são focos permanentes de conflitos,
suicídios e miséria. Contrastam tristemente com as aldeias Kaiowá, as tekoha,
cujo nome literalmente significa “o lugar onde vivemos segundo nossas regras
morais” (Folha de S. Paulo, 19 de
novembro de 2014). [...]
Na década de 1970,
a Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Rio Paraná, cobriu aproximadamente 60
aldeias Guarani em ambas as margens (do lado do Brasil e do Paraguai).
Reconhecendo parcialmente sua responsabilidade, o empreendimento binacional
devolveu aos Guarani menos de 1% das terras indígenas que foram alagadas. Essas
comunidades seguem sem terra, sem o reconhecimento concreto de seus direitos e
sem qualquer tipo de reparação. [...]
Apenas 34% dos
recursos destinados a ações, como a de demarcação dos territórios indígenas,
foram liquidados até 2014”.
RANGEL, Lúcia H. (Coord.). Violência contra os povos indígenas.
Relatório. Dados de 2014. Brasília: CIMI, 2015, p.18; 21, 36)
Sobre os indígenas
no Brasil, é INCORRETO afirmar.
a) A
presença indígena na sociedade brasileira a partir do século XIX teve suas terras
preservadas para que não ocorressem novas ações de dizimação como efetuadas no
que se denominou de América Portuguesa.
b) A
demora no processo de demarcação de territórios indígenas faz com que atos de
violência e sentimento de impunidade frente a essas ações sejam comuns em
diferentes regiões do País, inclusive no estado do Paraná.
c) A
existência de reservas e aldeias indígenas não garante a manutenção dessas
comunidades, ao contrário, muitas vezes expõe os limites de sua
autopreservação.
d) Atualmente,
as diferentes versões e interesses expressos nas disputas territoriais e sobre
as condições de vida dos indígenas ganham espaço nos meios de comunicação e nos
debates acadêmicos e escolares. Contudo, essa é uma questão que não avançou
muito na resolução dos conflitos e desigualdades desse processo.
e) Devido
à grande presença indígena na sociedade brasileira, as questões sobre violência
e conflitos em áreas de disputa indígena não ganham notoriedade política e
social como deveriam, uma vez que não se trata de um caso isolado e nem uma
comunidade específica.
Resposta:
[A]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
Somente a alternativa [A]
está correta. Não podemos afirmar que no século XIX teve uma política de
demarcação das terras indígenas. Mesmo na segunda metade do século XX, com a
criação de reservas indígenas, os nativos perderam muito de suas terras e não
conseguem manter seu estilo tradicional de vida, e, ainda assim, algumas
diferentes tribos ficaram na mesma reserva indígena. O excerto da estudiosa
Lúcia Rangel remete exatamente para esta ideia quando cita a construção da
usina hidrelétrica de Itaipu.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
A alternativa [A] contraria
todas as outras. Os textos I e II apresentam situações em que os indígenas
foram despojados de suas terras, tornando-os mais vulneráveis a situações que
podem fazer com que suas culturas desapareçam.
11. (Udesc 2017) “No Brasil, é comum
retratar as populações indígenas como meros resquícios de um passado cada vez
mais remoto, como os pobres remanescentes de uma história contada na forma de
uma crônica do desaparecimento e da extinção. Diversos povos sucumbiram ao
impacto fulminante do contato e da conquista, é verdade. Mas muitos conseguiram
sobreviver ao holocausto, recompondo populações dizimadas, reconstruindo suas
identidades, enfim, se ajustando aos novos tempos. Contribuem, hoje, para o
rico painel de diversidade cultural que é, sem dúvida alguma, o patrimônio mais
precioso deste país”.
MONTEIRO, John M. Armas e armadilhas: história e resistências dos
índios. In: NOVAES, Adauto (org.). A Outra margem do ocidente. São
Paulo: Companhia das Letras, p. 247.
