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1.
Na década de 1970, o modelo produtivo
predominante no capitalismo brasileiro era o fordista. Contudo, na publicidade
veiculada em 1977, é possível identificar a transição para o modelo produtivo
subsequente.
A partir do anúncio publicitário, esse novo
modelo é caracterizado pela introdução de:
a) consumo de massa
b) linha de montagem
c) fabricação por demanda
d) produção com flexibilidade
Resposta:
[D]
O anúncio deixa claro que,
ao contrário do que ocorria nas produções em massa nas linhas de montagem, a
produção com flexibilidade dava ao consumidor a opção de escolher itens de série
nos modelos de carro, como o número de portas, o número de cilindros e a cor do
interior.
2.
Você sabe o quanto eu, sinceramente, detesto o tráfico de escravos, o
quanto acredito ser ele prejudicial ao país, o quanto desejo sua total cessão,
embora isso não possa ser feito imediatamente. As pessoas não estão preparadas
para isso, e até que seja feito, colocaria em risco a existência do governo, se
tentarmos fazê-lo repentinamente.
Correspondência de José Bonifácio ao
enviado britânico Henry Chamberlain, 1823. Citada em: MAXWELL, Kenneth. Por que
o Brasil foi diferente? O contexto da independência. In: MOTA, Carlos Guilherme
(org.). Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000).
Formação: histórias. São Paulo: Editora Senac, 2000, p.192 (adaptado)
A emancipação política do Brasil não significou uma ruptura total com a
ordem socioeconômica anterior, o que pode ser demonstrado pela permanência da
escravidão.
A respeito da questão escravista no I Reinado:
a) Apresente duas razões pelas
quais, de acordo com José Bonifácio, o fim do tráfico de escravos ameaçaria a
própria existência do governo.
b) Caracterize a política
inglesa em relação ao tráfico de escravos no Brasil.
Resposta:
a) Para
Bonifácio, o fim imediato do tráfico de escravos era uma ameaça porque (1) a
diminuição da mão de obra escrava geraria uma crise econômica no país e (2) a
elite brasileira, extremamente dependente dos escravos, poderia colocar-se
contra o governo.
b) A Inglaterra desenvolvia
uma política de defesa da abolição da escravatura desde o século XIX,
basicamente por três motivos, a saber: (1) interesse na exploração da África e,
devido a isso, interesse em que a mão de obra africana não saísse do
Continente, (2) interesse em diminuir a produção de açúcar do Brasil, para
abrir concorrência para o açúcar inglês produzido nas Antilhas no mercado
mundial e (3) interesse em transformar a mão de obra escrava em mão de obra
paga para ampliar o número de consumidores para seus produtos manufaturados.
3.
Na imagem acima (autoria desconhecida), soldados brasileiros se ajoelham
diante da imagem de Nossa Senhora da Conceição em 30 de maio de 1868, em
território paraguaio. Eles integravam as forças da Tríplice Aliança, que unia
Brasil, Argentina e Uruguai.
a) Identifique o conflito que
envolveu a Tríplice Aliança.
b) Aponte o impacto, para o fim
da escravidão no Brasil, da presença de negros, ao lado de brancos e mulatos,
nas tropas brasileiras que defenderam os países da Tríplice Aliança.
Resposta:
a) O
conflito é a “Guerra do Paraguai” (para os paraguaios foi a Guerra da Tríplice
Aliança). Segundo a visão brasileira, a guerra foi causada pela política
militarista e expansionista do Paraguai, que pretendia conquistar, à força, uma
saída para o mar, através do Rio da Prata.
b)
A presença de negros – na maioria escravos – nas fileiras do exército foi de
grande importância. Apesar do número inferior ao de brancos, a mortalidade de
negros foi muito maior. Muitos negros foram para a guerra alforriados ou com a
promessa de alforria. Acabada a guerra cria-se uma contradição em parcela
significativa da sociedade urbana, pois dentre os heróis que voltavam da
guerra, alguns eram negros. Tal condição contribuiu para o movimento
abolicionista, assim como o fato dos militares serem marginalizados pelo
império escravista.
4. Uma conjugação adversa foi responsável pelo Golpe
de 1964, que completou 50 anos. Podemos identificar diferentes fatores que
levaram à queda do governo João Goulart, como os de ordem econômica,
político-institucional, social, ideológica, assim como acontecimentos
deflagradores de ações reativas, tanto no plano civil como no militar, que
culminaram no golpe.
A partir da afirmativa acima:
a)
explique um
dos fatores que levaram à queda do governo João Goulart;
b)
identifique um
acontecimento deflagrador do Golpe de 1964.
Resposta:
a) O aluno poderá
explicar:
- A mudança estrutural do capitalismo
brasileiro pelo esgotamento do modelo de substituição de importações, o que
suscitou a emergência de outros projetos empresariais dentro do bloco
multinacional e associado, evidenciando interesses de setores civis no
afastamento do governo de Goulart.
