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1. [...] a década
de 1970 começou repressiva, sanguinária e careta. [...] Os poucos heróis que
tentavam fazer a guerrilha foram se isolando, sem respaldo, nem dos camponeses,
nem do proletariado. O país estava triste e ufanista ao mesmo tempo. [...]
Quando,
em 1975, o jornalista Vladimir Herzog foi torturado até a morte e os militares
tentaram fazer valer a versão de um suicídio, a oposição começou a pegar fogo
outra vez.
(Maria Rita Kehl. “As duas décadas dos anos 70”. In:
Anos 70: trajetórias, 2005.)
a) Explique a afirmação “O
país estava triste e ufanista ao mesmo tempo”.
b) Caracterize
e exemplifique a transformação que o texto sugere ocorrer no cenário interno
brasileiro após 1975.
Resposta:
a) A tristeza
pode ser explicada pela repressão imposta pelo AI-5 e o ufanismo foi resultado
da maciça propaganda do Governo Militar sobre as benesses de ser brasileiro, a
partir, principalmente, do Milagre Econômico.
b) A
transformação é a volta à ativa da oposição político-social ao Regime Militar.
Tal volta foi caracterizada por uma mobilização parlamentar e popular contra o
Regime. Podemos citar como exemplos disso a Passeata dos Cem Mil e a proposta
de reabertura do Regime pelos próprios militares nos governos de Geisel e
Figueiredo.
2. “A acusação de ‘violência’
ou ‘terrorismo’ sem demora tem um significado negativo. Esse termo tem
adquirido uma nova roupagem, uma nova cor. (...) Hoje, ser ‘violento’ ou ser
‘terrorista’ é uma qualidade que enobrece qualquer pessoa honrada, porque é um
ato digno de um revolucionário, engajado na luta armada contra a vergonhosa
ditadura militar e suas atrocidades”.
MARIGHELLA, Carlos, Manual do
Guerrilheiro Urbano, 1969 (adaptado).
A proibição de canais
legais de participação política e o aumento da repressão, durante a Ditadura
Civil-Militar, fez com que a oposição ao regime se reorganizasse para a luta
armada, fomentando o surgimento de vários grupos de guerrilha urbana. Carlos
Marighella liderou um dos grupos mais atuantes, formado por estudantes e por
políticos na clandestinidade.
Sobre essa temática, faça o
que se pede.
a) Cite o grupo de
guerrilha liderado por Marighella, discorrendo sobre sua vinculação política e
suas principais ações.
b) Aponte uma medida de
repressão legal e outra de ordem policialesca, tomadas pelo governo militar
para sufocar a guerrilha urbana.
Resposta:
a) Aliança Libertadora
Nacional, ALN, foi o grupo guerrilheiro em que Carlos Marighella atuou, surgiu, em 1967, como um
importante agente de resistência à ditadura civil-militar. Marighella fundou o
referido grupo, vinculado politicamente às tendências de esquerda a partir de
sua dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Suas ações, em termos de
guerrilha urbana, centraram-se em assaltos a bancos, a carros e a trens
pagadores, sequestros de diplomatas e lutas armadas.
b) O AI-5, Ato Institucional Número 5, de
dezembro de 1968, pode ser entendido como uma medida de repressão legal previa
a fechamento do legislativo pelo executivo, suspensão dos direitos políticos,
intervenção federal em estados e municípios, etc. No que diz respeito à
repressão policialesca, o regime ditatorial utilizou-se da perseguição e da
prisão de indivíduos entendidos como subversivos, instituindo, em muitos casos,
práticas de torturas e até assassinatos.
3. [...] os romanos foram
bem-sucedidos em unificar as regiões por eles conquistadas. Isso não
significou, no entanto, que essa imensa área tenha deixado de possuir costumes
e organizações bem diferentes. [...] Especialmente no que diz respeito à
língua, o Império permaneceu dividido, e isso acabou influindo nas diferentes
culturas. Na prática, podem-se observar duas grandes áreas culturais, a
ocidental e a oriental. O lado ocidental adotou como língua o latim; no
oriental, o grego foi a língua mais difundida. [...]
Mais importante do
que a língua era a diversidade religiosa. A maioria dos povos da Antiguidade
era politeísta, o que significa que admitiam a existência de vários deuses.
Isso tornava mais fácil conviver com crenças diferentes, o que foi celebrado
com a construção do Panteão: um enorme edifício construído em Roma para ser
templo de todos os deuses.
(Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004.)
a) Cite dois fatores que
justifiquem a afirmação do texto de que “os romanos foram bem-sucedidos em
unificar as regiões por eles conquistadas”.
b) É
possível afirmar que a tolerância à diversidade religiosa no Império Romano era
limitada? Explique e exemplifique.
Resposta:
a) Podemos citar os
seguintes fatores: (1) os povos conquistados recebiam o direito à cidadania
romana e (2) todos os lugares conquistados por Roma recebiam a estrutura
político-administrativa aplicada pelo Estado Romano.
b) Como o texto afirma, o
politeísmo facilitava o entendimento entre os romanos e os povos conquistados
por eles. Mas podemos identificar a intolerância religiosa no Império Romano
para com o Cristianismo, que por ser uma religião monoteísta negava a divindade
dos Imperadores romanos, sendo considerada, por isso, inadequada.
O rei tirou-a da
bainha, enxugou-lhe a lâmina
Depois cingiu-a em
seu sobrinho Rolando
E então o papa a
benzeu.