Assinale a alternativa incorreta
sobre os povos indígenas no Brasil:
a) O Brasil é um país
pluriétnico, com dezenas de povos indígenas.
b) A Constituição de 1988
reconhece costumes, línguas, crenças e tradições indígenas, além dos direitos
originários sobre as terras que os índios tradicionalmente ocupam.
c) As populações indígenas não
estão desaparecendo, pelo contrário, estão em crescimento demográfico no
Brasil.
d) Guarani, Kaingang e Mapuche
são povos indígenas do Brasil.
e) Mesmo com a violência
sofrida ao longo da história do Brasil, os indígenas não foram vítimas passivas
dos colonizadores.
Resposta:
[D]
A população Mapuche não é
típica do Brasil, e sim do Chile.
12. (Ufrgs 2016) Considere as seguintes
afirmações sobre a história indígena no Brasil.
I. O letramento de índios
guaranis, nas reduções jesuíticas do sul do Brasil, foi fundamental na defesa
dos interesses territoriais indígenas, por ocasião das disputas entre as
monarquias ibéricas, durante o século XVIII.
II. A Bula do Papa Paulo
III, de 1537, ao reconhecer a possibilidade de conversão dos índios americanos
à fé católica e ao interditar sua escravização, colocou fim à exploração da mão
de obra indígena na América.
III. A independência do
Brasil acarretou discussões a respeito da política indigenista, o que
consolidou medidas legislativas que reconheciam o direito dos índios à terra, presente
na Constituição de 1824.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
Resposta:
[A]
A afirmativa [II] está incorreta porque a escravidão indígena
foi prática presente durante todo o processo de colonização da América
Espanhola;
A afirmativa [III] está incorreta porque apenas a partir da
Constituição de 1988 a questão dos direitos indígenas passou a receber atenção
no Brasil.
13. (Enem PPL 2018) A expedição que alcançava a
foz do Rio Mucuri era liderada por Teófilo Benedito Ottoni (1807-1869),
empresário e político mineiro, que lá pretendia abrir um porto para ligar Minas
ao mar. A localidade de Filadélfia era a materialização desse sonho. O nome
escolhido era, ao mesmo tempo, uma homenagem à cidade símbolo da independência
dos Estados Unidos e um manifesto de adesão a ideais igualitários. Essa
filosofia também transparecia na relação com os índios, com os quais o político
mineiro procurou negociar a ocupação do território em troca do respeito ao que
hoje chamaríamos de reserva.
ARAÚJO, V. L. Uma utopia republicana. Revista de História da
Biblioteca Nacional, n. 67, abr. 2011 (adaptado).
Um elemento que
caracterizou, no âmbito da sociedade monárquica, o projeto inovador abordado no
texto foi
a) introduzir o protestantismo
como mecanismo de integração social.
b) ampliar a cidadania para
integrar os grupos autóctones da região.
c) aceitar os aborígenes como
mão de obra do empreendimento.
d) reconhecer os nativos para
discutir a forma de ocupação do terreno.
e) incorporar a doutrina
liberal como fundamento das relações citadinas.
Resposta:
[D]
O texto é bem claro ao
destacar que “o político mineiro procurou
negociar a ocupação do território em troca do respeito ao que hoje chamaríamos
de reserva”. Logo, houve o reconhecimento do direito indígena de discutir a
divisão do território brasileiro.
14.
(Fgv 2018) Encontro,
teoricamente inexplicável, de dois fenômenos que deveriam em princípio
repelir-se um ao outro: o Mercantilismo e a Ilustração. Entretanto, ali estavam
eles juntos, articulados, durante todo o período pombalino.
FALCON, F. J. C., A época
pombalina. São Paulo: Ática, 1982, p. 483.
Entre as medidas
implementadas durante o período em que o Marquês de Pombal foi o principal
ministro do rei português D. José I, é correto apontar:
a) A
anistia aos mineradores da colônia que possuíam débitos tributários com a
metrópole portuguesa.
b) A
implementação de medidas liberalizantes e a extinção das companhias de comércio
monopolistas.
c) O
estabelecimento do Diretório dos Índios, que significou uma tentativa de
enfraquecer o poder dos jesuítas.
d) A
intensificação das perseguições aos judeus e cristãos-novos bem como o
fortalecimento do Tribunal do Santo Ofício.
e) O
fortalecimento da nobreza e do clero em detrimento dos setores financeiros e
mercantis da sociedade portuguesa.
