Dica de estudo: grupo de estudo para específica da Uerj: https://www.facebook.com/groups/660763183949872/
1.
(Uerj 2012)
A Estrada Real, nos dias de hoje, é a
reunião dos vários caminhos construídos no Brasil-Colônia, principalmente nos
séculos XVII e XVIII, para o transporte das riquezas do interior para o litoral
do Rio de Janeiro, de onde seguiam para a metrópole portuguesa. São 1.512 km
que permitem mergulhar na história brasileira. A circulação de pessoas,
mercadorias e riquezas era obrigatoriamente feita por aqueles caminhos,
constituindo crime de lesa-majestade a abertura de outros não autorizados pela
administração metropolitana.
Adaptado de
http://360graus.terra.com.br
A expansão da colonização na América
portuguesa, nos séculos XVII e XVIII, ocasionou o surgimento de novas
atividades econômicas, de núcleos de povoamento e de caminhos e estradas, como
os que compuseram a Estrada Real.
Cite a principal atividade econômica que
condicionou o surgimento dos caminhos da Estrada Real e identifique dois
interesses da Coroa portuguesa em controlar esses caminhos, no decorrer do
século XVIII.
Resposta:
A mineração,
considerada a atividade mais importante no século XVIII, presente no interior
da colônia, região conhecida como “as minas gerais”, de onde provinham os
diamantes e o ouro. O controle dos caminhos por parte da metrópole pretendia
evitar o contrabando das riquezas extraídas da região e, ao mesmo tempo,
controlar a circulação de todas as mercadorias que chegavam à mesma.
Dada a
dimensão da área mineradora, e sua distância dos principais portos que levariam
a riqueza para Portugal, havia grande preocupação com o controle fiscal e a
garantia do pagamento dos impostos.
2.
(Uerj 2011) Pelo que, começando, digo
que as riquezas do Brasil consistem em seis coisas, com as quais seus
povoadores se fazem ricos, que são estas: a primeira, a lavoura do açúcar; a
segunda, a mercancia; a terceira, o pau a que chamam do Brasil; a quarta, os
algodões e madeiras; a quinta, a lavoura de mantimentos; a sexta e última, a
criação de gados. De todas estas coisas o principal nervo e substância da
riqueza da terra é a lavoura dos açúcares.
BRANDÃO,
Ambrósio Fernandes, 1618.
Adaptado de PRIORE, M. del; VENÂNCIO, R. P. O livro de ouro da
história do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
Considera-se hoje que o Brasil colonial teve
um desenvolvimento bastante diferente da interpretação de Caio Prado Júnior. É
que mudou a ótica de observação: os historiadores passaram a analisar o
funcionamento da colônia. Não que a intenção da política metropolitana fosse
diferente do que propõe o autor. Mas a realidade se revelava muito mais
complexa. No lugar da imagem de colonos engessados pela metrópole, vem à tona
um grande dinamismo do comércio colonial.
Sheila de
Castro Faria
Adaptado de
www.revistadehistoria.com.br
O texto do século XVII enumera interesses da
metrópole portuguesa em relação à colonização do Brasil; já o segundo texto,
uma análise mais contemporânea, descreve uma sociedade mais complexa que ia
além dos planos dos exploradores europeus.
Indique dois objetivos da Coroa Portuguesa
com a implantação da empresa açucareira no Brasil colonial. Em seguida,
identifique duas características da economia colonial que comprovam o seu
dinamismo interno.
Resposta:
Dois dos objetivos:
• fixar população portuguesa à terra.
• garantir o controle político do território
por Portugal.
• produzir mercadoria de alto valor
comercial no mercado europeu.
• garantir rendas à Coroa Portuguesa por
meio da produção de gêneros de valor comercial.
• garantir o monopólio do Atlântico Sul e,
consequentemente, da rota marítima para o Oriente.
• afirmar a preponderância portuguesa no
cenário das grandes nações europeias do século XVI.
Duas das características:
• existência de atividades econômicas
utilizando mão de obra livre.
• desenvolvimento de relações comerciais
internas e com outras regiões, apesar das proibições características do
monopólio metropolitano.
• existência de uma quantidade de capital
circulante na colônia, empregado não só no tráfico negreiro como também na
criação do gado e na lavoura de subsistência, voltadas principalmente para o
mercado interno.
