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1. (Fuvest 2014) Observe estes mapas:
a) Identifique duas diferenças
significativas entre os mapas, quanto à forma de representação cartográfica.
b) Qual era o principal objetivo de cada
mapa, considerando os diferentes contextos históricos em que foram criados?
Resposta:
[Resposta do ponto de
vista da disciplina de Geografia]
a)
As diferenças significativas quanto à representação cartográfica são: a primeira refere-se à
utilização de tecnologias distintas,
uma vez que, em 1519, as técnicas de produção de mapas eram rudimentares e
envolviam principalmente a observação visual. O mapa de 2009 já conta com recursos mais sofisticados como
projeção cartográfica, escala, legenda e divisão política. A segunda diferença
é quanto ao conhecimento científico acumulado sobre o território. Em 1519, eram
escassos os conhecimentos sobre a vegetação brasileira, portanto, o mapa era
preenchido por ilustrações, muitas de viajantes. O mapa de 2009 apresenta os
principais tipos de vegetação do país em sua cobertura original, revelando
maior precisão quanto aos seus limites como resultado de estudos científicos
sistemáticos realizados por várias instituições como o IBGE e universidades.
b) No mapa de
1519, o principal objetivo no contexto de chegada do europeu é descritivo,
relatando o que é visualizado pelos conquistadores, para que tais informações
ilustrassem o imaginário europeu sobre as novas terras. Havia mais detalhes no
litoral, sendo um mapa mais imagético. O mapa de 2009 é temático em Geografia
Física, priorizando a distribuição da vegetação brasileira, já revelando um
conhecimento científico consolidado sobre o tema.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
a) Há várias
diferenças entre os dois mapas, tais como: escala, projeção, orientação e o
contexto histórico. O primeiro mapa de 1519 retrata o período Pré-Colonial,
1500-1530, com indicações precárias considerando o pouco conhecimento técnico
daquele contexto. O mapa expressa, principalmente, a visão dos viajantes
europeus pautados no visual. Das Grandes Navegações realizadas no século XV até
o Imperialismo e o Neocolonialismo do século XIX e início do século XX
ocorreram inúmeros avanços científicos. Desta forma, o mapa elaborado em 2009
já aponta para conhecimento sobre a vegetação brasileira e mais informações
sobre os limites territoriais.
b) O primeiro mapa insere-se no contexto dos
Estados Nacionais Europeus que necessitavam de recursos para manter os gastos
do Estado. Daí um caráter descritivo visando facilitar a exploração da
metrópole sobre a Colônia. O mapa de 2009, já amparado em um avanço cientifico,
retrata a vegetação brasileira mostrando as diferentes “paisagens naturais”.
2.
(Fuvest 2014) Após o Tratado de
Tordesilhas (1494), por meio do qual Portugal e Espanha dividiram as terras
emersas com uma linha imaginária, verifica-se um “descobrimento gradual” do
atual território brasileiro.
Tendo em vista o processo da formação
territorial do País, considere as ocorrências e as representações abaixo:
Ocorrências:
I. Tratado de Madrid (1750);
II. Tratado de Petrópolis
(1903);
III. Constituição da República
Federativa do Brasil (1988)/consolidação da atual divisão dos Estados.
Representações:
Associe a ocorrência com
sua correta representação:
1
|
I
|
II
|
III
|
a)
|
A
|
C
|
E
|
b)
|
B
|
C
|
E
|
c)
|
C
|
B
|
E
|
d)
|
A
|
B
|
D
|
e)
|
C
|
A
|
D
|
Resposta:
[A]
Trata-se da formação do
território brasileiro e da divisão política do país ao longo do tempo. O
Tratado de Madri ([I]/mapa A) corresponde à ampliação do território para áreas
a oeste do antigo Tratado de Tordesilhas. O Tratado de Petrópolis ([II]/mapa C)
refere-se à incorporação do Acre ao território brasileiro. A Constituição de
1988 ([III]/mapa E) determinou a atual divisão política do país com criação do
estado de Tocantins a partir do norte de Goiás, transformou os territórios de
Roraima e Amapá em estados e incorporou Fernando de Noronha a Pernambuco.
3.
(Fuvest 2014)
Em seu contexto de origem, o quadro acima
corresponde a uma
a) denúncia política das
guerras entre as populações indígenas brasileiras.
b) idealização romântica num
contexto de construção da nacionalidade brasileira.
c) crítica republicana à
versão da história do Brasil difundida pela monarquia.
d) defesa da evangelização dos
índios realizada pelas ordens religiosas no Brasil.
e) concepção de inferioridade
civilizacional dos nativos brasileiros em relação aos indígenas da América
Espanhola.
