TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
TEXTO PARA A(S) PRÓXIMA(S) QUESTÃO(ÕES)
Tornando da malograda espera do tigre, 1alcançou o capanga um casal de velhinhos, 2que seguiam diante dele o mesmo caminho, e conversavam acerca de seus negócios particulares. Das poucas palavras que apanhara, percebeu Jão Fera 3que destinavam eles uns cinquenta mil-réis, tudo quanto possuíam, à compra de mantimentos, a fim de fazer um moquirão*, com que pretendiam abrir uma boa roça.
- Mas chegará, homem? perguntou a velha.
- Há de se espichar bem, mulher!
Uma voz os interrompeu:
- Por este preço dou eu conta da roça!
- Ah! É nhô Jão!
Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinham por
homem de palavra, e de fazer o que prometia. Aceitaram sem mais hesitação; e
foram mostrar o lugar que estava destinado para o roçado. Acompanhou-os Jão Fera; porém, 4mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada, a qual ele esquecera um momento no afã de ganhar a soma precisa, que sem mais deu costas ao par de velhinhos e foi-se deixando-os embasbacados. ALENCAR, José de. Til.
* moquirão = mutirão (mobilização coletiva para
auxílio mútuo, de caráter gratuito).
1. Considerada no contexto histórico-social figurado no
romance Til, a brusca reação de Jão Fera, narrada no final do excerto,
explica-se
a) pela ambição ou ganância que, no período,
caracterizava os homens livres não proprietários.
b) por sua condição de membro da Guarda Nacional, que lhe
interditava o trabalho na lavoura.
c) pela indolência atribuída ao indígena, da qual era
herdeiro o “bugre”.
d) pelo estigma que a escravidão fazia recair sobre o
trabalho braçal.
e) pela ojeriza ao labor agrícola, inerente a sua
condição de homem letrado.
2. Leia o trecho do poema a
seguir.
– Essa cova em que estás,
com palmos medida,
é a cota menor
que tiraste em vida.
– É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
neste latifúndio.
– Não é cova grande.
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.
(MELO NETO, J. C. Morte e Vida
Severina. Universidade da Amazônia, NEAD – Núcleo de Educação à Distância.
p.21-13. Disponível em:
O poema trata da relação
entre o homem e a terra no Brasil. Com base nos conhecimentos sobre propriedade
e usos da terra, assinale a alternativa correta.
a) No decorrer do segundo
Reinado, a Lei de Terras, promulgada em 1850, possibilitou o livre acesso das
terras devolutas aos primeiros imigrantes europeus, garantindo-lhes a
sobrevivência.
b) Na Colônia, as terras doadas
como sesmarias garantiam privilégios aos senhores de engenho, mas restringiam a
prática de certas atividades econômicas.
c) No Império, formaram-se os
primeiros quilombos cuja propriedade dessas terras foi reconhecida legalmente
durante a primeira República.
d) Em 1964, João Goulart
realizou desapropriações das pequenas propriedades no entorno das metrópoles
para o cultivo de sobrevivência por parte dos trabalhadores.
e) No governo de Fernando
Henrique Cardoso (1995- 2002), retomou-se a política econômica de estatização
das propriedades agrícolas resultando em elevadas taxas de crescimento
econômico.
3.
Observe a obra O
jantar de Debret.
A sociedade patriarcal brasileira
retratada na imagem tem como características
a) a mobilidade social presente nas regiões
açucareiras e mineradoras, em que os escravos poderiam receber ou comprar sua
liberdade e serem aceitos pelo status quo desde que estabelecidos como
proprietários de terras ou negócios.
b) a herança cultural portuguesa e muçulmana,
presenciada no âmbito privado e não no público, em que o patriarca era o chefe
da família, visto que a Península Ibérica já havia sido de domínio mouro.
c) o controle dos grandes fazendeiros sobre
suas terras e regiões vizinhas, mais tarde observado também no coronelismo,
modelo político combatido após a Proclamação da República.
d) a extensão do poder do senhor de engenho
não somente sobre sua propriedade e empregados, mas também sobre sua família e
a região ao redor de suas terras.
e) a centralização na figura do pai, chefe
não somente da família, mas dos negócios e da política local, padrão do
nordeste açucareiro entre os séculos XVI e XVII, e do sudeste nos séculos XVIII
e XIX.
