1. Os processos de expansão da
economia mundial no final do século XIX abriram caminho para a política
imperialista com reflexos em áreas que permaneciam em regimes econômicos
incompatíveis com a modernização industrial.
Assinale
a alternativa que melhor identifica essa nova situação.
a) As industrializações alemã e japonesa ratificam o
processo de mundialização do capitalismo e os incentivos às transformações
industriais.
b) As
industrializações brasileira e norte-americana demonstram a capacidade de
ampliação dos mercados produtores.
c) As
industrializações italiana e portuguesa atestam as novas diretrizes das nações
industrializadas em direção aos mercados africanos.
d) As
industrializações indiana e francesa indicam o declínio da hegemonia inglesa no
cenário mundial.
e) As
industrializações argentina e mexicana que decorrem, em parte, desses processos
de transformação da economia mundial, tiveram como fator decisivo a revolução
agrária.
Olá Adilson!
O assunto dessa questão ainda será
comentado em sala, mas, já que você perguntou,
não há problema em dar uma “palhinha”.
Esse tipo de questão demonstra que as bancas gostam
de utilizar um “filtro” para selecionar uma camada superior de candidatos, isto é, inserem questões sofisticadas que seriam respondidas
por pouquíssimos alunos. Poucos professores de ensino médio ou cursinho comentariam
um assunto desse. Vamos lá...
Um autor americano, cujo nome é Barrington Moore
Jr, escreveu um livro chamado ” As origens
sociais da ditadura e da democracia: Senhores e camponeses na construção
do mundo moderno”. Nessa obra, ele divide os principais Estados do século XIX a partir da
história de seus grupos sociais, que ele denomina processos de modernização, ou
seja, passagem de uma sociedade agrária para as sociedades industriais.
Simplificando poderíamos considerar duas classes tradicionais (senhores e camponeses).
A partir da análise dessa história chegaríamos a três resultados:
1º situação: Nobresa (senhores) perdeu seu poder político e os camponeses são transformados em pequenos proprietários
ou trabalhadores urbanos. Segundo o autor, essas condições levariam a formação de uma sociedade marcada
pelo Capitalismo democrático.
Ex: Inglaterra, França e EUA ( nos EUA houve a
substituição das grandes propriedades por pequenas conhecida como “farmes”).
Obs: nos Eua não houve nobresa, logo, consideramos,
apenas, a questão da propriedade da terra.
2º situação: Nobresa (senhores) conservou certo
poder político e os camponeses foram extintos. Nesse caso, segundo o
autor, houve a formação de um capitalismo com características de ditadura.
Ex: Alemanha ( os Junkers – grandes proprietários
com influencia militar- mantiveram seu poder), Japão e Itália.
3º situação: A nobresa ( senhores) perdeu sua importância política e os
camponeses teriam permanecido como uma classe existente. Essas condições,
segundo o autor, contribuíram para o surgimento de ditaduras comunistas.
Ex: Rússia e China.
Embora o modelo de Moore Jr aparente certo
determinismo evolucionista, pode ser útil na compreensão de diferentes formas
de inserção industrial. Dessa forma escapamos da análise simplista que explica
a revolução industrial apenas a partir do modelo inglês. No caso alemão, por
exemplo, o autor usa o conceito de “revolução por cima”, normalmente denominado
em provas e livros didáticos como “via prussiana”
Pela explicação acima é possível concluir que o
modelo econômico vigente na industrialização alemã, japonesa e italiana era, em
grande parte, pautada pela manutenção de uma estrutura tradicional, que, mesmo assim, não impediu a
modernização e inserção desses países no expansionismo da economia mundial no
final do século XIX.
Espero ter ajudado!
Professor Arão Alves
Muito bom.
ResponderExcluir