Desafie seus conhecimentos em História do Brasil com 8 questões de certo ou errado sobre golpes republicanos, Estado Novo, Campanha da Legalidade, ALCA, Indochina e Nova República. Responda antes de conferir comentários detalhados para consolidar seu aprendizado e se destacar em concursos públicos como CACD.
Questões
1- O Brasil, ao longo de sua História republicana, passou por diferentes momentos de golpes e tentativas de golpe contra a ordem constitucional vigente. Considerando seus conhecimentos sobre esses acontecimentos, julgue como certo ou errado a seguinte afirmativa:
( ) A anistia concedida em 1956 por Juscelino Kubitschek não incluiu os militantes comunistas envolvidos na Intentona de 1935, pois estes já haviam sido anistiados por decreto anterior, promulgado no contexto da redemocratização em 1945.
2- Considerando seus conhecimentos sobre a política externa brasileira durante o Estado Novo, julgue a afirmativa:
( ) A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial e sua aproximação com os Estados Unidos foram resultado de uma política externa sistematicamente alinhada ao liberalismo ocidental desde o início da década de 1930.
3- Considerando seus conhecimentos sobre a Campanha da Legalidade, ocorrida no contexto da renúncia de Jânio Quadros, julgue como certo ou errado a seguinte afirmativa:
( ) A Campanha da Legalidade representou uma mobilização política de grande escala em defesa da ordem constitucional, que estava sendo ameaçada por setores das Forças Armadas e da ala política, resultando em um acordo que impôs um regime parlamentarista como solução de compromisso para a posse de João Goulart.
4- Considerando seus conhecimentos sobre a atuação dos diversos atores políticos durante a Campanha da Legalidade, julgue como certo ou errado a seguinte afirmativa:
( ) Durante a Campanha da Legalidade, o apoio do Alto Comando das Forças Armadas garantiu a posse de João Goulart, em consonância com o princípio da legalidade constitucional defendido pelo então governador Leonel Brizola, frustrando políticos golpistas que tentaram impedir a posse do vice de Jânio Quadros.
5- Considerando seus conhecimentos sobre a atuação diplomática do Brasil nas negociações da ALCA, julgue como certo ou errado a seguinte afirmativa:
( ) O Brasil desempenhou papel de liderança na construção da ALCA ao propor um modelo liberalizado de integração econômica hemisférica, com plena abertura comercial e tarifária já a partir da década de 1990.
6- Considerando seus conhecimentos sobre a luta anticolonial na Indochina, julgue como certo ou errado a seguinte afirmativa:
( ) A derrota francesa em Dien Bien Phu, em 1954, não alterou o status político da Indochina, já que os Acordos de Genebra mantiveram a soberania francesa sobre o território, com o apoio dos Estados Unidos.
7- Considerando os desdobramentos da Guerra da Indochina, julgue como certo ou errado a seguinte afirmativa:
( ) A Conferência de Genebra (1954) representou a consolidação de uma solução definitiva para a paz regional, pois garantiu a desmilitarização da península indochinesa sob supervisão multilateral e o reconhecimento formal dos governos revolucionários de Laos, Camboja e Vietnã do Norte.
8- Considerando seus conhecimentos sobre a chamada Nova República, julgue como certo ou errado a seguinte afirmativa:
( ) O escândalo dos Anões do Orçamento revelou um esquema de manipulação de emendas parlamentares que envolvia parlamentares da oposição ao governo federal, tendo como consequência imediata a queda do ministro da Fazenda, apesar de não haver políticos da base de apoio do governo envolvidos com o esquema.
Gabaritos Comentados
1. Anistia de 1956 e militantes da Intentona de 1935
Resposta: Certo
Comentário:
A anistia de 1945, decretada por Eurico Gaspar Dutra, restabeleceu direitos políticos a opositores do Estado Novo, incluindo os envolvidos na Intentona Comunista de 1935. Quando Juscelino Kubitschek editou sua própria lei de anistia em 1956, tratou de reparar outras injustiças políticas e perseguir casos mais recentes, sem revisitar aqueles já contemplados em 1945. Logo, os comunistas de 1935 já haviam sido reabilitados legalmente, o que justifica que não tenham sido mencionados no texto de JK.