Resposta:
[C]
Somente a alternativa [C]
está correta. Na história portuguesa nada é mais paradoxal do que o período
Pombalino, 1750-1777, o ministro do rei José I foi liberal em relação a
Portugal, porém foi mercantilista em relação ao Brasil. Suas reformas visavam
modernizar o Estado Português que estava em grave crise econômica e, ao mesmo
tempo, criou impostos para a colônia como a derrama, expulsou os jesuítas de
Portugal e do Brasil e proibiu definitivamente a escravidão indígena na
colônia.
15.
(Ufrgs 2018) Após a Conquista da
América, o governo espanhol implementou a “encomienda”, um sistema de exploração
do trabalho indígena em benefício da emergente elite conquistadora.
Assinale a alternativa que indica
características da "encomienda".
a) Divisão do território
conquistado em pequenas propriedades a serem trabalhadas de forma conjunta por
ameríndios e espanhóis.
b) Escravização comercial dos
ameríndios através do incentivo ao tráfico transatlântico de cativos indígenas,
organizado pelo Coroa espanhola.
c) Permissão para a utilização
do trabalho compulsório indígena e extração de tributos dos ameríndios por
parte dos espanhóis.
d) Implementação de grandes
propriedades rurais onde estava formalmente proibida a utilização do trabalho
compulsório indígena.
e) Consolidação de relações
laborais, baseadas na adoção do trabalho assalariado como forma mais comum de
exploração da mão de obra ameríndia.
Resposta:
[C]
A encomienda era a
concessão de um número variável de indígenas pagadores de tributos a um
encomiendeiro, em geral soldados espanhóis. A prática visava regulamentar o
trabalho indígena na Colônia espanhola.
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
Para responder à(s) questão(ões), considere o texto abaixo.
Se a obra historiográfica de Sérgio Buarque de
Hollanda foi um olhar para o passado brasileiro a partir da História de São Paulo
(as monções, as entradas e bandeiras, os caminhos e fronteiras) entre a
generalidade do ensaio, em Raízes do Brasil, e a sistematização acadêmica de sua produção na USP, a cidade do Rio
de Janeiro funda um universo poético e um horizonte criativo inteiramente novos
em Chico Buarque, no cruzamento das atividades do “morro” (o samba, sobretudo)
com as da “cidade” (A Bossa Nova e a vida intelectual do circuito Zona Sul).
FIGUEIREDO,
Luciano (org). História do Brasil para ocupados.
Rio de Janeiro:
Casa da Palavra, 2013, p. 451.
16.
(Puccamp 2018) As
entradas e bandeiras, durante o Período Colonial, foram expedições
a) contratadas
pelos donatários das capitanias, a fim de mapear as populações indígenas que
habitavam a região e instalar missões e aldeias visando à sua pacificação,
etapa indispensável para o sucesso do empreendimento colonial.
b) idealizadas
por autoridades coloniais e pelos primeiros moradores instalados na Vila de São
Paulo, com o objetivo principal de combater os colonizadores espanhóis que
vinham desrespeitando os limites do Tratado de Tordesilhas e tomando-lhes as
minas de ouro e prata.
c) planejadas
pelos brancos colonizadores, empreendedores particulares ou encarregados da
Coroa, compostas de dezenas de índios e mestiços contratados para desbravar o
“sertão” e viabilizar rotas comerciais de minérios, especiarias e gado entre as
isoladas vilas do interior.
d) articuladas
e executadas pelos bandeirantes, a mando da Coroa, da Igreja Católica ou por
iniciativa própria, a fim de assegurar o controle português das minas de ouro e
o plantio em terras férteis, dizimando índios hostis e fundando vilas
jesuíticas para o branqueamento da população.
e) organizadas
e financiadas, respectivamente, pela Coroa Portuguesa e por particulares, em
busca de metais preciosos, do apresamento de indígenas e da efetivação da posse
das terras por colonizadores portugueses.
Resposta:
[E]
Ocorridas num mesmo
contexto de expansão territorial, as entradas – organizadas pela Coroa – e as
bandeiras – organizadas pelos senhores de engenho – tinham como finalidade o
achamento de novas fontes de lucro e o apresamento indígena.