4. No início do século XVIII, a concorrência das Antilhas
fez com que o preço do açúcar brasileiro caísse no mercado europeu. Os
proprietários de engenho, em Pernambuco, para minimizar os efeitos desta crise,
recorreram a empréstimos junto aos comerciantes da Vila de Recife. Esta
situação gerou um forte antagonismo entre estas partes, que se acirrou quando
D. João V emancipou politicamente Recife, deixando esta de ser vinculada a
Olinda. Tal fato desobrigou os comerciantes de Recife do recolhimento de
impostos a favor de Olinda. O conflito que eclodiu em função do acima relatado
foi a
a) Revolta de Beckman.
b) Guerra dos Mascates. c) Guerra dos Emboabas.
d) Insurreição Pernambucana.
e) Conjuração dos Alfaiates.
5. Na edição de julho de 1818 do Correio Braziliense, o jornalista Hipólito José da Costa, residente em Londres, publicou a seguinte avaliação sobre os dilemas então enfrentados pelo Império português na América:
A presença de S.M. [Sua Majestade Imperial] no Brasil lhe dará ocasião para ter mais ou menos influência naqueles acontecimentos; a independência em que el-rei ali se acha das intrigas europeias o deixa em liberdade para decidir-se nas ocorrências, segundo melhor convier a seus interesses. Se volta para Lisboa, antes daquela crise se decidir, não poderá tomar parte nos arranjamentos que a nova ordem de coisas deve ocasionar na América.
Nesse excerto, o autor referia-se
a) aos desdobramentos da Revolução Pernambucana do ano
anterior, que ameaçara o domínio português sobre o centro-sul do Brasil. b) às demandas da Revolução Constitucionalista do Porto, exigindo a volta imediata do monarca a Portugal.
c) à posição de independência de D. João VI em relação às pressões da Santa Aliança para que interviesse nas guerras do rio da Prata.
d) às implicações que os movimentos de independência na América espanhola traziam para a dominação portuguesa no Brasil.
e) ao projeto de D. João VI para que seu filho D. Pedro se tornasse imperador do Brasil independente.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Sabe-se que os primeiros registros feitos pelos seres humanos eram marcados em paredes, folhas de palmeiras, tijolos de barro, tábuas de madeira. A primeira inovação foi o papiro, que tinha como matéria-prima uma planta. Depois ele foi substituído pelo pergaminho – feito de pele de animais –, que tinha maior durabilidade e que tornava a escrita mais fácil.
No século II, a partir do córtex de plantas, tecidos velhos e fragmentos de rede de pesca, os chineses inventaram o papel.
Em 1448, Johann Fust,
juntamente com Gutenberg, fundou a Werk der Buchei (Fábrica de Livros), onde
foi publicada a Bíblia de Gutenberg, livro que tinha 42 linhas. O aumento da
oferta de papel e o aprimoramento das técnicas de impressão em larga escala
ajudaram a consolidar o livro como veículo de informação e entretenimento.
Em 1971, a tecnologia
inovou o mundo da leitura com os e-books, livros digitais que podem ser lidos
em vários aparelhos eletrônicos. Disponível em:
. Acesso em: 14
fev. 17. (Parcial e adaptado.)
Diante disso, a(s) questão(ões)
a seguir abordarão o eixo temático “A Evolução do Livro: do pergaminho ao
e-book”.
6.
A Biblioteca Nacional do Brasil,
considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, é
também a maior da América Latina. O núcleo original de seu acervo é a antiga
livraria de D. José, cuja origem remonta às coleções de livros de D. João I e
de seu filho D. Duarte. Quando D. João VI e sua Corte chegaram ao Rio de Janeiro,
em consequência da invasão das tropas de Napoleão Bonaparte em Portugal,
trouxeram consigo parte da Biblioteca Nacional Portuguesa, que era composta por
cerca de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, estampas, moedas e
medalhas.
Disponível
em: . Acesso em: 5 mar. 17.
(Parcial e adaptado.)