- O crescente protagonismo das classes
trabalhadoras como agentes sociais ameaçando os privilégios das camadas médias.
- A desordem no sistema
político-institucional retirando bases de sustentação da presidência e
alarmando os setores conservadores da sociedade.
- O temor da instituição de um regime
comunista no Brasil em função de um quadro de radicalização ideológica durante
a Guerra Fria.
- Adesões de militares a ações de cunho
político-populares, acrescidas de afrontas à hierarquia, o que provocava nas
Forças Armadas uma inadmissível sensação de descontrole.
- A confiança, dentro de setores das
Forças Armadas, na sua capacidade para administrar o país, garantir a segurança
nacional e daí alavancar o desenvolvimento econômico do Brasil.
- A campanha de desestabilização do
governo Goulart por institutos de propaganda, como o IPES, que tinha penetração
nos setores médios da população.
- A indisposição do presidente Goulart
para um confronto decisivo com as oposições e, de outro lado, de liderar os
programas dos grupos radicais de esquerda.
- A proposta das Reformas de Base, em especial a
reforma agrária, que contrariava interesses dos setores latifundiários e que
foram vistos por muitos como uma radicalização do governo.
- A lei de limitação de remessas de lucros,
prejudicial ao capital estrangeiro.
b) O aluno poderá
identificar:
- O comparecimento do presidente
Goulart ao 1º Congresso Nacional de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas,
reunido em Belo Horizonte, em 17 de novembro de 1961, quando Francisco Julião,
líder das Ligas Camponesas, proclamou a célebre frase: “A reforma agrária será
feita na lei ou na marra”, o que caracterizaria a adesão do chefe da Nação a um
regime de esquerda radical.
- A ocupação de Brasília pelos
sargentos, em setembro de 1963, mostrando a fragilidade dos dispositivos de
segurança das Forças Armadas.
- O comício na Estrada de Ferro Central
do Brasil no Rio de Janeiro no dia 13 de março de 1964, quando o presidente
João Goulart lança o programa de reforma agrária e nacionalização das
refinarias de petróleo.
- A Marcha da Família com Deus pela
Liberdade, em São Paulo, no dia 19 de março de 1964, transmitindo a impressão
de repulsa maciça do povo brasileiro ao governo Goulart.
- A sublevação dos marinheiros, em 26
de março de 1964, quando a tropa não acatou a ordem do Ministro da Marinha
sobre a prisão dos dirigentes do movimento, enquanto o presidente Goulart
anistiava os insurgentes.
- O comparecimento do presidente João
Goulart à posse da nova diretoria da Associação dos Sargentos, no Automóvel
Club do Rio de Janeiro no dia 30 de março de 1964, parecendo demonstrar sua
adesão à subversão da hierarquia militar e aos radicais de esquerda.
- A invasão do Rio de
Janeiro pelas tropas lideradas pelo General Olímpio Mourão Filho em Março de
1964.
5.
No final de março de 1964, civis e militares se uniram para derrubar o
presidente João Goulart, dando um golpe de Estado, tramado dentro e fora do
país. Entre uma data e outra, 1964 e 1985, o Brasil passou por um turbilhão de
acontecimentos. A economia cresceu, alçando o país ao oitavo PIB mundial. Mas,
igualmente, cresceram a desigualdade e a violência social, alimentadas em boa parte
pela violência do Estado. A vida cultural passou por um processo de
mercantilização, o que não impediu o florescimento de uma rica cultura crítica
ao regime. Os movimentos sociais, vigiados e reprimidos, não desapareceram;
tornaram-se mais diversos e complexos, expressão de uma sociedade que não ficou
passiva diante do autoritarismo.
NAPOLITANO, Marcos. 1964:
História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014, p. 7-8
(Adaptado)
No ano de 2014, foram intensos os debates e discussões públicas sobre os
cinquenta anos do golpe militar, o qual deu início ao nosso último período
ditatorial, que se estendeu até 1985.
A respeito do processo político que levou ao golpe e a posterior
ditadura,
a) cite dois aspectos da crise
do governo João Goulart (1961-1964) que contribuíram para a sua queda.
b) aponte duas formas de
contestação ao regime militar que confirmam a ideia, expressa na citação de
Marcos Napolitano, de que a sociedade não foi impotente em relação ao poder
ditatorial.
Resposta:
a) Podemos citar: (1) a crise econômica do governo de Jango,
caracterizada por elevada inflação, o que gerava insatisfação em vários setores
da sociedade e (2) a forte oposição de setores conservadores da sociedade ao
Plano Trienal proposto pelo presidente.
b)
Podemos citar: (1) os movimentos estudantis, organizados, sobretudo, pela UNE e
(2) a cultura de oposição formada no teatro, no cinema e, principalmente, na
música popular brasileira.