17. (Ufu 2017) Refiro-me à destruição que
pudemos fazer da grande metros) e velha maloca taracuá
[...] Sabe V. Rvma. que para o índio a maloca é cozinha, dormitório,
refeitório, tenda de trabalho, lugar de reunião na estação de chuvas e sala de
dança nas grandes solenidades. [...] A maloca é também, como costumava dizer o
zeloso dom Bazola, a “casa do diabo”, pois que ali se fazem as orgias
infernais, maquinam-se as mais atrozes vinganças contra os brancos e contra
outros índios...
Monsenhor Pedro Massa, início século XX. In: ZENUN, K. H. e ADISSI, V.
M. A. Ser índio hoje: a tensão territorial. 2. ed. São Paulo: Loyola,
1999, p. 70. (Adaptado).
Com a chegada dos europeus
ao continente americano, teve início a subjetivação da figura do índio,
delineando-se, gradativamente, a imagem do nativo ocioso, preguiçoso,
indisciplinado e desorganizado. Esse ponto de vista atravessou
séculos e sobrevive em nossos dias.
Dessa maneira, de acordo
com a citação, derrubar a maloca seria uma ação necessária, pois a moradia
indígena representava o(a)
a) tradição da cultura pagã que
contrariava os planos de conversão e domínio espiritual.
b) baluarte de expressão da
organização tribal, influência do contato com a cultura africana.
c) símbolo de superioridade da
cultura indígena, quando comparada à europeia.
d) obstáculo que impedia o
trabalho de catequese no espaço conhecido como reduções.
Resposta:
[A]
Somente a proposição [A]
está correta. A questão aponta para o etnocentrismo. Com a chegada à América do
europeu, homem branco e cristão, a cultura ameríndia foi concebida a partir do
olhar europeu e, desta forma, os índios foram rotulados de selvagens, bárbaros,
vagabundos, indisciplinados, sem fé e sem valores, etc. Daí a necessidade da
catequese, converter estes homens á civilização cristã ocidental, trabalho
desempenhado pelos padres jesuítas.
18.
(Uece 2017) Leia
atentamente os seguintes excertos:
“[...] uma das
principais causas da dizimação dos índios, afora as doenças trazidas pelos
europeus, foram os massacres e a eliminação deliberada dos nativos pelos
portugueses. Isso resultou no fato de que apenas aproximadamente 300.000
índios, cerca de 5 por cento dos 6 milhões que compunham a população indígena
em 1500, sobreviveriam para as “comemorações” dos quinhentos anos da chegada de
Cabral a suas terras”.
JANCSÓ, István (Coord.) Rebeldes brasileiros – homens e mulheres que
desafiam o poder. São Paulo: Casa Amarela, [s.d.]. fasc. 9. p. 261
(Caros amigos)
“Entre os dias 26
de março e 22 de abril [de 2016], os indígenas Aponuyre, Genésio, Isaías e
Assis Guajajara, todos da Terra Indígena (TI) Arariboia, no Maranhão, foram
assassinados. Com pouca fiscalização e sem sinal de investigação dos culpados,
os indígenas Guajajara que vivem na área – já demarcada e habitada também por
índios Awá isolados – sofrem com a constante pressão de madeireiros e temem por
sua segurança”.
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPT. Em um mês, quatro indígenas
Guajajara foram assassinados no Maranhão. Publicado em 27 de abril de 2016.
Acessado em 11 de maio de 2017.
Disponível em: https://www.cptnacional.org.br/index.php/publicacoes/noticias/conflitos-no-campo/3191-em-um-mes-quatroindigenas-guajajara-foram-assassinados-no-maranhao
Considerando os
excertos acima, é correto afirmar que
a) os
conflitos que ainda ocorrem entre indígenas e população não indígena se dão
exclusivamente pela ação predatória, promovida pelos índios, sobre os recursos
naturais protegidos por lei.
b) as
tensões geradoras dos massacres e a dizimação da população nativa brasileira
ainda perduram nos tempos atuais, apesar da atual proteção do Estado sobre as
populações indígenas.
c) o
interesse dos capitalistas em obter maiores lucros com a exploração da terra
dos índios e de seus recursos nunca foi motivação para os conflitos que
dizimaram e ainda diminuem a população indígena.
d) os
eventos de violência contra a população indígena, em diversas áreas do país, se
dão porque essa população não é aceita pelo Estado quando tenta integrar-se ao
modelo social, justo e inclusivo, do mundo civilizado.
