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1. Em julho de 1917,
convocou-se, em São Paulo, uma greve geral, com adesão de 45.000 trabalhadores,
para pedir aumento salarial. A greve se estendeu ao Rio de Janeiro e levou o
governo a reforçar o aparato repressivo e decretar estado de sítio em 1918. Nos
anos de 1917-1919, o Chile registrou o recrudescimento da agitação sindical.
Mobilizavam-se com facilidade 100.000 trabalhadores, como durante as
manifestações contra o custo dos alimentos em 1918 e 1919. A Argentina foi
outro país que teve um movimento sindical poderoso. Entre 1917 e 1921, o
movimento sindical conheceu seu apogeu. Apenas durante o ano de 1919,
registraram-se 367 greves na capital Buenos Aires.
(Adaptado de Olivier Dabène, América Latina no século XX. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2003, p. 64-65.)
Considerando o
texto acima e seus conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa correta.
a) Os
movimentos grevistas foram espontâneos e apartidários nos anos de 1910,
rejeitando a infiltração ideológica das lideranças sindicais, de maioria
marxista e comunista, pouco mobilizadoras no período.
b) Os
movimentos sindicais estavam em processo de fortalecimento, entre outras
razões, pela intensa ruralização dos países latino-americanos na década de
1900.
c) O
processo de fortalecimento dos movimentos sindicais enfrentou um forte aparato
repressivo, nos anos de 1920, marcado pela colaboração entre os Estados
latino-americanos.
d) Os
movimentos sindicais latino-americanos apresentavam, em 1917, especificidades
em relação aos da Europa quanto às pautas reivindicatórias dos trabalhadores.
Resposta:
[D]
Os movimentos
latino-americanos apresentavam pautas diferentes daqueles da Europa por uma
razão simples: como a industrialização era mais avançada na Europa, sendo
exercida desde o século XVIII, direitos básicos já haviam sido conquistados
pelos trabalhadores europeus. No século XX, os trabalhadores latino-americanos
ainda estavam buscando esses direitos básicos.
2. Miséria em revolta.
Movimento grevista assume cada vez maiores proporções.
Apresenta-se com aspecto
cada vez mais alarmante o movimento que começou no Cotonifício Crespi e se
propagou a outras fábricas em número avultado. Não há como negar a justiça do
movimento grevista. São suas causas inegáveis: salários baixos e vida caríssima.
Com elas coincide a época de ouro da indústria, que trabalha como nunca e tem
lucros como jamais. Censuram-se as violências dos grevistas. Entretanto, no
fundo, não se encontraria uma justificação para essa atitude? Pais de família
que vivem sendo explorados pelos patrões, que veem os industriais fazendo-se
milionários à custa de seu suor e de sua miséria. Esses pais não podem ter a
calma precisa para reclamar dentro de uma lei que não os protege, antes permite
que o seu sangue seja sugado por vampiros insaciáveis.
O Combate, 12/07/1917. Adaptado de memoria.bn.br.
De greve em greve
Ao longo da história
republicana, vários movimentos sociais preferiram interpretação própria da
modernização, como expansão de direitos. E agiram para converter ideia em fato.
São Paulo viu isso em 1917, quando assistiu a sua primeira greve geral. A
cidade parou. Aderiram categorias em cascata, demandantes de melhoras salariais
e de condições de trabalho. Manifestantes daquele tempo se parecem mais com os
de hoje do que se possa imaginar. A resposta das autoridades de então também
segue a moda. Em 1917, um jovem sapateiro espanhol foi baleado no estômago. Em
2017, um estudante teve a cabeça golpeada com um cassetete. O enterro do
sapateiro virou a maior manifestação de protesto que os paulistanos tinham
visto até então. Já na greve geral de abril de 2017, 35 milhões de pessoas
pararam, segundo os sindicatos.
Angela Alonso
Adaptado de Folha de São
Paulo, 07/05/2017.
As matérias jornalísticas
referem-se a movimentos grevistas ocorridos no Brasil nos anos de 1917 e 2017,
apresentando contextos diretamente associados aos conflitos entre capital e
trabalho em área urbana.
