A Revolução de 1930 marca, para muitos historiadores, o fim de uma ordem liberal-oligárquica e o início de um Estado nacional desenvolvimentista. Contudo, esse marco tem sido objeto de controvérsia, especialmente quanto à sua natureza como revolução, golpe ou transição pactuada.
Com base na bibliografia obrigatória e na historiografia relevante, redija uma dissertação de até 60 linhas que:
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Analise os fundamentos econômicos, políticos e sociais que permitiram a ascensão de Vargas ao poder;
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Discuta criticamente o caráter da Revolução de 1930 à luz do debate historiográfico contemporâneo;
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Avalie os efeitos da Revolução de 1930 na política externa brasileira até o fim da Segunda Guerra Mundial.
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A Revolução de 1930 constitui um marco de inflexão na história política brasileira. Vista ora como revolução modernizadora, ora como golpe de elites dissidentes, sua natureza e seus efeitos permanecem centrais no debate historiográfico. Para compreender sua complexidade, é preciso articular os fatores econômicos e sociais do pós-Primeira Guerra, as dinâmicas políticas da Primeira República e os desdobramentos institucionais da Era Vargas.
[Comentário: A introdução posiciona o candidato no centro do debate historiográfico, estabelecendo o problema interpretativo. Alta pontuação em Interpretação e Originalidade.]
Do ponto de vista econômico, a crise do café — intensificada pelo colapso de Wall Street em 1929 — desestabilizou o pacto oligárquico baseado na política de valorização do produto e no controle cambial. Setores urbanos industriais, especialmente em São Paulo, exigiam proteção e modernização do Estado, enquanto as oligarquias dissidentes, como a gaúcha, se insurgiam contra a alternância do "café com leite", rompida com a indicação de Júlio Prestes.
[Comentário: Aqui, o candidato demonstra domínio factual, articulando economia e política. Garante pontuação máxima em Conteúdo e Profundidade da Análise.]
Politicamente, a Revolução representou a ruptura com o monopólio da ordem oligárquica, embora não possamos falar de ruptura com essa ordem. Segundo Boris Fausto, o movimento não eliminou a elite agrária, mas a reconfigurou dentro de uma nova estrutura estatal. Já para Francisco Weffort, tratou-se de uma revolução no interior das elites, mas que, ao centralizar o poder no Executivo e ampliar a intervenção estatal, abriu espaço para novos sujeitos sociais.
[Comentário: A referência à historiografia, com uso comparativo, demonstra leitura crítica. Excelente pontuação em Interpretação e Coerência Argumentativa.]
Ricupero (2017) observa que a política externa de Vargas oscilou entre o pragmatismo e a busca por autonomia. No início, alinhou-se à Alemanha e à Itália para negociar vantagens comerciais, mas acabou aderindo aos Aliados durante a Segunda Guerra. A construção da Companhia Siderúrgica Nacional e a Missão Cooke ilustram como Vargas usou a diplomacia econômica para alavancar o desenvolvimento interno.
[Comentário: Excelente articulação entre política interna e PEB. O candidato cumpre o item 3 da questão com domínio e análise crítica, o que reforça a nota em Profundidade e Síntese.]
Assim, a Revolução de 1930 foi menos uma ruptura absoluta e mais uma transição hegemônica. O Brasil ingressou numa nova era política — de Estado centralizado e desenvolvimentista —, mas sem romper completamente com o passado oligárquico. O caráter ambíguo do movimento está, justamente, em sua capacidade de mudar as formas políticas preservando parte das estruturas sociais.
[Comentário: A conclusão retoma a tese com refinamento interpretativo. Demonstra maturidade analítica e respeito à estrutura dissertativa.]
Bons estudos,
Professor Arão Alves
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