Sobre o período e os
acontecimentos históricos referidos no texto, é correto afirmar que a
a) invasão das tropas napoleônicas em Portugal é um dos
exemplos do expansionismo francês ocorrido mesmo depois da obediência ao
Bloqueio Continental pela Coroa Portuguesa.
b) transferência da Família Real Portuguesa e de toda sua
Corte para o Brasil inaugura o processo de independência das colônias europeias
na América.
c) chegada da Família Real Portuguesa trouxe algumas
modificações ao Brasil, como a abertura da Biblioteca Nacional, a fundação do
Banco do Brasil e a passagem de Colônia a Reino Unido.
d) América Latina, no início do século XIX, viveu um
período de forte desenvolvimento cultural, com o estabelecimento de suas
primeiras bibliotecas e universidades.
e) Corte Portuguesa permaneceu no Brasil até a
Proclamação da República, em 1889, sendo expulsa juntamente com D. Pedro II.
7.
No ano de 1808, a Corte portuguesa
instalou-se no Brasil. A partir desse momento, um processo de desenvolvimento
científico-cultural ocorreu, com a fundação de instituições, como Biblioteca
Pública e Imprensa Régia. Também foram criados, com o passar do tempo,
diferentes cursos, como o da Academia Real Militar e da Faculdade de Medicina.
Marque a alternativa que
demonstra o principal objetivo do governo ao instituir o desenvolvimento desses
cursos.
a) Fortalecer o sistema público da educação brasileira,
existente desde a fundação das primeiras vilas.
b) Fortificar a colônia contra os ataques das esquadras
inglesas, formando quadros para o exército.
c) Desenvolver novas tecnologias para a crescente
indústria portuguesa.
d) Controlar a imprensa local através da censura.
e) Formar recursos humanos para atender às necessidades
da Corte.
8.
A manutenção da unidade
territorial e do regime monárquico, no contexto da independência do Brasil,
demonstra que a elite política
a) possuía ideais políticos convergentes e comungava
similares interesses econômicos.
b) protegia o direito à autonomia regional e lutava
contra a centralização política do poder.
c) constituía uma classe política homogênea e propunha um
projeto econômico industrializador.
d) apoiava a livre escolha dos presidentes provinciais e
garantia a liberdade política dos cidadãos.
e) aceitava os princípios do liberalismo econômico e
defendia o direito político de iniciativa popular.
9. Era óbvia a sedução que o enforcamento do alferes representava para o governo português: pouca gente levaria a sério um movimento chefiado por um simples Tiradentes (e as autoridades lusas, depois de 1790, invariavelmente se referiam ao alferes por seu apelido de Tiradentes). Um julgamento-exibição, seguido pela execução pública de Silva Xavier, proporcionaria o impacto máximo, como advertência, ao mesmo tempo em que minimizaria e ridicularizaria os objetivos do movimento: Tiradentes seria um perfeito exemplo para outros colonos descontentes e tentados a pedir demais antes do tempo. (Kenneth Maxwell. A devassa da devassa, 1978.)
O texto permite afirmar que
a) o fato de o movimento ser chefiado por um simples
Tiradentes foi a razão do seu fracasso.
b) o governo tentou diminuir a relevância da revolta e
aplicou punição exemplar em Tiradentes.
c) o alferes foi enforcado por sua capacidade de liderar
e seduzir os setores mais pobres do povo.
d) o despreparo de Tiradentes acabou por frustrar os
planos de revolta contra os portugueses.
e) o movimento chefiado por Tiradentes não chegou a
preocupar as autoridades portuguesas.
10. Uma análise
das relações sociais de poder no Brasil Império mostra mudanças importantes com
relação ao período colonial. Na época do Império, a sociedade brasileira:
a) tornou-se mais democrática,
com o declínio acentuado da escravidão depois de 1840, e com a vinda de
imigrantes europeus que traziam ideias modernizadoras. b) manteve a escravidão como fonte de produção de riqueza, embora restrita à cultura do café, no oeste paulista e no interior do Rio de Janeiro.
c) conseguiu livrar-se das influências europeias, afirmando uma matriz, respeitando as tradições seculares de sua história.
d) permaneceu marcada pelo escravismo, embora já houvesse mudanças de muitos hábitos, por influência da modernização de alguns setores.
e) conviveu com rebeliões políticas frequentes, lideradas pelos liberais radicais e movidas por ideias abolicionistas e republicanas.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[D]
[D]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
O romance Til, de José de Alencar, passa-se na
Campinas da década de 1830. Nesse contexto, a escravidão estava enraizada no
Brasil, marcando e marginalizando as pessoas que viviam do trabalho braçal,
característico dos escravos.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de
Português]
Ao ver a enxada, Jão Fera associa o trabalho braçal que prestaria ao casal de velhinhos às atividades desempenhadas pelos escravos, percebido de forma preconceituosa por muitos daqueles que viviam o contexto histórico-social retratado por Til, obra de 1872.