Resposta:
[B]
Apesar de a Constituição de
1988 amparar as populações indígenas, garantido, inclusive, seu direito à posse
das terras que já habitam, o Estado brasileiro ainda se mostra incapaz de
proteger as populações indígenas, em especial nas áreas com grande presença de
madeireiros.
19. (Pucrj 2017)
As pinturas acima foram
produzidas no século XVII por Albert Eckhout, um dos estudiosos que esteve no
nordeste brasileiro na corte de Maurício de Nassau, durante a ocupação
holandesa. Elas são representações de algumas mulheres encontradas na colônia:
a mulher tapuia, a mulher tupi, a mameluca e a mulher negra, respectivamente.
A partir de tais referências, assinale a alternativa INCORRETA.
A partir de tais referências, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O contraste entre a mulher
tupi e a mulher tapuia sugere que o colonizador mantinha diferentes formas de
se relacionar com os indígenas.
b) O contraste entre as
vegetações são representações fidedignas dos lugares onde essas mulheres eram
encontradas.
c) O contraste entre
vestimentas das mulheres tupi e mameluca sugere que o colonizador identificava
diferenças culturais entre elas.
d) A presença de crianças na
representação das mulheres tupi e negra alude à maternidade e poderia ser lida
como a possibilidade de reprodução da mão de obra.
e) As imagens são
representações da experiência dos holandeses e de suas intenções colonizadoras.
Resposta:
[B]
Não existe, pelo menos não
de maneira aparente, nenhum grande contraste nas vegetações representadas nas
quatro imagens. Logo, podemos deduzir que ambos os tipos eram encontrados no
cotidiano dos holandeses.
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
“O
Descobrimento da América, no quadro da expansão marítima europeia, deu lugar à
unificação microbiana do mundo. No troca-troca de vírus, bactérias e bacilos
com a Europa, África e Ásia, os nativos da América levaram a pior. Dentre as
doenças que maior mortandade causaram nos ameríndios estão as 'bexigas', isto
é, a varíola, a varicela e a rubéola (vindas da Europa), a febre amarela (da
África) e os tipos mais letais de malária (da Europa mediterrânica e da
África). Já a América estava infectada pela hepatite, certos tipos de
tuberculose, encefalite e pólio. Mas o melhor 'troco' patogênico que os
ameríndios deram nos europeus foi a sífilis venérea, verdadeira vingança que os
vencidos da América injetaram no sangue dos conquistadores. Traços do trauma provocado
por essas doenças parecem ter-se cristalizado na mitologia indígena. Quatro
entidades maléficas se destacavam na religião tupi no final do Quinhentos:
Taguaigba ('Fantasma ruim'), Macacheira ou Mocácher ('O que faz a gente se
perder'), Anhanga ('O que encesta a gente') e Curupira ('O coberto de
pústulas'). É razoável supor que o curupira tenha surgido no imaginário tupi
após o choque microbiano das primeiras décadas da descoberta.”
Luiz Felipe de Alencastro. “Índios perderam a
guerra Bacteriológica”.
Folha de S. Paulo, 12.10.1991, p. 7. Adaptado.
20. (Pucsp 2017) O texto sugere que o
surgimento do Curupira, no imaginário tupi do final do século XVI, pode ser
explicado como uma
a) tentativa de descobrir
formas de cura para doenças até então desconhecidas pela população nativa.
b) narrativa voltada a
assustar as crianças, que associavam as doenças aos conquistadores vindos da
Europa.
c) disposição de analisar e
compreender, de forma lógica e racional, a relação entre vencidos e
conquistadores.
d) representação simbólica da
mortandade provocada pelas doenças pustulentas trazidas pelos conquistadores.