6. A gravura abaixo se intitula A derrubada em massa e foi produzida em 1794 para defender o
programa revolucionário dentro e fora da França. À esquerda, um revolucionário
aciona uma máquina em cuja roda lê-se “Declaração
dos Direitos do Homem” e, acima da máquina elétrica, lê-se “Eletricidade republicana gerando nos
déspotas uma comoção que derruba seus tronos”. No cabo elétrico,
sucedem-se os impulsos “Liberdade,
Fraternidade, Unidade, Indivisibilidade da República” que derrubam dois
imperadores, vários reis e um papa.
Considerando esta gravura no contexto
revolucionário em que foi produzida:
a) identifique duas ações tomadas pelos
revolucionários, durante o período da Convenção Nacional (1792-1795), para
garantir a “unidade e indivisibilidade da República” contra os que julgavam
serem seus adversários internos;
b) explique por quais motivos o autor
da gravura representa o enfrentamento das coalizões europeias como uma guerra
universal contra todos os regimes despóticos.
Resposta:
a) O período da
Convenção Nacional ( 21 de setembro de 1792 a 1º. de outubro de 1795) começa
com a abolição da Monarquia e a instauração da Primeira República Francesa.
Neste período, a República Francesa conduzirá, ao mesmo tempo, uma guerra
revolucionária contra as coalizões europeias e uma guerra civil contra
realistas e federalistas, qualificados de "contrarrevolucionários". A
percepção de que a pátria e a república estavam em perigo levou os republicanos
a tomarem um conjunto de medidas para enfrentar os "inimigos da
revolução" como as insurreições federalistas contra Paris, os levantes
realistas contra o regime republicano (Vendéia e Lyon) e a penúria, a carestia
e a crise econômica e social. As medidas concretas tomadas para enfrentar os
riscos da divisão interna foram:
- A criação do Tribunal Revolucionário
(março de 1793), que julgava os opositores da República e não permitia nenhum
tipo de recurso às decisões que emanava. Durante o período do Terror, este
tribunal emitiu cerca de 5.342 sentenças, das quais mais da metade resultaram
na pena de morte.
- A reorganização dos exércitos (agosto
de 1793) e a imposição do alistamento em massa para todos os homens
celibatários entre 18 e 25 anos, aumentando os efetivos e incorporando
batalhões de voluntários que agora integram um exército que aos poucos é
"nacionalizado".
- O decreto da "Lei dos
Suspeitos" (setembro de 1793), pela qual o clero refratário é declarado
suspeito, parentes da nobreza emigrada são aprisionados ou eliminados e membros
da nobreza em geral são indiciados e presos.
- A proclamação do "governo
revolucionário" (outubro de 1793), suspende a aplicação da constituição de
1793 e as liberdades individuais são suspensas até o "retorno da
paz". A tomada de decisão é centralizada e as decisões da Convenção são
aplicadas de imediato.
- A repressão à guerra da Vendéia
(1793-1796), que explodiu como reação ao recrutamento obrigatório no exército
revolucionário decretado pela Convenção Nacional, à perseguição do clero e à
imposição de novos impostos para custear as despesas militares na contenção das
invasões dos exércitos coligados externos. Estas e outras medidas que possam
ser citadas pelos candidatos estão incluídas no Regime do Terror (1793-1794),
período caracterizado pelo predomínio político dos membros do Comitê de
Salvação Pública (liderados por M. Robespierre) que adotaram um programa
repressivo contra os adversários da República Jacobina.
- A execução do rei Luis XVI e de alguns membros da
família real.
b) A segunda parte
da questão solicita ao candidato que se refira ao processo de expansão
revolucionária decorrente da decisão de enfrentar a Primeira Coalizão (1793-97)
das monarquias europeias, criada após o julgamento e a execução de Luís XVI
(janeiro de 1793). O contexto de produção da gravura é marcado pela
internacionalização da guerra revolucionária, que passa a se apresentar como
uma oposição entre duas ordens políticas e sociais opostas: a da França
republicana e revolucionária (com os seus valores destacados nas legendas
dentro da gravura) e a da Europa do Antigo Regime (representada pelos soberanos
em queda). Fizeram parte desta Primeira Coalizão os impérios austríaco e russo;
os reinos da Prússia, da Espanha, de Portugal, de Nápoles, Sardenha e Sicília;
a Grã Bretanha as Províncias Unidas e os realistas franceses emigrados. Neste
contexto, em 1793, o Comitê de Salvação Pública tomou uma decisão grávida de
consequências: anexar os territórios conquistados fora da França, implantando
neles a nova ordem republicana. O candidato, para referir-se a este processo de
internacionalização/expansão da guerra revolucionária que motivou o autor da
gravura a produzir aquela sátira política, poderá referir-se à expansão dos
ideais revolucionários, seja em termos das conquistas militares, seja em termos
da difusão das ideias revolucionárias operadas em decorrência da guerra.
Vídeo com dicas e resolução de questões da Uerj
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Obrigada! Me ajudou muito
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