2. Alinhamento liberal do Estado Novo
Resposta: Errado
Comentário:
Embora o Brasil tenha acabado lutando ao lado dos Aliados, a política externa de Vargas no Estado Novo foi essencialmente pragmática e flexível. Até 1941, mantinha-se um delicado equilíbrio diplomático, mantendo relações comerciais com a Alemanha nazista e só se aproximando firmemente dos EUA quando garantias financeiras (como os empréstimos da Linha de Crédito Millard) e militares (como a criação da Força Expedicionária Brasileira) se tornaram vantajosas. Esse “pendularismo” mostra que não havia um alinhamento ideológico liberal prévio, mas sim uma busca por maximizar benefícios nacionais conforme a conjuntura internacional.
3. Campanha da Legalidade e parlamentarismo
Resposta: Certo
Comentário:
Após a renúncia inesperada de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961, setores militares tentaram impedir a posse do vice, João Goulart, alegando sua suposta ligação comunista. Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, lançou mão da Rádio Guaíba (a “Cadeia da Legalidade”) para mobilizar civis e militares em defesa da Constituição. O impasse foi solucionado pela adoção provisória do sistema parlamentarista, aprovado pelo Congresso em 2 de setembro, reduzindo os poderes de Jango mas garantindo sua posse em 7 de setembro de 1961.
4. Apoio do Alto Comando à posse de Jango
Resposta: Errado
Comentário:
O Alto Comando das Forças Armadas, especialmente os ramos do Exército e da Aeronáutica, resistiu inicialmente à posse de João Goulart, articulando pressões para instalarem um governo interino ou mesmo adiar a transferência de poder. Foi justamente a mobilização do III Exército sob comando de Costa e Silva, aliada à pressão popular no Sul, que forçou o recuo dos golpistas. Não houve, portanto, apoio unânime das Forças Armadas: o êxito da Campanha da Legalidade se deu em grande parte por contrariar a linha dura militar.
5. Papel do Brasil nas negociações da ALCA
Resposta: Errado
Comentário:
Durante a década de 1990, o governo de Fernando Henrique Cardoso participou das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) sem liderar uma proposta de liberalização total. Defendia cláusulas de salvaguarda para indústrias estratégicas e a manutenção de políticas sociais. No governo Lula, o país intensificou críticas ao texto norte-americano, propondo a chamada “ALCA-light”, mas sem conseguir alterar o rumo das negociações. O foco brasileiro permaneceu no fortalecimento do Mercosul e de blocos regionais alternativos.
6. Consequências de Dien Bien Phu e Acordos de Genebra
Resposta: Errado
Comentário:
A queda de Dien Bien Phu em maio de 1954 marcou o colapso definitivo do domínio colonial francês na Indochina. Os Acordos de Genebra, assinados em julho daquele ano, não mantiveram a soberania francesa: dividiram temporariamente o Vietnã no paralelo 17 e previram a retirada das tropas coloniais. Embora os EUA tenham impedido as eleições reunificadoras previstas, isso não reverteu a perda francesa, apenas deu início à escalada americana na região.
7. Conferência de Genebra como solução definitiva
Resposta: Certo
Comentário:
Os Acordos de Genebra de 1954 formalizaram a divisão da Indochina: reconheceram provisoriamente os governos de Laos, Camboja e Vietnã do Norte e previram a retirada de forças estrangeiras. Instituíram zonas desmilitarizadas e supervisionadas pela Comissão Internacional de Supervisão. Contudo, tratava-se de um cessar-fogo temporário: a solução não se provou definitiva, pois as tensões continuaram, sobretudo no Vietnã do Sul, levando à intervenção dos EUA e à guerra que perdurou até 1975.
8. Escândalo dos Anões do Orçamento
Resposta: Errado
Comentário:
O esquema revelado pela CPI dos Anões do Orçamento (1993) envolveu emendas parlamentares superfaturadas e desvios de recursos por meio de ONGs e entidades de fachada, com participação de deputados de vários partidos, inclusive da base aliada ao governo Itamar Franco. Não resultou na queda do ministro da Fazenda, pois não houve indícios de envolvimento direto do Executivo. O principal impacto político foi a cassação de mandatos e a exposição da fragilidade dos controles orçamentários no Legislativo.
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