Resposta:
[D]
Somente a proposição [D]
está correta. Nesta guerra bacteriológica parece que os nativos ficaram
traumatizados com tantas doenças e isso ficou materializado na mitologia
indígena surgindo entidades maléficas como o Curupira. A etimologia da palavra
“curupira” pode ter tido origem do tupi-guarani kuru'pir, que significa
“corpo coberto de pústulas”. Mas, há outra explicação para justificar o
surgimento do nome é a de que curu seria uma contração de curumim,
“menino” ou “criança”, e pira que significa “corpo” no idioma Tupi, ou
seja, curupira quer dizer “corpo
de menino”. A lenda do curupira
conta que o pequeno ser mitológico é um defensor da vida na floresta,
defendendo e protegendo a flora e a fauna.
21. (Enem 2016) Texto I
Documentos do século XVI
algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente
brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles
aplicado, mas as referências ao status
econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os
termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que
qualquer outro.
SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil:
a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).
São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
Texto II
Índio é um conceito
construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados
pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o
indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões
terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás
e os astecas.
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos.
São Paulo: Contexto, 2005.
Ao comparar os textos, as
formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período
analisado, são reveladoras da
a) concepção idealizada do
território, entendido como geograficamente indiferenciado.
b) percepção corrente de uma
ancestralidade comum às populações ameríndias.
c) compreensão etnocêntrica
acerca das populações dos territórios conquistados.
d) transposição direta das
categorias originadas no imaginário medieval.
e) visão utópica configurada a
partir de fantasias de riqueza.
Resposta:
[C]
Ao desprezarem a
diversidade cultural indígena, os europeus que chegaram ao continente americano
demonstram seu etnocentrismo, que se manifesta tanto na linguagem que utilizam,
quanto nas atitudes que tomam nesses novos territórios.
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto para responder
à(s) questão(ões) a seguir.
Prova da barbárie e, para
alguns, da natureza não humana do ameríndio, a antropofagia condenava as tribos
que a praticavam a sofrer pelas armas portuguesas a “guerra justa”.
Nesse contexto, um dos
autores renascentistas que escreveram sobre o Brasil, o calvinista francês Jean
de Léry, morador do atual Rio de Janeiro na segunda metade da década de 1550 e
quase vítima dos massacres do Dia de São Bartolomeu (24.08.1572), ponto alto
das guerras de religião na França, compara a violência dos tupinambás com a dos
católicos franceses que naquele dia fatídico trucidaram e, em alguns casos,
devoraram seus compatriotas protestantes:
“E o que vimos na França
(durante o São Bartolomeu)? Sou francês e pesa-me dizê-lo. O fígado e o coração
e outras partes do corpo de alguns indivíduos não foram comidos por furiosos
assassinos de que se horrorizam os infernos? Não é preciso ir à América, nem
mesmo sair de nosso país, para ver coisas tão monstruosas”.
(Luís Felipe Alencastro. “Canibalismo deu pretexto para escravizar”.
Folha de S.Paulo, 12.10.1991. Adaptado.)
22. (Unesp 2016) A partir do texto e de seus
conhecimentos, é correto afirmar que
a) as experiências de
canibalismo relatadas tinham significados opostos, pois representavam, entre os
tupinambás, a rejeição ao catolicismo e, entre os franceses, a adesão à Igreja
de Roma.
b) o calvinista francês
acusava os colonizadores portugueses de aceitar o canibalismo dos tupinambás,
pois a prática fazia parte da tradição religiosa católica.
c) o calvinista francês
defendia a tolerância ao canibalismo, pois o considerava uma forma adequada de
derrotar e submeter os inimigos religiosos.
d) as experiências de
canibalismo relatadas tinham origem diversa, pois representavam, entre os
tupinambás, um ritual religioso e, no caso dos franceses, vingança.
e) as experiências de
canibalismo relatadas mostram que a antropofagia era prática religiosa comum na
América e na Europa e, em virtude disso, os colonizadores erravam ao condenar
os tupinambás.
Resposta:
[D]
O texto retrata duas
ocorrências diferentes de canibalismo: (1) os rituais religiosos antropofágicos
promovidos pelos tupinambás brasileiros e (2) a vingança proporcionada pelos
católicos aos protestantes na França. Basicamente, a maior diferença entre eles
é que, no caso indígena, a explicação para tal ato é cultural, e não meramente
um impulso humano.
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