Tendo como base essas
matérias, as principais semelhanças entre os dois contextos mencionados se
relacionam aos seguintes fatores:
a) precarização salarial e
ampliação da regulação estatal
b) aumento do desemprego e
revisão de leis trabalhistas
c) repressão policial e
relevância das reivindicações populares
d) ilegalidade da ação
sindical e desqualificação da mão de obra
Resposta:
[C]
Tanto em 1917 quanto em
2017, os grevistas brasileiros demonstraram a importância da população se
manifestar quando se sentir prejudicada ou oprimida. Tanto que as greves
levaram a negociações entre empregados e empregadores.
Além disso, em ambos os
movimentos, houve repressão policial significativa a partir da resposta do
Estado às greves.
3. Em julho de 1917 estourava a primeira greve geral
do Brasil, iniciada pelos trabalhadores da indústria têxtil paulista, no auge
contou com mais de 50 mil trabalhadores de diversas cidades e categorias.
A mobilização operária brasileira teve
início ainda nos primeiros anos do século XX, foram anos de discussões e greves
para termos o direito de formar sindicatos livres e garantir um mínimo de
condições de trabalho.
Acerca do contexto vivido no Brasil e no
mundo que explica a organização operária e as greves do início do século XX,
assinale a alternativa CORRETA:
a) O anarquismo e o socialismo
foram as primeiras correntes políticas a influenciar o movimento operário
brasileiro, ambos fundaram partidos e participaram dos congressos operários que
organizaram a Greve Geral de 1917. Posteriormente, o Partido Comunista
Brasileiro e o Partido Anarquista do Brasil disputaram eleições parlamentares.
b) Diversos periódicos
operários eram publicados nos grandes centros brasileiros como forma de
divulgar ideias políticas, discutir problemas e convocar assembleias ou greves.
Grande parte dessa organização de luta deve-se ao fato de que a maioria dos
imigrantes italianos e espanhóis era politizada, situação que garantiu ampla
troca de informações com o governo brasileiro que atendeu diversas de suas
reivindicações.
c) Algumas das principais
reivindicações operárias da Greve Geral de 1917 e outras do período eram a
diminuição da jornada de trabalho e o respeito às associações e sindicatos
operários. Após negociação, as indústrias cumpriram as promessas e, após a
desmobilização, os líderes e participantes não foram perseguidos.
d) Devido a reforma do Rio de
Janeiro em 1910, o presidente Rodrigues Alves decretou o fechamento de uma
série de indústrias da região, provocando o início de uma série de greves e do
Primeiro Congresso Operário Brasileiro após a drástica diminuição nos postos de
trabalho da capital federal.
e) No Brasil, durante o
período da Primeira Guerra Mundial, a indústria de substituição nacional de
alguns produtos, antes importados cresceu. Se por um lado aumentavam os postos
de trabalho nas indústrias; por outro, houve grande aumento do custo de vida
devido à falta de diversos produtos.
Resposta:
[E]
Somente a alternativa [E] está correta. A
Primeira Guerra Mundial, 1914-1918, provocou mudanças econômicas e sociais no
Brasil. As potências econômicas industrializadas estavam envolvidas neste
conflito orientando suas economias para a guerra. Neste sentido, o Brasil
enquanto economia agrária exportadora teve dificuldades de importar produtos
industrializados surgindo um “surto industrial” através de uma indústria de
substituição de importação. Com o advento de fábricas, foi surgindo novos
atores sociais como o operariado que vai organizar as primeiras grandes greves
no Brasil.
4.
A Greve Geral
de 1917 no Brasil
a) iniciou-se com as ações de propaganda dos líderes comunistas que
seguiam, em termos estratégicos, a orientação do bolchevismo russo.
b) caracterizou-se por ser uma das mais abrangentes e longas greves da
época em São Paulo e Rio de Janeiro, liderada pelos anarquistas.
c) desenvolveu-se em todo o país a partir do apoio dos meios de comunicação
e da adesão dos setores rurais.
d) encerrou-se com
o Estado aprovando uma legislação trabalhista eficaz, embora inicialmente
nenhuma exigência do movimento tivesse sido atendida.
Resposta:
[B]
Podendo ser incluída nas
revoltas da República Oligárquica, a Greve Geral de 1917 expôs, além das
péssimas condições de trabalho nas fábricas brasileiras, a significativa
entrada de ideais socialistas e anarquistas no país. Após tal Greve, os
operários brasileiros conseguiram alguns poucos direitos trabalhistas.
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