O texto
destaca principalmente os objetivos econômicos, enumerando atividades
produtivas, destacadas como geradoras de riqueza.
A crítica à
análise tradicional procura destacar o dinamismo da colônia, que pressupõe a
existência da pequena propriedade voltada para a subsistência ou a pecuária,
desenvolvida a partir do trabalho livre.
3. (Uerj
2010) As expedições destinadas ao
apresamento de indígenas constituíram, como se pode observar no mapa a seguir,
a principal atividade realizada pelos bandeirantes paulistas entre os séculos
XVI e XVIII.
Estabeleça a relação existente entre as expedições
de apresamento e as atividades econômicas desenvolvidas pelos habitantes da
Capitania de São Vicente. Em seguida, identifique um efeito dessas expedições
para a colônia portuguesa na América.
Resposta:
A ocupação das terras do planalto pelos paulistas
ocasionou conflitos com as populações nativas locais, que foram em grande parte
aprisionadas e então utilizadas como mão de obra escrava na lavoura de gêneros
alimentícios. Por sua vez, o desenvolvimento dessa lavoura, destinada ao
comércio intracolonial, estimulou a organização de novas expedições destinadas
ao apresamento de indígenas.
Um dos efeitos:
• desbravamento e conhecimento dos sertões
• descoberta de ouro na região das Minas Gerais
• extermínio e escravização de populações
ameríndias
• criação de caminhos e estradas entre as regiões
desbravadas
• ampliação
da oferta de mão de obra escrava indígena para outras regiões da América
portuguesa
•
legitimação das pretensões territoriais portuguesas na negociação do tratado de
Madri
A questão analisa o bandeirismo de apresamento
enfatizando o caráter cíclico dessa atividade e seus efeitos no processo
colonizador.
4. (Uerj 2009) O trabalho na colônia:
1
- 1500-1532: período chamado pré-colonial, caracterizado por uma economia
extrativa baseada no escambo com os índios;
2
- 1532-1600: época de predomínio da escravidão indígena;
3
- 1600-1700: fase de instalação do escravismo colonial de plantation em sua
forma "clássica";
4
- 1700-1822: anos de diversificação das atividades em função da mineração, do
surgimento de uma rede urbana, mais tarde de uma importância maior da
manufatura - embora sempre sob o signo da escravidão predominante.
CIRO FlAMARLON SANTANA CARDOSO. In:
LINHARES, Maria Yedda (org.). "História geral do Brasil". 9a
ed. rio de Janeiro: Campus, 2000.
A
partir das informações do texto, verificam-se alterações ocorridas no sistema
colonial em relação à mão de obra.
Apresente
duas justificativas para o incentivo do Estado português à importação de mão de
obra escrava para sua colônia na América.
Resposta:
Duas
das justificativas:
-
oposição da Igreja Católica à utilização do indígena como escravo.
-
dificuldade de apresamento dos indígenas, em função de sua migração / fuga para
o interior.
-
lucratividade do tráfico internacional de escravos, semelhante à de uma grande
empresa, favorecendo traficantes e a Coroa Portuguesa.
-
"falta de braços" para a lavoura dos principais produtos coloniais,
devido a um ciclo de doenças ocorridas na segunda metade do século XVI,
responsável pela morte de milhares de indígenas.
-
caráter fortemente hierárquico da sociedade portuguesa desse momento, marcada
pelo uso legitimado da escravidão.
5. (Uerj 2008) Quilombo, o eldorado
negro
Existiu
Um
eldorado negro no Brasil
Existiu
Como
o clarão que o sol da liberdade produziu
Refletiu
A
luz da divindade, o fogo santo de Olorum
Reviveu
A
utopia um por todos e todos por um
Quilombo
Que
todos fizeram com todos os santos zelando
Quilombo
Que
todos regaram com todas as águas do pranto
Quilombo
Que
todos tiveram de tombar amando e lutando
Quilombo
Que
todos nós ainda hoje desejamos tanto
Existiu
Um
eldorado negro no Brasil
Existiu
Viveu,
lutou, tombou, morreu, de novo ressurgiu
Ressurgiu
Pavão
de tantas cores, carnaval do sonho meu
Renasceu
Quilombo,
agora, sim, você e eu
Quilombo
Quilombo
Quilombo
Quilombo
(Gilberto Gil e Wally Salomão -
1983)
A
letra da música acima faz referência a uma das formas de resistência escrava -
a criação de quilombos - verificada tanto no Brasil colonial quanto após a
independência. Explique por que os quilombos representaram um avanço na luta
dos cativos contra seus senhores, ao longo do século XIX, e indique duas outras
formas de resistência escrava.