O rei disse-lhe
docemente, rindo:
“Cinjo-te com ela,
desejando
Que Deus te dê
coragem e ousadia,
Força, vigor e
grande bravura
E grande vitória
sobre os infiéis.”
E Rolando diz, o
coração em júbilo:
“Deus mo conceda,
pelo seu digno comando.”
(La Chanson d’Aspremont, século XII. Apud Georges Duby. A
Europa na Idade Média, 1988.)
a) Qual é a cerimônia
medieval descrita no texto? Identifique dois versos do texto que contenham
elementos religiosos.
b) Qual é a relação entre o
rei e Rolando, personagens do poema? O que essa relação representa no contexto
do feudalismo?
Resposta:
a) Cerimonial de Armação de um cavaleiro
durante o contexto medieval denominado de Homenagem e Investidura. Os elementos
religiosos: “o papa a benzeu”, “que Deus te dê coragem”.
b) Relação de Suserania e Vassalagem tão
importante na Idade Média caracterizada pelo sistema feudal. O ritual de
Suserania e Vassalagem estabeleciam uma relação de compromisso mútuo e lealdade
entre suserano e vassalo.
5. A Índia exporta para a China vastas quantidades de
ópio, para cujo cultivo possui facilidades peculiares. O ópio pode ser
produzido em Bengala melhor e mais barato do que em qualquer outra parte do
mundo; e a China oferece um mercado quase que ilimitado em suas dimensões. O
gosto por essa droga espalhou-se pelo império, a despeito
das severas regulações para sua exclusão, e se diz que ele entrou no próprio
palácio. Não obstante o consumo desse estimulante pernicioso eventualmente ser
reprimido de um ponto de vista moral, é certo que ele promove diversos objetos
que são igualmente desejáveis tanto pela Índia como pela Inglaterra. A Índia,
ao exportar ópio, auxilia o fornecimento de chá à Inglaterra. A China, ao
consumir ópio, facilita as operações de receita entre a Índia e a Inglaterra. A
Inglaterra, ao consumir chá, contribui para aumentar a demanda por ópio indiano.
Edward Thornton, India,
its state and prospects. Londres: Parbury, Allen & Co., 1835.
Adaptado.
a) Indique como o texto caracteriza a cadeia
mercantil do ópio e qual sua importância para a economia inglesa do século XIX
e para as relações coloniais entre Grã-Bretanha e Índia.
b) Identifique e explique
um conflito posterior a 1835 que se relacione diretamente aos processos
descritos no texto.
Resposta:
a) Cadeia mercantil: a
Índia produzia chá (vendido para a Inglaterra) e ópio (vendido para a China).
Como dominava a Índia aos moldes de um protetorado, a Inglaterra lucrava com a
venda de ópio, intermediando o comércio.
b) A Guerra do Ópio,
conflito entre China e Inglaterra através do qual a China tentou impedir o
comércio de ópio no seu território.
6. O Dadaísmo foi,
principalmente, um movimento artístico de contestação e desencanto, alimentado
pelo impacto da Primeira Guerra Mundial. As intenções dos artistas que
participaram do movimento são intensificadas em ações orientadas para provocar
percepções das potências destrutivas e sem sentido do homem.
Discorra sobre as
características do movimento dadaísta e suas ideias de contestação.
Resposta:
Surgiu em 1916 em
Zurique o Movimento Dada, através da reunião de jovens artistas alemães e
franceses, convocados para o serviço militar em seus países. Isolados na Suíça,
estes artistas entendiam que a violência provocada pela Primeira Guerra Mundial
apontava para a crise da racionalidade humana. Desta forma, músicos,
poetas e atores misturavam propositalmente elementos de diferentes origens para
sabotar a lógica linear iluminista que justificaria a constituição de uma
estética formalista. Estavam se sentindo indignados, revoltados, agressivos de
um modo, contraditoriamente, pacíficos. Suas ações eram de ataque ao bom senso
e ao bom gosto. O movimento era orientado contra o capitalismo burguês e
pretendia atacar a arte tradicional. A arte tradicional, como um sistema de
dogmas religiosos e moralistas, tornou-se alvo de ataques dos artistas Dada.
7. O café passou a ser o produto das grandes fazendas
doadas em sesmarias, enquanto a corte portuguesa residia no Rio de Janeiro. Na
verdade, o café foi a salvação da aristocracia colonial. Foi também a salvação
da corte imperial cambaleante, que, assediada por rebeliões regenciais e
duramente pressionada a pagar pelas burocracias civil e militar necessárias
para consolidar o Estado, foi resgatada pelas receitas do café que afluíam para
a alfândega do Rio de Janeiro. Caso as condições de cultivo tivessem sido mais
favoráveis ao café nas distantes e rebeldes cidades do Recife, Porto Alegre ou
São Luís, seriam geradas forças centrífugas que teriam dividido o Brasil.
Warren Dean, A ferro e fogo. A história e a devastação da
Mata Atlântica brasileira, 1996.
Adaptado.
A partir do texto,
a) indique a localização geográfica da
cultura do café no Império do Brasil,mencionando qual foi sua maior zona
produtora;
b) caracterize a economia das províncias
que, entre 1835 e 1845, rebelaram-se contra o poder central
do Império.
Resposta:
a) Vale do Paraíba, na região Sudeste.
b) Bahia: agricultura. Pará: extrativismo. Rio Grande do Sul: pecuária.
Maranhão: agricultura. São Paulo: agricultura. Minas Gerais: agricultura.
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