Resposta da questão 2:
[B]
[B]
Somente a proposição [B] está correta. No período colonial, o império português restringiu determinadas atividades econômicas, como a fabril e a de manufaturas, com raras exceções no que diz respeito a manufaturas de vestuário tosco usado por mineradores.
Resposta da questão 3:
[D]
[D]
Somente a alternativa [D] está correta. Vários autores brasileiros escreveram sobre a “Sociedade Patriarcal”, entre eles, Sérgio Buarque de Holanda na importante obra “As Raízes do Brasil” de 1936. A sociedade patriarcal diz respeito aos valores e costumes do Brasil no período colonial, quando o homem branco e rico possuía poder econômico e político sobre sua região, sua família, empregados, etc. Um exemplo típico foi o senhor de engenho no Nordeste durante o período colonial. Ainda no século XIX, este modelo Patriarcal persistiu gerando grandes danos e vícios na Política Brasileira, como o “homem cordial” retratado no capítulo 5 da referida obra de Sérgio Buarque de Holanda.
Resposta da questão 4:
[B]
[B]
A Guerra dos Mascates foi um
conflito nativista ocorrido em Pernambuco que opôs, pela primeira vez na
história colonial, brasileiros e portugueses, representados, respectivamente,
pelos senhores de engenho de Olinda e pelos comerciantes de Recife. As causas
para tal conflito foram a insatisfação dos senhores de engenho de Olinda com o
monopólio comercial estabelecido pelos comerciantes portugueses em Recife e a
importância que o governo português dava à Recife, em detrimento da valorização
de Olinda.
Resposta da questão 5:
[D]
[D]
O autor do texto faz referência ao ano de 1818 na América Colonial. Tal ano marca o ápice do movimento de independência na América Espanhola e o autor do texto deixa claro que d. João VI deveria preocupar-se em impedir que as influências desse movimento atingissem a América Portuguesa.
Resposta da questão 6:
[C]
[C]
Somente a proposição [C] está correta. O texto menciona a vinda da corte portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo da invasão napoleônica. A corte trouxe em sua bagagem um grande acervo de obras de grande valor histórico que foram colocadas na Biblioteca Nacional do Brasil. Além desta biblioteca, D. João VI criou o Banco do Brasil, as faculdades de Medicina e Direito, Jardim Botânico, Imprensa Régia, entre outras realizações.
Resposta da questão 7:
[E]
A vinda da corte portuguesa
para o Brasil, em 1808, gerou a necessidade de criar uma estrutura mais
adequada para atender às necessidades da realeza. Desta forma, foi criado o
banco do Brasil, a Imprensa Régia, biblioteca, jardim botânico, faculdades,
artistas franceses foram trazidos, entre outras realizações.
Resposta da questão 8:
[A]
[A]
A questão remete ao processo de independência do Brasil. A independência do Brasil aconteceu em 1822 através de um arranjo político entre a elite agrária com D. Pedro I, foi feita de cima para baixo. Apesar de algumas diferenças regionais, havia alguns interesses políticos e econômicos entre a elite agrária como por exemplo o medo do “Haitianismo”. Adotou-se uma monarquia constitucional visando manter a unidade territorial.
Resposta da questão 9:
[B]
[B]
A Inconfidência Mineira foi o principal movimento de contestação ao domínio português e à reação lusitana, a partir de uma grande devassa, determinou a prisão de diversos líderes e promoveu a execução de Tiradentes, com a ideia de “castigo exemplar”, ou seja, mais do que a execução de um indivíduo, a necessidade de incutir medo na população colonial.
Resposta da questão 10:
[D]
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