Resposta:
Por
facilitar a sobrevivência de um grande número de escravos fugidos, e por
utilizar táticas de ataques às propriedades próximas, representavam uma forma
mais eficiente de resistência, atraindo, portanto, mais escravos e provocando
medo entre os grandes proprietários.
Duas
das formas:
-
suicídio
-
infanticídio
-
assassinato de feitores/senhores
-
aborto das escravas
-
destruição dos meios de produção das propriedades
-
automutilação
6. (Uerj 2005) [O Brasil era] a morada da pobreza, o berço da preguiça, o teatro dos
vícios.
(VILHENA, Luís dos Santos. "A
Bahia no século XVIII". Bahia: Itapuã, 1969.)
A
avaliação acima, feita por um português do final do século XVIII, aponta alguns
traços da sociedade do Brasil colonial, permitindo inferir que, ao lado dos
ricos proprietários de terra, existiam grupos marginalizados.
a)
Indique dois grupos sociais que constituíam os marginalizados da sociedade
colonial.
b)
Descreva o papel desempenhado pelos grandes proprietários de terra na vida
política e administrativa do Brasil colonial.
Resposta:
a)
Dois dentre os grupos sociais:
-
vadios
-
judeus
-
ciganos
-
escravos
-
prostitutas
-
libertos ou forros
-
homens livres pobres
b)
Os grandes proprietários de terra, por controlarem os cargos preponderantes na
vida administrativa local, votavam e podiam votar nas Câmaras Municipais.
7. (Uerj 2004) MOBILIDADE SOCIAL É MITO NO BRASIL
O
estudo do Banco Mundial derruba o mito de que o Brasil é um país de grande
mobilidade social - onde os filhos dos mais pobres "sobem na vida"
com o tempo. Segundo o trabalho, comparado com outros países da América Latina,
o Brasil tem ainda menos mobilidade.
A
principal razão do fenômeno, segundo o Bird, é o acesso à educação, diretamente
relacionado às oportunidades de ascensão. (...) "Na verdade, o Brasil é um
dos países com o menor nível de mobilidade educacional do mundo", diz o
trabalho.
(Jornal
do Brasil, 08/10/2003)
A
dificuldade na mobilidade social, característica da sociedade brasileira,
encontra-se intrinsecamente relacionada a estruturas históricas que se originam
no período colonial.
a)
A escravidão estigmatizou o trabalho, mas não impediu o desenvolvimento do
trabalho livre no período colonial.
Identifique
duas ocupações para o homem livre na colônia, uma no espaço rural e outra no
espaço urbano.
b)
Cite um aspecto da educação no período colonial que permaneça até os dias de
hoje.
Resposta:
a)
Nas áreas rurais, o homem livre poderia ser, entre outras funções, feitor,
tropeiro ou vaqueiro e nas áreas urbanas, artesão especializado, empregado de
pequeno comércio, profissional liberal (médico, advogado, etc.), funcionário da
administração ou militar.
b)
A ideia de que o ensino superior é privilégio de uma elite e não direito de
todos como cidadãos.
8. (Uerj 2001) O lugar de maior perigo que há no engenho é o da moenda, porque, se por
desgraça a escrava que mete a cana entre os eixos, ou por força do sono, ou por
cansada, ou por qualquer outro descuido, meteu desatentadamente a mão mais
adiante do que devia, arrisca-se a passar moída entre os eixos, se lhe não
cortarem logo a mão ou o braço apanhado, tendo para isso junto da moenda um
facão, ou não forem tão ligeiros em fazer parar a moenda.
(ANTONIL, André João. "Cultura
e opulência do Brasil". Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EdUSP, 1982.)
Com
base no texto, identifique duas características do trabalho escravo no Brasil
do período colonial.
Resposta:
Duas
dentre as características:
-
longas jornadas
-
realização repetitiva
-
execução de trabalhos manuais
-
inexistência de qualquer tipo de segurança nos locais de trabalho
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