Resposta:
[B]
O pintor Victor Meirelles
pertence à Escola Romântica de Pintura. Um dos principais admiradores de sua
obra foi o Imperador Pedro II, que se tornou seu mecenas em um projeto de
construção da identidade nacional através de símbolos da nossa origem, como a
figura dos indígenas. O quadro Moema,
acima retratado, enquadra-se nesse contexto.
4.
(Fuvest 2014) A
República não foi uma transformação pacífica. Bem ao contrário. Para além da
surpresa provocada pelo golpe de Estado de 15 de novembro, seguiu‐se
uma década de conflitos e violências de toda ordem, na qual se sucederam as
dissensões militares, os conflitos intraoligárquicos, os motins populares, a
guerra civil, o atentado político contra a vida de um presidente da República.
No interior dessas lutas se forjou a transformação do Estado Imperial em Estado
Republicano, do Império Unitário em República Federativa, do parlamentarismo em
presidencialismo, do bipartidarismo organizado nacionalmente em um sistema de
partidos únicos estaduais. Forjou‐se
um novo pacto entre as elites e um novo papel para as forças armadas.
Wilma Peres
Costa. A espada de Dâmocles. São Paulo: Hucitec, 1996, p. 16.
a) Identifique e caracterize um episódio
conflituoso próprio dos primeiros anos da República no Brasil.
b) Explique o “novo papel
para as forças armadas” a que se refere o texto.
Resposta:
a) As revoltas da Armada
que ocorreram no Rio de Janeiro no contexto da República da Espada, 1889-1894.
Estes revoltas foram caracterizadas por conflitos entre o exército, que possuía
ideias republicanas, e a marinha que defendia ideias monarquistas. Também
ocorreu a Guerra de Canudos, no sertão da Bahia, com a destruição desta
comunidade. No Rio Grande do Sul ocorreu a Revolução Federalista entre os
maragatos e pica-paus.
b) Com a proclamação da
República em 1889 as forças armadas entraram em atrito. Desde o II Reinado,
1840-1889, o exército defendia a República enquanto a marinha defendia a
monarquia. No começo da República Velha, 1889-1930, principalmente na República
da Espada, 1889-1894, os militares foram para o governo (Deodoro e Floriano) e
entraram em conflito com a marinha através das Revoltas da Armada. Ao longo da
República Velha, os militares interferiram na política e atuou reprimindo
movimentos sociais como em Canudos e na Guerra do Contestado.
5.
(Fuvest 2014) Vivemos
numa forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao
contrário, servimos de modelo a alguns, ao invés de imitar outros. [...] Nela, enquanto no tocante às leis todos são
iguais para a solução de suas divergências privadas, quando se trata de
escolher (se é preciso distinguir em algum setor), não é o fato de pertencer a
uma classe, mas o mérito, que dá acesso aos postos mais honrosos; inversamente,
a pobreza não é razão para que alguém, sendo capaz de prestar serviços à
cidade, seja impedido de fazê‐lo
pela obscuridade de sua condição. Conduzimo‐nos
liberalmente em nossa vida pública, e não observamos com uma curiosidade
suspicaz [desconfiada]
a vida privada de nossos concidadãos,
pois não nos ressentimos com nosso vizinho se ele age como lhe apraz, nem o
olhamos com ares de reprovação que, embora inócuos, lhe causariam desgosto. Ao
mesmo tempo que evitamos ofender os outros em nosso convívio privado, em nossa
vida pública nos afastamos da ilegalidade principalmente por causa de um temor
reverente, pois somos submissos às autoridades e às leis, especialmente àquelas
promulgadas para socorrer os oprimidos e às que, embora não escritas, trazem
aos agressores uma desonra visível a todos.
Oração fúnebre
de Péricles, 430 a.C., in Tucídides. História da Guerra do Peloponeso.
Brasília: Editora UnB, 2001, p. 109. Adaptado.
a) Com base nas informações contidas no
texto, identifique o sistema político nele descrito e indique suas principais
características.
b) Identifique a cidade que foi a principal
adversária de Atenas na Guerra do Peloponeso e diferencie os sistemas políticos
vigentes em cada uma delas.
Resposta:
a) O texto de Péricles,
citado pelo historiador Grego Tucídides, faz referência à democracia ateniense
que foi criada por Clístenes em 509 ac. Péricles destaca o pioneirismo da
democracia ateniense exaltando que todos os cidadãos são iguais (isonomia) e
podem participar das decisões políticas. Vale ressaltar que todos os cidadãos
são iguais, porém mulher, escravos e estrangeiros não eram considerados
cidadãos.
b) Esparta, localizada na
Península do Peloponeso, possuía um governo aristocrático e militarizado
enquanto Atenas, localizada na Ática, imperava um regime democrático que se
ancorava na escravidão.
Construindo respostas em provas de História do Brasil.
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